sábado, 2 de setembro de 2023

O DOM PODE TORNAR VOCÊ UMA FARSA

 


Existe preocupante ambiguidade quando adotamos a escrita como ofício e, pior, a consideramos o exercício de uma arte, espelhando-nos em luminares como Tácito, Machado de Assis e outros. E tal sentimento bifronte se revela quando, ao finalizarmos a obra, intuímos que toda a bela construção parece carecer de verdadeiro lastro na alma e nos sentimentos de quem a produziu; trabalho magnífico, convincente, verossímil e de esmerada técnica que parece não carregar em si, entretanto, um je ne sais quois humano.

Em passado distante já me vi, em jornais, defendendo situações políticas com as quais não concordava mas, para melhor ou pior, saí-me muito bem. Em outras palavras, exerci meu ofício tal qual um bom advogado desempenha, com brilho, suas funções – não vindo ao caso se defende punguistas ou acusa viúvas, pois prevalecerá a destreza em seu trabalho e sobre o mesmo as pessoas tirarão suas conclusões e formarão opiniões.

Laudas tratadas como arte inevitavelmente empurrarão seu autor ao mesmo abismo emocional frequentado por atores, poetas, pintores, escultores e toda a plêiade humana que nada mais útil sabe fazer: invariavelmente acabam por duvidar da própria sinceridade, desconfiar de seus sentimentos e crer-se notória farsa. 

Teria Vinícius de Moraes a certeza íntima que a bela poesia, escrita para a mulher que verdadeiramente amava, iria convencê-la? Ou a moça em questão, sabedora de sua desenvoltura no ofício, a encararia apenas como grande gentileza do amigo famoso? E o próprio Poetinha, nos inevitáveis momentos de autocrítica? Julgaria amar tanto assim quanto escrevera ou a “mão invisível que guia a caneta” – sim, ela existe – teria possuído sua pena e lavrado o que de melhor caberia no papel e nas emoções alheias, não traduzindo tão exatamente, todavia, o que ele próprio sentia?

Como confiar na sinceridade de um amigo que é ator, e nos procura para pedir ajuda em grave problema – segundo ele – que enfrenta?

Se há algo que pode destruir um homem é a mentira e, talvez movido por essa certeza, há tempos decidi limitar meus comentários políticos aos assuntos que me despertam algo de passional – se, no trato que dou às palavras, pode haver alguma desconfiança, ao menos não haverá quanto aos sinceros motivos que me levam a escrever. Inúmeras vezes o assunto palpitante era, por exemplo, alguma CPMI no Congresso. Entretanto, a fúria interior levava-me a desancar STF, sistema judiciário e outros quetais. Eram rosnados sinceros.

Igual razão me fez não mais escrever cartas para a mulher que amei toda uma vida: ela me conhece, sabe que posso até – com boa vontade – ser quase convincente com lápis e papel nas mãos e, por isso, me abstive. O que, eventualmente, por aqui garatujo são explosões, rompantes passionais - a mesma passionalidade que enxergo como o que há de mais verdadeiro em minha caneta - de um amor que tornou-se impossível guardar em mim e que, hoje sei, ela jamais verá.

Não quero nenhuma sombra de dúvidas quanto ao maior, mais precioso e profundo sentimento que tenho, hospedado em mim desde tenros 8 anos de idade. Por isso, prefiro pedir ao bom Deus que me dê a oportunidade de falar com ela frente a frente – ainda que gaguejante, trôpego em palavras mal escolhidas, nenhuma noção de romance e incapaz de olhar em seus olhos, sob pena de arriscar um beijo e levar um tapa.

Sei, entretanto, que tal chance jamais acontecerá e, por isso, recolho-me ao abismo; condenação perpétua agravada por formação de quadrilha com poetas e atores.

E faço lives no YouTube para mostrar que, se sou muito mais feio que estas laudas ao menos endosso, com boca claudicante, o que a porca mão escreve.

Tal qual a chance que espero, com a mulher amada.


Walter Biancardine


NOTA DO AUTOR – Em meu livro “Pretérito Perfeito” ( https://clubedeautores.com.br/livro/preterito-perfeito-4 ) expus o outro lado da moeda que descrevo acima. Em minha obra, dividi a mulher que amo em duas: alguns fatos reais foram usados para compor a Dra. Andressa, tais como ser médica, termos vivido uma lua de mel apaixonada entre viagens de moto e lenços amarrados na mesma, entre outros pequenos detalhes. Já para a judia Hanna consegui transpirar, em quase totalidade, a alma de quem ainda amo: a paciência infinita com minhas dúvidas e problemas (sempre esperando meu amor), o fato de deixar uma vida para trás e ficar comigo, a capacidade de enxergar minha alma e até mesmo a pegada “hippie” da personagem. Isso resultou em claro sintoma de uma contra-parte do que descrevo acima, pois hoje temo confundir o amor verdadeiro que sinto por ela com a paixão que descobri pelas personagens que criei.
É um caso perigoso, um misto de idolatria com patologia da psique, tudo isso fruto de um amor impossível de morrer.
Tal como escrevi no livro, “se não pode ter a original, que fique com a cópia”.





sexta-feira, 1 de setembro de 2023

7 DE SETEMBRO: OU FICAR A PÁTRIA LIVRE, OU MORRER PELO BRASIL.

 

Já acusava o professor Olavo de Carvalho haver se tornado corrente, em nossa comunicação cotidiana, a desvalorização completa – ou, ao menos, a ressignificação mais conveniente – das palavras de nosso idioma. 

Assim podemos contemplar, com espanto, as mesmas pessoas que saíam às ruas de peito estufado por súbito patriotismo e cantavam a referida estrofe a plenos pulmões encolherem-se, agora, em suas respectivas casas, sob alegações diversas: desapontamento, decepção, frustração e até mesmo “desgaste emocional”. Alguns, mais sinceros, não escondem: ficarão em casa neste dia da pátria por medo mesmo.

Reconheço, cabisbaixo, a vitória da esquerda sobre nós: após incansáveis postagens nas redes sociais, discursos em botequins, papos no trabalho e até aquela conversa fiada com o barbeiro ou o motorista do táxi, referindo-nos ao brasileiro médio como “um povo omisso, que só quer saber de novela e futebol” e, em momentos de exaltação cívica, pespegando-nos à testa a pecha de “covardes”, bastou o sistema rosnar e mostrar os dentes no dia 8 de janeiro para que uma súbita epidemia de “prudência”, “frustração” ou “exaustão emocional” se abatesse sobre a maioria esmagadora do povo brasileiro – sim, pois nós, conservadores, a somos.

Todos os piores adjetivos são, podem e devem ser aplicados à esquerda, com exceção de frouxos, omissos e sem disposição de lutar pelos seus (vá lá) ideais. Na luta pela implantação de sua tão sonhada “ditadura do proletariado” os canhotos dos anos 60 não se furtaram a marcar – à custa de sangue, borrachadas e prisões – sua presença incessante nas ruas do Brasil, e assim persistiram até que, vemos e sofremos hoje com isso, a conseguiram.

Alegam alguns que as ruas não são o melhor caminho para nós, que devemos prioritariamente ocupar espaços – leia-se agir tal qual a esquerda, infiltrando-nos na máquina pública, no sistema de ensino, na cultura e grande mídia – e que as ruas só dariam aos ditadores, ora em plantão, mais motivos para endurecerem ainda mais.

Respondo apontando que há duas certezas em tal afirmativa: a primeira é que sim, precisamos infiltrar-nos, agir gramscianamente tal qual a esquerda, mas não posso omitir dois erros presentes na citada proposta, os quais já comentarei.

Com ou sem ruas, a ditadura endurecerá - é a segunda certeza. Tal como dizia Olavo de Carvalho, “prenda os comunistas antes que eles o prendam por crimes que eles cometeram” – assim vimos no 8 de janeiro, onde os infiltrados vândalos estão livres e os inocentes pagam culpas alheias – e este é o primeiro erro apontado. E, em segundo lugar e replicando mais fielmente ainda a esquerda, não só devemos infiltrar-nos na burocracia estatal, nas artes, cultura e mídia como, também, devemos exercer nossa presença incessante nas ruas - nos omitirmos será o segundo erro que acuso. Explicarei o porquê com fatos históricos.

