terça-feira, 28 de novembro de 2023

O FIM DE UM PAÍS CHAMADO BRASIL


Parece que chegamos ao fim. A indicação de Flávio Dino para o STF é apenas o último ato desta ópera bufa, do teatro farsesco que é a república brasileira.

Sem nenhum disfarce, o sistema age contra o povo – que o sustenta – em verdadeiras operações de guerra declarada, que muitos ainda enxergam como “vingança” ou mera ostentação de poder. Não, tal interpretação é primária. 

Em primeiro lugar, existe a necessidade do grupo esquerdista conseguir equilibrar forças dentro do atual núcleo de mando da ditadura, o STF, empurrando um seu soldado para lá. Alexandre de Moraes ganhou a notoriedade atual justamente por sua audácia como um combatente globalista, indicado por Michel Temer, e não seriam os tênues – ainda que maléficos – Zanin, Lewandowski ou o despachante Toffoli que conseguiriam equilibrar tais forças: eles precisavam de alguém tão bruto quanto.

Flávio Dino tem o talhe, arrogância e desfaçatez cínica, necessários para equilibrar o jogo de poder dentro da cúpula ditatorial do STF – basta lembrar que, para chegar à Presidência, o Capo José Dirceu teve de implorar a soltura de Lula (o único cuja popularidade, no passado, justificaria a fraude das urnas) e aceitar um papel coadjuvante no sistema atual. Assim, uma vez aprovado seu nome na teatral “sabatina” do Senado, teremos dois rinocerontes a chifrarem-se mutuamente e equilibrando o jogo de forças, no núcleo duro da ditadura – para pasto e gáudio de José Dirceu, chineses, Foro de São Paulo, tráfico internacional de drogas (Cartel de Los Soles), Putin et caterva.

No corner oposto deste ringue de luta pelo poder, temos o até então invicto Alexandre de Moraes amparado pelos globalistas internacionais da NOM – Nova Ordem Mundial – e financiados por gente como Bill Gates, George Soros, Klaus Schwab, Ford Foundation e toda a cultura de massa e grande mídia mundial. E, em meio ao choque de tais locomotivas, está o desinformado, despreocupado e medroso povo brasileiro.

As chances que o Senado barre tal excrescência – a última vez que um postulante ao STF foi barrado tem a distância de um século – são mínimas, em decorrência não apenas de “rabos presos” mas, igualmente, da covardia e falta de um espírito de sacrifício patriótico, por parte dos congressistas.

O surpreendente comparecimento do povo brasileiro às ruas neste último fim de semana, entretanto, pode ser um longínquo vislumbre de esperança, se o mesmo se repetir em frente ao Senado, no dia da sabatina.

Não creio, todavia, que na conjuntura das circunstâncias atuais – e sua dinâmica peculiar – tais parlamentares se deixem impressionar por quaisquer manifestações populares: habitantes de um outro planeta, pertencentes à uma verdadeira casta, tudo que os interessa é manterem-se como tal – ainda mais em momentos turbulentos como os que vivemos.

O Brasil está prestes a mergulhar nas mais longas e negras décadas de sua história republicana, e o país que conhecemos hoje, em breve, não mais o será como tal.

Se a chance de termos sucesso com o povo nas ruas é de 1%, então tentemos.

É só o que nos resta.


Walter Biancardine



domingo, 26 de novembro de 2023

ALTER EGO

 


Se existe uma característica que procuro manter como jornalista, analista político, escritor ou mesmo mero cronista de "faits divers" é a de jamais apagar o que escrevi.

Por mais errados ou embaraçosos que sejam tais escritos - merecedores de um "delete" nas redes - penso que os mesmos tem o condão de expor ao leitor os impulsos, enganos, raivas, mágoas ou mesmo entusiasmos que põem o sangue dos mortais comuns, dentre os quais me incluo, em ebulição.

O ser humano é, por vezes, mero joguete de tais fluxos e refluxos emocionais, e ter a pretensão de expor-me como um robô - frio, mecânico, isento de emoções e capaz de opiniões infalíveis - não faz parte de minha lista de ambições e, sequer, considero um objetivo louvável. Meus erros e deslizes, tais como filmes do XVideos, são explícitos.

Andei, nas últimas semanas, vitimado por enxaquecas, furiosa dor de dentes e uma gripe cavalar, as quais prostraram-me na cama sustentado apenas por poderoso e lisérgico medicamento que, ao menos, aliviava tais mazelas.

Tão logo senti-me em forma, recebí a visita de meu irmão, a qual foi objeto de artigo o qual somente agora dei-me conta de haver escrito.

https://walterbiancardine.blogspot.com/2023/11/exagerado-jogado-aos-seus-pes.html 

Sim, pois não me recordo do quanto ou do quê bebi, mas seja lá o quê ou quanto foi, o álcool contido nos mesmos disparou o gatilho alucinógeno dos medicamentos.

Sensação estranha, de filme de terror psicológico, a de sentir-se um passageiro de si mesmo, aparentando normalidade absoluta (ao menos isso: sou um bêbado digno) mas com a consciência orbitando o planeta Saturno.

Talvez tenha eu falado um pouco demais, exagerado além da conta, insinuado tormentas sentimentais, mas não importa: tal comportamento não faz parte de meu cotidiano e deslizes assim, eu espero, podem ser perdoados.

Não apagarei o que escrevi - penso até que meu alter ego lisérgico tem algum talento, embora repita muitas palavras - nem pedirei desculpas por eventuais monstros subterrâneos meus, que tenham escapado momentaneamente.

Encerro esta dirigindo-me aos jovens, que apreciam tal combinação - álcool X medicamentos - para adverti-los a ter cuidado: após uma boa noite de farras, poderão acordar no dia seguinte cursando humanas na faculdade e votando no PT.

Quem avisa amigo é.

.

Walter Biancardine



sábado, 25 de novembro de 2023

EXAGERADO, JOGADO AOS SEUS PÉS -


Não vivi seis décadas para ser intimidado por dogmas mundanos.

Tudo pode me fazer mal, envenenar, aumentar meu colesterol, minha pressão ou encurtar minha vida. O que ninguém tem a sacrossanta coragem de dizer é O QUANTO disso preciso comer, beber, fumar ou fazer para que me prejudique.

Saí com meu irmão. Comi o que quis, bebi o que deu tempo, ri o que pude e guardei o choro no bolso.

O significado disso é muito maior que o atrevimento de qualquer poeta ou prosador, a passear sobre as alegrias ou desgraças alheias.

O valor disso é muito superior a quaisquer avisos sinistros e carontianos que todos os doutos, amparados pela magna ciência, tenham a autoridade de julgar.

Em meu cotidiano de náufrago em ilha deserta, tenho a autoridade moral - e física - para empanturrar-me, embebedar-me ou esvair-me em palavrório desconexo, pois tal não é minha rotina e, muito menos, o alvo de minhas atenções estava presente.

Hoje tive essa oportunidade, e valho-me de uma rede social para esfregar isso nos olhos daqueles que condenem os excessos.

Desvairios não matam.

Torná-los hábito, sim.

Salvo a ressaca, amanhã acordarei ótimo!


Walter.
Biancardine, eu acho.



quarta-feira, 22 de novembro de 2023

AUTOFAGIA POST-MORTEM

 


Pelo que vejo, a morte de Clerison está fazendo com que o brasileiro médio de direita, conservador, se torne um "anarco-niilista" - contra tudo e contra todos, condenando tudo e todos, apontando podres de tudo e de todos.

Tal reação desemboca, inevitavelmente, em um processo de desunião e autofagia do ainda ralo movimento de direita conservadora no Brasil. A ansiedade, a exigência por reações rápidas – que, por vezes, são inconvenientes politicamente – acabam por provocar posturas semelhantes à de populares em meio a grandes aglomerações: atitudes impensadas, bruscas, precipitadas e, no mais das vezes, que terminam por prejudicar os que estão juntos conosco, em nossas reivindicações.

Ninguém, nem Bolsonaro, escapa da fúria desiludida das virgens vestais que apenas reclamam, trancadas na segurança de seus lares e sempre temerosos de irem às ruas – única atitude que pode embasar atitudes de congressistas aliados.

Isso, entretanto, não exime Bolsonaro de explicar por que ainda não se pronunciou.

É o que se espera de um líder.


Walter Biancardine



terça-feira, 21 de novembro de 2023

TRADUZINDO DÚVIDAS


Confesso que ler meus artigos traduzidos para outro idioma é decepcionante. 

Reconheço não possuir nenhum domínio de linguagens estrangeiras e, portanto, sinto-me amputado da segurança da palavra exata ou da sutileza sugestiva - exaspera-me ao ponto de desejar que o interlocutor estivesse à minha frente, a compreender mímicas e olhares.

Quando as palavras são nossa ferramenta de trabalho, a exatidão ou sugestão que deixamos escapar podem provocar erros fatais - que conhecimento tenho do francês para pretender ler Sertillanges ou Jacques Maritain no original? Insuficiente, portanto terei de confiar as buscas nas mãos do tradutor de suas obras.

E quem traduzirá as minhas buscas, certezas ou agonias, se mesmo em português - de tão aleijado e disforme que está, no uso corrente - mal ou nada compreendem?

Não tenho respostas para isso.

Resta-me apenas continuar os estudos, exibir certezas, lamentar amores e confessar tantas perguntas, sem ambicionar entendimento ou mesmo discordâncias portadoras de alguma substância.
Está nas mãos de Deus.


Walter Biancardine 



segunda-feira, 20 de novembro de 2023

EU ACUSO!


Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão” e um dos presos do 08 de janeiro, faleceu hoje na Papuda por uma convulsão seguida de parada cardíaca. Cleriston sofria de diabetes e hipertensão e a PGR já havia se manifestado favoravelmente à sua liberdade. O caso não chegou a ser analisado pelo Ministro Relator do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Ele tinha 46 anos, era réu primário, sem individualização de conduta e o laudo médico atestava que havia risco de morte. Foi preso ainda em 8 de janeiro por estar dentro do prédio do Palácio, se protegendo dos ataques de bombas e tiros com balas de borracha, desferidos pelo "glorioso" e pérfido Alto Comando do Exército Brasileiro.

Segundo o analista político Flávio Gordon, “ele estava preso porque era preciso ‘proteger a democracia’. Afinal, não foi essa a desculpa vil usada para justificar TODOS os abusos de autoridade cometidos pelo Judiciário, desde a instauração do Inquérito do Fim do Mundo? Abusos que, finalmente, culminaram na morte desse preso político?

Já eu, por outro lado, lembro a ilegalidade e incoerência filosófica do conceito de “crime político” pelo mesmo jamais dispor de leis que atendam os requisitos de “lex sempiterna, perennis et immutabili” – uma lei perene, imutável sob qualquer regime, pois o que é considerado “mal” não pode mudar conforme a ideologia vigente.

Deste modo, e servindo-me de um básico Direito do Consumidor – pago impostos para obter serviços – valho-me da prerrogativa de “inversão do ônus da prova” para acusar de assassinato premeditado, doloso e com requintes de crueldade, os senhores Rodrigo Pacheco, Alexandre de Moraes e demais titulares das cadeiras do Supremo Tribunal Federal. 

Os mesmos, obedecida minha prerrogativa de inversão do ônus da prova, é que deverão apresentar refutações cabais de sua inocência diante desta absurda morte, deste assassinato cometido por uma junta governamental espúria e ditatorial, que exerce o governo da Nação à revelia da autorização popular.

Fatos trágicos como esse expõem, sem disfarces, a verdadeira face da ditadura judiciária imposta ao povo brasileiro. Não há como deixar de ver seus crimes, suas manipulações e estupros interpretativos das leis bem como o mais sórdido rancor e ódio, com o qual caçam – com ímpetos de extermínio – todos aqueles que não se curvam em obediência passiva aos seus desmandos.

Devemos lembrar, entretanto, que odiar uma ditadura é muito fácil e sem maiores consequências. Por isso, é preciso dar nomes – os nomes dos ditadores, os nomes dos estupradores de nossos direitos legais, os nomes dos ladrões do dinheiro público, os nomes dos assassinos do senhor Cleriston.

E os mesmos saem, todos os dias, nos noticiários – normalmente cobertos por elogios e enfeitados de louvores interpretativos, verdadeiramente lisérgicos, entoados por sua maior cúmplice e igualmente assassina de direitos e gentes: a grande mídia.

