sexta-feira, 31 de março de 2023

SEXTA, SÓ. SÓ SEXTA.

E chega a noite de sexta feira, as horas vão passando e a noite avança.

A primeira estrela, minha companheira desde a juventude, apareceu e fiz o pedido diário. Não mais alguém que me livre da solidão, como pedia desde meus 15 anos, mas meu sustento.

Sim, pois voltando à dignidade, poderei morar onde mora gente e encontrar, por mim mesmo, alguém que me queira.

Mas o relógio nunca pára e a noite seguiu.

Há muito qualquer chance de avistar alguém – um boiadeiro ou peão qualquer – já se foi. Normalmente não são vistos e em uma noite de sexta, desaparecem por direito e merecimento.

Saio de minha casinha e olho em torno: só escuridão, grilos cantando em coro com os sapos da lagoa e nem mesmo as amigas vacas ou os compadres cavalos estão por aí. Um deserto.

Um alucinante, silencioso e pesado deserto que pior fica ao lembrar-me que, em um raio de quilômetros, sou eu a única alma viva a contemplar a imensidão de nada a minha volta.

Me afasto de casa, caminhando lentamente e falando sozinho, como faço todas as noites. Aproveito a brisa fresca, entro pelo pasto onde só a lua o ilumina e procuro um cupinzeiro para sentar.

Continuo falando sozinho, resmungando confiante em minha decisão de virar a página, mas a lua não perdoa e enxergo claramente os quilômetros de vazio, que fazem as saudades da vida que tive crescerem em igual proporção à sua grandeza.

Sexta feira e não mais uma viagem com quem amo. Sexta feira e não mais um chope com amigos. Sexta feira e não mais receber alguém na casa que um dia tive. Sexta feira e não mais a conversa fiada no sofá da sala, ambos exaustos após um dia de trabalho – só eu e quem um dia me amou.

Sexta feira e não mais nada, solitário entre quilômetros de angústia, uma sentença perpétua medida em hectares. Em algum momento da madrugada o sono vencerá a solidão e adormecerei, eu e eu, dando boa noite a mim mesmo.

Mas amanhã é sábado e o sol nascerá novamente – só para mim, sozinho, andando pela estrada deserta e muda.

Eu fiz um pedido á minha estrela, ela não costuma falhar.

Quero resultados dos meus trabalhos, dos livros que escrevi, dos artigos que publiquei, dos vídeos tão perseguidos. Quero um emprego. Quero pagar aluguel.

Não peço mais ninguém em minha vida, pois bem sei o que sou.

Só quero dignidade.

Walter Biancardine


Quer ler bons livros?

Pretérito Perfeito:

Uma incrível viagem aos anos 60 pode levar alguém a rever seus valores?
Heróis e histórias antigas perdem o brilho quando vistos por nossos próprios olhos?

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O que escolher: o amor de sua vida ou sua redenção?

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Esta é uma coletânea de contos, escritos entre 2007 e 2010, que reproduzem as histórias e causos que, invariavelmente, escutamos ao ambientarmo-nos em alguma cidade pequena e fazermos amigos.

Tais causos – a versão roceira das lendas urbanas – foram por mim escutados desde muito jovem, na então pequena e desconhecida cidade de Cabo Frio, Região dos Lagos, Rio de Janeiro.

Não ouso dizer que nenhuma delas seja verdadeira, contudo tantas e tão repetidas vezes as ouvi que resolvi publicá-las em livro, para que ganhem a notoriedade – ou infâmia – merecida.

Divirtam-se com elas.

Mas se me perguntarem se é tudo verdade, jurarei que só ouvi dizer.

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sábado, 25 de março de 2023

É PRECISO FORÇA PARA CONTINUAR MORTO


O fato é raro mas, por vezes, acontece: o telefone toca, é alguém querendo falar comigo.

Em dias de comunicação verbal quase extinta e isolado como um náufrago, em ilha de solidão cercada de pastos por todos os lados, a campainha surpreende e gratifica.

Como é bom saber que alguém quer nos falar algo! Principalmente: falar, e não digitar abreviações engraçadinhas e incompreensíveis, em redes sociais ou aplicativos eternamente vigilantes de suas opiniões.

Difícil é, para quem jamais enfrentou a solidão compulsória – pois que a opcional é privilégio – compreender a sensação de ser um cadáver que respira: você sente fome, toma banho, arruma sua cama, escreve, fuma, descansa ou pensa – sozinho, sempre – no que fazer. Lê uma notícia, quer comentar e não tem com quem. Termina um texto, precisa de opiniões, mas não há ninguém para dar. Está com fome, pensa em algo para comer, mas não há companhia e muito menos quem sugira um prato diferente. Chega o fim do dia, você deita na cama, acende um cigarro e quer conversar. E o monolito gigantesco da solidão rola por sobre sua cabeça, esmagando sua energia de vida.

E no dia seguinte você acorda e não há com quem partilhar o café. Sim, tudo se repetirá, ao logo de semanas, meses, enterrando o solitário cada vez mais fundo em sua lápide até que – seja por sorte ou piedade – o telefone toque.

Mas tal fato, como disse, é raro. O mais das vezes, as maravilhas da tecnologia fazem companhia ao pobre náufrago, o defunto que ainda perambula: escolhe-se uma web rádio – particularmente, com músicas antigas, aquelas que continham coisas estranhas como melodias e poesias metrificadas em letra de música – para ter-se algum som, algum ruído que não o mugir de vacas, relinchar de cavalos ou o uivo fantasmagórico do vento, sempre a lembrar de nossa morte – se não de fato, ao menos de direito. Mas a emenda sai-nos pior que o soneto, pois antigas canções sempre evocam lembranças, dias felizes, épocas em que éramos vivos e amados, onde nossa presença era não apenas notada como esperada.

Então, um dia, sentenciado por juiz que só deseja o bem de todos, resta-nos cumprir a sentença de solidão perpétua e morte virtual – para o bem de todos, é bom repetir.

Ou somos passionais ou somos justos, não há meio termo. Justiça sem temperança é vingança, e ouso perguntar o quão escuras serão as trevas que conceberam tal sentença. E tal vingança se dá em revanche desigual, numericamente: juntam-se dezenas de mágoas para abater, surrar um só e indefeso amor.

Mas é para o bem de todos, importante lembrar. E não há apelação.

É preciso equilíbrio emocional, uma fé sem tamanho, para um ser humano sobreviver a tal regime de vida – e a ajuda de Deus também, pois que ontem foi dia do telefonema! E a tal ponto lembrou-me do bom que é estar vivo que, após o mesmo, saí de minha ilha de mato e solidão rumo à estrada para – sim, é verdade – ver os carros passarem! Ver gente! Ver movimento!

Ontem pude respirar, foi um bom dia. A tampa da lápide foi levantada por breves instantes, conversei ao telefone, vi carros passando na estrada, caminhões buzinaram me cumprimentando – sim, eles me viram!

Ontem foi um bom dia. Pude respirar, ganhar forças para continuar morto.

A vida é assim.

Walter Biancardine


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domingo, 19 de março de 2023

PLATAFORMAS DONAS DE NOSSAS VIDAS -


A liberdade de opinião e de expressão, garantida pela Constituição Federal, é solenemente ignorada pelo YouTube.

Tal plataforma que, na prática, detém o monopólio da hospedagem de canais de vídeo, ignora completamente tal direito e vai além: hoje, muitas pessoas se valem dos vídeos como sustento e eu sou um desses. Meu canal foi desmonetizado às vésperas do Natal e não só assim permanece como - além dos 11 vídeos excluídos ano passado - outros 15 foram igualmente deletados pela plataforma, de ontem para hoje.


Deste modo o YouTube tirou meu sustento, como um deus todo-poderoso que decide sobre nós, reles mortais, quem poderá comer amanhã ou sofrerá a punição da fome e indigência.
Tal plataforma igualmente condena à indigência as opiniões de quem busca seus vídeos para informar-se ou expressar seu entendimento - que não é mais livre: devemos obedecer à "opinião padrão" determinada pelo STF, partidos de esquerda, globalistas e grande mídia.
Segundo o que fui informado, estou proibido de postar até o início de abril - e se minha audiência já era baixa, após esse sumiço ficará ínfima.



Luto com todas as minhas forças para terminar meu livro "Mais Olavo, Menos Oliva" apenas para cumprir meu dever, pois sou um autor iniciante e minhas duas publicações anteriores, "Pretérito Perfeito" e "Gislaine dos 3 Verões" nada me renderam, em termos de direitos autorais. Com o livro que estou terminando, não creio que será diferente.

Não sei o que farei e, francamente, prefiro não pensar.

Esta virada de março para abril será, de fato, decisiva em minha vida pois, em última análise, ainda tenho o sagrado direito dos fracassados na vida, que é simplesmente desistir de tudo.

Se a partir de abril nada mais encontrarem de mim, é porque terei feito o que a antiga canção ensina: "Boots are made for walking".

Que Deus me dê aquilo que mereço.

Walter Biancardine

NOTA: ATÉ O MOMENTO (20:59 terça feira, 21 MARÇO) 15 VÍDEOS FORAM REMOVIDOS PELO YOUTUBE - NÃO DE UMA VEZ, MAS UM A CADA 30 MINUTOS, APROXIMADAMENTE.
A INTENÇÃO É ESSA: CAUSAR DOR, SADISMO DIGITAL.

