quarta-feira, 31 de julho de 2024

FONTES OCULTAS -


Vez por outra assalta-me a soberba e, em decorrência, vem a má sensação de assistir nomes famosos "chuparem" conceitos meus, que prego há muito - sempre sendo chamado de radical, em consequência dos mesmos - e exibindo-os em canais conceituados, sem a preocupação de citar a fonte.

Acusar qualquer ideologia como uma "muleta" para a aceitação e normalização de ambições, taras e perversões pessoais, bem como controle social, é algo que digo há anos (basta verificar minhas postagens) mas que, agora, começa a ser "ventilado" por nomes célebres, em canais concorridos - sem citar, entretanto, o ignóbil que vos tecla.

Mesmo uma frase que cunhei - "Moisés não teria libertado os judeus do Egito se obedecesse as ordens do Faraó" - embora não seja repetida "ipsis literis" para não dar pinta, é parafraseada pela recente e crescente opinião de que não se derruba uma ditadura por meios democráticos - eleições inclusive - e o drama venezuelano está aí, não apenas provando o que digo mas, igualmente, dando ensejo a que, sem citar meu nome, mostre ter eu toda a razão.

E por quê creio que tais pessoas "me copiam"? Não poderiam ter chegado às mesmas conclusões por si só?

Evidente que poderiam. Mas quando lembro que, "casualmente", aqueles que vejo valerem-se de meus conceitos são, todos, gente que conheço nas redes ou tenho alguma relação mais próxima, minhas desconfianças tornam-se, de alguma maneira, justificáveis nestes surtos narcísicos.

Como disse, este resmungo é apenas um acesso de soberba. O que importa é saber que não apenas tenho razão como, também - e isto é o principal - tais conceitos são divulgados por pessoas infinitamente mais vistas, ouvidas ou lidas do que um pobre, velho, obscuro e roceiro escritor e analista político que, de modo pior, ainda ostenta o estigma de ser jornalista.

Que estas ideias sejam impregnadas nas pessoas, e provoquem - antes tarde que nunca - a tão necessária reação popular contra o regime de terror e trevas que vivemos.

Soberba à parte, não quero créditos: quero um país normal.


Walter Biancardine 



Nenhum comentário: