segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

EXISTIRÁ CURA?


Gostaria muito de ter escrito sobre as manifestações de ontem, na Paulista.

Em minha cabeça, teria muito o que comentar sobre os discursos de Silas Malafaia e Jair Bolsonaro, bem como as implicações da absurda prisão do jornalista português, cujo nome me escapa agora. Um vasto campo de análise política e mesmo sociológica, filosófica e comportamental. Isso poderia me render artigos, ensaios, teses, vídeos – lives e etc – e mesmo livros, pois é preciso registrar em papel impresso o que um simples “decreto” do judiciário pode liquidar: a internet no Brasil.

Mas nada fiz, e sequer acompanhei as manifestações – preferi mergulhar em meus aborrecimentos costumeiros de trabalho e alhear-me por completo de tudo o que se passou.

As razões são poderosas e, creio, irretorquíveis: o portador de um distúrbio da personalidade, classificado como psicopata pela medicina e imune à empatia, compaixão ou qualquer espécie de sentimentos que não sejam os relacionados à si mesmo, não possui condições e equilíbrio psicológico para analisar o que seja.

O professor Olavo de Carvalho já alertava que, antes da filosofia, é necessária nossa cura: a mente sã e límpida é essencial para todos os que tenham a pretensão de buscar a verdade e, evidentemente, terem o equilíbrio necessário para distingui-la.

Não possuo conhecimento acadêmico ou mesmo prático para contestar quem me diagnosticou como portador da patologia denominada narcisismo. Tamanha era minha ignorância que, confesso, encarava o termo como um simples adjetivo, pejorativo e referente à alguém extremamente vaidoso e, por vezes, egoísta. Ao buscar inteirar-me do assunto, descobri ser uma doença grave, perigosa à terceiros e verdadeiramente incapacitante para o convívio social, sentimental e – logicamente – uma patologia que anula e invalida toda e qualquer espécie de análise e julgamento, feitas pelo doente.

Não bastasse seu conhecimento acadêmico, quem me diagnosticou – e mesmo recomendou que eu buscasse ajuda de um especialista – foi alguém que privou de um convívio diário de 15 anos comigo, alguém a quem confiei meus segredos, meus medos, minhas esperanças, toda a minha intimidade mais profunda – não, não pode haver engano e a prova foi a maneira como me deixou, obedecendo literalmente um “script” de ações (preventivas, de defesa e auto proteção) que, recentemente, vi em vídeos postados por terapeutas, recomendando-o fortemente como modo de fugir e proteger-se de tal ameaça.

A consciência de minha real situação mostrou-me, claramente, que não tenho – ou jamais tive, o que explicaria minha insignificância no ramo – condições de exercer a profissão de jornalista, analista político ou mesmo escritor. É o fim de uma triste e inglória carreira.

Mantendo esta mesma visão realista sobre a conjuntura de minha vida, portanto, devo cortar quaisquer contatos – por menores e esparsos que atualmente sejam – com quaisquer pessoas de minha família (pois certamente todos já sabem de minha condição), mantendo apenas minhas insistentes tentativas de aproximar-me de meu filho – e não é preciso ser um gênio para saber os motivos do afastamento dele.

Do mesmo modo, devo afastar-me de colegas de trabalho e jamais ter a ousadia inconsequente – e possivelmente até criminosa – de buscar um relacionamento afetivo qualquer, embora minha idade facilite por demais tal decisão.

Finalizando, devo entender que não tenho mais idade para trabalhos braçais. Não faço mais parte de quaisquer mercados de trabalho pela mesma razão e, mesmo a escrita, está eliminada de minhas opções pelas razões já demonstradas acima.

O que devo fazer, então, para ganhar meu sustento?

Não muito: agarrar-me ao trabalho atual enquanto o mesmo resistir e, ao findar-se, tentar a sorte como balconista de lojas de ferragens, material de construção, algo assim. Conseguindo sobreviver a esta etapa e chegando aos 65 anos, poderei tentar requisitar o “Benefício de Prestação Continuada” do Governo – uma pensão de um salário mínimo para quem jamais pagou INSS na vida, o meu caso – e agradecer toda a misericórdia de Deus, que me permitirá alugar uma casinha ao meu alcance e seguir trabalhando até o momento que o Pai me chame.