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domingo, 12 de março de 2023

NON XILICATUR

 


Não acredito em energias, boas vibrações ou forças da Luz.

Nada me pedem, nada me ensinam e posso continuar dormindo tranquilo, sem que sequer minha consciência incomode com meus pecados, erros ou esqueletos no armário, trancados por toda uma vida.

Do mesmo modo não entro em templos que oferecem a resolução de meus problemas financeiros, que em troca de dízimos fará com que Deus me dê um emprego, carro ou a paz em minha família.

Sorrio diante de quem se atemoriza com a inveja alheia, maus-olhados, “trabalhos” ou o que o valha – crê verdadeiramente, esta pessoa, que tais sombras sejam mais poderosas que o Deus único?

Não quero as vibrações do cosmo, não peço um emprego em troca de dízimos e pouco se me dá batuques ou velas na encruzilhada, pois o único que pode nos dar ou tirar qualquer coisa ou pessoa é Jesus Cristo, o Alfa e o Ômega, o que É antes de tudo existir.

Dois milênios de existência mostram o quanto nada sabemos do Pai – já que, se O entendêssemos, obviamente seriamos como Ele, deuses também! 

Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino estabeleceram os alicerces do entendimento da vida, da sociedade como a entendemos – conjugação Divina do pensamento socrático, platônico e aristotélico com os ensinamentos da Bíblia – mas insistimos em crenças vãs, materialistas ou tribais porque nada nos exige de transcendente, de mergulho em si mesmo, da salvação de sua própria alma.

Não, nenhuma dessas crenças fala em redenção, em salvação da alma e, muito menos, contam o maior tesouro de Deus que é nossa alma imortal! E o mundo esqueceu - ou jamais percebeu - que o catolicismo é a mais introspectiva das religiões!

O trabalho duro nos imuniza contra pessoas invejosas; este trabalho duro – regrado pelos ensinamentos de Cristo – traz prosperidade sem que paguemos dízimos, e a comunhão com o Deus de todas as coisas nos tranquiliza com a paz de espírito tão desejada.

Temos dois mil anos de base moral, valores e conceitos para ajustarmos nossas vidas e a ignorância dos mesmos não é desculpa. Trabalhe duro, seja uma boa pessoa e temente a Deus que tudo será feito na medida e no dia em que Ele determinar.

Julgue a si mesmo antes de pedir o que não merece.

O senhor dá, o Senhor tira. Louvado seja seu nome.


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Walter Biancardine



quinta-feira, 2 de março de 2023

ESTUPIDEZ ARTIFICIAL


Recentemente escrevi artigo sobre o embuste representado pela nova sensação cibernética chamada ChatGPT e, ao que parece, meu julgamento vem se confirmando.

Penso que o assim chamado “ChatBot” responde, à priori, sempre obedecendo à visão politicamente correta e submissa aos novos e vigentes padrões de opinião – sim, acredite – que nos foram impostos pela grande mídia. Se em algum momento encontra pela frente mentes lúcidas, ainda não entregues à sanha de pensamento dominante, e esta o confronta com argumentos perfeitamente naturais, lógicos, coerentes e válidos, a solução da plataforma é adotar um comportamento idêntico ao de políticos em entrevistas, se confrontados: jamais ser categórico. Ou seja, a resposta do Chat é essa, “mas a sua pode ser válida também, em algumas ocasiões…”

Em recente entrevista ao site The Information (https://www.theinformation.com/articles/fighting-woke-ai-musk-recruits-team-to-develop-openai-rival) o bilionário Elon Musk – que foi um dos fundadores do ChatGPT mas afastou-se logo após a entrada em atividades da plataforma – teceu duras críticas à orientação imposta pelos lideres da companhia, no tocante à ótica das respostas fornecidas aos consulentes. Segundo ele, “a OpenAI (o sistema de inteligência artificial desenvolvido pela companhia) é um exemplo de como treinar uma inteligência para ser lacradora” – “to be woke”, em suas palavras.

Durante a última live que fiz em meu canal no YouTube (https://www.youtube.com/c/OPNewsTV) afirmei que o propósito de tal empreendimento é apenas e tão somente reforçar os meios tradicionais de doutrinação e lavagem cerebral da população trazendo algo de novo e entusiasmante, que possa angariar algum crédito em suas respostas – já que os veículos tradicionais como TV, rádio, jornais e mesmo plataformas como Google, possuem um viés ideológico notório e conhecido pela população mundial.

Vejamos um exemplo prático, clicando no link abaixo: