sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

É CARNAVAL. POIS É. OBA.


E começa hoje o período onde uma nação inteira, 230 milhões de habitantes - a maioria em idade produtiva - regride subitamente à adolescência e se entrega à libido, cerveja, mais libido, mais cerveja e muito funk narco-pornográfico, já que ninguém quer saber de samba.

O mundo está prestes a mergulhar em uma hecatombe financeira e bélica, os índices do mercado estão absolutamente loucos, mas a BOVESPA vai passar quatro dias fechada para que possamos sacudir a bunda.

O Brasil está mergulhado em uma feroz ditadura narco-comuno-globalista, a economia está em ruínas, inflação nas alturas, desemprego recorde e poder de compra zerado, mas o noticiário abre manchetes falando sobre os monstruosos engarrafamentos na Via Lagos para o (longuíssimo) feriado de Carnaval.

As mesmas pessoas que fazem drama nas redes sobre sua penúria alternam - em clara esquizofrenia - com as postagens embebedando-se na folia e fotos na praia (água é coisa de rico) para o Instagram.

Prefeitos aproveitadores se valem do Carnaval para amealhar uns trocados, mesmo que submeta sua cidade à uma semana de inferno turístico, alegando que lucram "milhões" com o reinado de Momo - só esquecem de contabilizar o quanto a cidade perde com metade de seu comércio, indústria e serviços fechados, por conta da esbórnia.

E mesmo aqueles "patriotas conservadores", que dizem "Deus, Pátria e Família acima de tudo", surtam e mergulham na mais torpe vagabundagem e bebedeira, argumentando o velho "se não pode vencer, junte-se à eles".

O carnaval - quatro longos dias de convulsão moral - é o eterno atestado de imbecilidade do brasileiro. Enquanto tal descalabro existir (bem como os demais e excessivos feriados), estaremos condenados à África perpétua.

Só sairei de casa quinta-feira, e mesmo assim com cuidado.


Walter Biancardine



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