Tive um fim de semana onde, por causas outras, mergulhei em um abismo de melancolia. No dia de hoje, domingo, tentei me alegrar e parecer recuperado diante da descoberta de algumas histórias antigas de família, mas ao me dar conta que amanhã é segunda-feira – que sempre traz consigo a lembrança de meu atoleiro profissional – novamente me deprimo.
Segunda-feira, em meu caso presente, não é só um dia. É um monstro quieto, um bicho que se esconde no canto da mente e espera a hora de morder. Ela traz o trabalho infrutífero, o atoleiro que me estanca, sempre, no mesmo lugar; aquele lamaçal profissional carregado de ódios e invejas alheias que eu não sei mais se é castigo ou consequência.
Ando farto de estar nas mãos dos outros, farto de esperar, farto de sentir o tic-tac do relógio como machadadas em minhas porcas esperanças. Farto de crer, sempre crer, obrigado a crer e me alimentar disso.
É o preço que pago – caro – por ser quem fui, no passado.
Apenas não sei se terei fundos, amanhã.
“Os deuses tinham condenado Sísifo a rolar um rochedo incessantemente até o cimo de uma montanha, de onde a pedra caía de novo por seu próprio peso.
Eles tinham pensado, com suas razões, que não existe punição mais terrível do que o trabalho inútil e sem esperança”.
Walter Biancardine
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