Tudo o que fizermos, de hoje em diante, não será “perturbação da ordem” ou mesmo, como tentam caracterizar, “atos de terror”: estaremos apenas exercendo nosso direito à legítima defesa.

Pois todo brasileiro de bem é, hoje, um alvo destes assassinos.


Walter Biancardine


"Meu dever é de falar, não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro do inocente que paga, na mais horrível das torturas, por um crime que ele não cometeu."

Emile Zola




terça-feira, 14 de novembro de 2023

UM ANO DE SENTENÇA, UM ANO DE LIBERDADE

 


Neste dia 15 de novembro completa um ano em que, repentinamente, perdi a mulher que amava, minha casa, meu modo de vida, hábitos, raízes, décadas de história, amigos e membros da família – tudo isso em menos de três dias.

Súbito, vi-me isolado, sem amigos e sequer onde dormir ou o que comer, e não fosse a generosidade e amor ao próximo de Alair Corrêa, oferecendo-me uma “casinha na roça”, meu destino seria os acostamentos de estrada ou marquises de prédios.

Um ano se passou.

Um ano de absoluta solidão, de não ter uma só alma viva por perto que pudesse conversar e tão distante do núcleo habitacional mais próximo que, uma caminhada até o mesmo, custaria uma hora e meia de pernas trabalhando.

Mas a vida é surpreendente, principalmente quando o nosso maior amigo – Deus – nos ajuda: o que, à princípio revelava-se um apocalipse em minha existência, acabou por se tornar a melhor coisa que poderia acontecer comigo.

Neste ano de solidão – minha “peregrinação no deserto” – consegui manter a psique sã e mergulhar profundamente não apenas em auto análises como, igualmente importante, numa investigação minuciosa de toda a conjuntura de minha vida, a qual revelava-se de uma dependência emocional contumaz e prejudicial, ao ponto de inibir-me intelectualmente diante da mulher amada – canhestra tentativa de demonstrar amor sob a forma de submissão da minha própria inteligência.

Um simples teste de caráter revelou-me o erro de pessoa: a mulher que amava jamais existira. E apenas fazer ouvidos de mercador às vozes dos meus complexos de inferioridade – “posso ser burro, mas posso também escrever” – renderam três livros e centenas de artigos onde, por mais que de mim discordem, ao menos admitirão a solidez dos meus pontos de vista e uma sanidade intelectual inacreditável, após tão inaudita e torturante provação enfrentada.

Este pode ser o resumo deste ano: uma dúzia de meses onde enfrentei o que poucos homens encarariam sem sequelas e, ao fim, enxerguei toda a dor e sofrimento como lição mais que necessária, para me tornar digno de outro patamar, o qual não lembro de, algum dia, nele ter estado.

O coração está curado – única dor que sinto é contra mim mesmo, por ter permitido que sentimentos manipulassem a razão e cegassem meus olhos – e a mente, de modo inacreditável, encontra-se mais produtiva e potente que jamais esteve.

Ainda enfrento uma vida bastante dura, com privações e sacrifícios diários, mas não posso deixar que a ansiedade me domine: estou reconstruindo o que, durante 60 anos, recusei-me a plantar. Assim, quaisquer reclamações de minha parte seriam, além de levianas, injustas. E essa reconstrução também passa pelas mesmas mãos deste senhor, Alair Corrêa, que convidou-me a gerenciar seu hotel. Tenho um teto, estou empregado e meu intelecto permanece são e produtivo.

Posso considerar este ano como longa e necessária internação em uma rehab emocional, o qual me rendeu bons frutos: da indigência certa ao cargo de gerente, e da demência traumática à publicação de três livros.

Creio ter, finalmente, aprendido a transformar limões em limonada.


Walter Biancardine





domingo, 12 de novembro de 2023

AOS JOVENS DE HOJE, QUE INGRESSAM NO MERCADO DE TRABALHO:

 

Quando em um debate xingarem sua mãe, apontarem seu pé chato, hábitos sexuais ou uma legião de antigos relacionamentos que não te querem nem pintado de ouro, isto significa que seu adversário não tem nada de concreto, real, contra você, suas posições ou atitudes – isto se chama "argumentum ad hominem".

