sexta-feira, 30 de junho de 2023

THE GREAT PRETENDER

 

Oh yes, I’m the great pretender!

Tal como na musica lançada pelo grupo The Platters e imortalizada na voz de Freddie Mercury, sou um grande mentiroso.

Tenho vivido os últimos e dolorosos anos tentando acordar as pessoas que me seguem no YouTube, aqueles que leem meus artigos ou mesmo meus livros, transmitindo a necessidade de reagirmos e não esperarmos por novos heróis – terceirizando nossas responsabilidades de verdadeiros protagonistas na defesa de nossos valores, princípios e ideais.

O povo é fonte e origem de todas as leis e única justificativa para a existência das instituições e todo o pesado aparato estatal, que absurdamente agora nos oprime. Assim, não apenas podemos como devemos agir, ir às ruas, protestar, fazer valer nossa voz de patrões tão relegada a posições indigentes na conjuntura política que vivemos.

Para isso tento passar a imagem de uma pessoa confiante, indignada, segura de que só nós – e apenas nós – temos a chance de provocar um constrangimento internacional que ponha contra a parede a ditadura que está em vias de fechar o cerco sobre todos os brasileiros.

Grito, demonstro a lógica em meus argumentos, xingo, mostro o feio futuro de escravidão sobre o povo e a triste herança da vergonha absolutista que deixaremos para nossos filhos e netos. Tento permanecer impávido ante comentários, nas lives, de que “de nada adianta”, “seremos espancados e reprimidos”, “não tem mais jeito”. Condeno tal frouxidão covarde, sem me importar se perderei seguidores, pois meu objetivo não é a fama e sim um Brasil melhor.

Tamanha é a covardia que impera que sequer postar suas indignações em redes sociais as pessoas se atrevem, limitam-se à queixumes infantis, birras de crianças, ou esbanjam sua ira apenas no grupo do Telegram, uns com os outros – mas totalmente inertes em todos os outros sentidos. Mas permaneço confiante, indignado, demonstro minha raiva e tento impelir todos à ação. E o quê consigo? Nada, apenas mais queixas de nenéns que choram pelo brinquedo quebrado.

Neste meio tempo perdi um casamento de 15 anos, perdi minha casa – fui obrigado a viver de favor em uma casa na roça, emprestada de um amigo. Perdi emprego, meu canal no YouTube foi, definitivamente, desmonetizado; escrevi livros e os mesmos não vendem por falta de interesse daqueles aos quais anuncio, tive contas extintas em todas – todas – as redes sociais, estou desempregado, não vejo meu filho e vivo de Auxílio Brasil, agora chamado novamente de Bolsa Família.

Sim, eu também tenho meus problemas assim como certamente os terão todos os que me assistem ou leem. Mas, ao menos, eu ainda luto. Ao menos tento indignar e provocar quem me assiste. Gasto minhas madrugadas escrevendo coisas como esta na esperança de extrair ao menos algumas gotas de testosterona na quase defunta virilidade do povo brasileiro – agora passivo ao paroxismo, estimulado pelo medo conveniente.

Meu mundo, minhas raízes, minhas referências de vida, minha dignidade, minha história – tudo isso desabou, tudo isso implodiu – mas amanhã estarei de volta, ostentando a mesma indignação, a mesma disposição de dar a vida pelo único país que tenho, custe o que custar.

Sim, sou um grande mentiroso.

Yes, I’m a great pretender.



Walter Biancardine



quarta-feira, 14 de junho de 2023

MR. SANDMAN, EU SONHO OU FUJO?

 

Uma antiga canção, de um grupo musical feminino norte-americano chamado The Chordettes apelava, nos idos de 1954, a uma criatura folclórica – Mr. Sandman – que trouxesse um sonho para elas.

É preciso discernimento nessa altura da vida, esbarrando perigosamente nos 60 anos, para distinguir se ainda mantemos vivos alguns sonhos ou se os mesmos, que nos acompanharam por toda uma existência, não seriam fuga em traje esporte fino.

Não há motivos para corar quando me dou conta de meus dias serem tomados pelos mesmos ideais da juventude – cevados pelo tanto de enriquecimento intelectual que a vida, generosamente, me proporcionou – e persistir na luta cotidiana por um Brasil decente, um povo de olhos afiados e ouvidos perspicazes, imunes à cantilena canhota, e que imponham o devido respeito aos inúmeros empregados que contratamos: burocratas, técnicos, políticos, magistrados e militares.

Mr. Sandman, traga-me o sonho de um povo consciente de que ele é a fonte, a origem e única justificativa para a existência das leis e instituições, que tão caras nos custam e tantos males nos impõem, pela soberba de acharem-se verdadeira casta.

Mas sou humano, Mr. Sandman, e reconheço que aspirar a uma vida digna – em boa casa, família reunida, filho ao lado e a tão almejada Audrey Hepburn como esposa – despencou, nesta altura de tantos anos vividos, da categoria de sonho para a simples e covarde fuga, praticada todas as noites, agarrado a meu travesseiro e em desesperada tentativa de pegar no sono – outra fuga mas que, ao menos, me refaz para mais um dia. E deste último parágrafo, egoísta e troféu de uma vida derrotada, me envergonho.

Meus dias caminham apressadamente para o fim mas se, ao chegar o último deles, eu houver conseguido a primeira parte de minhas pretensões, fecharei os olhos tranquilo na certeza que meu filho não herdará nossa desfaçatez, hipocrisia vermelha e passividade cotidianas.

Isto sim, será verdadeiro troféu.

Mr. Sandman, someone to hold
Would be so peachy before we're too old
So please turn on your magic beam
Mr. Sandman, bring us, please, please, please
Mr. Sandman, bring us a dream



terça-feira, 6 de junho de 2023

PARALAXE JUDICIÁRIA, IDEOLÓGICA OU CIVILIZACIONAL?

 

A definição de paralaxe cognitiva, segundo o Professor Olavo de Carvalho, é o deslocamento ou afastamento entre o eixo da construção teórica e o eixo da experiência real do indivíduo que está fazendo esta construção.

Ora, abordando aquilo que é exposto nos diversos e vastíssimos códigos que balizam a construção normativa legal brasileira, poderemos extrair inúmeros exemplos de verdadeira paralaxe judiciária. Cito, por fácil e repetitivo que observamos, as diversas leis que nos garantem a liberdade de expressão ou a proibição de censuras por um lado e as inúmeras decisões – por vezes colegiadas – do Supremo Tribunal Federal, guardião último de nossa Constituição, impondo justamente o cerceamento ao sagrado direito de falar, não apenas por parte da imprensa como de indivíduos em redes sociais. Pior: os citados Ministros não apenas censuram como removem o conteúdo, processam, multam e mesmo prendem aqueles que manifestam pontos de vista divergentes da “opinião padrão” consentida por tal Corte.

Já a paralaxe ideológica encontra sua corporificação em todo o espectro esquerdista, surgido teoricamente para defender as escolhas democráticas apontadas pela voz do povo, prega a liberdade, luta pelos oprimidos, desassistidos e tem como ideal máximo uma sociedade sem classes e plena em distribuição de renda. E o que vemos?

A mesma esquerda que prega liberdade taxa de “nazista, fascista”, quaisquer pensamentos políticos opostos aos seus e exclui – discriminando socialmente, de modo por vezes violento – os discordantes. Sobrecarrega os oprimidos e desassistidos com inominável carga tributária e os mais diversos obstáculos para que consigam um emprego, e quanto a “sociedade sem classes e plena em distribuição de renda”, desnecessário relembrar o enriquecimento faraônico de seus líderes, a criação de verdadeiras “castas” no estamento burocrático (lembremos o esquerdista Raimundo Faoro, criador do termo) e a nenhuma distribuição de renda – pelo contrário, a concentração da mesma evidenciou-se na promoção, durante os governos do PT, dos “Campeões Nacionais” tais como JBS, Ambev, Odebrecht e outras, sempre denunciadas por corrupção durante a falecida Operação Lava-Jato e verdadeiro estandarte da economia fascista – sim, o termo é esse – em que submergimos.

Para finalizar constatamos, perplexos, a verdadeira paralaxe civilizacional em que vivemos.

A infeliz sociedade atual não mais é formada intelectualmente pelo pensamento de sábios, filósofos, literários ou acadêmicos dedicados pois a grande mídia e a cultura de massas tomaram esse lugar. De que valem as elocubrações de um Olavo de Carvalho, de um Louis Lavelle ou mesmo São Tomás de Aquino se a verdade final é atribuída aos rompantes de uma Mírian Leitão, Glenn Greenwald, Gérson Camarotti e tantos “exemplos de sabedoria”?

As consequências se fazem sentir quando nos damos conta que a mesma sociedade que condena a discriminação do indivíduo por seus hábitos sexuais execra outros por suas escolhas políticas; os mesmos “esclarecidos” que abraçam árvores na Lagoa Rodrigo de Freitas, soltam pombas brancas e dizem “viva a vida, abaixo a violência” são os primeiros a crer que matar uma criança ainda no útero materno é um direito, baseado em estúpido refrão “meu corpo (?), minhas regras”, e em seguida consomem, alegremente, toneladas da maconha vendida pelos mesmos criminosos que não hesitarão em matá-los, durante um assalto – o dinheiro gasto na maconha pagou a bala que o matou.

Hipnotizados, castrados, teleguiados pela grande mídia e cultura de massas, os integrantes de nossa sociedade atual cumprem as pautas determinadas por essa mesma esquerda globalista e promovem verdadeira caça às bruxas contra os raros indivíduos pensantes, que observam – pasmos – a esquerda impor a mesma hipocrisia que tanto condenou nos anos 60.

Sim, porque hipocrisia é o termo de mais fácil assimilação para expor a monstruosidade praticada contra nós, de forma mais concisa e sem a necessidade de recorrer a dicionários para entender alertas como este – e que me perdoe o mestre Olavo, por tal escorregada.


