Muito se discute sobre os
desaforos constitucionais e a audácia infinita de um dos personagens
mais sinistros da atual República Ditatorial do Brasil, com tempo
precioso sendo utilizado em especulações sobre possibilidades de
retaliações, punições ou outros itens da extensa prateleira de
vinganças pessoais disponíveis no mercado.
Aparentemente o foco é castigar
o líder do Soviet Judiciário Supremo, com poucas – ou melhor,
inexistentes – preocupações sobre o que está por trás de
tamanho atrevimento desta cínica e negra toga, verdadeiro símbolo
de um impensável – para os incautos – totalitarismo verde e
amarelo. E, dada a cegueira juvenil que grassa entre analistas
políticos das redes sociais e mesmo em alguns poucos e corajosos
jornais, creio ser conveniente considerar algumas hipóteses que
exporei abaixo, para que todo o sofrimento atual não se resuma a um
simplório desejo de vingança o qual, uma vez satisfeito, concederá
ao vigente e perverso sistema, a permissão de manter-se no poder.
Audace, audace...toujour
l'audace...
Antes
de mais nada não podemos esquecer que um projeto de poder dirige o
Brasil. A esquerda jamais elaborou ou mesmo preocupou-se,
verdadeiramente, com qualquer coisa que lembre um projeto de governo.
O que a motiva não é o "governar", e sim "o poder"
puro e simples.
Por
mais que malabarismos filosóficos e ideológicos se esforçem em
divorciar o socialismo, a centro-esquerda ou o progressismo do
carnívoro comunismo marxista, todas as vertentes tem em comum os
genes da revolução e do exercício arbitrário do poder. Ainda que
existam bibliotecas colossais de obras redigidas com o fim de impor a
crença em tal divórcio - como fossem ideologias diferentes - a
simples constatação sobre sua origem em comum e de assumirem
classificações como "ideologias" já serão suficientes
para que os mais avisados enxerguem o verdadeiro valhacouto de
sociopatas, que são tais pensamentos¹.
"Ganhar
eleições é uma coisa, ter o poder é outra", disse
recentemente um dos membros da Junta Ditatorial, que hoje nos
governa.
Tal
poder não foi obtido nas urnas, por mais obedientes que as mesmas
sejam. O mesmo é oriundo de uma longa preparação, de anos
intermináveis de aparelhamento ideológico estatal, institucional,
religioso e do sistema de ensino, sempre amparados pela então única
voz da verdade, a grande mídia: "se deu no jornal, então
realmente aconteceu" - este foi o pensamento dominante do povo
de qualquer país até o advento da internet, que extinguiu tal
monopólio.
Ainda
assim, temos diante de nós o assustador - e sempre ignorado - quadro
de um sistema de opressão verdadeiramente escravocrata, composto por
personagens terríveis e poderosos, alguns deles enumerados abaixo:
1
- Sistema de ensino;
2
- ONG's;
3
- Movimentos sociais;
4
- Instituições (governamentais, igrejas, etc.);
5
- Crime organizado internacional;
6
- Metacapitalistas (George Soros, Klaus Schwab, Bill Gates, etc.);
7
- Grande mídia, indústria cultural e do entretenimento;
8
- Obediência a "blocos de poder" (Globalismo,
Eurasianismo, Califado Mundial Muçulmano).
Discorrer
sobre o aparelhamento do sistema de ensino, das instituições, ou
mesmo a respeito das interferências da grande mídia e dos
metacapitalistas em nossa realidade nacional seria chover no molhado,
já que muita gente boa já denuncia tais ações e personagens - sem
jamais, entretanto, ligá-los diretamente à um sistema de poder,
composto aqui no Brasil por partidos políticos, traficantes de
drogas e um descapilarizado e atrevido cidadão togado, que ora ocupa
o centro de nossas atenções. E isso é preocupante, sempre me
fazendo questionar as razões de não unirem os pontos. Medo?
Prudência? Ou simplória ignorância?
Posso,
entretanto, comentar sobre outros atores - sempre esquecidos ou
subestimados - do horroroso cozido citado, e cito aquilo que a
blandícia jornalística costuma chamar - apoiada por políticos - de
"sociedade civil organizada": as ONG's e os movimentos
sociais, colocando-os juntos por serem, ao fim e ao cabo,
apenas seis e meia dúzia - ou seja, a mesma coisa.
Ligando os pontos
Ambos
adotaram com sucesso o princípio criado por Karl Marx e sua
fantástica droga sintética chamada Ditadura do Proletariado: a
tese é levar os proletários, o povo, ao poder. Entretanto,
evidentemente seria uma temeridade convocar toda uma população para
decidir sobre os mais comezinhos atos administrativos e, por isso,
seriam instituídos os "Comissários", que representariam
toda essa choldra de gente chamada "povo", e decidiria por
eles - até aí, nada diferente de uma Câmara de Deputados, com
exceção do fato de que os mesmos seriam escolhidos pelo "chefe
dos Comissários" - sim, pois haveria de ter alguém que
coordenasse tudo! - e que tanto o chefe quanto seus subordinados
jamais seriam substituídos, afinal, eles eram "o povo no
poder"!
