Por algumas vezes brinquei a respeito da impossibilidade de conciliar sólidos hábitos com meus rendimentos líquidos e ontem tive uma dessas noites, chiques demais para o chiqueiro econômico-financeiro em que vivo.
O acúmulo de semanas tensas acenderam o sinal de alerta, com direito a pálpebras tremelicando, lapsos de memória e uma digitação plena de erros disléxicos - era hora de por um freio nisso e relaxar.
Um bom e suave jazz instrumental em meu som, o velho amigo Jack Daniel's no copo (descontada a pobreza de não ter copos adequados) e cachimbo aceso; a poderosa e calmante frente fria da tranquilidade invernal tomou conta de mim e comecei, finalmente, a sentir-me um pouco mais tranquilo.
Uma amiga do Facebook cumprimentou-me por isso e - sabe-se lá por qual relação - de pronto lembrei-me do estado pós-operatório em que me encontro, tomando toneladas de medicamentos (que sangraram ainda mais meu esnobismo vão) e me dei conta que, sim, estava fazendo uma grande merda - este é o preciso e grosseiro termo.
Mais de 40 anos de direção ensinaram-me que, se a colisão é inevitável, procuremos o melhor jeito de bater, e foi o que fiz: terminei de fumar meu cachimbo, o copo do velho amigo Jack já vazio, não o renovei. Deitei-me e, literalmente, apaguei.
Acordei quase meio dia, leve, relaxado, de bom humor (!!!!) e renovado para prosseguir em minhas atividades de "sparring" da vida.
Casualmente funcionou, mas não recomendo tal prática aos recém-chegados: há que se possuir um couro grosso o suficiente para contrariar as fatais bulas dos remédios.
E não é sempre que conseguimos.
De volta às atividades!
Walter Biancardine
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