sexta-feira, 5 de julho de 2024

TOGA NOSTRA: A MÁFIA DE TOGA -

 


Vamos direto ao ponto, pois ainda encontro-me em estado pós operatório e não posso ser muito desenvolto na carpintaria literária. Os trechos abaixo foram extraídos de postagens do X-Twitter, hoje, e dão um perfeito panorama do que abordarei:

Sr. Sepúlveda (PH Vox) –Ministros do STF alertam para os riscos da IA e dizem que a mesma precisa ser "regulada". Curiosamente, Luís Roberto Barroso, vai à China buscar uma aproximação com o judiciário de uma repressora e sangrenta ditadura comunista, e avalia lançar um projeto de cooperação de IA”.

Nikolas Ferreira (Deputado) –No apagar das luzes o Senado quer aprovar a Lei da Inteligência Artificial (PL 2338/23). O que ninguém te contou é que o texto foi redigido pela filha do Gilmar Mendes e abre a porteira para a regulação das redes sociais por canetada do executivo, sem passar pelo congresso”.

Revista Veja e subsequente resposta de Gustavo Gayer (Deputado) O que significa o indiciamento de Bolsonaro e o que acontece agora” – Resposta Gayer: Significa que a PF virou oficialmente uma Gestapo a serviço do Moraes e estão desesperados para desgastar o líder político que leva milhões pras ruas”.

Fernanda Salles (Repórter) – “Lista de apoiadores de Bolsonaro indiciados pela Polícia Federal em razão da manifestação de 7 de setembro de 2021:

· Zé Trovão (deputado)

· Turibio Torres

· Bruno Henrique Semczeszm

· Alexandre Urbano Raitz Petersen

· Juliano da Silva Martins

· Luiz Antonio Mozzini

· Rolff Pfeiffer

· Sérgio Reis (cantor)

· Eduardo Oliveira Araújo

· Wellington Macedo de Souza (jornalista)

· Oswaldo Eustáquio (jornalista)

· Antonio Galvan

· Joedir Dilson do Lago

Vista Pátria (Canal Allan Frutuoso, vigiado pelo STF) - “Facções criminosas do Brasil podem ter chegado a Portugal, admite Lewandowski”.

Vamos começar da última citação para a primeira: sabemos, por experiência acumulada desde o início do século XX, que as esquerdas possuem estreita ligação com o crime organizado, sendo o mesmo uma de suas maiores fontes de financiamento bem como braço armado.

A fala de Lewandowski, mais que uma constatação hipócrita, é um ato falho de quem sabe muito bem o que se passa, inclusive seus detalhes mais sórdidos – não à toa o principal expoente da ditadura judiciária no Brasil, Alexandre de Moraes, tem reconhecida ligação (inclusive advogou para) com o PCC – Primeiro Comando, uma facção criminosa rival do CV – Comando Vermelho – representada agora na mais alta Corte de Justiça deste país pelo sr. Flávio Dino e seu conhecido boné “CPX”, que garantiu a subida de Lula aos morros cariocas sem nenhum susto.

O elo entre STF e facções criminosas pode ser facilmente aduzido, tal como a ligação umbilical das esquerdas com o mesmo – e que ninguém espere provas, pois “contratos” deste tipo jamais seriam registrados em cartório. Basta-nos, mais que suas declarações, observar seus atos.

A confissão de Lewandowski, mais que um cínico lamento é uma ameaça, pois adverte aos que sabem das coisas jamais noticiadas pela mídia amiga, que a cúpula do Judiciário faz parte da máfia. A toga agora exibe seu poder internacional, capaz de desgraçar não só um país de terceiro escalão feito o Brasil como, igualmente, interferir no jogo de poder europeu.

Investigadores sempre aconselham: “follow the money” (siga o dinheiro) mas, na presente situação, basta-nos seguir o poder: o PCC está na Europa. Quem é o notório expoente, ex-advogado desta facção criminosa? Alexandre de Moraes. Quem indicou Moraes para o STF? O ex-vice Presidente da Dilma Roussef, Michel Temer. Ora, Michel Temer quase foi (escapou por “forças maiores”) investigado quando descobriram que o porto de Santos – área há muito sob seu domínio político – era uma das principais rotas de saída de drogas do Brasil, rumo à Europa – e, casualmente, ambientalistas denunciaram recentemente o alto teor de contaminação de mariscos, bem como de toda a fauna marinha que habita nas imediações deste porto, por cocaína, tal a quantidade de pó jogada ao mar em situações de “dispensa de flagrante”.

Para arrematar, a declaração levandovisquiana foi feita em Portugal – uma das principais portas de entrada das drogas oriundas do Brasil e (que coincidência!) país que abriga os empreendimentos educacionais de outro Ministro do STF, Gilmar Mendes.

Vale notar que não estou acusando ninguém; apenas expressando meu pasmo – tal como Jung – diante de tamanhas “coincidências”. Vamos agora às demais postagens do X-Twitter, mencionadas neste artigo.

A repórter Fernanda Salles (que era do Terça Livre, canal fechado pelo STF) elaborou uma pequena lista de apoiadores de Bolsonaro, indiciados pela Polícia Federal no inquérito referente à farsa do 8 de janeiro. Esta lista deve ser analisada em conjunto com todos os demais presos políticos – categoria de detentos que nenhuma democracia possui – sequestrados, é o termo, pelo STF seja pela farsa do “golpe”, ou pelo verdadeiro “Plano Cohen” (busquem no Google e vejam o que Getúlio Vargas fez com um mero estudo de um partido político, nos anos 30) em que se transformou o Inquérito das Fake News, uma ação persecutória penal que trata de algo sequer figurante como crime, em nossos códigos.

O objetivo é um só: cercar e prender Bolsonaro – e aqui vale lembrar que pouco importa se você o apoia ou não, trata-se de algo muito maior, que é a atuação ilegal e ditatorial de tal persecução ilegítima e de cunho pessoal, verdadeiro estupro à Constituição Federal e desmoralizante de todo o Poder Judiciário.

Cercam o ex-Presidente com a questão das supostas jóias; acuam-no igualmente com os atos – fraudulentos, posto que os vândalos eram notórios e identificados esquerdistas – do infame 8 de janeiro e, para não deixar de ser, adesivam o mesmo – bem como sua família – como integrante de suposto “gabinete do ódio”, vinculando-o ao sórdido “Plano Cohen” chamado “Inquérito das Fake News”.

Atingisse toda esta fúria, pessoal do STF e do declaradamente vingativo Lula, somente à Bolsonaro e poderíamos talvez “gritar mais baixo” mas o fato é que atinge quem nada tem a ver – como o sequestrado e comprovadamente inocente (via certidões do Aeroporto de Nova York) Filipe G. Martins – com objetivos claros e sinistros: impor o medo na população, fazê-la recusar comparecer em manifestações, temendo outra ação pérfida das Forças Armadas, bem como instaurar o silêncio geral por todo o Brasil, principalmente por parte das poucas e ainda atuantes vozes de protesto na internet.

Tal análise nos conduz diretamente à postagem da Revista Veja – e subsequente resposta do Deputado Gustavo Gayer – na qual o outrora glorioso periódico especula sobre “o quê acontecerá após o indiciamento de Bolsonaro”.

O Deputado responde com a clareza dos puros, afirmando que “a PF virou oficialmente uma Gestapo a serviço do Moraes”, refletindo o desespero persecutório contra o único líder de oposição à narco-juristocracia reinante, atualmente. E poderíamos acrescentar que, se a Polícia Federal rebaixa-se à ser o braço armado legal – Guarda Pretoriana – dos narco-ditadores de togas, o PCC e CV são seus notórios “braços armados informais” (ilegais, para resolver as coisas em última instância e como poderoso instrumento de chantagem terrorista).

A sede de poder e seu consequente pânico de perdê-lo, entretanto, não conhecem limites e, mesmo cercados por armas (legais e ilegais), poder (legal e ilegal) e a força das leis (deles próprios, agora vigentes), os assustadiços narco-jurisditadores procuram garantir a cumplicidade da grande mídia mundial ao manipularem e controlarem a internet, as redes sociais e até mesmo – pasmem – a inteligência artificial. Vale rever a postagem do sempre excelente – e ponderado – Sr. Sepúlveda, no X-Twitter:

Ministros do STF alertam para os riscos da IA e dizem que a mesma precisa ser "regulada". Curiosamente, Luís Roberto Barroso, vai à China buscar uma aproximação com o judiciário de uma repressora e sangrenta ditadura comunista, e avalia lançar um projeto de cooperação de IA”.

Vale lembrar o que eu mesmo escrevi, como arremedo à publicação de meu amigo: “‘Regular" a internet, "regular" as redes sociais e, agora, "regular" a Inteligência artificial. Quem "regula" os "reguladores"? Quem "regula" o STF?

Enfiando o dedo diretamente na ferida: o dinheiro chinês e a inteligência russa (antiga KGB) alimentam diretamente o Foro de São Paulo, associação ilícita que abriga não somente partidos de esquerda mas, igualmente, traficantes internacionais de drogas e grupos terroristas como as FARC’s, transformadas em “partido político” por interferência direta de Lula da Silva. Ou seja, China e Rússia financiam o tráfico de drogas latinoamericano, prestando assistência financeira, logística e política – não é outra a razão de Luís Roberto Barroso buscar a China como “parceira” para a tentativa de “domar” a internet e as redes sociais, rebeldes e livres demais para seus gostos.

Por “coincidência”, o Deputado Nikolas Ferreira denuncia: “No apagar das luzes o Senado quer aprovar a Lei da Inteligência Artificial (PL 2338/23). O que ninguém te contou é que o texto foi redigido pela filha do Gilmar Mendes e abre a porteira para a regulação das redes sociais por canetada do executivo, sem passar pelo congresso”.

Por óbvio que o corajoso Nikolas sabe de tudo e, de modo previdente, restringe sua denúncia apenas ao fato – por si já escandaloso – de ser a filha do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, quem está redigindo as “trancas” que nos acorrentarão às mais sórdidas prisões – bocas, vozes e opiniões encarceradas.

O STF associou-se ao PCC e CV, via Alexandre de Moraes e Flávio Dino. O primeiro, Alexandre, foi posto por Michel Temer – controlador da maior porta de saída de drogas da América Latina, o Porto de Santos – para abrir caminho e o segundo, Dino, por Lula para aproximar o Foro de São Paulo (e seus traficantes e terroristas) da mais alta Corte de Justiça do país. Por sua vez, esta última “aproximação” estabelece, definitivamente, o controle russo-chinês sobre as ações da mais perversa ditadura já implantada em solo brasileiro.

Este é o resumo da ópera, cujo libreto nos impele a dar a situação como insolúvel e emigrar para Marte, via Space X do Elon Musk – porque fugir para a Europa ou qualquer outro país de nada vale: o poder da droga, aquele baseadozinho que seu filho fuma na faculdade, já dominou tudo.

Somos uma civilização em estado terminal.



Walter Biancardine




quinta-feira, 4 de julho de 2024

A TÍSICA MORAL DA LITERATURA BRASILEIRA -


Digno de nota é o fato de não dispormos de um só herói, no sentido específico do termo, em toda a gama de publicações ficcionais no Brasil.

Quando digo "herói" refiro-me á coragem física, moral, intelectual ou mesmo espiritual - não há, pois em nome de um tacanho "realismo", a falta de caráter é a tônica dominante em tais personagens; uma trilha quiçá aberta pelo indecente "Macunaíma", cuja aclamação reflete, à perfeição, todo o valor dado por nossa "elite" cultural à falta de vergonha na cara.

Sabemos que nada se dá na vida real sem que, antes, tenha sido publicado em algum livro - fato por demais evidente e de acontecimentos sobejamente coincidentes com a literatura. Cabe, então, a pergunta: onde a nata literária nacional pretende levar o Brasil? Que espécie de exemplos creem os mesmos serem capazes de oferecer ao público, através de seus personagens ditos "heróicos"?

Por inúmeras vezes afirmei ser o "brasileiro típico" uma cruza perfeita entre Jeca Tatú e Macunaíma, e infelizmente ainda não tive a oportunidade de perceber que estava errado.

Que Shakespeare ocupe as mãos - e as cabeças - de nossos filhos.


Walter Biancardine



TAMBÉM EXISTEM BOAS SURPRESAS -

 


Recém operado e ainda me abstendo de artigos mais longos, não posso evitar de – fugindo de meus temas habituais – comentar sobre uma surpresa que tive ontem, a qual produziu um efeito tão profundo que, sequer, tenho o mesmo já devidamente digerido e analisado; estas linhas são uma espécie de “primeiras impressões”.

Buscava eu uma moça nas redes sociais, a qual deveria fazer um contato profissional. Coincidentemente, ela é homônima de uma antiga colega de meus tempos de escola ginasial e, quando me deparei com seu perfil, não resisti e enviei uma mensagem.

Para minha felicidade ela respondeu e tivemos uma boa e agradável conversa, relembramos de pessoas e fatos há muito empoeirados em minhas memórias e isso rendeu-me uma enorme alegria – alegria desproporcionalmente grande a de um bom reencontro. E foi justamente sobre esta desproporção que pus-me a pensar, ao fim da noite.

Aqueles 12 ou 13 heroicos seguidores, que acompanham meus artigos, sabem de tudo o que sucedeu comigo nos últimos anos. Sabem do isolamento involuntário no qual vivo, sabem da perda de minhas raízes, referências e até mesmo das pessoas que não mais vejo ou tenho contato, familiares inclusive. 

Neste cotidiano de náufrago em que vivo, essa perda total de tudo se faz poderosamente presente em cada passo que dou, chegando ao ponto de render-me um livro – Pretérito Perfeito – onde, através de uma ficção semi-autobiográfica, busquei exorcizar e virar de vez a página desta vida passada. Igualmente, esta perda é objeto de uma atual investigação filosófica que faço, na qual entendo a solidão como personagem bíblico (os desertos dos profetas) de profundo significado e, igualmente, necessária ferramenta para nosso despertar transcendente e auto consciente, tese que pretendo publicar até o final do ano.

Neste estado de coisas, chega-me a feliz descoberta de uma pessoa pertencente a uma época passada e que trouxe de volta tudo o que, um dia, eu fui – quase uma lembrança material de mim mesmo, de minhas origens, de tudo aquilo que eu próprio já duvidava ter realmente sido um dia minha vida, enquadrando este passado quase como uma neurose, uma mentira na qual eu teimava acreditar.

Como descrever a exclamação de surpresa “mas então tudo aquilo que eu fui era verdade”? Ou mesmo “as histórias que lembro aconteceram, de fato”?

É preciso uma desconexão muito grande para chegar a esse ponto. Não vou aqui aprofundar o mérito desta desconexão, involuntária, mas certamente nem eu mesmo fazia ideia da extensão, da gravidade de tal estado mental em que me encontrava.

Devo gratidão a esta pessoa pelo reencontro proporcionado – com ela e comigo mesmo – e, igualmente, pela gentileza do trato, fazendo-me sentir novamente como um igual, um ser humano como todos os demais, ocupando um lugar no espaço, tendo um passado real e existindo de fato.

Não há como retribuir tal benesse.



Walter Biancardine




quarta-feira, 3 de julho de 2024

O BÁSICO -

A conhecidíssima - ao menos para os de minha geração - socialite Carmem Mayrink Veiga, célebre por sua elegância reconhecida internacionalmente (e particularmente acrescento, por seu "ar" de Audrey Hepburn, que sempre me seduziu), adotava o estranho hábito de marcar seus jantares em horários inusitados: 20:35h, 19:55h, 20:17h e por aí vai.

Esclarecia ela que tal método devia-se à notória - e deseducada - "tradição" brasileira da mais descarada falta de pontualidade: 

" - quando as pessoas veem um horário tão estranho, tendem a cumpri-lo, ao menos por aguardarem alguma surpresa", alegava. 

E funcionava!

Ora, somos incapazes de respeitar o tempo alheio sendo pontuais, mas exigimos toda correção e seriedade de nossos políticos.

Reclamamos da demora no atendimento dos serviços públicos, mas lá comparecemos de bermudas, chinelos de dedo e na hora em que bem entendemos.

Ficamos furiosos com um Alexandre de Moraes exibindo, do alto de sua vaidade, os prisioneiros políticos de nossa ditadura - tal qual fosse (para usar uma expressão mayrinkiana) um "tableau de chasse" - mas sequer somos capazes de respeitar o básico das regras de um convívio social civilizado.

Como condenar políticos ladrões, se procuramos nos livrar da multa de estacionamento oferecendo "um café" para o guarda?

Como temos o atrevimento de exigir respeito, se nada respeitamos?


Walter Biancardine



terça-feira, 2 de julho de 2024

DEMOCRACIA, LIBERDADE E FELICIDADE NÃO SÃO OBJETIVOS -

 


É recorrente a estranheza de quem ouve ou lê tal sentença, a qual reflete meu pensamento e que, inclusive, expressei em meu romance “Pretérito Perfeito”. Assim, por questões de brevidade começarei comentando a liberdade, reproduzindo o que recentemente escrevi em outro artigo.

A liberdade não é um direito: ela é uma condição natural, inerente à existência do ser humano, que não pode ser negociada, condicionada ou concedida a ninguém, seja através da adesão a ideologias, crenças ou filosofias de vida. O homem é um animal gregário, seu DNA o impele à vida em sociedade tal qual formigas, elefantes ou macacos; enquanto ajustado ao meio social circundante, tal liberdade será desfrutada de forma natural e inquestionável.”

Desde modo, a liberdade é uma condição que nos foi dada por Deus e cuja única possibilidade de privação será o comportamento prejudicial de um indivíduo ao grupo social. Esta pena, presente na Palavra Revelada, reflete-se na criação humana das leis que, igualmente, preveem o afastamento do delinquente do convívio em sociedade.

Declarar que “queremos liberdade” é apenas um slogan pueril, palavra de ordem política ou reflete a absoluta falta de consciência de si mesmo, de sua real presença ontológica e da ciência que esta mesma liberdade é inversamente proporcional aos nossos afetos, necessidades de sobrevivência e, até mesmo, bens. Tudo se resume a uma questão de ter a coragem de escolher.

Já a democracia deve ser analisada sob ótica bastante semelhante à felicidade, pois ambas – de maneira alguma – podem ser encaradas como “objetivo”, sendo as mesmas a evidente consequência de nosso viver, dos atos ou escolhas por nós praticados ao longo da vida.

Quem encara qualquer um dos dois conceitos acima como objetivo está, simplesmente, rebaixando de forma materialista e condicional algo que, teoricamente, só seria alcançado SE tal coisa for comprada, feita ou concedida: “Só serei feliz se comprar aquela casa” ou “conseguir a promoção no trabalho é a única maneira de ser feliz”, ou ainda “preciso me casar com ela, só assim serei feliz”.

Para piorar, terceiriza a estranhos – no caso da democracia, especificamente – a possibilidade de vivê-la, pois crê ser responsabilidade de outrem (parlamentares, juízes, etc.) algo que está, evidentemente, em suas mãos; o esquecimento de suas escolhas ao votar, eleger ou rejeitar alguém em cujas mãos a pessoa entrega esta possibilidade – viver uma democracia – reflete a fuga completa de suas responsabilidades sociais.

Ambos – democracia e felicidade – são consequências diretas do que fazemos ao longo da vida. Se escolhemos representantes e governantes com prudência e sabedoria, o resultado ao longo do tempo nos trará, inevitavelmente, a democracia.

Igualmente, se tomamos decisões igualmente sábias para nossas vidas – um bom e honesto trabalho, onde possamos expressar aquilo ao qual somos vocacionados; a escolha de uma boa esposa ou marido, cientes de que naturalmente cederemos (com amor) boa parte de nossa liberdade – definirão uma trajetória a qual, um belo dia e sentado à sua varanda com um café nas mãos, você refletirá e certamente concluirá: - “Sim, eu sou feliz”.

A preguiça em pensar, preconceitos ou mesmo opiniões de terceiros, travestidas de “experiência de vida” nos trazem mais fracassos que a simples má sorte – e de nada adiantará culpar-se; você errou o alvo.


Walter Biancardine





INTROMISSÃO INCONSTITUCIONAL -


Na vida diária conseguimos encontrar as mais inesperadas formas de consciência de nossa real situação política, tais como nos deparamos com um boiadeiro (para mim, algo cotidiano) perfeitamente ciente dos males, inconveniências e intromissões do STF não apenas em nossas vidas ou, igualmente, sofremos a tristeza de vermos pessoas com o dito “terceiro grau” – médicos, advogados, engenheiros – a resumirem suas críticas em simples tabula rasa, classificando tudo e todos como “ladrões”.

Sei que tenho leitores entre ambas categorias – boiadeiros ou advogados – e, para os eventuais desinformados, resolvi exemplificar os atos abusivos desta citada Corte através de um exemplo mais palpável e facilmente compreensível.

Suponha ser você um cidadão casado, com filhos, e que atravessa uma crise conjugal com sua mulher. Ambos gastam-se durante a semana em seus trabalhos, veem-se somente à noite e, compreensivelmente, não usarão tal breve período de descanso – preparativo para o dia seguinte, duro e difícil – discutindo os problemas de seu casamento.

Pois bem: eis que chega o fim de semana e, obrigações com as crianças à parte, o casal precisa se haver com a visita constante, repetitiva e infalível de um amigo em comum, que os busca alegando atravessar período difícil e solitário; tudo o que deseja é espairecer e encontrar com quem conversar.

Esta situação permanece durante semanas, meses, e você e sua mulher jamais encontram tempo aos sábados e domingos – dias mais folgados – para resolverem seus questionamentos, já que devem atenção ao visitante. Ora, chega um dia em que você, já farto, chama este amigo e o diz atravessar, igualmente, um momento ruim com sua esposa e que precisa resolver isso. E qual é a reação de tal amigo? Concorda, aparenta compreender e até mesmo, eventualmente, oferece alguns conselhos – mas no fim de semana seguinte lá está ele novamente, a empurrar suas carências por sobre a sobrevivência do casal!

Assim age o STF diante do Congresso Nacional, diante do Poder Executivo – notadamente no governo Bolsonaro – e no trato com a Constituição Federal, com a diferença que a Corte Suprema não se vale de seus próprios problemas para impor sua intromissão perante o Congresso ou seus rasgos à Constituição; pelo contrário, vale-se dos problemas do Parlamento para – alegando “ajudar” – intrometer-se e sobrepujar, com a força da Lei, as deliberações desta casa legislativa.

Ele é o “amigo inconveniente”, que nos permite até duvidar se o mesmo busca apenas lenitivo para suas feridas ou visa, no fundo, o fim do casal – ou Congresso, para ficar bem claro.

É incompreensível que muitas pessoas ainda não enxerguem haver o STF fechado e inutilizado o Congresso, somente grave desinformação ou a deliberação de alienar-se poderá explicar tal ignorância, que não ocorreria se a situação fosse em seu casamento, tal qual o exemplo acima.

Quase sou forçado a crer que a verdade esteja no intento de alienarem-se, e baseio esta conclusão em um testemunho prestado pelo conhecido professor Bellei, postado em seu X-Twitter, no qual expressa seu pasmo ao perceber que, caminhando pelas ruas de seu bairro à noite, tudo o que ouve vindo das casas vizinhas são as vinhetas da Rede Globo – a mesma Rede Globo onipresente nas TV’s de qualquer restaurante de comida à quilo que você procure para almoçar.

São décadas de adestramento comportamental, décadas de hipnose gramscista, e será um trabalho longo e árduo “desadestrar” toda uma população.

Mas toda longa caminhada sempre começa com um humilde e pequeno passo.

Andemos, pois.



Walter Biancardine



segunda-feira, 1 de julho de 2024

REFORMA DE FACHADA -

 


Hoje, finalmente, fui submetido à tão adiada cirurgia para retirada de um “sei-lá-o-quê” que inopinadamente havia feito moradia em minha cara.

Tudo correu bem – óbvio, pois defuntos não escrevem – e, cercado de remédios, ataduras, esparadrapos e demais apetrechos para contenção da encosta (evitando a ruptura dos pontos e consequente “desabamento” da coisa toda), cá estou de volta aos teclados.

Entretanto, até que possa retirar o curativo ou eu mesmo fazer outro menor, serei obrigado a resumir meus artigos, pois o mesmo deixa-me um tanto “caolho” e impossibilitado de usar os óculos de leitura.

Que meus escassos leitores comemorem, pois estarão livres de meus “textões” por algum tempo.


Walter Biancardine



domingo, 30 de junho de 2024

O SENTIDO DA VIDA -


Use o que Deus nos deu, único e exclusivo dom humano.

Aproveite seu intelecto, use-o, desenvolva-o, busque as verdades primeiras e conheça o incognoscível.

Não se resuma, entretanto, apenas à razão: mais que um simples raciocínio, desfrute o transcendente. Ouça Mozart, Beethoven, Tchaikovski; leia Shakespeare, os clássicos gregos, poesias.

Veja um por do sol, sinta o vento no rosto, conte as estrelas do céu.
Só a alma humana pode enredar-se no sublime.
Permita-se elevar, sair da brutalidade carnal do cotidiano, pois o espírito é nossa única diferença dos animais.

Ouvir um batidão e acasalar, até as baratas fazem.


Walter Biancardine




FALE SOZINHO EM VOZ ALTA -


O conhecido Siegmund Freud dedicava-se a analisar uma paciente que havia adquirido fobia ao ato de beber água.

Em uma das sessões, sua paciente resolveu narrar tudo o que acontecera e citou que, estando a cozinhar, viu casualmente seu cachorro bebendo água em uma vasilha e, como todo cão, babando e pingando ao redor. Aquilo, segundo ela, havia causado profundo nojo nela. Ato contínuo, pegou um copo de água em cima da mesa e bebeu. Estava curada.

Freud morreu alegando que havia descoberto as virtudes terapêuticas da fala, da discussão consigo mesmo, de dizer em voz alta aquilo que jamais diríamos a ninguém.

O fato é que Siegmund nada descobriu: por diversas vezes relatei o surpreendente poder da solidão, chegando ao ponto de entender o deserto - tão citado na Bíblia - como um verdadeiro personagem das Escrituras. E esta solidão, a possibilidade de confessar - em voz alta - tudo aquilo que jamais diríamos, é um fato espantosamente desconhecido, até mesmo por muitos clérigos e outros que se dizem "espiritualistas".

Meditar não é falar. O que pensamos, normalmente não dizemos, e o silêncio em nada nos eleva.

A peregrinação solitária e compulsória, a vivência desta solidão acompanhada de suas vicissitudes, carências e sofrimentos podem e devem ser canalizadas como impulsionadores desta nossa tão necessária confissão em voz alta.

Só através dela perdi o nojo da vida, o nojo de mim mesmo, o nojo da água.

Freud apenas apropriou-se da sabedoria bíblica.


Walter Biancardine



NINGUÉM PODE ME DAR O QUE TENHO DE NASCENÇA -

A liberdade não é, ao contrário do que artistas, políticos e demagogos pregam, um direito: ela é uma condição natural, inerente à existência do ser humano, que não pode ser negociada, condicionada ou concedida à ninguém, seja através da adesão à ideologias, crenças ou filosofias de vida.

O homem é um animal gregário, seu DNA o impele à vida em sociedade tal qual formigas, elefantes ou macacos; enquanto ajustado ao meio social circundante, tal liberdade será desfrutada de forma natural e inquestionável.

Apenas um comportamento danoso ao bando, à matilha, ao grupo, pode justificar e promover sanções ao infrator, seja através de sua expulsão do meio (animais) ou - em nossas normas jurídicas - sua retirada compulsória do convívio em sociedade.

Abomino e repudio todo e qualquer um que pense ter o poder de me conceder algo que já possuo desde meu nascimento, como seja, minha liberdade.

Igualmente vejo como opressor todo aquele que exclui o meu pensar, meu intelecto, minhas opiniões, conclusões e crenças do conceito de "liberdade", acima descrito.

Quando uma realidade conflitante e prejudicial torna-se um consenso em uma sociedade, expressar nossos julgamentos é parte igual e preponderante de nossa liberdade inerente - mesmo justificada por algo tão frágil quanto o "consenso" - e, por isso, tanto quanto o encarceramento injusto, a censura é uma brutalidade arbitrária contra a condição natural do homem, dada por Deus, de criatura livre e pensante.

Não há nenhum pensamento filosófico que justifique ou embase a censura. A mesma é fruto direto de criações humanas como ideologias e suas leis resultantes, o que - no mais das vezes - sempre são diametralmente opostas aos absolutos divinos.

"É necessário que hajam dores, mas ai daqueles por quem as dores vem", diz a Bíblia.

E que Deus tenha piedade de tais pessoas, as quais são sobejamente conhecidas por nós.


Walter Biancardine





sábado, 29 de junho de 2024

PENA CAPITAL PARA BEBÊS E 40 GRAMAS LIBERADOS -

Em intervalo de tempo espantosamente curto, os integrantes da junta governativa da ditadura brasileira – leia-se STF – demoliram dois dos mais significativos e conhecidos valores de nossa sociedade, ao liberarem o aborto e as drogas.

A rapidez com que assim agiram demonstra a certeza de nenhumas satisfações terem a nos dar – afinal, somos uma ditadura – bem como revelam o cinismo e desfaçatez ao alegarem ser tudo “em consequência da imobilidade do Congresso”.

Pois bem, analisemos tal e esfarrapada desculpa: em primeiro lugar o poder Judiciário não é um “jogador no banco de reservas” do parlamento, entrando em campo quando este não apresenta “os resultados esperados”. Se deputados federais e senadores não se mexeram sobre tais temas, assim foi sua vontade e reflete a postura cautelosa diante de pautas tão delicadas, controversas (por conta exclusivamente da esquerda, que não aceita o consenso) e caras ao povo brasileiro que, em sua maioria absoluta, repudia drogas e aborto.

Em segundo lugar, não bastasse tal repulsa ser pública e notória, a decisão do STF é exatamente o oposto da vontade popular e esfrega em nossa cara que tais Ministros são cúmplices, partícipes dos grandes traficantes internacionais de drogas, conhecidos financiadores das esquerdas latino-americanas há décadas, bem como evidencia a subserviente vassalagem togada aos ditames da Escola de Frankfurt – “destruição total de tudo para que, do caos econômico e social resultante, algo novo e melhor emerja” – proposta essa seguida à risca por esquerdistas e globalistas, estes últimos de grande destaque como “Big Techs” e “Meta Capitalistas”.

A ânsia deste caos frankfurtiano pelos Ministros do STF pode ser sentida, de imediato, pelos absurdos resultantes: uma gestante – criminosa – que autorize o assassinato de seu bebê, com sete meses e meio de gravidez, é tão assassina quanto os que ordenaram essa morte, os Ministros supremos, ambos portadores de sociopatia terminal que – em condições normais de temperatura e pressão – os condenaria à reclusão perpétua em um sanatório para doentes mentais perigosos.

Não podemos esquecer dos médicos, os agentes do assassinato e sempre mais zelosos com suas carreiras que com o Juramento de Hipócrates que, igualmente, se acumpliciam como autores materiais da sentença de morte expedida pela Corte Suprema.

Assim, com o concurso de três cúmplices – a grávida (porque mãe não é), STF e suas excelências, os doutores médicos – uma injeção letal provocou a morte do bebê de sete meses, repito à exaustão, por assistolia, prática tão dolorosa e cruel que foi abolida mesmo em procedimentos veterinários de emergência, pelo tanto de sofrimento e dor absurdas que provocam nas vítimas.

Mas esta foi a vontade da grávida, do STF e dos médicos, todos aplaudidos de pé pela satânica e vitoriosa esquerda brasileira e mundial.

Vamos agora à questão das drogas. As mesmas são consideradas ilícitas em nosso Código Penal, sendo penalizados seu comércio, uso e posse – até ontem, agora não mais.

O tráfico de drogas é considerado crime hediondo no Brasil mas a proibição de seu porte, uso e comércio parece pouco ou nada ter pesado, na decisão do Supremo. Assim, o cidadão poderá carregar consigo até quarenta gramas de maconha – muito embora o Ministro Dias Toffoli tenha lamentado e julgado, para quem quisesse ouvir, que tal decisão deveria liberar igualmente todas as outras drogas.

Tal quantidade de maconha é suficiente para ser embalada em “tijolos” e rende até, aproximadamente, cem “baseados”. Se cada “baseado” é vendido à R$10,00 o “inocente” e “inimputável” portador do “tijolo” de maconha transportará por aí, livremente, uma carga no valor de uns R$1.000,00, para pasto e gáudio do gerente de sua “boca”.

Ora, a definição deste peso de 40 gramas é uma evidente liberação do tráfico de drogas – mas “só um pouquinho”, como diria a Ministra Carmem Lúcia, ao aprovar a censura – e seu livre transporte por todo o país. Em resumo, os Ministros do STF liberaram o tráfico de drogas, bem como seu consumo – a venda não vale à pena, pois traficante não gosta de pagar imposto, tirar alvará e correr o risco de seu “vapor” o processar na Justiça do Trabalho.

Mas onde entra a alegada “inação” do Congresso nessa história?

Não houve. A proposta foi apresentada por um pequeno e minoritário partido de esquerda, e foi fragorosamente derrotada em plenário – o Congresso, a voz do povo, o rejeitou.

Bastou, entretanto, que tal partido – minoritário por vontade do povo, que não elegeu seus candidatos – recorresse ao STF para que sua PROPOSTA rejeitada fosse transformada em LEI embora, teoricamente, a Corte Suprema “não legisle”. Deste modo temos a prova, esfregada em nossas caras, que o Supremo FECHOU o Parlamento e vivemos, de fato, em uma ditadura juristocrática.

Aliás, tantas e tão repetidas vezes propostas absurdas de partidos inexpressivos – ou de outros maiores, mas que foram derrotadas no Congresso – de esquerda foram “transformadas em lei” pelo STF que nos é lícito suspeitar que, na realidade, tais propostas seriam encomendadas pelo próprio Supremo aos venais parlamentares, a fim de emprestar mínima e tênue aparência de legalidade aos seus arbítrios autocráticos, bem como sua obediência à pautas obscuras, esquerdistas e globalistas, vindas do exterior ou de poderosos chefões internacionais das drogas.

Que o leitor tenha em conta, entretanto, que não é intenção deste artigo “vitimizar” o Congresso, pois toda essa inação deve-se à pencas de processos que os parlamentares respondem – ou responderão, caso se rebelem – ao STF, bem como ao tsunami de dinheiro do pagador de impostos, liberados pelo nosso Presidente comunista aos seus apoiadores do conhecido e majoritário “Centrão”, justamente para garantir um rebanho bovino e dócil.

Vivemos em uma situação extrema e paradoxal, cuja única solução talvez seja a “profetizada” pelo General Olímpio Mourão Filho, em 1964, ao dizer que “a continuar este sistema de governo o gangsterismo e a máfia se unirão, uma longa noite descerá sobre o Brasil até que uma guerra, acionando forças exógenas, venha a libertá-lo”.

É um paradoxo a covardia do Congresso, mas muitos foram comprados.

É um paradoxo a inação das Forças Armadas, mas sua cúpula foi cooptada – e, de todas as soluções esta seria a pior pelo positivismo de seus integrantes, que já experimentamos antes e resultou no que hoje vivemos.

Mas igualmente é um paradoxo nossa apatia, alegando temer prisões e mortes – as quais, sem agirmos, já acontecem.

Uma coisa é certa: sem dor, sofrimento e sacrifício – heroísmo, enfim – não sairemos dessa jamais.

Mas o brasileiro médio morre de vergonha – e medo – de ser herói.



Walter Biancardine



quinta-feira, 27 de junho de 2024

SENTENÇA DADA, SENTENÇA CUMPRIDA

 


O Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, expediu sentença contra alguns médicos que se recusavam a realizar um procedimento de aborto, via assistolia fetal – um método tão cruel e doloroso que é vedado mesmo nos procedimentos veterinários – em uma gestante, que já contava com mais de sete meses de gravidez.

Tão medonho e pavoroso é o caso que, sem maiores ponderações, devemos ir diretamente ao fato: no sétimo mês de gravidez, é fora de questão que estamos tratando de um bebê. É um ser humano, uma criança – conheço não poucas pessoas, amigos e amigas, que nasceram aos sete meses de gravidez da mãe – dispondo de todas as condições de viver e se desenvolver, em uma infância plenamente normal.

Entretanto, por ordem – sentença de morte – expedida “legalmente” por Alexandre de Moraes, este bebê teve seu coração paralisado através de substâncias químicas, em um lento e dolorosíssimo processo, que o levou à morte.

O fato é que, com exceção do bebê, não há inocentes nesta história.

Alexandre de Moraes ordenou um assassinato, portanto é autor intelectual de um homicídio. Os médicos que realizaram tal procedimento – não sei quantos foram, se um ou mais de um – bem como toda a equipe envolvida, foram os executores deste mesmo homicídio. E a mãe da criança – pouco importa se pretendeu fazer o aborto com apenas duas semanas de gestação – é, igualmente, cúmplice e teve seu desejo de eliminar o bebê atendido. Se os trâmites legais demoraram e somente foram liberados com a mesma atingindo, já, sete meses de gestação, a mãe teria todo o direito de simplesmente recusar se submeter ao procedimento – por razões óbvias.

Em uma sequência enlouquecedora de ditames despóticos o STF – capitaneado por Alexandre de Moraes e endossado por Luís Roberto Barroso – fechou o Congresso e promulgou leis próprias, via “interpretação dos fatos” e sempre “provocados” por alguma ação jurídica de “partidos políticos” amigos, que incluem a implantação de uma ditadura, a feitura de presos políticos (já com mortes), exilados e censura.

Para piorar, pautas ideológicas foram, inopinadamente, impostas, tais como o aborto, a legalização das drogas e, até mesmo, a imposição do ensino da infame “linguagem neutra” nas escolas.

É evidente que, mais que um narco-estado, tais Ministros desejam empurrar aos brasileiros um padrão de sociedade semelhante aos piores bordéis, onde drogas e sexo promíscuo coroam a felicidade provocada pelas sequelas mentais do povo, oriundas de um sistema de ensino canibalizante do intelecto e fortemente festejada e incentivada por emissoras de televisão, jornais, revistas e emissoras de rádio.

Urge uma reação dura do povo brasileiro. Se não por vergonha, ao menos pelo mais básico e humano instinto de sobrevivência.



Walter Biancardine




quarta-feira, 26 de junho de 2024

O GOLPE NA BOLÍVIA -


Não percam seu tempo se acham que comentarei sobre os acontecimentos de hoje na bela e andina Bolívia.


Golpe? Que golpe?

Que eu saiba - e todos nós somos experimentados golpistas - um verdadeiro golpe de estado se dá com velhinhas de Bíblia na mão e segurando o terço, bem como escrevendo frases com batom em estátuas.

Aqueles amadores bolivianos teriam tentado dar um golpe de estado usando blindados, armas e soldados?

Sua principal presa política, Jeanine Añez Chávez, ainda mantém sua conta no X-Twitter e diz que é contra?

Que aprendam conosco, os verdadeiros golpistas, que temos canais fechados, contas bloqueadas, prisões sentenciadas a 17 anos, mortes na cadeia, exilados políticos e tudo isso graças à nossa heróica ação de fazer passeatas e acampar em frente aos quartéis!

Os militares bolivianos, igualmente, são uns primários: bons são os nossos, que utilizam as mais modernas estratégias de perfídia - sem falar nas corajosas pinturas de meio-fio - para deter os insanos que "atentam violentamente contra o estado democrático de direito"!

Ainda falta muito para que os pobres bolivianos se comparem ao nosso brilho!


Walter Biancardine



O MUNDO ACABA E CABO FRIO NEM AÍ -


A ditadura judicial não mais disfarça e abate, com sua mão pesada, os poucos corajosos que dela discordam.

De ontem para hoje, tivemos 24 horas de terror ao vermos nossas publicações excluídas e mesmo a Rádio Auri Verde Bauru noticiou, nesta manhã, a perseguição e exclusão que tem sido vítima.

Mas o quadro não se resume a isso: temos presos políticos como Filipe G. Martins - encarcerado sem nenhuma razão plausível - bem como idosos e mães de filhos pequenos igualmente presos, junto com doentes e que precisam de cuidados especiais.

Já tivemos um morto - o "Clezão" - e ficou por isso mesmo. Ninguém lembra ou menciona ter sido o pobre homem vítima desta ditadura.

Nosso Congresso foi fechado por aquele órgão de três letras, cujo nome sequer pode ser mencionado, e que descaradamente distorce as leis existentes, dando às mesmas o sentido ideológico que lhes convém.

Não temos liberdade de falar, de opinar, de discordar, de protestar e, alguns, sequer de ir e vir ou voltar ao Brasil - exilados políticos que são.

O Brasil esfacela-se sob este pesado bombardeio do sistema, naufraga economica e democraticamente, o povo empobrece, não pode reclamar e o quê os jornais, TV's e rádios de Cabo Frio fazem?

NADA.

Tenho amigos no meio radiofônico, televisivo e jornalistico mas a compulsão em falar a verdade já me fez perder muitos deles - apenas não será agora, em um momento tão grave, que agirei diferente: a mídia cabofriense está muda, finge que não vê porque É COVARDE! E tal adjetivo igualmente se aplica a muitos políticos locais, que prudentemente disfarçam seu horror em "estarem ocupados com outras importantes funções".

O Brasil naufraga, e nossa mídia fala que tal praia "ganhou a bandeira azul" dos tarados ambientais ou mesmo que sediaremos "evento com foco no turismo e tecnologia" - NEM UMA LINHA SEQUER SOBRE NOSSO PAÍS MERGULHANDO NO CAOS DITATORIAL!

É certo que mídias locais devem, preferencialmente, tratar dos assuntos pertinentes à comunidade mas a hipocrisia é evidente, a covardia é explícita e - sou capaz de apostar - caso um dia a liberdade venha a renascer sobre nosso país, tais medrosos prontamente vestirão a capa de "heróis da resistência"!

HIPÓCRITAS! COVARDES!

Que o leitor destas linhas saiba: de nada adianta assistir a TV Alto Litoral, ler Folha dos Lagos ou ouvir rádios - pouco importa o programa ou apresentador: VOCÊ ESTÁ SENDO ENGANADO por gente que, sequer, tem coragem para assinar o que pensa!

Um dia, quem sabe, teremos gente com testosterona novamente em Cabo Frio.

Até lá, que Deus tenha piedade de nós, e do Brasil.


Walter Biancardine 



ESTÁ EXPLICADO -

Alexandre Pittoli acaba de divulgar, neste exato momento em seu programa da Rádio Auri Verde Bauru, que uma postagem feita ontem no YouTube - onde apenas reproduziam um vídeo do Ministro Dias Toffoli, avisando ao Congresso que não adiantaria reagir à escandalosa decisão daquela Corte - foi REMOVIDA pelo Youtube.

Alexandre Pittoli concluiu o óbvio: existe uma pesadíssima e coordenada vigilância censória, que CENSURA INAPELAVELMENTE toda e qualquer referência à Corte.

Para completar, igualmente denunciou que o botão "LIKE" nos vídeos daquele canal FOI REMOVIDO.

Eis o porque de meu artigo de ontem ter sido, tantas e repetidas vezes, banido e excluido das páginas do Facebook.

As redes sociais obedecem - mesmo violando a lei, que veda a censura - às determinações daqueles sinistros e poderosos senhores.


Walter Biancardine






terça-feira, 25 de junho de 2024

JUDICIÁRIO NÃO PODE LEGISLAR -

 


Palavras do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Fux, durante a votação sobre a legalização do porte de drogas realizada hoje, naquela Corte:

Nós não somos Juízes eleitos. O Brasil não tem governo de Juízes”

Num Estado Democrático, a instância maior é o Parlamento”

Pior do que não saber direito, é um Juiz que não tem coerência”

Essa prática tem exposto o Judiciário, em especial o STF, a um protagonismo deletério, corroendo a credibilidade dos tribunais”

À parte o fato de Fux ser um juiz concursado e com antecedentes na magistratura – ao contrário da maioria do STF, o reprovado Toffoli inclusive – suas palavras nada trazem de novidade e são, para piorar, tardias.

Dizer o óbvio não eximirá o prezado Luís Fux de sua criminosa omissão – quiçá conivência – com todo o tenebroso e despótico cotidiano de arbitrariedades ditatoriais, praticadas por aquela Corte e, com especial destaque, para a dupla Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, este último merecendo destaque nas mídias ao cantar, junto à horda de bajuladores, uma modinha sertaneja deveras significativa: Evidências, de Chitãozinho e Xororó.

A função de um juiz é julgar, de acordo com a Constituição em primeiro lugar, e amparado por sua consciência. Entender como “a lei que vale” as distorções e sofismas na interpretação do entendimento das propostas, oriundas da vontade popular, e que são debatidas, retocadas, estudadas e principalmente, votadas e transformadas em lei pelo Legislativo – órgão que detém a exclusividade desta função, que lhe é precípua – é jogar no lixo o sistema de três poderes da República, ao impor que tal “interpretação das leis” é o que o legislador – e o povo – realmente teriam pretendido dizer com as mesmas.

Existe o entendimento que ninguém, em uma democracia, está acima das leis. Ora, se os responsáveis pela interpretação das mesmas exibem superioridade de poderes sobre aqueles que as criaram, e contam com a cumplicidade de partidos políticos, agremiações, ONG’s e a eterna e cúmplice grande mídia, então teremos a porta aberta para a pior das ditaduras: a ditadura das leis – ou melhor, de quem diz como elas realmente devem ser entendidas.

Não é de hoje que o bom senso pode, através da hipocrisia, ser utilizado como arma contra o povo: de fato, diz o senso comum que ninguém pode estar acima ou imune às leis, ou teremos um regime de exceção. Mas o que fazer quando nos damos conta que aqueles que interpretam as leis valem-se de seu próprio e tendencioso entendimento para distorcer – por vezes até inverter por completo – todo o arcabouço jurídico de um país, chegando mesmo a imobilizar o próprio Presidente da República ou vasto o elenco de proposições do Legislativo? Claro está que “juízes” que assim procedem valem-se, principalmente, da hipocrisia acima citada, a qual é massificada e tornada “senso comum” pela maior aliada de todos os regimes despóticos do planeta, a grande mídia.

Alguns poucos países, talvez mais previdentes que nós, simplesmente não adotam de maneira tão liberal o sistema de três poderes, limitando o Judiciário, se precavendo de eventuais “entendimentos” criadores de novas leis e controlando seu funcionamento como “poder” daquelas repúblicas. Entre eles podemos citar a Alemanha, cujo Tribunal Constitucional Federal é independente, mas seus juízes são eleitos por metade do Bundestag (câmara baixa) e metade do Bundesrat (câmara alta), mostrando um grau de controle legislativo.

Até mesmo na caótica Índia, onde a nomeação dos juízes da Suprema Corte e dos tribunais superiores é feita – tal como aqui no Brasil – pelo Presidente, a mesma deve obedecer às recomendações de um colégio de juízes e consultas prévias com diversos setores do governo.

Entretanto o Brasil diferencia-se dos países que adotam igual entendimento sobre o Judiciário – Estados Unidos podem ser exemplo, do qual copiamos integralmente tais características – pelo fato de suas Cortes constitucionais limitarem-se exclusivamente à constitucionalidade das causas a elas enviadas.

Muito se poderia discorrer sobre isso, incluindo a teratológica concessão de “foro privilegiado” a milhares – sim, milhares – de cargos e funções da República, mas devo focar em outra “jurixcrescência” que foi a legalização do porte de drogas, por parte do STF.

Vamos analisar em um português bem claro e simples, nossa “vulgata” tão acessível – embora de difícil compreensão por esquerdistas – o que ocorreu: os Ministros do STF, uma maioria de cidadãos que sequer são juízes, se reuniu e decidiu que o “nóia” pode circular por aí com os bolsos cheios da “marofa” – quantos quilos o maluco poderá levar decidirão depois, o que importa é que “liberou geral”.

Essa decisão foi simples, pois bastou “dar uma banana” para a lei – votada no Congresso – que proíbe o uso, consumo e transporte de substâncias ilícitas e dizer “pra galera” que, no fundo, o que essa lei quis dizer não era nada disso!

Ora, se já não me prendem por fumar uma cordilheira de maconha e nem de carregá-la em meus bolsos, é certo que em breve liberarão a venda da mesma – e aí será festa nas bocas (ou “biqueiras” pra vocês aí de Sampa) e uma legião de zumbis vai cair, chapada, nas ruas do Brasil tal e qual já acontece na Califórnia, EUA.

A lei proíbe, diz isso claramente, mas os “parça” do STF “entenderam” que não proíbe – e fim de papo. Ah, sim: e o mesmo vale para o aborto.

Voltando a um português mais decente, reafirmo a necessidade de colocarmos não apenas o STF, mas todo o Judiciário – pois que o autoritarismo permeia – sob prudente controle sem, contudo, deixá-lo como meros pretorianos de futuros governantes, repetindo o degradante papel que já prestam atualmente, a serviço de forças estrangeiras – legais ou ilegais, pouco importa.

Para encerrar, lembro da necessidade urgente do Congresso podar a gritante e ofensiva vaidade, o narcisismo doentio da maioria integrante daquela Corte, a fim de que tenhamos, ao menos, uma aparência de dignidade e possamos, com toda a liturgia e circunspecção necessárias, reduzi-los ao seu devido lugar na ordem constitucional da República do Brasil.

Sem testosterona, entretanto, nada poderemos esperar dos parlamentares.

Aguardemos o desenrolar dos vergonhosos e futuros acontecimentos.

O STF e o Congresso são pródigos em nos fazer corar. E sofrer.



Walter Biancardine




QUEM ACORDOU O POVO FOI OLAVO, NÃO BOLSONARO!


A torcida do São Paulo meteu um bandeirão homenageando o professor Olavo de Carvalho.

Me digam para qual outro FILÓSOFO, e em QUAL PAÍS DO MUNDO, uma coisa assim já foi feita?



OLAVO DE CARVALHO REENCARNOU?



PARA IRRITAR A "DIREITA LIMPINHA":

Olavo de Carvalho está hoje nos "trending tops" do X-Twitter!

Para irritar mais, parece que este garoto baixou o espírito de Olavo e deu a real pra seus coleguinhas de classe!

segunda-feira, 24 de junho de 2024

ÓDIO SELETIVO: NÃO SE DISCUTE, ELIMINA-SE -

Reportagem do jornal O Globo neste dia 22: 

O preparador físico Diego Falcão não faz mais parte da comissão técnica da seleção feminina de basquete do Brasil. O desligamento foi comunicado neste sábado, depois de reunião da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) na sexta-feira. Falcão deixa o cargo após repercussão de suas publicações contra o aborto, nas redes sociais, e pedido feito pelas atletas.

Duas das principais jogadoras da seleção, Clarissa dos Santos e Damiris Dantas se posicionaram contra a permanência do preparador físico. Outras atletas também se posicionaram. As jogadoras foram ouvidas antes da decisão da CBB.

Vamos ao fato:

Em recente artigo escrevi que muito do apoio prestado pelos militantes às propostas absurdas da esquerda deve-se ao fato de, uma vez implantada a ditadura inevitável, nela possam exercer poder opressivo, como paga por sua “fidelidade”. 

(leia em  https://walterbiancardine.blogspot.com/2024/06/valores-verdadeiros-farinha-pouca-meu.html)

A demissão do preparador físico Diego Falcão é um exemplo evidente disso, por haver publicado em suas redes sociais ser contra o aborto – o que desagradou à ala vermelho-xiita das atletas daquela seleção de basquete: como recompensa por sua militância, as jogadoras Clarissa e Damiris receberam o prêmio da demissão inapelável do infeliz Falcão, seu desafeto, e neste exato momento ambas as meninas certamente sentem-se no ápice de seu “poder”, na atual ditadura em que vivemos.

Todo esquerdista, entretanto, sofre inevitavelmente de sequelas cognitivas e as citadas mocinhas não escaparam à regra. Conforme o leitor poderá ver no print que ilustra este artigo, a jogadora Damiris – cuja fúria excede a capacidade de discernir – urra contra o preparador Falcão e afirma que “o estupro é um crime grave”, esquecendo-se que em nenhum momento o ex-preparador defendeu o estupro. Pelo contrário, a postagem referia-se à defesa da vida do bebê – nenhuma relação com o crime de estupro! Mas, ao que parece, tal discernimento está além das capacidades mentais e interpretativas de um simples texto – matéria de 5ª série – da atleta.

Para completar, arremata a miséria vomitada em suas redes alegando que “é fundamental que as mulheres tenham o direito de decidir e expressar suas opiniões sobre isso” – e cobra a Confederação para que tome alguma atitude repressiva.

Ora, em que momento Falcão tolheu algum direito delas decidirem ou expressarem suas opiniões? Em nenhuma de suas postagens. Outra: tal direito de “decidir e expressar opiniões” é privativo das mulheres? Homens não opinam? Não tem – como elas gostam de dizer – “lugar de fala”?

O resultado é que a direção da Confederação, subserviente e bovina ao simples xilique de militantes extremistas, concluiu que seria melhor “obedecer aos peixinhos da ditadura do que ter de se haver com os ditadores de fato” e, para completar, ainda ser “cancelado” pela estridente e diminuta minoria de histéricos esquizofrênicos, eternamente refugiados nos jardins de Epicuro a viver as delícias de suas “personal dictatorships”.

O maior dano que toda ditadura provoca é a contaminação intelectual do povo, uns golfando suas pretensas superioridades e outros, mugindo em sua bovina e “previdente” obediência.

Esta ditadura, como qualquer outra, é uma merda.


Walter Biancardine




sábado, 22 de junho de 2024

CONGRESSO DOS EUA X STF: AS CONSEQUÊNCIAS DO CONFRONTO -

 


É, para mim, motivo de grande orgulho ser seguido no X-Twitter pela analista política Cissa Bailey, e creio ser desnecessário explicar toda a admiração que devoto à mesma, por suas análises e postura diante da vida.

Vi neste sábado, entretanto, postagem na qual expressava sua visão diante da carta expedida pelo congressista norte-americano Christopher H. Smith ao Ministro da Suprema Corte brasileira, Alexandre de Moraes, na qual solicita informações sobre as violações e atentados contra os direitos humanos e liberdade de expressão – incluindo a imposição de atos ilegais à empresas norte-americanas operantes no Brasil.

Segundo Cissa, “Carta de um congressista americano não representa TODO o congresso americano. Como dizemos aqui "you scratch my back, I'll scratch your back". Entendedores entenderão.

E é justamente nesta descrença expressada por Cissa que reside a diferença de nossas óticas: quem segue meus artigos, análises ou mesmo compra meus livros sabe perfeitamente que estou longe – muito longe – de ser considerado um otimista. As inúmeras cicatrizes da vida fizeram de mim um cético, pesadamente temperado pelo desalento do “Eclesiastes” bíblico.

Valho-me, entretanto, da sensação que tenho de ainda ser palpável – no povo e nas instituições norte-americanas – um mínimo apego a certas tradições, bem como vejo uma possibilidade da dinâmica própria daquele Congresso, aliada a um real comprometimento do congressista para com seus eleitores, fazer com que a repercussão e aderência às indagações de Chris Smith cresçam cada vez mais.

O congressista acima citado e autor das indagações à Alexandre de Moraes é republicano mas, segundo informações do próprio Paulo Figueiredo, não apoia Donald Trump e 55% de seus votos contemplam propostas criadas pelos democratas – o que, por si, já retira a pecha de “aliado de bolsonaristas”, expedido pela grande mídia brasileira.

Também é preciso lembrar do poder que os termos “direitos humanos” e “liberdade de expressão” possuem, perante a opinião pública e mesmo Congresso norte-americanos. Este pode ser o principal fator a desencadear a “dinâmica do Congresso” que citei acima, acrescida do fato da tal carta certamente ser muito bem vinda aos apoiadores de Trump em Washington, pela similaridade de abusos cometidos pelo judiciário brasileiro e o que ocorre nos Estados Unidos, desde a última eleição presidencial: dificilmente os republicanos aceitarão ser “garfados” novamente.

Estivéssemos falando sobre parlamentares e congresso brasileiro e eu endossaria, letra por letra, a descrença da excelente Cissa Bailey. Como falamos de Estados Unidos da América, ainda acredito em um mínimo de vergonha na cara, aliada à saudáveis pretensões eleitorais.

Cissa Bailey, entretanto, é cidadã norte americana, lá vive há anos e conhece muito mais a realidade daquele país do que eu, mero e obscuro escrevinhador e que jamais pôs os pés fora do Brasil. Vamos ver o que acontece.

Não é otimismo, mas quase uma aposta esperançosa.



Walter Biancardine






sexta-feira, 21 de junho de 2024

BOMBA CONTRA O STF! (Via Paulo Figueiredo, EUA)



Congresso dos EUA intima Alexandre de Moraes a explicar violações de direitos humanos em dez dias.

O Congresso dos Estados Unidos deu um prazo de dez dias úteis para o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes responder a questionamentos sobre supostas violações de direitos humanos no Brasil. A intimação foi feita por meio de uma carta enviada pelo congressista Christopher H. Smith, presidente da Subcomissão de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais.

Na carta, Smith solicita esclarecimentos sobre uma série de questões, incluindo censura prévia, restrições a jornalistas e mídia, perseguição a parlamentares e possíveis violações de devido processo legal. O congressista também questiona se houve ações contra indivíduos ou empresas fora da jurisdição brasileira, especialmente nos Estados Unidos.

Christopher H. Smith, conhecido por ser o congressista mais antigo dos Estados Unidos, tem um histórico de apresentar projetos de lei bem-sucedidos que sancionam governos estrangeiros por violações de direitos humanos. Um exemplo notável é a legislação que ele propôs contra o governo da Bielorrússia.

O pedido de esclarecimentos surge após uma audiência pública realizada em 7 de maio, intitulada "Brasil: Uma Crise de Democracia, Liberdade e Estado de Direito?". Segundo Smith, os testemunhos apresentados na audiência forneceram "fatos e evidências credíveis e substanciados" sobre problemas relacionados à democracia e direitos humanos no Brasil.

A carta foi também enviada a outras autoridades brasileiras, incluindo os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral.

Smith afirma estar trabalhando em uma legislação relacionada a essas questões com outros membros da Câmara dos Representantes, ressaltando a urgência da resposta solicitada. Ele também enfatiza seu compromisso em fortalecer as relações entre os Estados Unidos e o Brasil.

Esta situação pode potencialmente impactar as relações diplomáticas entre os dois países e coloca em evidência as preocupações internacionais sobre o estado da democracia e dos direitos humanos no Brasil.

Abaixo a carta na íntegra: (já traduzido. Originais anexo, nas fotos acima)

"Ministro Alexandre de Moraes
Supremo Tribunal Federal
Praça dos Três Poderes
Brasília - DF - CEP 70175-900
gabmoraes@stf.jus.br

Assunto: Inquérito do Congresso dos Estados Unidos sobre Abusos de Direitos Humanos no Brasil
Prezado Ministro Alexandre de Moraes:

Escrevo-lhe na minha capacidade de Membro do Congresso e Presidente da Subcomissão de Saúde Global, Direitos Humanos Globais e Organizações Internacionais.

No dia 7 de maio, presidi uma audiência pública da subcomissão intitulada "Brasil: Uma Crise de Democracia, Liberdade e Estado de Direito?". O objetivo desta audiência foi discutir os alarmantes relatos de violações generalizadas dos direitos humanos cometidas por autoridades brasileiras, incluindo má conduta judicial, perseguição à oposição política, supressão da liberdade de expressão e silenciamento da mídia de oposição. 

Os testemunhos dados na audiência forneceram fatos e evidências credíveis e substanciados sobre esses problemas, e traçaram um quadro profundamente perturbador do estado da democracia e dos direitos humanos no Brasil. A audiência levantou sérias preocupações entre os membros do Congresso dos EUA sobre o estado da democracia no Brasil.

Devido à gravidade das questões, e para garantir que as relações entre os Estados Unidos e o Brasil sejam conduzidas com base em informações precisas, solicito respeitosamente que o senhor forneça esclarecimentos sobre os seguintes assuntos:

1. Existem atualmente jornalistas ou outros indivíduos cujo conteúdo está sujeito à censura prévia por sua ordem, incluindo, mas não se limitando a medidas como bloqueio de contas em redes sociais, remoção de sites ou conteúdo online, ou quaisquer outras ações que impeçam a publicação ou livre disseminação de informações?

2. O senhor tem conhecimento da emissão de quaisquer ordens que tenham resultado no fechamento ou suspensão das operações de veículos de comunicação no Brasil? Da mesma forma, o senhor tem conhecimento de quaisquer ações tomadas por uma entidade governamental que tenham dificultado jornalistas de exercer suas funções profissionais, como o congelamento de seus ativos financeiros ou a imposição de restrições às suas liberdades civis, incluindo ordens de prisão ou o cancelamento de seus passaportes?

3. Algum membro do parlamento brasileiro foi processado, investigado ou sujeito a medidas cautelares, como congelamento de bens ou restrições de viagem, devido a opiniões expressas ou ações tomadas no curso do exercício de suas funções parlamentares?

4. Em suas investigações e processos contra indivíduos, o senhor observou o devido processo legal, incluindo fazer as devidas notificações e citações em casos de indivíduos residentes nos Estados Unidos?

5. O senhor tem conhecimento de alguma instância de repressão transnacional, incluindo o uso de agências dos EUA ou organizações internacionais operando nos EUA, como a Interpol, para assediar indivíduos atualmente em território dos EUA e sob jurisdição dos EUA? Em 21 de maio, o Comitê Judiciário da Câmara enviou uma carta ao Diretor do FBI afirmando que o Comitê Judiciário havia encontrado evidências de que, agindo em nome do governo brasileiro, o FBI havia contatado dois residentes dos EUA, um dos quais era um jornalista alvo de ordens de censura emitidas por tribunais brasileiros. Por favor, compartilhe qualquer informação que o senhor tenha sobre este e outros casos.

6. O senhor solicitou dados ou emitiu ordens contra empresas ou indivíduos que não estão sob sua jurisdição geográfica, incluindo empresas ou indivíduos sob a jurisdição dos Estados Unidos da América?

7. O senhor exigiu que empresas ou indivíduos dos EUA cumprissem ordens cuja legalidade é questionável sob a lei brasileira, incluindo ordens que ameaçam empresas ou indivíduos dos EUA com ações legais contra seus funcionários, com multas ou com bloqueio, proibição e/ou desconexão deles no Brasil?

Solicito respeitosamente que o senhor forneça uma resposta dentro de dez dias úteis, pois estou atualmente trabalhando em legislação relacionada a este assunto com outros membros da Câmara.

Como o senhor deve saber, tive o prazer e o privilégio de viajar para o seu país, de conhecer e trabalhar em questões de direitos humanos e estado de direito com muitos brasileiros e brasileiros-americanos, e permaneço profundamente comprometido em fortalecer a relação entre os EUA e o Brasil.

Atenciosamente,

CHRISTOPHER H. SMITH
Membro do Congresso

CC:
Senador Rodrigo Pacheco, Presidente do Senado Federal
Deputado Arthur Lira, Presidente da Câmara dos Deputados
Ministro Luís Roberto Barroso, Presidente do Supremo Tribunal Federal
Ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha, Presidente do Tribunal Superior Eleitoral"

Matéria de autoria do jornalista Paulo Figueiredo, cuja iniciativa produziu o resultado acima.