Walter Biancardine

sábado, 3 de junho de 2023

NÃO PODEMOS NOS DISTRAIR

 


Olavo de Carvalho assumiu como missão de vida a formação de uma intelectualidade brasileira revigorada, liberta das amarras esquerdistas e não mais prisioneira das mentiras ideológicas que resultaram no estranho e único caso brasileiro, que é um país sem vida cultural superior.

Considerando o deserto intelectual do Brasil, saiu-se o professor maravilhosamente bem, pois contarmos hoje com algo em torno de umas dez cabeças realmente pensantes e atuantes no panorama cultural nacional, é verdadeira e gloriosa vitória.

Evidentemente tal pensamento superior nenhuns efeitos produz na massa – ao menos de maneira imediata – pois necessita da dinâmica natural de um demorado processo de capilaridade inversa, onde tal conhecimento infiltra-se de cima para baixo, sempre naturalmente traduzido para termos e linguajares apropriados a cada uma dessas camadas e é neste contexto que julgo encaixar-me.

Em um nível mais profundo de pensamento sei que podemos confiar em pessoas e canais como o Sr. Sepúlveda, Paulo Henrique do PH Vox, Centro Dom Bosco, Bernardo Kuster e o próprio canal do professor Olavo de Carvalho e mais alguns, que dedicam-se a divulgar recortes de seus pensamentos. Já nas camadas mais populares é que a situação torna-se preocupante, pois contamos com um número muito mais restrito de personalidades que realmente transmitem princípios, valores e crenças caras a nós, conservadores. Poderia citar o canal de Luiz Camargo e, bem mais raso porém muito mais comunicativa, a Bárbara (Te Atualizei). Mesmo um Diogo Forjaz com toda sua cultura e um Kim Paim e sua notória perspicácia não se encaixam nestes termos, por focarem muito mais nos fatos cotidianos e sem maiores preocupações em transmitir valores filosóficos.

Desnecessário dizer que minha preocupação concentra-se exatamente nesta faixa “popular” da transmissão de valores e princípios, pois muitas vezes poderemos observar alguns, citados acima ou não, mas encaixados nesta categoria, resvalarem perigosamente rumo a um liberalismo cômodo ou escorregando em tristes estratégias de “click bait”.

O pensamento liberal ou mesmo as armadilhas do “click bait”  de maneira alguma encaixam-se em supostas formas de simplificação do discurso para fácil compreensão das massas. Posso usar exemplos próprios de simplificação em minha lavra, ao não considerar eventualmente o liberalismo ou conservadorismo como ideologias: alego que este último é apenas o resultado da vida em sociedade ao longo dos séculos, enquanto o primeiro seria verdadeiro pensamento de prostituta – dinheiro na mão, calcinhas no chão. Uso tal estratagema para criar nítida linha divisória que isole o conservadorismo dos demais pensamentos que podem ser-nos prejudiciais. É muito mais fácil compreender que “ideologias” são um mal a ser combatido do que discutir cada uma delas.

Do mesmo modo, em fatos mais cotidianos, aponto minha artilharia contra a esquerda, os partidos e personagens desta ala e abordo de maneira bastante superficial – pequenos salpicos, na verdade – questões cruciais como as terríveis pretensões da rediviva UNASUL, Pátria Grande, URSAL, Foro de São Paulo, Grupo de Puebla e toda a arquitetura projetada para a sovietização da América Latina e entrega da mesma, como verdadeira colônia, a russos e chineses – sim, o espectro é grande e terrível demais para ser digerido em pequenos vídeos ou mesmo em lives mais demoradas, eis que o ser humano naturalmente rejeita aquilo que parece-lhe demasiadamente medonho. Assim, é mais produtivo incentivar a repulsa a instituições e personagens esquerdistas como PT, PSOL, Lula e tantos outros, do que aprofundar-me em tais abismos. Na verdade, o resultado pode ser justamente o contrário do que pretendemos: desalento e inação, adversários grandes demais e, portanto, invencíveis. Tal desânimo já pode ser notado nas principais redes sociais nestes últimos dias, e isso é preocupante.

Haveremos de encontrar rapidamente um meio de sanar este estado de espírito ou estaremos condenando o Brasil ao calabouço ditatorial e trevoso da esquerda.

É preciso que os formadores de opinião – os quais, pelo enorme número, tornaram-se massa difusa e não-confiável – tenham a coragem de infundir o sentimento de reatividade: reagir é urgente, o desânimo é fraqueza e a falta de fé, heresia patriótica.

Estamos em um daqueles momentos decisivos, onde separam-se os homens dos meninos.


Walter Biancardine


MAIS OLAVO, MENOS OLIVA - Agora você pode ler!

As Forças Armadas brasileiras - mais especificamente o Exército - tem longo e infeliz currículo de traições à Pátria, na maioria das vezes jamais vistas como tal por total incompreensão dos fatos e razões das mesmas, por parte do povo. 
Neste livro enumero e explico todos estes atos, com base no que aprendi com o filósofo Olavo de Carvalho e mesmo por experiência própria, ao longo de tantos anos de jornalismo. 

As verdadeiras causas de tais traições, o retrato sem retoques da mentalidade militar expostos nesta obra mostrarão ao leitor as razões jamais discutidas sobre aqueles que portam as armas que defendem a nós e nossa família.

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