Este texto não é um exercício de auto piedade ou imbuído de quaisquer intenções, pois não tenho seguidores nesta página e o mesmo não será divulgado em minhas redes – as quais não tenho nenhuma vontade ou intenção de usar. Trata-se apenas de minha velha mania de falar sozinho, que talvez tenha sido a verdadeira causa que me levou à escrita: o diálogo egoísta e auto centrado comigo mesmo, o centro de meu mundo, o mundo de um narcisista.

E tal doença, descobri também, não tem cura.

Continuarei escrevendo por aqui ou andando nos pastos, falando comigo mesmo, nos momentos em que eu sentir necessidade – a eterna e doente necessidade de um narcisista mirar-se no espelho.


Walter Biancardine



sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

DEPRESSÃO OU NARCISISMO?

 

As coisas em minha vida parecem vir por atacado, em lotes: no dia 15 de novembro de 2022 perdi - em 3 dias - a mulher que amo, minha casa, minha família, referências e história de vida. Tive de implorar um local, na roça, para viver de favor.

No dia 24 de dezembro deste mesmo ano, meu canal no YouTube foi desmonetizado, a plataforma excluiu 26 vídeos meus, ficou com meu dinheiro das visualizações e superchat e, para completar, recebi email do Governo Federal ameaçando cancelar meu Bolsa-família. No dia seguinte, a UOL publica matéria me difamando e me usando como exemplo de punição aos divulgadores de fake news. 

Esta semana, após ficar muito feliz com a possibilidade de escolher trabalhar na Revista Oeste ou em conceituado jornal paulista, recebo a notícia que fui rejeitado em ambos - ou seja, sequer a única coisa que acreditava ser competente, eu realmente era. Uma farsa, em suma.

Desconsolado, buscava aleatoriamente vídeos no YouTube para assistir quando vi alguns que tratavam sobre narcisismo, e lembrei que um dia me acusaram disso.

Confesso que não sabia a real extensão da coisa, para mim um narcisista era apenas alguém extremamente vaidoso e fiquei chocado ao perceber que o portador deste transtorno de personalidade é um psicopata, incapaz de amar, que usa todos em volta, os manipula e que pode significar até mesmo uma real ameaça física e psicológica a quem convive com ele.

Muitos vídeos apresentavam verdadeiros "planos de fuga" para se livrar de tais doentes - basicamente arrumar outro lugar para morar e só comunicar o fato ao doente no dia da partida. Após isso, cortar de maneira radical toda e qualquer possibilidade de comunicação (redes sociais, telefones, etc.).

E então tudo fez sentido para mim. As peças do longo e doloroso quebra-cabeças - buscava uma explicação da maneira inflexível com que foi decretado o fim de meu casamento - se encaixaram e entendi que não apenas sou considerado um doente mental, manipulador como, também, uma ameaça física. 

Não bastasse descobrir que sou um incompetente em minha profissão, vi que sou igualmente considerado um psicopata pela mulher que amo e, certamente, por toda a minha família. 

É preciso ser blindado como um tanque de guerra para resistir a tudo isso, com o agravante da a solidão absurda, da miséria e desesperança. 

Peço a Deus forças. Ou minha morte, tanto faz.

Todos tem um limite. E cheguei no meu.


Walter Biancardine 


quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

COMUNICADO E DECISÃO IMPORTANTE


“Nosce te ipsum” – conhece a ti mesmo, era uma frase escrita na entrada do templo de Delfos, na Grécia. E esta pode ser a base da sabedoria, principalmente se conhecermos o tamanho de nossas deficiências, de nossa incultura, do quanto nos falta para sabermos alguma coisa ou tornarmo-nos hábeis no exercício de algum ofício.

Por longo tempo busquei conhecer a mim mesmo, perambulando nos desertos de minha solidão. Resvalei perigosamente na mais abjeta auto piedade e não me envergonho de admitir que, em diversas vezes, mergulhei descaradamente nela. Enxerguei minhas ações erradas, meus equívocos ao longo de uma vida inteira, meus defeitos, manias, mas em nenhum momento questionei meu intelecto: o fato de ter produzido três livros, em tais e desumanas condições, era-me um motivo de orgulho e atestava a mim mesmo não apenas sanidade mental, lucidez, quanto – principalmente – destreza e capacidade no ato de escrever.

Julgava-me surrado pela vida, mas ainda dono de um intelecto são e poderoso, pronto para ser empregado em quaisquer empreitadas que me fossem destinadas. Ledo engano.

Nas últimas semanas vivi dias de grande orgulho de mim mesmo, às voltas que estava entre uma proposta de trabalho em um tradicional jornal de São Paulo e a possibilidade de fazer parte da brilhante equipe da Revista Oeste. Em ambos os casos seria obrigado a mudar-me para a capital paulista e ainda, convenientemente, me afastaria de uma cidade que tomou-me a juventude, a alegria, a mulher que amava, minha família, sonhos e esperanças.

Em minha arrogância intelectual – autor de três livros, aluno de Olavo de Carvalho e com vídeos postados por ele, chamado de “professor” por seguidores do YouTube – acreditava-me em posição de poder escolher qual proposta seria a mais conveniente para mim, até que a realidade da vida – transmitida por meio do fato de não ser aceito em ambos os locais – despertou-me de tal sonho e, de quebra, mostrou o quão pequeno sou diante de monstros como Augusto Nunes, J.R. Guzzo, Jorge Serrão, Rodrigo Constantino, Ana Paula Henkel e tantos outros.

Sim, há muito o que aprender. Sim, enxerguei minha pequeneza intelectual, meu despreparo jornalístico – até pela longa ausência das redações – e o quanto enganei, ainda que involuntariamente, tantas pessoas que se deram ao trabalho de acompanhar meus artigos, vídeos ou mesmo compraram meus livros. Sim, uma lástima.

Compreendi que não possuo condições de voltar a fazer vídeos, escrever livros ou mesmo artigos, pois nada tenho a ensinar à ninguém. Enxerguei o tamanho – imenso – de minha ignorância e a necessidade urgente de somente estudar, de modo profundo e sério. Percebi que, novamente, tornei-me um “foca” (novato) no jornalismo, dado os anos que não piso em uma redação.

Assim, por uma questão de honestidade com os que me seguem, não mais usarei o YouTube. Certamente continuarei a escrever artigos em minha página pessoal e Facebook, mas peço encarecidamente que não os considerem e, preferencialmente, não os leiam. O fato de permanecer escrevendo é muito mais uma concessão que faço à minha compulsão em redigir do que a certeza de entregar ao leitor algo que ele realmente precise saber. Não, nada tenho a dizer a ninguém.

Não mais vídeos, não mais livros, não mais artigos.

E peço que não leiam o que por ventura caia em suas mãos, se de minha autoria.

Encerro com a esperança de ser perdoado por tamanha pretensão, e que não se sintam enganados: eu enganei até à mim mesmo.


Walter Biancardine



segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

PINGO NOS IS: SHALOM


É bíblica a posse de Israel e do povo judeu sobre as terras que hoje ocupam, não há como contestar tal fato e nem alegar que, com o passar dos séculos, essa posse foi perdida.

Não, não foi. A diáspora judaica - verdadeira monstruosidade contra um povo cujo elo de ligação é seu (nosso) Deus - tratou de espalhar seus habitantes originais pelo mundo, embora muitos permanecessem por lá, contra tudo e todos.

A atuação do chanceler brasileiro Oswaldo Aranha apenas tratou de devolver aos judeus o que já era - e sempre foi - deles, ainda que hoje soframos a vergonha de termos narcotraficantes no governo do mesmo país que ajudou a (re) criar Israel, agora cúmplices de terroristas assassinos que desejam implantar aqui um regime de terror, tal qual o vigente na maioria das nações islâmicas.

O ataque do Hamas sobre Israel obedeceu ao método usual: a perfídia.  Em outubro do ano passado escrevi:

"E esta mesma mídia – convenientemente cega – jamais, em todos os inúmeros conflitos em que Israel esteve envolvido, seja como Estado ou povo judeu, lembrou-se de noticiar a perfídia sempre utilizada contra eles. Dos vagões de trem nazistas, onde atulhavam-se judeus rumo á “campos de trabalho” (diziam os nazistas, os mesmos que os levavam às câmaras de gás “para uma chuveirada”) á mais recente guerra do Yom Kippur – onde o povo foi pego de surpresa em seu mais importante dia religioso, o Dia do Perdão – jamais, repito, a grande mídia teve o pudor de lembrar ao mundo que, se todas as guerras são horríveis, as contra os judeus sempre foram mais, fruto de criminosa perfídia, sempre empregada e nunca denunciada.
O atual e tétrico momento que Israel atravessa não foi diferente: os ataques foram realizados ontem (shabbath), com o agravante que, nesta mesma data, era relembrado o dia da Festa da Torá, a Festa do Tabernáculo – era o último dia de tal festa, um dia de alegria, de famílias reunidas e, novamente, tal perfídia nenhum grande jornal lembrou. Todos pegos de surpresa e mortos como moscas: homens, mulheres, pais, mães, avós, crianças, bebês, turistas, todos."

A esquerda exige a covardia daqueles a quem ataca. Para a ralé vermelha, o Estado Judeu tem de sofrer, ter suas mulheres estupradas, crianças esquartejadas na frente de seus pais, jovens decapitados e não pode reagir, ou será um "holocausto" nazista promovido pelos judeus. 

Caso reaja, caso exista testosterona e hombridade entre suas vítimas e o revide seja avassalador (legítima defesa), prontamente hordas de imbecis - repórteres, analistas políticos ou mesmo simples hipócritas em busca de atenção - logo se arvoram em "denunciar' as "monstruosidades" de quem apenas defende seu povo e seu território do ambicionado califado mundial islâmico, sócio e cúmplice da esquerda mundial.

Não há lugar moral para um Estado Palestino, islâmico. Essas mesmas "vítimas" que a esquerda chora usam os hospitais, serviços médicos e até compram tecnologia de Israel, já que seu "maravilhoso" Estado Islâmico nada oferece além de chibatadas, humilhação, exigir subserviência e condenar à morte.

Não há lugar para uma mídia cúmplice, que faz parecer existirem apenas crianças e hospitais na Palestina, já que os bombardeios – segundo eles – sempre os atingem, em suas manchetes diárias.

Não há lugar para imbecis que apoiam um movimento que condena à morte os mesmos homossexuais que eles dizem defender e, de modo oportunista, incensam.

Não há lugar para néscios que convenientemente creem ter Israel matado 30 mil civis de um Estado que mal possui exércitos regulares – caso um terrorista seja morto por forças adversárias, o mesmo será computado como “civil” e, para alegria da mídia, todo o exército do Hamas se resume à milhões de terroristas, civis e fanatizados por delinquências islâmicas.

Não há lugar para hipócritas, que aplaudem um Corão, habitué na condenação à amputação das mãos dos ladrões enquanto, ao mesmo tempo, implantem em seu próprio país uma narco-ditadura, que os absolve, acolhe e estimula.

Não há lugar para criminosos que fingem esquecer a flagrante violação do Direito Internacional cometida por nações que invadem outras – vide Rússia X Ucrânia.

E o principal, que ninguém comenta: a esquerda evita, à todo custo, louvar o GOVERNO do Hamas. Isso, nunca. O que fazem é apelar ao sentimentalismo e chorar pelo povo (em tese) civil e inocente, mortos em tais entreveros. 

Indiferente à isso e exibindo as sequelas de seu alcoolismo, ignorância e contaminação pelo epicurismo esquerdista - que os faz viver numa realidade paralela - o cachaceiro chama de volta o embaixador do Brasil em Israel, ato extremamente grave e verdadeiro réquiem nas relações entre dois países.

Obviamente, Israel replicou chamando seu embaixador no Brasil de volta, acrescentando gravíssima advertência: "Não esqueceremos, não perdoaremos".

Quem tiver ouvidos para ouvir, ouça.

Falta apenas lembrar a tais criminosos, travestidos de idiotas, do povo civil judeu morto, amputado, esquartejado, queimado pela fúria fanática de terroristas controlados pelos amigos do ladrão que nos governa.

Não venham, no futuro, reclamar: Netanyahu apenas age em legítima defesa, e o povo judeu também.

Repito e peço que lembrem-se das palavras da diplomacia israelense sobre a diarréia verbal de Lula: “Não esqueceremos e não perdoaremos”.


Walter Biancardine


Para mais detalhes, leia os links abaixo:

https://walterbiancardine.blogspot.com/2023/10/a-guerra-contra-deus-as-falsas-vozes-se.html

https://walterbiancardine.blogspot.com/2023/10/ouve-israel.html


VOCÊ QUER ENTENDER A ESQUERDA?

 


Um bom conselho aos jovens aspirantes a analistas políticos é que jamais tentem descobrir alguma lógica oculta, por trás das ações de partidos e líderes de esquerda: não há lógica. O que existe é a dialética, que os permite tirar proveito de toda e qualquer situação proveniente da aprovação – ou não aprovação – de suas propostas e teses. Cabe acrescentar que não se trata da dialética socrática e sim marxista, uma delinquência do pensamento grego.

No Brasil dos anos 60 e 70 vivemos a era do “sexo, drogas e rock and roll”, onde expoentes esquerdistas defendiam o amor livre, liberação das drogas e a derrubada dos “tabus” da moralidade cristã, por eles condenada como retrógrada e raiz de complexos, traumas e distúrbios psicológicos – academicamente amparados pelas teses de um ideólogo marxista que acabou ganhando notoriedade em outro ramo, o Dr. Siegmund Freud.

As consequências de tais propostas todos conhecemos: uma legião de filhos sem pai, de homens em idade produtiva inutilizados para o trabalho em consequência do uso de drogas, o surgimento do crime organizado – financiado pelos milhões do narcotráfico – e o naufrágio de valores e princípios tradicionais em qualquer povo ocidental: família, Deus, propriedade, pátria.

Desnecessário dizer que a esquerda lucrou, e muito, com suas propostas “avant garde”. Todos queriam essa “liberação geral”, o brasileiro – como disse Millôr Fernandes – tornou-se sueco com a mulher do próximo e mineiro com a dele próprio. E isso alavancou a popularidade vermelha, sobretudo no extrato mais jovem da população que, ao amadurecer (anos 80 e 90), terminou por entregar-lhes o Poder e plantar FHC, Lula e Dilma na Presidência da República.

Ora, qualquer pessoa dotada de um mínimo de senso questionaria a mudança radical de bandeiras políticas empregadas pela esquerda neste período: vivíamos então a era da “ética” na política, da “geração saúde” – teoricamente livre de drogas mas nada além de narcisistas contumazes – e a substituição dos conceitos morais por uma palavra – já citada acima – que tornou-se muito popular: a ética, além do “politicamente correto”. Vale lembrar que é muito mais aceitável socialmente a mudança de um conceito ético ou politicamente correto, que um padrão moral. 

Assim, todos se lembram dos inúmeros militantes que se elegeram defendendo as “mães solteiras”, os dependentes químicos e até – pasmem – o combate à criminalidade descontrolada nos grandes centros urbanos. O PT tornou-se o partido da “ética na política” e os anacrônicos valores morais foram substituídos pelo “politicamente correto” que, em sua ferocidade gentil excluía, relegava ao ostracismo e até – baseado em leis que eles próprios criaram – condenava à prisão todos os que não adotassem suas regras de linguagem (a “novilíngua da esquerda) ou de comportamento.

Em suma, lucraram defendendo a “puteirização” da sociedade e, depois, empunhando a bandeira da ética – diria Lulu Santos, “gente fina, elegante e sincera” – para combater os males que eles mesmos criaram.

Tal dialética delinquente concedeu à esquerda o dom de lucrar sempre, seja qual for o resultado de suas propostas: se o sexo livre é bom mas não permitido, lucram defendendo-o. Se, depois, uma horda de mães solteiras arrastam-se com seus filhos, lucram com “programas de apoio” e leis que as favoreçam. E se seus filhos tornam-se fronteiriços à marginalidade, lucram com a implantação de aulas de capoeira, bater tambor em lata, dança funk e futebol como forma de “afastá-los da criminalidade” – sempre sob o beneplácito dos chefes do tráfico nas favelas.

Neste exato momento, vivemos a vergonha de ter um presidente de esquerda, a mesma esquerda que usou os judeus como minorias, vítimas da opressão nazista, e que agora os aponta como - pasmem - nazistas genocidas, promotores do "holocausto" contra terroristas do Hamas. E a esquerda aplaude.

Como conseguem isso, perguntará o leitor, impressionado com tal mágica?

Basta que este mesmo leitor, tão atento em observar tais contradições inconciliáveis, note que os defensores do amor livre empregaram a mesma linguagem, os mesmos termos, expressões, vocabulários e entonações já definitivamente consagrados e vinculados à lembrança inconsciente daquela velha esquerda “boazinha” e defensora dos pobres e oprimidos. A linguagem é tudo, seja ela escrita, falada ou sugerida em cenas de TV.

Para provar o que digo – e que o bom Deus me perdoe – segue abaixo um texto que, antes de perceber o absurdo que propõe, remeterá o leitor a algo “bíblico”:

E eis que vos tenho dado o pensamento, para que decidais o que fazer e o que escolher; também vos dei a carne, para que dela tire teu sustento, teu caminhar e tuas delícias. Ora, por que vos daria um corpo se, dele, não fosse lícito empregá-lo no pão de cada dia ou nos momentos de desfrute, junto daquele que bem lhe aprouver?”

Qualquer um que leia o texto acima – antes de julgá-lo – o identificará com a Bíblia. Embora seja uma escancarada pregação de podridões (prostituição, masturbação, sexo com qualquer um), esta correlação já estará feita. E esta é a técnica amplamente utilizada pelos esquerdistas até hoje, seja em um linguajar mais acadêmico ou mesmo em algo mais acessível, tal como colunas de opinião em jornais ou – pior – nas matérias dos mesmos: adestramento pavloviano.

E os cérebros que acolhem amorosamente tais barbaridades já estão, de antemão, preparados e prontos para isso. Em outros artigos já escrevi sobre a incapacidade de enxergar o mundo real, causada pela plena implantação do epicurismo, da fuga para um mundo próprio e imaginário, levada à efeito pela grande mídia e pela cultura de massa (vide Olavo de Carvalho “O Jardim das Aflições”). Alienados, ansiosos pela palavra de um líder que não os deixe contaminar pelo mundo real, tais pessoas imediatamente identificam o “linguajar amigo” e o adotam automaticamente, pavlovianamente treinados tal como citei, desde a infância, à obediência ao “apito” do bom treinador.

O quão diabólico tudo isso nos parece é a exata medida do único objetivo da esquerda: o poder, custe o que custar, seja por qual meio for, imune à vergonha, remorsos ou quaisquer sentimentos humanos. Todo e qualquer esquerdista não passa de um indisfarçável hipócrita, que sacrificaria a própria mãe em prol de suas taras, complexos, ambições e idiossincrasias disfarçadas de "ideologia".

Na verdade, tal fato é co-morbidade inerente e, por isso, o conservadorismo jamais desenvolveu a sordidez estratégica marxista, já que reflete apenas o resultado – não o ideal – de milênios da evolução humana em sociedade.

Aos jovens analistas políticos, termino repetindo o conselho de jamais tentar encaixar as ações esquerdistas dentro do pensamento humano tradicional: não especulem o que pretendem com tal ou qual proposição – independente do resultado, eles ganham.

Lembrem-se: a língua da serpente é bífida, bipartida, dois lados. O problema não é somente o que propõem, mas o simples fato de proporem algo.