A
"sociedade civil organizada", seja em ONG's ou em
movimentos sociais, funciona exatamente da mesma maneira: exibe-se
uma cenoura diante do burro (oferece-se uma proposta ou ideia
tentadora, que represente vantagens financeiras ou atenda a
idiossincrasias pessoais) e recruta-se, deste modo, milhares de
pessoas - agora finalmente chamadas de "povo" - para,
através de seus altos níveis de adesão, conferirem à proposta um
peso numérico, uma "expressão da vontade popular" agora
já recheada de peso político, peso este representado unicamente
pela quantidade - nunca qualidade - de pessoas apoiadoras.
E
então caímos no mesmo problema dos marxistas primatas - perdoem,
primitivos - sobre quem, afinal, coordenará tudo isso.
Ao
fim de todo o engôdo, entidades representantes da "sociedade
civil organizada" acabam por ser pura e simples massa numérica
de manobra, nas mãos de um indivíduo ou pequeno grupo, que as
utiliza para a obtenção de seus propósitos pessoais ou
corporativos sob a capa de "vontade do povo" e que, tal
qual os antigos comissários, jamais sairão de seus postos de
comando.
Tal
e qual são as ONG's, com pequeno e perigoso diferencial substanciado
pela possibilidade de apoio financeiro de governos, grupos privados e
a concessão - obtida destes mesmos governos financiadores - de
atuação monopolística e verdadeiramente feudal sobre áreas cada
vez maiores e mais importantes do território nacional.
Ora,
tanto o governo quanto os grupos econômicos (mal distinguem-se uns
dos outros, em nosso capitalismo verdadeiramente fascista²) são a
última instância diretiva de tais organismos, e os utilizam para a
consecução de seus objetivos - a instituição ou consolidação de
um sistema ditatorial de poder, por exemplo. A grande mídia, por
fim, encarrega-se de transformar tal teatro de marionetes em "apoio
popular" às mais abstrusas formas e métodos de governo, sempre
escoradas em "pesquisas de opinião pública" ou na
cobertura descaradamente favorável a eventos, "protestos"
ou manifestações de tais grupos. E se você não consegue enxergar
pontos de contato com sua realidade cotidiana, lembre-se da
"associação de bairro" de onde você mora (e seus apoios
ou repúdios velados a determinados entes políticos) ou das ONG's
sempre assíduas em frequentar matérias do Jornal Nacional (por
vezes até com o cantor Sting visitando indígenas em uma área onde
brasileiros não tem permissão de acesso e que, por coincidência,
são riquíssimas em minérios ou biodiversidade) e descaradamente
louvadas por emissoras de TV, políticos esquerdistas e até levando
índios para protagonizarem danças rituais com nosso conhecido Ovo
Togado.
Seria
demais especular se alguns indígenas (humanos, demasiadamente
humanos, diria Nietzsche), de algum modo favorecidos, impusessem uma
contrapartida na dificuldade de atuação da Polícia Federal em suas
reservas? Afinal, nem só de aviões vive o tráfico de drogas e o
mesmo - basta ver no site do Foro de São Paulo - é figura atuante e
poderosa na geopolítica da América Latina.
Descendo
um pouco o nível, não apenas na geopolítica da América do Sul,
mas igualmente em nossos desejos eleitorais verde-amarelos - afinal,
não só financiam partidos políticos brasileiros como - verdadeiro
troféu - podem exibir conhecido careca como um de seus (ex?)
advogados, e estou falando do PCC.
Nosso buraco é mais embaixo
Parece
que agora sim, temos finalmente um ponto de contato entre tanto
palavrório intelectualóide e nossas desgraças cotidianas, e se o
leitor viu sentido nisso tudo, será forçado a admitir que as
verdadeiras forças por detrás da tirania suprema que nos aflige é
o tráfico de drogas, o Foro de São Paulo, e tudo isso secundado e
comandado - acirrada disputa - por globalistas e eurasianistas, ampla
parceria que vai de Vladmir Vladmirovicht Putin até George Soros e
Bill Gates, dando antes uma passadinha na mansão de Pablo Escobar e
do Cartel de Los Soles.
Pergunta
pornográfica: e onde entra o Ovo, nisso tudo?
É
pública e notória a clamorosa perda de poder da esquerda no Brasil,
iniciada por Olavo de Carvalho e endossada por Jair Bolsonaro - não
há como contestar ou combater, dentro dos limites da razão. E isso
desagradou (leia-se "deu um baita prejuízo, perderam bilhões
de dólares") aos grupos que sempre ocuparam o poder em nosso
país. Tais grupos lá estão desde a instauração desta infeliz
República e não seriam quatro míseros anos de Bolsonaro - ainda
que fortemente amparados por, ao menos, dez anos de um Olavo de
Carvalho furioso, tentando abrir os olhos tupiniquins - que os
removeriam de lá.
Estes
grupos e seus sócios internacionais não podiam mais contar com um
ex-presidiário, alcoólatra em fase terminal, cuja única arma era o
apoio popular - ainda que metade do mesmo fosse fabricado pela mídia.
Era preciso achar alguém que, diante da impossibilidade racional de
vencer por argumentos, impusesse pela força e brutalidade os meios
necessários para mantê-los no poder - e o senhor Michel Temer
criara, em seu castelo na Transilvânia, o monstro necessário para
tal tarefa, colocando-o no Supremo Tribunal Federal - local preparado
adrede por pífia, confusa e marxista Constituição Federal, parida
por cripto-comunistas contumazes como Ulisses Guimarães e Tancredo
Neves, que impunha o parlamentarismo (soviete) em presidencialismo,
sem sequer corar com isso.
Mais
que corajoso, o Ovo é louco. Verdadeiro sociopata com delírios de
grandeza, ostenta como pior de seus defeitos a pretensão absurda -
gerada pela sempiterna bajulação do poder - de chegar à
Presidência da República, mas nunca pelos meios tradicionais. Não,
o Ovo é louco, quer o poder absoluto e metade de sua audácia
temerária é o caminho que traçou para chegar ao trono via "estado
de exceção", e lá permanecer ad
nauseam.
De
fato, temos um caminho já traçado para nos preocupar: ele controla
o STF, controla o TSE e suas urnas mágicas, controla os meios de
comunicação (agora o Judiciário premia a TV Globo com um troféu,
pelo seu engôdo do 8 de setembro) e controla - via processos
engavetados - políticos que vão de deputados até o Presidente da
República, sem esquecer os presidentes do Senado e da Câmara.
Mas,
como eu disse anteriormente, o Ovo é louco e passou dos limites.
O
fato de ter um Bill Gates, um Mark Zuckerberg e seu Facebook,
WhatsApp ou mesmo YouTube como parceiros de ditadura mexeu com seu
frágil equilíbrio emocional, e passou a entender os mesmos como
"submissos à sua autoridade". Daí a fazer tábula rasa e
considerar Elon Musk como apenas um "rebelde birrento, merecedor
de uns corretivos", foi um pulo.
Ainda
é cedo para dizer se este pulo quebrará as pernas do Ovo e se o
mesmo será defenestrado do STF, mas é importante lembrar antes do
inevitável carnaval, subsequente à queda do descapilarizado, que
ele é (ou foi?) apenas um mero instrumento - enlouquecido pela
soberba e planos pessoais, é verdade - de um sistema infinitamente
maior e sua queda, nem de longe, significará o fim desse sistema.
Existem outros para ocupar seu lugar, alguns com apetite evidente -
tal como Flávio Dino - e se o impeachment vier a acontecer, o máximo
que veremos é uma guerra interna de quadrilhas: o calvo PCC sendo
obrigado a dar a vez a um CV cada vez mais obeso.
Putin,
Kin Jon Yun, George Soros, Bill Gates, Zuckerberg, Ford Foundation ou
mesmo a Escola de Frankfurt se resumirão a assinar o cheque do FGTS
do careca e vida que segue. Tudo como dantes, no quartel de um
Abrantes positivista, carreirista e venal, cuja única função é
pintar meio-fios.
O
Brasil tem tudo o que o mundo inteiro precisa, desesperadamente.
Existe todo um sistema poderosíssimo, enorme e podre, que precisa
ser derrubado - e dificilmente faremos isso dentro das quatro
malditas linhas da maldita Constituição.
Pense
nisso, antes de comemorar o Ovo caído.
Walter
Biancardine
(1) - Toda e qualquer ideologia apenas reflete os desejos e opiniões de uma pessoa ou grupo, sobre não apenas a forma de governo vigente como, inclusive, seus padrões morais e valores. Ora, aqueles que não se adaptam ao meio social vigente são catalogados pela medicina como sociopatas. Esta é a grande diferença do conservadorismo, pois não é nem nunca foi ideologia: é apenas o resultado de milênios de convivencia do homem, em sociedade. O que é bom, preserva-se. O que é ruim, modifica-se.
(2) - O capitalismo fascista é, infelizmente, o adotado no Brasil desde o advento da "redemocratização". Consiste no conluio entre governo e grandes grupos - até com troca de funcionários entre eles - e o recebimento de benesses e privilégios, em troca de financiamento de campanhas e etc, inclusive vedando o crescimento de novas empresas via impostos, excessos trabalhistas e outras armadilhas legais. Hitler o criou na Alemanha, mas é amplamente adotado em muitos países emergentes. Quem não se lembra, no Brasil, de Lula e seus "Campeões Nacionais"? (JBS, Friboi, Odebrecht e outros)