Igualmente, tal adversário pode estar tomado por sentimentos pessoais – raiva, despeito, frustração, inveja – ou, simplesmente, ter um QI de samambaia de plástico.

Ou tudo isso junto.

Por isso meu caro jovem, que agora ingressa no mercado de trabalho: se, em uma discussão, xingarem sua mãe, parabéns: você está com a razão e venceu a demanda!


Walter Biancardine



quarta-feira, 8 de novembro de 2023

MESSAGE IN A BOTTLE

 


Minha vocação é a escrita: jornalismo, teses, ensaios, livros, análises políticas, romances e até versinhos de pernas tortas, quando em agonia sentimental.

Muitos, porém, não entendem e creem ser estratégia de disfarce de um caráter duvidoso o fato de nenhuns pudores eu sentir em expor o que tenho de pior.

Acreditem: o que carrego de decrépito, mostro. E, se entre tantos deméritos um caráter vago, mau ou ausente existir, o mesmo poderá ser facilmente identificado no que escrevo.

E qual a razão de mostrar meu mais abominável?

Simples, pois tais desabonos são publicados entre diversos artigos que produzo e, assim, o leitor poderá ter a certeza de minhas linhas serem plenas de sinceridade - desejos de glória, reconhecimento ou elogios são, tais como os citados, inexistentes.

Se não há reconhecimento no que faço, igualmente não o procuro.

Minha ambição está quilômetros acima, objetivando que as pessoas raciocinem por si mesmas, que não sejam mais marionetes da grande mídia e que enxerguem versões censuradas de vergonhas públicas e explícitas.

E quem me lê saberá que nada ganho com tais atividades, que o desinteresse pessoal é absoluto - afinal, o quê um bosta como eu, já velho e acabado, poderia desfrutar disso?

O Brasil pede socorro, a inteligência humana envia seu S.O.S. e eu sou apenas a garrafa que carrega a mensagem.


Walter Biancardine



domingo, 5 de novembro de 2023

NÃO CUSTA PENSAR:

 


O descaramento ilimitado das instituições brasileiras não teve pudores em libertar um ladrão, condenado em todas as instâncias, para que sua passada e extinta "popularidade" justificasse a fraude eleitoral que se preparava, dando vitória ao mesmo e à quadrilha.

Do mesmo modo, estas instituições condenaram "ad libitum rex" Jair Bolsonaro à inelegibilidade, com idêntico propósito, visando já as vindouras eleições presidenciais: não importa quem Bolsonaro indique ou apoie na corrida eleitoral, o mesmo perderá, graças às nossas extraordinárias urnas dotadas de livre arbítrio.

E a justificativa - sempre dada pela mídia cúmplice - será fácil e previsível: "Fulano de Tal não tem a mesma popularidade de JB" ou, pior, "Bolsonaro perde prestígio e não consegue transferir votos para seu candidato".

Somente um verdadeiro milagre - o indicado por Bonoro obter uma votação ainda mais massiva, absurda mesmo, aos níveis de quase unanimidade - poderá quebrar a farsa, que já está preparada e pronta para ser usada no próximo pleito, destinada a nos aprisionar para sempre na atual ditadura comunista que vivemos.

Desistam de buscar alguém que nos salve: nem Bolsonaro nem ninguém poderá.

Somente nós, em insurreição aberta, poderemos criar condições de atuação para os poucos congressistas que nos restam.

Acordem.


Walter Biancardine

.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

FERIADO

 


Sem nenhum pudor escrevo sobre esta véspera, mesmo sabendo o significado do dia de amanhã. Sim, pois dores de perdas não serão amenizadas chorando sobre túmulos que muita gente visita (quando visita) apenas anualmente.

Não, a dor que quero falar é outra: é a dor da solidão; de não ter ninguém para sair, relaxar, conversar bobagens, fazer planos loucos ou mesmo engrenar em desafios intelectuais que, fatalmente, desembocariam em uma cama selvagem e plena de admiração.

Véspera de feriado, quero sair e não tenho como.

Véspera de feriado, quero beber um chope e não tenho com quem.

Véspera de feriado, quero um fim de noite com beijos mas não existem bocas.

Não existem bocas, não existem perfumes, não existem graça, encantamento, doçura e companhia.

Véspera de feriado, descubro que o finado sou eu.


Walter Biancardine