Walter Biancardine



quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024

SÓ DEUS ME SALVARÁ DO AMOR

 


Já quebrei metade dos ossos de meu corpo, e me acostumei a isso.

Perdi meu pai, perdi minha mãe, perdi minha irmã, perdi meu mestre, mal vejo meu filho e me acostumei a isso.

Perdi empregos, perdi minha casa, perdi família, perdi amigos, perdi minhas referências, hábitos, história de vida, e me acostumei a isso.

Perdi ilusões, esperanças, forças, ânimo, e me acostumei também a isso.

A tudo me acostumei, improvisei, adaptei, superei.

Muito me irrita quando percebo-me um sobrevivente, calejado (calcinado?) pela vigorosa surra das consequências de meus erros, a vagar em doloroso prazer por lembranças da cumplicidade que se foi, por sentimentos e desejos que se recusam a morrer.

Se tudo a minha volta morreu, por que esta condenação sentimental insiste?

Por isso busco a misericórdia Divina, desesperadamente ansioso por merecer o purgatório, já que "in inferno, nulla est redemptio".

Só Deus me salvará de um amor imortal.


Walter Biancardine



quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

A DITADURA MAL COMEÇOU



Em sua cegueira de rinoceronte, tanto a mídia e analistas políticos "didireita" quanto conservadores rasgam-se em indignação pudica com a operação da Polícia Federal, que prendeu auxiliares e colaboradores de Bolsonaro e que – tudo indica – acabará por encarcerar o ex presidente, alvo primeiro e principal.

Mais que a prisão de tais colaboradores, a desmoralização que os togados imaginam produzir sobre suas reputações é o que interessa e, para tanto, não se curvam sequer em pisotear oficiais generais das Forças Armadas, pois muito bem sabem que a mesma encontra-se totalmente manietada por um Alto Comando positivista – verdadeiros irmãos de sangue filosóficos da Juristocracia tupiniquim.

Mas tais feitos são apenas o aperitivo do lauto banquete idealizado pela tirania narco-jurídica que tomou o poder: neste ponto unem-se aos narco-comunistas do Foro de São Paulo – PT, PDT e até um PSOL de contrapeso – para salivarem em sua ânsia de devorarem o peixe grande, Jair Messias, o Bolsonaro. É preciso eliminá-lo (como já tentaram fisicamente), tirá-lo de circulação, cortar sua língua e enterrá-la na mesma cova onde repousa Olavo de Carvalho – o pai do renascimento conservador no Brasil – para que nenhuns gemidos de insatisfação sejam jamais ouvidos novamente em nosso 1984, mais conhecido como Brasil.

No meio de tais arreganhos ditatoriais explícitos, ainda somos obrigados a ver que os tais analistas, novatos e citados acima, não percebem que se tal prisão acontecer, será a verdadeira proclamação oficial de uma autocracia ditatorial, suprema e absoluta, que o STF esfregará na cara da nação, ostentando publicamente ter sob seus sapatos dois presidentes da República reféns de suas constituições pessoais e imaginárias, sempre dependentes do bel-prazer dos juristocratas – puro arbítrio absolutista.

Cabe lembrar que cada um dos presidentes – o ladrão de nove dedos e Bolsonaro – representam lados opostos do espectro político, que serão submissos à uma quase divindade iluminista e à sua misericórdia togada – sublime, superior à questiúnculas ideológicas. Sim, porque o STF é superior às reles ideologias, superior aos ideais e valores populares, superior mesmo à Constituição, já que a mesma depende atualmente do humor e estado de espírito de cada um dos onze imortais entronizados no Panteão das Excrescências Morais.

Sequer Hitler ou Mussolini tiveram tal atrevimento – prender um ex presidente sem culpa ou, sequer, processo; pisotear a Constituição pelo simples capricho de não escrever nenhuma nova e fazer valer seus impulsos – mas tal é o resultado de nossa omissão: a audácia dos canalhas se alimenta da covardia dos fracos.

Que falta nos faz Olavo de Carvalho…


Walter Biancardine