Desembarcou neste domingo (09) no Brasil o representante da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca, advogado colombiano alçado ao cargo de Relator Especial sobre Liberdade de Expressão deste organismo diplomático, cuja primeira reunião foi justamente com um seu investigado – o Ministro do STF Alexandre de Moraes – em uma clara inversão da ordem natural das coisas, que exigiria ouvir primeiramente as vítimas, não os acusados.
Não devemos deixar de somar a este fato, absurdo e declaratório de uma suposta cumplicidade, o histórico deste senhor Vaca seguir, nas redes sociais, perfis de extrema-esquerda como o de Manuela D'ávila no Brasil, e postar críticas a personalidades como Elon Musk, Donald Trump, Nayib Bukele mas, nunca, a personalidades ditatoriais e assassinas como Xi Jinping ou Vladmir Putin.
Impossível também desconsiderar no que se transformou a OEA, nas últimas três décadas: um cabide de emprego para delinquentes e ex-ditadores, fornecendo aos mesmos “imunidade diplomática” e o status subsequente – mas em um continente naufragado sob a tirania do tráfico de drogas, sempre aliado das ditaduras latinas, a visita de Vaca ao Brasil poderá expor ao mundo a verdadeira face deste Organismo Diplomático, sua inutilidade (ou o quão nocivo é) e dar ensejo ao encerramento de suas inúteis e perversas atividades.
E como isso pode se dar?
Vaca, na verdade, está entre dois fogos. De um lado estão seus cúmplices totalitaristas (impossível que este gêmeo do marido da Fátima Bernardes negue seu viés ideológico), que dependem de seu “OK” para prosseguir em seus crimes e arbítrios. Para tanto, em descarada pantomima, o ditador Alexandre de Moraes “liberou” redes sociais banidas, como o Rumble, e reabilitou perfis de perseguidos pela narco-ditadura, tais como os de Alan dos Santos e até de Monark, o qual jamais foi conservador mas dizia coisas consideradas inconvenientes.
Por outro lado está o “big stick” de Donald Trump que, caso considere seu relatório parcial ou mesmo “frouxo” e encobridor, poderá – sem mais aquela – retirar os Estados Unidos da América da OEA. Esta saída significará, simplesmente, a bancarrota de tal instituição pois a mesma jamais terá condições de sobreviver contando apenas com as contribuições financeiras – pífias e irregulares – dos demais países.
Tal análise a faço com conhecimento de causa e experiência pessoal, pois trabalhei durante anos na OEA – um projeto de comércio internacional sediado na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, e bastante próximo do Comitê Jurídico Interamericano: os anos de Fernando Henrique Cardoso na Presidência do Brasil (alguém cujo mínimo de coerência seria prestigiar o mesmo) foram marcados por jamais ter pago um centavo sequer à OEA, resultando unicamente em incômodos diplomáticos – financeiros, nenhum.
Por outro lado, se desagradar o governo norte-americano, Pedro Vaca poderá ser eternizado na história como o homem que destruiu um organismo internacional, por puro fanatismo ideológico ou, quiçá, motivações muito menos nobres.
E se nenhuns outros motivos morais teria este relator para cumprir sua obrigação, sempre restarão o encantador charme, status de pertencer a um organismo internacional e a valiosa – valiosíssima, na verdade – “imunidade diplomática”, extremamente conveniente nos dias atuais.
Este é o dilema de Vaca: fazer corretamente seu trabalho ou ir pro brejo.
Arrastando a OEA junto.
Walter Biancardine
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