Segundo o filósofo Olavo de Carvalho, dissonância cognitiva é a incapacidade das pessoas em lidar com realidades que contrariem suas crenças ideológicas ou pressupostos prévios.
No vídeo acima, a pré candidata esquerdista à prefeitura de São Paulo, Tábata Amaral, rechaça com justa razão as acusações feitas por Pablo Marçal – teoricamente direitista, sobre o qual falaremos mais abaixo – de que a mesma teria abandonado seu pai, à beira da morte, para estudar em Harvard, nos Estados Unidos.
Em seu depoimento, Tábata revela que seu pai era usuário de drogas – crack – e que teve sua saúde deteriorada pelo vício, vindo a falecer por conta disso. Entretanto, segundo ela, no momento da morte de seu pai a pré candidata havia sido selecionada por Harvard mas estaria ainda no Brasil, e acompanhara seus momentos finais.
Não cabe aqui discutir sobre todo o sofrimento enfrentado pela moça e, muito menos, sua força de vontade em prosseguir seus planos, apesar da enorme dor de sua perda. O que é digno de nota seria a contradição – a dissonância cognitiva – da pré candidata em ter um pai morto pelas drogas e, mesmo assim, ter em sua plataforma política e ideológica a liberação das mesmas.
Até que ponto pode uma crença lesar os sentimentos mais profundos e íntimos de uma pessoa? A adesão à uma ideologia teria o poder de cegar seus adeptos, mesmo perante as evidências mais dolorosas de sua falibilidade? Ideologias podem levar ao fanatismo e, consequentemente, à lesões psíquicas? Ou trata-se de reles e abjeto oportunismo político que, em nome de sua ambição, passa por cima das dores e tristezas suas e de sua própria família?
Não conheço Tábata pessoalmente, não conheço seu caráter, não posso responder; a questão permanece em aberto, para mim.
Já quanto à Pablo Marçal, trata-se de um vulgar estelionatário eleitoral, oportunista camaleônico que traveste-se da cor ideológica que aparente ser mais conveniente – e lucrativa – para ele.
Não sabia que o Pablo Marçal já tinha sido membro de uma quadrilha de roubo a bancos mas o fato é que bandidos, mesmo recuperados, não podem administrar uma das maiores e mais ricas prefeituras do Brasil e que alguém como Tábata – que já passou pelo drama familiar das drogas e, mesmo assim, milita pela liberação delas – também em nada contribuirão em favor da cidade mais populosa do Brasil.
Tábata Amaral é uma menina inteligente, esforçada e não merecia sofrer as sequelas mentais de uma preferência ideológica equivocada, que a transformou em uma dissonância cognitiva de saias.
Já Marçal, não faz jus sequer às três ou quatro linhas que qualquer articulista dedique á ele.
Walter Biancardine
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