É do conhecimento de muitos que havia um aparente “racha” na esquerda dos anos 60: uns defendiam a luta por meios gramscistas e outros, pela força das armas – em moeda mais corrente, abrangia desde guerrilhas, assaltos á bancos, sequestros até as indefectíveis e utilíssimas passeatas.

Lembre-se de Jung: um homem não vive sem símbolos e a garotada que apanhava de cassetetes nas ruas durante os anos 60 causava a comoção e simpatia necessária ao movimento que era “tão justo, tão bom”, a ponto de fazer com que jovens sacrificassem suas vidas em prol da “única solução viável para um Brasil e uma sociedade melhor”. Sim, estes jovens eram palpáveis; eram nossos colegas de escolas, o filho da vizinha, um professor que chegava na sala de aula com olhos roxos – e isto comovia e, compreensivelmente, revoltava a todos, eram símbolos perfeitos!

Estes rapazes de costas lanhadas e olhos roxos tinham duas funções, na complicada equação político-gramscista-junguiana esquerdista: faziam com que pais e mães de família não achassem tão “radicais” aqueles meninos que optavam pela guerrilha – afinal, o filho de dona Creuza tá aí, todo quebrado, tadinho! - mostrando que seria impossível a um jovem jogar tudo fora por algo que não fosse digno de dar sua vida, e também criavam não só os personagens mas – principalmente – o clima emocional para o trabalho gramsciano.

E todos nós nos embalamos nas músicas de Chico Buarque, nos filmes “proibidos” do Glauber Rocha, rimos com as piadas conspiratórias e cheias de parábolas – afinal, eram perseguidos! - de um Jô Soares até que, quando nos demos conta, éramos todos simpáticos e apoiadores da esquerda. E mais apoiadores ficamos quando os canhotos, cientes e seguros de seu aparelhamento estatal, cultural e midiático, trocaram a carranca conspiratória por um simpático sorriso de “diretas já”, permitidas por um regime moribundo e em franca rendição ao mais poderoso dos feitiços, ao qual não dera a devida atenção: grande mídia e cultura.

A verdade é que o gramscismo não teria prosperado sem o jovem de costas lanhadas e olhos roxos das ruas. E nossa atual ditadura comunista não estaria atualmente no poder no Brasil – e em muitos países do mundo – se tais pobres jovens não houvessem conquistado nossos corações. Racha? Uma ova!

É bem verdade que a grande maioria de tais meninos foram, verdadeiramente, idiotas úteis: morreram, aleijaram-se nas drogas, jogaram vidas, casamentos, famílias fora por conta do que acreditavam e que hoje, quero crer, todos sabem ter sido o mais pérfido e cruel dos contos-do-vigário já aplicados sobre a humanidade.

Uma grande mentira custou vidas, custou sangue e o destino de muitos. Ora nós, que sabemos a verdade, que a temos – junto com Deus – em nossos corações, não estaremos dispostos a nenhum sacrifício por isso? Nem por nossos filhos e netos? E não se trata de incitar que pessoas vão às ruas em atitude depredatória, vandalista. Pelo contrário, trata-se de demonstração pacífica, ordeira – silenciosa, inclusive – e dentro da lei: permanecermos de costas para as autoridades e tropas em desfile – e nossa bofetada será ouvida em todo o planeta.

Todos temos livre arbítrio, direito de escolha e, por enquanto, alguma liberdade e você tem a sua: ir ou ficar em casa.

Mas lembre-se de sua decisão ao cantar “Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil” na próxima vez.

O peso das palavras não pode ser relativizado.


Walter Biancardine



quarta-feira, 30 de agosto de 2023

SOBRE GAYS E TRANS -


Andei ouvindo comentários a respeito do vídeo que postei em minha página no Facebook, de um rapaz norte americano que faz uma paródia de conhecida música onde, em sua versão, esfrega na cara dos deslumbrados a cruel verdade sobre a mudança de sexo, resultante da lavagem cerebral - verdadeira hipnose - promovida pela cultura de massas e grande mídia.

O meu ponto de vista é de uma obviedade incontestável: conheço gays, conheço trans mas, por acaso, não conheço ninguém que tenha se submetido a tal operação. Em minha ótica, gays são gays e ninguém tem nada a ver com o que fazem na cama - desde que não tragam esta mesma cama para a rotina do dia a dia: trabalho, estudos, vida social. Ninguém aceita um hétero que, por sua condição, saia por aí arrepanhando as partes para cada mulher que passe ou que embole-se em agarramentos quase explícitos com sua parceira, em público. É questão básica de educação e respeito e convido-os a pensar em que momento uma simples preferência sexual tornou-se um "estilo de vida".

É gosto ou auto afirmação?

Quanto aos trans, meu critério é singelo: se cruzo com ele na rua e nada vejo além de uma mulher que passou por mim, eu usarei indubitavelmente o pronome feminino e como tal o tratarei. E o inverso também é válido, pois nada no mundo me obrigará a chamar Pablo Vittar de "ela". Vou acreditar no que Pablito diz ou no que meus olhos veem? Vou me violentar, mentir para mim mesmo apenas para satisfazer as idiossincrasias do rapaz?

Eu era um adolescente quando Rogéria reinava e a famosa Roberta Close surgiu e sempre as chamei de "ela" - este é meu parâmetro.

Quanto a última categoria - a dos operados, que parece incluir o moço do vídeo - inevitavelmente sinto dó por serem verdadeiramente enfeitiçados por uma cultura de massas doentia, que impingiu-lhes dolorosa, cruel e irreversível mutilação, as quais sempre terminam por acarretar sérios transtornos psicológicos e - em número grande demais para nos omitirmos - chegam mesmo ao suicídio.

Uma grande mídia, uma cultura de massas que exibe tamanha força ao ponto de convencer alguém a mutilar-se, a extrair glândulas produtoras de hormônios imprescindíveis ao seu equilíbrio biológico, e tudo isso em nome de uma fantasia psicótica transmitida por filmes, vídeos, músicas, teatro e as pequenas mensagens subliminares, contidas em todos os meios de comunicação, esta grande mídia e cultura de massas deve merecer apenas nosso repúdio. 

Trata-se de um veneno, de um sinistro agente de desestabilização que trazemos para o conforto de nossos lares em forma de aparelhos de TV, rádios, revistas e jornais impressos, computadores e seus youtubers.

Um ser humano é livre para agir como quiser, vestir-se como quiser, amar quem quiser.

Mas não para mutilar-se, vitimado por verdadeiro feitiço que poderá levá-lo ao suicídio e dor dos entes queridos.



terça-feira, 29 de agosto de 2023

ESQUERDA, STF E FUCKING GIANTS: A OBVIEDADE


Somente aos desavisados pegou de surpresa a notícia que a cofundadora do Sleeping Giants Brasil, Mayara Stelle, palestrará no seminário “Combate à Desinformação e Defesa da Democracia”, evento promovido pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo a notícia, o evento será realizado nos dias 14 e 15 de setembro deste ano e é organizado pelo STF em parceria com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Colégio de Gestores de Comunicação das Universidades Federais (Cogecom).

A estudante de direito aparece listada como palestrante de um painel que vai debater a “regulamentação das plataformas sociais digitais e a monetização da desinformação”. O painel da cofundadora do Sleeping Giants Brasil será liderado pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.

Recentemente, Moraes contrariou a PGR e arquivou um inquérito da Polícia Civil de São Paulo contra o Sleeping Giants Brasil, que era investigado por suposta prática de difamação contra a emissora Jovem Pan.

Desenhando para os desentendidos: impossível um grupelho como os Sleeping Fucking Giants possuírem, somente graças á força da internet, poder tão avassalador que paute decisões de marketing de multinacionais e grandes conglomerados de empresas brasileiras. O que há, na verdade, é a cumplicidade de figurões extremamente poderosos – verdadeiros organizadores do grupelho digital – que o usam como (vá lá) “a voz da opinião pública, exigindo que não se patrocine a extrema direita ou o boicote aos seus produtos e serviços será feito”.

Para tais empresários é algo que, coincidentemente, caiu do céu pois em tempos de descarada economia fascista – onde a única solução de sobrevivência empresarial é ter como sócio majoritário a quadrilha Federal – alegar que “foram pressionados a não anunciar em páginas de extrema direita” soa mais razoável aos olhos, ainda que incrédulos, de acionistas e boa parte de consumidores.

Temos então um tripé que se constitui de um Fucking Giants como “representantes da indignação popular contra a extrema direita”, um Supremo Tribunal Federal no papel de jagunço – que fará sentir o peso de sua mão de ferro sobre lombos empresariais recalcitrantes – e uma quadrilha de traficantes de drogas, pedófilos, cachaceiros entreguistas e globalistas, mais conhecido como “Governo Federal”, de braços abertos para recebê-los com polpudas licitações e, quiçá, até novamente com o título de “Campeões Nacionais”, tal como AMBEV e JBS no passado recente.

Nada poderá, a srta. Mayara Stelle, dizer em tal palestra que não tenha sido escrito pelo sr. Cabeça de Ovo, sob comum acordo dos demais membros citados da quadrilha. Ao fim e ao cabo, trata-se apenas de dar um verniz “legal” aos processos de censura da internet – banimentos, desmonetizações, processos e prisões, tal como já acontece, ao arrepio da lei.

Fucking Giants, STF, Governo Federal (atual), políticos e o Foro de São Paulo nada mais são que um octópode – fedorento polvo, à imagem e semelhança de uma lula – a enlaçar, com seus inúmeros braços, a defunta democracia brasileira para estrangulá-la.

E a sinceridade de sua indignação, caríssimo leitor, será medida por sua reação.
Pense bem.


Walter Biancardine



ANÁLISE DE UMA PSIQUE APAIXONADA


Perceberá o leitor a facilidade com que alterno, nesta página, entre análises políticas e temas pessoais que em nada dizem respeito á situação atual do país.

Veteranos que porventura ainda me acompanhem saberão que um dos fatores pelos quais jamais temi expor opiniões políticas, acusar pesadamente algo ou alguém ou mesmo elogiar o que fosse é o fato de nunca haver ocultado nada de minha porca vida pessoal. Não haverá segredos, falcatruas ou coisas mal explicadas com as quais eventuais desafetos possam me chantagear, e assim, há décadas, movo-me com tranquilidade pelos meus escritos.

Já publiquei as maiores e mais particulares misérias bem como tive o indecente despudor de expor uma felicidade absurda por ter conquistado, finalmente, a inacreditavelmente linda mulher que sempre amei desde tenra infância. Todos viram como penso, de quem gosto, quem não gosto, minhas gafes, dúvidas, realizações, certezas, bebedeiras, fracassos, minha fortuna e miséria – esta última, ao que parece, destinada como epílogo no livro de minha vida.

E é nestas últimas páginas da existência que dei conta das inúmeras referências a “casa”, um tema ultimamente recorrente e que pode levar a dúvidas quanto a sinceridade de meus ganidos: se são pela falta da mulher amada – viúvo de uma fada viva, cujo coração palpita, mas não mais por mim – ou a perda do lar e segurança da infância.

Tenho limitado conhecimento sobre a psique feminina – conhecedor fosse e não estaria abandonado á estas horas – mas sobre minha porca e atormentada alma, desta posso falar. E percebo que existe uma mistura que os anos se encarregam de produzir, quando tais aspectos são analisados.

Homens adultos ainda guardam, dentro de si, conceitos infantis e que jamais são superados: sem a mulher amada, não há um lar. É a satisfação gloriosa de voltar para casa ao fim do dia e ser recebido por aquela que te ama e devota a vida a seu favor – cuidando de você, tratando as feridas de seu dia de caça no trabalho, te alimentando e perguntando como foi seu dia. Este é o lado infantil, o momento em que ela, por mais sedutora que esteja, o acalenta e embala suas dores, angústias e dúvidas.

Refeito, alimentado e de banho tomado, o homem adulto retorna: está em eterna guarda de seu ninho, vigilante, e dará mesmo sua vida – sem piscar os olhos – para proteger a mulher que ama, o lar que ela deu á ele e os amados em volta. Neste momento, os papéis trocam e é a vez do homem a abrigar em seus braços, proteger sua feminilidade, fragilidade de um cristal raro, dar segurança em suas dúvidas e aflições, fazê-la sentir-se amada, protegida, cuidada, admirada, amparada, sem dúvidas sobre sua disposição de morrer por ela e sempre, sempre lembrá-la de como é desejada, inocente sedutora e, de todas as formas, linda.

E esta mulher amada e protegida, que o protege e ama também, junto ao lar que ela encarna, histórias, valores e referências em comum, que só aumentam conforme os anos passam e são verdadeiro espelho daquela alma gentil, a isto um homem – ou ao menos eu – chama de “lar”.

Esta é a evolução natural da psique do homem. Farrapos como eu, certos de que tudo perderam, cientes da condenação á solidão perpétua, sequer esperanças a inteligência permite-lhes sentir: acabam por regredir e refugiar-se nas lembranças mais tenras – uma espécie de “colo de mãe” com as velhas e surradas tatuagens frustradas que afirmam: “Amor, só de mãe”.

Assim nascem histórias, livros que, não fossem escritos, terminariam por implodir o escriba e levá-lo aos sanatórios.

Ao menos naquelas páginas a terei para sempre.




segunda-feira, 28 de agosto de 2023

SEM QUERER

Acordei hoje pela manhã e me dei conta que não queria escrever.

Aliás, não queria ligar o computador, não queria saber das notícias e muito menos parasitar a felicidade alheia, escandalosamente estampada nas redes sociais.

Lá fora um clima londrino – garoa, vento e um frio anormal – justificavam que eu igualmente não quisesse caminhar pelos pastos, como faço rotineiramente em minhas desesperadas tentativas diárias de manter a lucidez, através de uma auto análise medíocre e a sempre presente, feroz e porca auto crítica – a qual ainda preciso decidir se não é um complexo de inferioridade, caridosamente travestido.

A verdade é que hoje acordei sem querer – em todos os sentidos possíveis.

Não queria acordar, não queria trabalhar, não queria ter de buscar comida, não queria nada.

Sem querer, forcei-me a caminhar pelo pasto e concluí que, sequer, queria existir. Não uma tendência suicida mas apenas a percepção que seria melhor nem haver nascido – um aborto que não teria trazido falsas perspectivas de felicidade á ninguém, que igualmente não teria decepcionado, frustrado, magoado, irritado, indignado ou atrasado a vida e a felicidade de ninguém – a inocência indiscutível da não existência. Sim, pois da vida só legarei meus erros, e só por eles se lembrarão de mim.

Morbidamente, imaginei o quê aconteceria se eu morresse repentinamente e a conclusão não foi memorável: nada. Certamente algum povo local daria por minha falta, mas pelo respeito e cerimônia com que me tratam e desejosos de não parecerem incômodos, inevitavelmente uma ou duas semanas passariam até que – a natureza é sábia – o cheiro de podre de minha carcaça noticiasse a todos o meu paradeiro. E então? Ora, se um estorvo fui em minha existência, na morte não seria diferente pois algum parente teria o sórdido trabalho de remover meus restos e enterrá-los alhures – inclusive financiando tais despesas, que nunca são baratas.

Minhas tralhas – pequenas lembranças, obsessivamente colecionadas e guardadas, de um passado em que ousei ser feliz – por sua insignificância em número e valores, acabariam no lixo com exceção deste computador, que ainda bem pode ser usado mais alguns anos. E só, the end, fim.

Mas persisto em minhas auto análises, na sôfrega busca de não ceder á tentação da loucura, e finquei meus pés na lama gelada, no chão, na realidade. Sim, tudo isso é devaneio, a maldita solidão que convida fantasmas para nos assombrarem.

É preciso espanar tais pensamentos, é preciso viver, é preciso querer!

Mas o único “querer” que me veio á cabeça depois disso foi:

- Quero ir pra casa.

E eu a joguei fora.




sábado, 26 de agosto de 2023

SETE DE SETEMBRO: EU VOU

 


Em dias de judiciário putrefato e desacreditado, notório e atuante capanga na instauração da mais perigosa ditadura que o Brasil já viu, um pobre e míope desembargador alcança seus quinze minutos de fama ao aconselhar que os brasileiros não compareçam ao tradicional desfile cívico, em comemoração ao grito inútil da independência, dado por nosso primeiro e atormentado Pedro, Imperador.

Replicado exaustivamente nas redes sociais e endossado por comentaristas corajosos da Jovem Pan Baurú, renomados mas completamente desprovidos de senso da dinâmica histórica que nos envolve, tal apelo apenas nos eternizará no papel de bovinos passivos e medrosos, fornecendo graciosamente aos ditadores de plantão a certeza de nosso medo e submissão, ingrediente essencial à manutenção de qualquer sistema arbitrário como o nosso.

Alegam os de têmpera mais fraca que irmos às ruas poderá render-nos prisões, agressões e, talvez, até borrachadas nas costas, dadas pelos mesmos bravos periquitos que tanto aplaudimos em passado muito recente.

Talvez sim, talvez não – se nosso comportamento, indubitavelmente, demostrar que ali estamos em absoluta mas discordante paz, exercendo o sacrossanto direito não apenas de ver um desfile como, inclusive e principalmente, demonstrarmos nosso nojo e repúdio relativo aos integrantes de sua cúpula.

E como faremos isso? De maneira simples, mas extremamente eficaz – inclusive sob as óticas da política, dos Generais e, principalmente, da grande mídia: ao passarem as tropas, que todos se postem de costas para as mesmas, não voltando até que todo o destacamento tenha terminado seu desfile.

Simples assim; sem faixas e cartazes comprometedores, sem gritos e provocações, sem atitudes bruscas ou intimidadoras. Apenas demonstraremos nosso nojo, nosso asco moral a depravados de farda, merecedores de um Conselho de Guerra por traição à Pátria, que ousam posar de heróis em uma farsa vermelha cujo enredo, por demais conhecido e repetido em toda a América Latina, já o sabemos de cor e salteado.

Os bravos amigos da Jovem Pan Baurú – talvez a única do grupo que ainda mantém a testosterona original da empresa que desbancou a Rede Globo – não conseguem enxergar a verdadeira bofetada na cara que Generais, políticos e autoridades receberiam, se tal acontecer? Ou a pandemia histérica do medo igualmente já tomou seus corações?

É preciso lembrar que nada de errado estaremos fazendo, apenas nos postaremos de costas – e nada, ninguém ou nenhuma lei nos obriga a ficar de frente.

Lembremos também, para finalizar, que o medo é contagioso: basta um covarde, entre centenas de bravos, para que todos se encolham.

Eu vou no desfile de sete de setembro.

De costas.



Walter Biancardine



O HOMEM CERTO NO LUGAR ERRADO


Recente postagem do ex BBB e agora comentarista de sucesso, Adrilles Jorge, causou discussões nas redes sociais pelo fato do mesmo declarar que, em seu ponto de vista, o ex Presidente Jair Bolsonaro poderia fazer muito mais pela minguada democracia brasileira permanecendo no exterior, ao invés de circular pelo Brasil como atualmente vem fazendo.

Quem segue minhas lives domingueiras no YouTube ou lê os artigos que escrevo, facilmente concluirá que sou da mesma opinião do irrefreável falador Adrilles.

De fato, nada temos a esperar das instituições pois o país vive uma anomia institucional jamais registrada em nossa história: totalmente aparelhado pelo esquerdismo e pleno de um esprit de corps que raia o sentimento de casta, o estamento burocrático assiste satisfeito a derrocada da democracia sem mover um músculo à favor da mesma – mas incansável, quando o propósito é acabar de enterrá-la. E tal patologia, atrevo-me a dizer, atinge inclusive as altas patentes das Forças Armadas.

Igualmente o que, em tese, seria a casa mais poderosa – o Poder Legislativo – encolhe-se amedrontado diante das inúmeras e incessantes ameaças do Supremo Tribunal Federal que é, por desvio elitista constitucional, a única instância competente a julgá-los, processá-los e prendê-los – e motivos para isso não faltam. Assim, as togas platinadas exercem descaradas chantagens contra um Congresso que, em festejada mas enganosa tese, seria majoritariamente conservador. O que vemos, entretanto, é que rabos presos tem o poder de empanar quaisquer veleidades idealistas da quase totalidade do Parlamento, reduzido a centenas de covardes engravatados.

O ponto focal é que temos o Foro de São Paulo – leia-se tráfico internacional latinoamericano de drogas ou Grupo de Puebla, se preferirem – amparado internacionalmente pelo Partido Democrata norte americano, serviços de inteligência russo, chinês, cubano e globalistas diversos (eurasianos duguinistas inclusos), utilizando as “excelências supremas” como verdadeiros capangas, jagunços brutamontes que exercem um gangsterismo cívico eliminando sumariamente os adversários, cangaceiros de toga cujo único objetivo é a consolidação, através do reconhecimento internacional, da já atuante e efetiva ditadura comunista no Brasil.

Gastei o vexaminoso ano de 2023 em descarada campanha para que permanecêssemos nas ruas, com faixas e cartazes em inglês, fotografando e filmando estes atos para postá-los nas páginas de congressistas, personalidades e instituições internacionais reconhecidamente conservadoras. Acreditava eu que, deste modo, poderíamos criar alguma comoção, provocar – ainda que por meras razões eleitoreiras de alguns – a solidariedade e o escândalo necessário para que nossa situação pudesse, com sorte, causar embaraços, constrangimentos diplomáticos e até – não custaria tentar – sanções diplomáticas que arrasassem internacionalmente nossa atual ditadura.

Entretanto, nada disso foi feito, e nem será.

O povo, ainda em choque pela farsa de nosso “Capitólio” de 8 de janeiro e apavorado com a vileza das prisões – mais de mil e duzentas delas, anunciadas com orgulho por generais pérfidos que seriam condenados por traição à pátria em qualquer democracia real – encolheu-se em casa, destruído civicamente por um Exército que, até então, seria o “braço forte e mão amiga” que nos salvaria, e já em vertiginoso surto psíquico após dois anos de pandemia, vacinação fatal e forçada, uso obrigatório de máscaras inúteis, lockdown repressivo e depressivo e o bombardeio exasperante do mais mortal dos venenos: a grande mídia.

Diante de todos estes dados – que ninguém, convenientemente, lembra – estaria o pequeno e esganiçado Adrilles Jorge sendo exagerado? Jogando contra o país? Em meu ponto de vista, não. Pelo contrário: revelou-se de uma lucidez prática, de uma objetividade que, confesso, faltou-me.

Muito mais estardalhaço pode causar um Bolsonaro boquirroto, rasgando o verbo das verdades inconfessáveis de nossa defunta democracia diante da estarrecida imprensa internacional – afinal ele é ex Presidente de um país chave no equilíbrio da alimentação global – do que nós, povo ensandecido a bradar pelas ruas, contando apenas com a sorte de sermos vistos e acolhidos nas redes sociais internacionais. Não bastasse isso, Biroliro é o mais expressivo político sul americano dos últimos anos e conta com parceiros como Donald Trump – e, facilmente, dos demais candidatos republicanos à presidência dos Estados Unidos – e reconhecido poder de negociação e influência mundial.

Ao meu ver, Adrilles Jorge acertou na mosca em suas proposições e quem hoje o condena, enxerga inconvenientes ou inutilidade em tais ideias, nada mais é que um sapatênis, um isentão cumprindo seu papel de lubrificante para a glamurosa enterrada final do enorme membro comunista em nossas bundas.


Walter Biancardine



OS SEIS SENTIDOS DO AMOR


E os meus olhos viram uma verdadeira princesa, tal como nos contos de fada, e enlaçamos nossas pequenas mãos para entrarmos na igreja. E da inocência de crianças brotou o amor mais puro, que sequer o tempo, as sujeiras e cicatrizes da vida iriam manchar.

Apertei suas mãos – tão pequenas nestes dias, mas ainda assim hoje – e somente dezenas de anos depois pude tocá-la além disso. Minhas mãos sentiram sua pele, a ruivice adornada pelo ouro platinado de cabelos tão finos que perderam-se em minha alma, que já crescida, descobria outros encantos em tudo dela que pudesse encostar. Pele quente como o verão, refrescada pelo verde selvagem que então, finalmente, olhava para mim.

O calor tem cheiro, algo que nos enche por dentro e aquece; a mistura cosmética vencida pela paixão que farejei e jamais esqueci; a vaidade faceira derrotada pelo desejo. E mais não digo para não parecer cachorro, cheirando enlouquecido cada polegada de sua sorte, curvilínea e imerecida.

Mas, inevitável, descubro-me com a boca molhada. Gosto inesquecível e inconfessável, desejar devorá-la por completo, bebê-la de um só gole tal qual licor quente que nos amansa o sono. Não: mais que licor, uma fruta – frutas embriagam mas estas, em sua natureza, não devem ser bebidas.

E no tanto que meus sentidos percebiam isso, também mereci ouvir sua voz – tão suave – enlouquecer e enrouquecer, rugido de fera bravia que anunciava: o devorado era eu.

Tudo foi tão rápido que, sequer, pensei no que fazia. O que fiz, em desespero, quebrou o encanto da fada, e a fera recolheu-se, ferida.

Mas tal como as almas – não eternas, mas imortais – um amor assim é destino. Não importa o quanto eu viva, não importa mesmo se morro, pois tais destinos não foram traçados por vontade nossa.

Que venha a morte e tudo leve de mim. Mas nesse amor ela não tocará, pois é imortal.

E terei a eternidade para reconquistá-la.

Este é o sexto e verdadeiro sentido do amor.

sexta-feira, 25 de agosto de 2023

VOLTAR PARA CASA


E então, meu pai respirou fundo e disse:

- Bom...é isso. Vamos voltar pra casa!

Minha mãe seguiu ao lado dele e me chamou. Fui caminhando atrás e olhando em volta, já cansado e entediado por termos ficado ali tempo demais.

De fato, é um lugar muito bonito. Árvores, pastos imensos, pitorescos caminhos de chão batido e algumas cercas de arame farpado. Sim, lindo, mas solitário demais. Andamos horas sem ver nada além do capim colonião e troncos de árvores secas. Sem ver ninguém que não fosse o gado e cavalos, pastando sempre ao longe. Sem ouvirmos nada que não fosse os mugidos e relinchos, abafados pela distância, e o uivo do vento em nossos ouvidos.

Lindo sim, mas de uma solidão sepulcral. Gastamos tempo demais ali e o que era bonito virou angústia.

- Vamos voltar pra casa!

E aquela frase, dita por meu pai, nunca mais saiu de minha cabeça.

Ele abriu a porta do carro, puxou o encosto do banco para que eu fosse para o assento traseiro. Lá acomodado, o cheiro do produto de lustrar o couro do estofamento igualmente ficaria em minha memória, mesmo provocando enjoos terríveis em minha mãe. Meu pai deu a partida, um barulho que mais parecia de imenso navio, e seguimos estrada à fora comigo já antecipando a alegria de voltar para o que era meu – minha casa, meu quarto, meus brinquedos – e ver novamente todos os que, em minha implicância infantil, achava chatos: meus irmãos, minhas irmãs e até mesmo, eventualmente, tios, tias, primos e primas que por lá apareciam. Sim, tudo estaria de volta! O que era meu e sempre fora; minhas referências, minhas raízes, toda a história de minha – até então – curta vida!

Nada importava, eu estava indo de volta á minha casa, meu lar!

Miúdo demais para, sentado no banco, poder apreciar a paisagem pela janela do carro, adormeci e só dei conta de mim novamente quando meu celular tocou o despertador diário, às 8:30 da manhã.

Abri os olhos e vi que estou aqui. Nada de quarto, nada de irmãos ou irmãs, nada de pai ou mãe, nada de nada – não há um lar.

Saí de casa, olhei os campos – o mesmo pasto enorme e solitário de meu sonho – e, por morbidez ou masoquismo a frase do meu pai voltou-me à memória:

- Vamos voltar pra casa!

Nada aconteceu, apenas o silêncio. Respondi a mim mesmo, tal qual criança ainda fosse:

- Mas eu quero ir embora!

Mas não há casa para voltar.




NOTA POSTERIOR, de 30/08:

Somente agora dei-me conta da semelhança entre este artigo e a letra da música "Green, green grass of home" de Tom Jones, 1967.

"Then I awake and look around me
At four grey walls that surround me
And I realize, yes, I was only dreaming"



quinta-feira, 24 de agosto de 2023

STF LEGISLA E LIBERA DROGAS - A FROUXIDÃO DOS "DIDIREITA"



STF vai, na prática, legislar e liberar o uso de drogas no Brasil - "uso pessoal", alegam.

Ora, se poderei comprar, portar e usar drogas produzidas e vendidas nos mais imundos muquifos, por criminosos porcos que misturam pó de mármore na cocaína e bosta de vaca na maconha, então por que diabos preciso de uma receita médica para comprar remédios que me mantém vivo, produzidos por laboratórios registrados e, teoricamente, fiscalizados?

Preciso de receita médica para uma simples Losartana, mas cocaína cheia de pó de mármore está liberada?

STF legisla? Porque tal decisão cabe ao Congresso, o mesmo que foi esquecido quando a citada corte igualmente legislou e equiparou homofobia (?) ao racismo.

STF é procurador de traficante? Temeroso pensar nisso, mas o retrospecto advocatício do Sr. Alexandre de Moraes em favor do PCC já foi, inclusive, revelado em jornais da grande mídia.

E nós, diante disso tudo?

Vale dizer que vi hoje cedo, na Jovem Pan Bauru, que o canal "Todo Poder Emana do Povo", do Dr. Claúdio Luis Caivano, foi encerrado "por falta de condições financeiras".

Se esta é a razão verdadeira, só me resta emprestar ao referido doutor o mais rasteiro "dinheirismo".

Minha despesa com meu canal orça em 90 reais de internet e eventuais manutenções de meu laptop, um fóssil fabricado em 2013. Não tenho emprego e sobrevivo de Bolsa Família, além das generosas doações de vocês, via pix.

Se o Dr. Caivano, advogado respeitado e com inúmeros clientes, abandona a causa "por falta de condições financeiras", o que estou fazendo aqui?

Devo desistir também? Estou sendo injusto em enxergar vaidade e dinheirismo por trás de tantos "direitistas" que agora, invariavelmente, se fazem de "perseguidos políticos "?

Mesmo velho, pobre e sozinho, ainda posso pagar 90 reais de internet e insistir em minha fé inabalável que o Brasil tem jeito.

E se o Dr. Caivano desejar desfazer tal má impressão, estou à disposição para publicar suas explicações.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

HOSPÍCIO GLOBAL

O nível médio de tensão do ser humano por sobre o planeta terra pode ser medido facilmente nas redes sociais, bastando contabilizar as postagens sobre OVNI's, anti-cristos e sinais mediúnicos.

Jogando gasolina na fogueira de tal histerismo, ainda temos ratos militantes dedicados a propagar boatarias cataclísmicas sobre mudanças climáticas (aquecimento não colou), aumento do nível dos oceanos, vulcões maiores que os EUA e as indefectíveis e rentáveis pragas epidêmicas - Bill Gates, George Soros, Fauci e sua turma já estão prontos e ansiosos para lançarem a nova pandemia da temporada e sua lucrativa e mortal vacina.

Se há nisso tudo um fato inegável é que o genocídio covídico (ou melhor, de sua "cura") destruiu a psique média do ser humano sobre o planeta e hoje a humanidade é presa fácil do sensacionalismo terrorista e cúmplice da grande mídia e cultura de massa.

Pode-se tratar a patologia mental de um indivíduo. Pode-se mesmo, no caso de clínicas, tratar grupos deles e com relativo sucesso.

Como, porém, tratar tal sequela sintomatizada a um nível de bilhões de pacientes, piorados em sua doença pela mais poderosa e alienante droga - a grande mídia - já inventada?

Que os ainda lúcidos se unam, se não pela salvação do juízo humano, que seja por sua própria integridade física e mental.

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

MUGINDO PARA NINGUÉM - OU "O DETERMINISMO BOVINO BEHAVIORISTA"

O PT é como Átila, o Huno: por onde passa, nem a grama nasce. Por isso hoje as vacas comem árvores.

A vida é um constante aprendizado e eu, nestes dias de John Wayne compulsório, percebi que o gado segue - tal qual nós, humanos - uma rotina própria, instintiva, em busca de segurança e conforto.

No momento em que escrevo estas linhas, não se completou meia hora em que eu estava ainda no pasto vazio, à esmo, falando sozinho como de hábito, a resmungar sobre meus erros e minha remissão improvável, diante de um melancólico sol poente e meu baio, entediado e farto de minhas lamúrias.

O gado já havia sido recolhido e muito me estranhou ver uma solitária vaquinha pastando longe, muito longe mesmo, destacada e esquecida pela boiada amiga. Pastava ao lado de uma cacimba no vale, farejava os ares e mugia, como em um chamado aos que já haviam se recolhido.

Naturalmente galopei até ela e a toquei em direção ao curral, mas "tocar" é força de expressão: apenas apontei seu focinho na direção certa e a vaca, diante da visão familiar, seguiu o resto do caminho sozinha e feliz.

Estava eu já abrindo a porteira para a “colega” entrar quando um mugido aflito, vindo de longe, me chamou atenção: ora essa, então ainda havia uma outra vaca solitária, esquecida, e que se apressava para chegar ao curral antes que eu o fechasse?

Recolhidas e em segurança, tratei de dar uma última ronda no pasto em busca de mais alguma “esquecida” que eventualmente pastasse ainda por lá. Enquanto meu pobre baio seguia em marcha andadeira, pensava eu no paralelo existente entre a situação da “Mococa” – assim batizei a vaquinha – e a minha própria.

Não me fixei no fato de a Mococa ter ficado para trás por interesse próprio – pastar em algum local preferido – ou simplesmente não ter se dado conta do horário pontual em que o instinto bovino as recolhe, inexoravelmente, ao curral. O fato é que ela estava sozinha e não gostara disso.

Sim, também eu estou sozinho e não gosto disso – agravado pelo fato incontornável de tal solidão ser resultante de minhas próprias ações, omissões e escolhas.

Neste momento o conceito do determinismo behaviorista não me pareceu tão mal como sempre o julgara: tivesse eu um mínimo de prudência e humildade e não teria, talvez, perdido a mulher que amo, o lar hoje inexistente, a família longínqua, minhas raízes, referências e origens. Teria sido mais paciente, compassivo e jamais emprestaria a tal comportamento a pecha de “bovino”, que ironicamente sempre dei.

Não aceitei que, em determinados momentos, a vida é o que é. Orgulhoso e arrogante, armei-me de meu poderoso livre arbítrio e proclamei-me senhor de meu destino – o mesmo, hoje, vergonhosamente conhecido pelos que me seguem nestas mal-traçadas.

São cinco e meia da tarde, a hora em que minha mãe fazia pontualmente o café – na pesada e mortífera cafeteira Bender – e me mandava na padaria, chamada “Casa Dois Marujos”, comprar três bisnagas, dois cigarros Chanceller e dois sacos de leite. Anos depois, neste mesmo horário, estava eu de volta da padaria do condomínio onde morava, sobraçando um saco de pãezinhos, cigarros e duas paçoquinhas para minha amada mulher, que me esperava em casa.

Me dei conta disso tudo e apontei Baião – meu cavalo – de volta para casa, numa busca instintiva do que não mais tenho.

Sim, eu tenho casa. Mas não tenho lar.

Conheço gente, mas não tenho família. Faço meu lanche, mas sem companhia. Conto como foi meu dia às paredes, sempre indiferentes. E não tenho a cumplicidade amiga de referências, raízes, história, quinze anos de casamento e, sequer, meu filho reclamando de qualquer coisa.

Percebi que não há o mal completo nem o bem absoluto – e, pior para meu orgulho – mesmo todo meu portentoso livre arbítrio não passa de opções já determinadas por Deus Pai, Todo Poderoso.

Certamente terei de rever o que andei garatujando sobre o tema, assunto do novo livro que ora escrevo. Ao fim e ao cabo, nada é relativo, pois tudo provém do Pai.

Humildade é prudência.


quinta-feira, 3 de agosto de 2023

SUPREMO PÁRA-CHOQUES FEDERAL

 


Tendo como pano de fundo a liberação das drogas, os ativistas da mais baixa Corte de Injustiça do país novamente assumiram seu papel de pára-choques entre o povo e os narco-interesses deste narco-governo, que ora exerce sobre nós a atual narco-ditadura.

Que o STF impôs, de fato, uma ditadura é inegável mas devemos sempre ter em mente a dinâmica da coisa: não existem sócios em uma tirania, ela é exercida sob mando único ou terá vida curta e trágica. Deste modo, evidencia-se o “trabalho sujo” o qual os togados se submeteram a fazer – Deus sabe a custa de quê ou de quanto – para exterminar do horizonte todo e qualquer foco de dissidência ou oposição ao narco-governo vigente.

Esta tática já havia sido aconselhada pelo filósofo Olavo de Carvalho anos atrás, após Bolsonaro sair-se vitorioso nas eleições de 2018: “O que Bolsonaro tem de fazer é eliminar todos os seus adversários logo no primeiro ano de governo, ou não o deixarão governar”, disse o velho da Virgínia. Notem, porém, que Olavo disse “tem de fazer” e não “pode fazer”. Uma obviedade, pois o STF sempre exerceu postura opositora e de combate contra o Capitão. Assim, qualquer ato de JB, por comezinho que fosse, era considerado ilegal e inconstitucional, enquanto hoje – sob a narco-ditadura vigente – quaisquer barbaridades assinadas pelos nove dedos presidenciais será avalizada e endossada como “dentro das normas legais”, tornando impossível quaisquer atos legais contra os ditadores de plantão.

Ainda seguindo a velha tática das ditaduras populistas, o narco-governo vigente está claramente gastando seu primeiro ano no poder tentando impor, de todas as maneiras, a maior quantidade possível de medidas impopulares de uma vez só, pois o manual do ditador ensina que “as maldades devem ser feitas logo e de uma só vez, para que se gaste o resto do governo oferecendo paliativos populistas que rendam o apreço do povo”. Assim, de cara, temos a liberação das drogas e do aborto, o esbanjamento de gastos governamentais, os acordos com ditaduras amigas, a fundação de um novo país – a UNASUL ou URSAL, como queiram – os braços e pernas militares plenamente abertos a russos e chineses e mais uma miríade de pontos que tornariam esta narrativa por demais exaustiva, por isso as encerro.

No roteiro narco-ditatorial, estão previstos os seguintes pontos: implantação de fato da ditadura e eliminação (física, se necessário) de opositores, fundação da nova república socialista da América do Sul – financiada pelo BNDES, é claro – controle da mídia e da internet e, uma vez tudo consolidado, a “benevolente” distribuição de “bolsas-família”, “vale-gás”, “auxílio-gonorréia”, “crédito ao estuprador de baixa renda” ou qualquer demência que suborne uma legião de brasileiros hipnotizados pela grande mídia e borrados de medo do STF.

Parece que o brasileiro encontra-se em verdadeira e definitiva sinuca de bico, mas recordo que anos atrás – Bolsonaro ainda presidente e levando milhões de brasileiros às ruas – eu já dizia que, dentro da lei, nada conseguiríamos. Cheguei mesmo a usar analogias bíblicas, citando que “Moisés não teria libertado os judeus do Egito se obedecesse as leis de Faraó” – leia-se as malditas “quatro linhas da Constituição”. Ora, é loucura jogar contra um adversário cuja bola é dele, o campo é em sua casa e as regras foram criadas por ele!

Resta ao brasileiro de bem uma única saída: considerar-se, a partir de agora, um “outlaw”, um fora-da-lei, um subversivo que dedicará seus dias e noites a congestionar as redes sociais – enquanto ainda as temos – entupindo as páginas e perfis de congressistas e organizações internacionais denunciando EM INGLÊS tudo o que se passa aqui. A reação dos eleitores e populares dos mais diversos rincões do mundo pressionará tais elementos estrangeiros e criará uma incontornável crise internacional, um constrangimento que afetará em cheio o trânsito da atual narco-ditadura no mundo dos negócios transnacionais.

Ao mesmo tempo, urge convocarmos, todos, que os brasileiros VOLTEM ÀS RUAS – de maneira pacífica e ordeira, mas sem medo ou estaremos assinando nossa sentença de escravidão perpétua. A nossa, de nossos filhos, netos, pais, avós, amigos e amores.

Poderá você viver com este fardo para o resto da vida?

A persistir essa forma de governo, o gangsterismo e a máfia tomarão conta do Brasil até que uma guerra, acionando forças exógenas, nos liberte”
Gen. Olympio Mourão Filho, 1964.

PS - DESENHANDO PARA ENTENDEREM:

O STF aceitou fazer o papel de "vilão", impondo medidas impopulares e duras. Mas o que se espera de um governo "forte"? Dureza! E é a lei (dura lex, sed lex).
Já para o ditador de plantão - Lula ou Alkimin, se o cozido desandar - estarão reservadas as "benevolências" e a "gratidão e amor" do povo, felicíssimo com suas "bolsa-qualquer-coisa" e apoiando a ditadura pelo resto da vida.
Todos são cúmplices, e só se derruba o narco-poder que assaltou o Estado através de forças internacionais.

Walter Biancardine

segunda-feira, 31 de julho de 2023

ENCAIXANDO AS PEÇAS

 


Azucrinado por me julgar incompreendido por aqueles que leem meus artigos, livros ou acompanham as análises do YouTube, resolvi racionar aparições e comentários não apenas por frustrações pessoais mas, principalmente, por chegar ao ponto de eu mesmo provocar brigas e desentendimentos entre os poucos que ainda prestam atenção em mim.

Uma longa semana de abstenção se passou e ontem, domingo, seria o dia de fazer a live da semana mas – não ouso apontar quem o provocou – meu computador pifou poucas horas antes.

Demorada jornada de reparos se seguiu e nesse meio tempo deu a hora da Ave Maria. Como de costume, acendi uma vela e rezei, ainda que desconcentrado e ansioso para resolver o problema de meu instrumento de trabalho. As horas passaram, nada de solucionar o defeito mas uma coisa curiosa aconteceu: sei, por experiência, que a vela acendida às 18h dura em média três horas e já eram quase onze da noite e a mesma, já derretida, espalhara sua chama pelos pavios de velas anteriores que eu acendera – o fogo persistia, me chamando ou, na realidade, me puxando pelas orelhas para meditar.

Era Deus Pai, Todo Poderoso, esfregando em minha cara as verdades que o orgulho, a infantilidade e a preguiça me impediam de ver.

Não vou narrar o longo caminho que percorri até entender a mensagem – na verdade, uma determinação generosa – que agora exponho: os que me acompanham sabem dos problemas que enfrento e, portanto, é desnecessário repeti-los aqui. Entretanto, na verdade, não são problemas e sim uma oportunidade que o Pai me oferece.

Em meio a uma barafunda de pecados insistentemente cometidos ao longo de uma vida inteira – salpicados por declarações pomposas de desejos de solidão rural – compreendi que nada mais tenho a buscar nessa vida, a missão que me foi dada está (porcamente) cumprida e tudo o que se sucede hoje é, na verdade, uma generosa mão estendida por Deus para que eu tenha ainda alguma chance de redimir minha alma e, se tudo der certo, tentar merecer ao menos a oportunidade do purgatório.

Sim, pois sem essa chance o meu destino post mortem seria o inferno, puro e simples. Direto, sem escalas.

Tudo se encaixa: o lugar aqui é lindo – eu poderia cumprir esta sentença sob uma marquise ou em uma favela – mas é árido, duro, exige força; e mesmo a solidão que tanto me queixo é providencial, pois impede que minhas ações, decisões ou falas prejudiquem mais gente além das que já infelicitei.

E não há como não reparar no sutil senso de humor de Deus Pai, que me sentencia cumprir pena (melhor dizendo, buscar minha chance) em um tipo de lugar que tanto quis! Um misto de ironia e generosidade!

Faltavam exatos sete minutos para a meia noite quando o último resto de pavio, entre os restantes afogados na cera de orações anteriores, se apagou. E compreendi a verdade.

Deus é justo, está sempre presente, não nos abandona e mesmo aquilo que julgamos um mal é, na verdade, carinhosa advertência que Ele nos dá – e, no meu caso, a mão de um pai ajudando a salvar minha alma com a chance do purgatório.

Nada mais tenho a reclamar, tudo está compreendido, devo apenas agradecer.

E cumprir o tempo que me resta.


Walter Biancardine

sábado, 22 de julho de 2023

PONTO DE NÃO-RETORNO

 


A civilização ocidental atravessa hoje uma situação de fácil diagnóstico mas, por terrível que tal realidade seja e pior a solução, todos se encolhem em infantil processo psicológico de negação do problema.

Basta abrir qualquer jornal ou assistir noticiários para constatar que existem, de fato, forças globalistas dispostas a destruir o modus vivendi judaico-cristão e seus valores, princípios, dogmas, crenças e dois mil anos de uma sociedade estabelecida, dominante, funcional e – até pouco tempo atrás – vitoriosa. Disputam a primazia de tal holocausto os próprios globalistas ocidentais (grupo de Bildenberg, Escola de Frankfurt) e seus congêneres ao redor do globo, tais como o Eurasianismo russo da dupla Alexander Dugin/Vladmir Putin – estreitamente conjugado ao imperialismo Chinês, momentaneamente – e, correndo por fora, o Islamismo teocrático via terrorismo e movimentos migratórios pela Europa.

À soldo de tais grupos temos mocinhas de cabelo azul e suvaco cabeludo bem como verdadeira pandemia de homossexualismo fake – apenas obedecem ditames superiores – se unindo a discursos de pânico climático, novas doenças mundiais, abandono da alimentação tradicional em favor de absurdos como a ingestão de insetos, redução brutal da população mundial – abertamente pregada por delinquentes como Bill Gates – e o sutil controle mental via redes sociais; coisas assim são sempre generosamente cobertas pela grande e consorciada mídia mundial e, estrategicamente, endossadas por “estudos científicos” de acadêmicos renegados, que abandonaram a ciência em favor de um curandeirismo teatral da pajelança iluminista.

Tais tipos jamais foram maioria, mas gozam o privilégio de ter voz mundial através da mídia, das artes e das estruturas culturais. Deste modo, aos olhos do assustado cidadão comum, ganham ares de “consenso”, de visionários apontando o “caminho natural da evolução humana” e, de quebra, a salvação de nosso combalido planeta.

O objetivo é antigo e único: a instauração de um governo global, o fim dos países como entidades soberanas, a divisão do planeta em blocos de produção, beneficiamento e consumo e o estabelecimento de apenas duas classes sociais permitidas, constituídas por pirâmide de enorme e paupérrima base produtora/operária e seu olimpo, o rarefeito topo constituído de iluminada elite dirigente, abrigada e segura em alguma ilha de prosperidade e fartura, regendo nossos destinos – “você não terá nada e será feliz!”

Tudo isso, hoje, é feito e anunciado às escâncaras, não é segredo para ninguém e, justamente por isso – pela enormidade e monstruosidade do projeto e de sua saúde financeira – apressada e nervosamente negada por nós (este “nós” vale para todo o planeta), tachando tais ideias de “teorias da conspiração” e aceitando usar, tal qual os judeus de Varsóvia sob Hitler, a estrela amarela de nossa covardia e conveniente ignorância.

Sejamos objetivos: chegamos a um ponto de não-retorno por vias pacíficas, acordos, diplomacias ou negociações e a saída é uma só – como seja, a mais indesejada, destrutiva, caótica e mortal de todas, a guerra mundial. Hoje, apenas um país conta com poderio bélico e financeiro para fazer frente a fúria destrutiva Sino-Eurasiana-Muçulmana, e este país é os Estados Unidos da América. Não é à toa que o verdadeiro foco de infiltrados sabotadores chamado Partido Democrata norte americano apelou, desavergonhadamente, para as vexaminosas fraudes que tiraram Donald Trump do poder – este sim, único e solitário homem disposto a fazer algo mas, desde já o sabemos, “algo” este impossível de ser obtido por vias democráticas, já que a democracia hoje é fantoche da grande mídia cúmplice e globalista.

O que fazer? Ora, para crises extremas, soluções extremas.

Somente a pressão popular, dos povos de todos os países do mundo, darão respaldo para que líderes conscientes abandonem emergencialmente os preceitos democráticos e tomem as atitudes necessárias e aprovadas por esta mesma sociedade – origem de todo o poder, leis e instituições. E as consequências são previsíveis e – se quisermos a cura – inevitáveis: medonha, catastrófica e duradoura guerra mundial se abaterá sobre a humanidade, não há outra saída ou meio termo.

Mas serão as trevas que precederão um novo amanhecer, um sol que iluminará uma nova humanidade mais sábia, que entenderá jamais – sob nenhuma forma ou excusas – dar voz ou, sequer, direito de existência, a mentalidades demoníacas sempre paridas por um Karl Marx, uma Revolução Francesa ou demais monstros do gênero, saídos das profundezas mais abissais e trevosas da alma humana.

A dor será enorme. As perdas, irreparáveis. Mas sobreviveremos.


Walter Biancardine

domingo, 2 de julho de 2023

POR QUEM OS SINOS DOBRAM

 


Na famosa novela de Ernest Hemingway um homem chamado Roberto, dinamitador inglês, chega ao esconderijo de guerrilheiros a favor da república espanhola e conhece Maria, uma bela mulher que havia sido salva pelo grupo.

Não houve romance, a não ser em suas almas e na linguagem muda dos sentimentos. Eram tempos de uma sangrenta guerra civil, cotidiano de medo, caos e Guernica. A atração foi imediata, a morte os espreitava e, sem maiores conversas ou galanteios, se uniram em amor pois o amanhã era improvável.

O tema enfoca o quanto o sangue alheio nos importa, e a pressa do amor diante da morte - morte essa, por vezes, de quem sequer conhecemos: "Nenhum homem é uma ilha, inteiramente isolado, todo homem é um pedaço de um continente, uma parte de um todo. Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; assim, a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti"disse John Donne.

A velhice leva o homem á guerra civil de sua existência; a luta cotidiana contra o fim de seus dias, a ceifadeira sempre à espreita – hoje, amanhã, depois. Quem sabe? E sob o impiedoso ataque dos dias, meses ou anos, os que ousaram resistir ao tempo aprenderam que já não mais restam tantos entardeceres para o romance e, tal qual Roberto e Maria, devem expressar seu amor urgente através de olhares, gestos e mesmo tons de voz.

Para mulheres mais jovens, impossível crer que tal secura tenha nascido sob manto tão pesado; para as mais velhas, o medo – de tudo, todos e da pouca vida que resta – as impede, em forma de recato.

Assim, os velhos percebem-se isolados e dão falta de pedaços do coração que oceanos tempestuosos da vida levaram. Muitos percebem, buscam juventude no fundo de um copo ou conversas desaforadas e mentirosas com amigos.

Mas pouquíssimos – homens ou mulheres – consideram que nenhum sentimento é uma ilha. Todo amor é parte de um coração, de uma história, e se tal fervor for levado pelos dias negros da vida, o homem diminui-se: menor e apartado como náufrago em ilha deserta, cercado apenas de lembranças por todos os lados. Assim, o fim de cada amor mais o tempo impiedoso, que insiste em passar, esses, tanto nos diminuem por também termos sentimentos, coração e história.

Por isso não perguntes por quem os velhos choram. Eles choram por ti.


Walter Biancardine

sábado, 1 de julho de 2023

A FALÊNCIA MENTAL BRASILEIRA


Sigo algumas páginas no Facebook por puro prazer - nada a ver com política ou filosofia - mas, ao ler comentários nas postagens das mesmas, desespera-me o grau quase selvagem de ignorância e falta completa de discernimento, aliado a pieguismos "woke" implementados pela grande mídia nas sequeladas cabeças de tais pobres infelizes.

Existem estudos, reais e disponíveis, onde apontam que o QI médio do brasileiro sofreu uma redução brutal, e hoje gira próximo á condição limítrofe dos 80 pontos - resultado indiscutível de um sistema de ensino criminoso, que aleijou mentalmente mais de cinco gerações, desde que a esquerda apossou-se do processo educacional no Brasil e elegeu o biltre Paulo Freire - cujas teorias não são aplicadas em nenhum outro país do mundo - como seu "patrono".

Em situações graves como a que vivemos hoje, empurrados rumo á uma ditadura sanguinária e escravocrata, tais sequelas tornam-se evidentes através das reações infantis e escapistas daqueles que buscamos atrair para quaisquer tentativas de impedir - ou ao menos dificultar - as intenções sinistras do narco-sistema político que ora nos domina.

Percebe-se, como único e derivativo prazer destas pessoas, o reclamar e queixar-se - comportamentos pretensamente militantes mas, na realidade, imaturos e birrentos aos quais se agarram, na eterna espera que algum "papai" ou "herói" ponha ordem na brincadeira e coloque de castigo os "meninos maus que estragaram tudo".

Temo por nosso futuro, pois escolaridade, hoje, é sinônimo de infantilidade, apatia e covardia.

Dias trevosos nos aguardam.

Walter Biancardine

sexta-feira, 30 de junho de 2023

THE GREAT PRETENDER

 

Oh yes, I’m the great pretender!

Tal como na musica lançada pelo grupo The Platters e imortalizada na voz de Freddie Mercury, sou um grande mentiroso.

Tenho vivido os últimos e dolorosos anos tentando acordar as pessoas que me seguem no YouTube, aqueles que leem meus artigos ou mesmo meus livros, transmitindo a necessidade de reagirmos e não esperarmos por novos heróis – terceirizando nossas responsabilidades de verdadeiros protagonistas na defesa de nossos valores, princípios e ideais.

O povo é fonte e origem de todas as leis e única justificativa para a existência das instituições e todo o pesado aparato estatal, que absurdamente agora nos oprime. Assim, não apenas podemos como devemos agir, ir às ruas, protestar, fazer valer nossa voz de patrões tão relegada a posições indigentes na conjuntura política que vivemos.

Para isso tento passar a imagem de uma pessoa confiante, indignada, segura de que só nós – e apenas nós – temos a chance de provocar um constrangimento internacional que ponha contra a parede a ditadura que está em vias de fechar o cerco sobre todos os brasileiros.

Grito, demonstro a lógica em meus argumentos, xingo, mostro o feio futuro de escravidão sobre o povo e a triste herança da vergonha absolutista que deixaremos para nossos filhos e netos. Tento permanecer impávido ante comentários, nas lives, de que “de nada adianta”, “seremos espancados e reprimidos”, “não tem mais jeito”. Condeno tal frouxidão covarde, sem me importar se perderei seguidores, pois meu objetivo não é a fama e sim um Brasil melhor.

Tamanha é a covardia que impera que sequer postar suas indignações em redes sociais as pessoas se atrevem, limitam-se à queixumes infantis, birras de crianças, ou esbanjam sua ira apenas no grupo do Telegram, uns com os outros – mas totalmente inertes em todos os outros sentidos. Mas permaneço confiante, indignado, demonstro minha raiva e tento impelir todos à ação. E o quê consigo? Nada, apenas mais queixas de nenéns que choram pelo brinquedo quebrado.

Neste meio tempo perdi um casamento de 15 anos, perdi minha casa – fui obrigado a viver de favor em uma casa na roça, emprestada de um amigo. Perdi emprego, meu canal no YouTube foi, definitivamente, desmonetizado; escrevi livros e os mesmos não vendem por falta de interesse daqueles aos quais anuncio, tive contas extintas em todas – todas – as redes sociais, estou desempregado, não vejo meu filho e vivo de Auxílio Brasil, agora chamado novamente de Bolsa Família.

Sim, eu também tenho meus problemas assim como certamente os terão todos os que me assistem ou leem. Mas, ao menos, eu ainda luto. Ao menos tento indignar e provocar quem me assiste. Gasto minhas madrugadas escrevendo coisas como esta na esperança de extrair ao menos algumas gotas de testosterona na quase defunta virilidade do povo brasileiro – agora passivo ao paroxismo, estimulado pelo medo conveniente.

Meu mundo, minhas raízes, minhas referências de vida, minha dignidade, minha história – tudo isso desabou, tudo isso implodiu – mas amanhã estarei de volta, ostentando a mesma indignação, a mesma disposição de dar a vida pelo único país que tenho, custe o que custar.

Sim, sou um grande mentiroso.

Yes, I’m a great pretender.



Walter Biancardine