terça-feira, 18 de junho de 2024

VALORES VERDADEIROS: FARINHA POUCA, MEU PIRÃO PRIMEIRO -


É fora de dúvidas que nossas conveniências pessoais sempre estão acima de quaisquer aspirações ideológicas; antes de buscarmos um mundo melhor, sempre cuidamos de garantir um “eu” satisfeito, seguro e confortável.

Mesmo o pensamento esquerdista – talvez o movimento mais avassalador registrado na história da sociedade – não conseguiria tamanha adesão e fidelidade sem o auxílio de dois poderosos fatores, extra-ideológicos mas garantidores da manutenção de seu contingente: as comezinhas esperanças (e promessas, ainda que veladas) de, uma vez “tomado o poder”, ganharem cargos no aparato estatal e a lisérgica adicção a filosofias e pensamentos que os desloquem e protejam da realidade, negando esta última com a convicção de assim procederem por “lógica racional e acadêmica”. Vamos traduzir e dissecar tais afirmações:

Em todo o mundo o ditado “quem tem padrinho não morre pagão” é uma realidade inegável, e isso se traduz no fato de que demonstrar engajamento e fidelidade, perante um grupo de aspirantes ao poder, certamente tornará este militante alguém digno de ocupar cargos em futuros governos revolucionários. Por óbvio que tal pensamento é universal e mesmo candidatos a prefeituras de diminutas cidades do interior valem-se de tal estratagema, diante de seus cabos eleitorais – os mais pragmáticos conhecem o teatro: um finge que promete, outro finge que acredita. Mas a esperança de obter seja o que for, sempre prevalece.

À parte o fato que governos esquerdistas sempre descambam para ditaduras – fazendo assim que o militante disponha de poderes arbitrários – tal é a dinâmica na luta individual pela sobrevivência, principalmente se temperada por ambições de alcançar alguma superioridade perante vizinhos: honestidade e retidão jamais foram a tônica a impulsionar tais “idealistas”. Assim, neste ponto, militantes de esquerda em nada se diferem de quaisquer outros ativistas políticos.

Vamos, então, analisar o segundo fator exposto acima: o mergulho de indivíduos e grupos em filosofias e pensamentos de fuga, que os coloquem à parte da realidade – algumas vezes até postando-se “superiores” – e seu habitat em um mundo próprio, dele e de seu pequeno círculo, em um cotidiano esquizofrênico e auto protetor.

A eficácia do amparo filosófico e até psicanalítico – eis que terapeutas são, em peso, esquerdistas – foi por demais comprovada nos anos 60 e 70. Obviamente o poderoso auxílio massificante da grande mídia, da indústria cinematográfica e das artes foi, igualmente, fundamental.

Vivemos, entretanto, em uma nova fase pós queda do muro de Berlim, com o pseudo “fim” do comunismo, e tal fato delineou a nova estratégia de arregimentar adeptos em um meio social que, nada mais tendo a perder e elevados em importância pela grande mídia, seriam fiéis eternamente: o lumpemproletariado.

Tal tipo de seres humanos – brindados com pomposo nome a substituir sua condição degradante – seriam os alvos perfeitos para a nova e poderosa droga mental, elaborada pela esquerda: o refúgio em um mundo próprio, de fantasias, proporcionado por intelectuais, professores e “influencers” digitais. E assim, em todos os meios de comunicação bem como nas artes, o culto à marginalidade, ao feio, ao disforme e mesmo à loucura pura e simples – palavra essa interditada na grande mídia, cujo conceito a psicanálise discretamente aboliu – ganhou espaço e tais delinquentes e desajustados tornaram-se ícones, no pesadelo felliniano dos dias atuais.

A difusão nos meios acadêmicos da marginalidade filosófica de Epicuro e seus jardins, onde desajustados e covardes se uniam em um mundo de fantasias impenetrável ao racional, permeou das universidades ao povão, através da grande mídia. Frases e conceitos como “você pode ser tudo o que quiser, basta querer” (gerações inteiras cresceram ouvindo isto, através da apresentadora Xuxa Meneghel em seu programa infantil) ou a abolição dos parâmetros de beleza – tanto pessoais quanto artísticos, arquitetônicos e de utensílios – coroavam a repetição hipnótica de músicas cujas letras resumem-se à palavrões, nomes de drogas ou mitificação do crime, sempre marcadas por pesada percussão ativadora de glândulas e sem nenhum traço de melodia, evitando-se de qualquer maneira a mais remota alusão ao que transcende.

O universo de ladrões, traficantes, prostitutas, degenerados, drogados, sociopatas, tarados e mesmo pobres pessoas loucas e disformes foi alçado à posição de “donos da verdade e da sabedoria”, impondo seus valores – ou a falta deles – à grande massa e criando, assim, gerações de zumbis incapazes de qualquer discernimento. No caso do Brasil e seu ridículo sistema de ensino, que resume-se a dar merenda e aprovar automaticamente qualquer aluno, independente de notas, tal estratégia obteve sucesso ainda maior e atingiu todas as classes sociais – mesmo os famosos “filhinhos de papais ricos” foram contaminados, adoeceram da demência preconizada por professores e grande mídia e hoje sonham, como maior ambição, morar em uma favela. No que diz respeito à esquerda, o ideal frankfurtiano da “destruição total de tudo” foi obtido com sucesso, ao menos nas terras tupiniquins.

Vamos agora fazer a mesma análise com aquele amontoado desconexo e confuso, que chamamos de “direita”.

Desnecessário reapresentar a miséria descrita nos primeiros parágrafos, onde militantes de esquerda e simpatizantes da direita se equivalem, disfarçando suas cobiças e ambições por trás de supostos ideais. Frisei a palavra “simpatizantes” para a direita pelo simples fato de tal pensamento não representar uma ideologia e, sim, apenas o resultado da evolução do homem em sociedade, ao longo dos milênios. Assim, a direita não possui livros como “Das Kapital” (Karl Marx), “Mein Kampf” (Adolf Hitler) ou quaisquer outras vitrines expositoras de um mundo melhor, o paraíso na terra vendido aos seus adeptos. E, se não há um “manual” bem como “mandamentos”, então não haverão “militantes” e, muito menos, fanáticos fundamentalistas.

Vale entretanto analisar a guinada, aparentemente mundial, à direita começando nos EUA com Donald Trump, seguido pelo Brasil com Bolsonaro, Argentina com Millei e, agora e surpreendentemente, a Europa (União Européia) capitaneada pela italiana Giorgia Meloni – deliciosamente sedutora em sua liderança, se me permitem o arroubo.

A bem da verdade os Estados Unidos da América posicionam-se como caso à parte, uma vez que podemos detectar um verdadeiro zelo dos eleitores em manter e preservar seus valores de classe média. Vale dizer que este conceito social de “classe média”, embora não criado pelos EUA, teve em seu território a maior massificação já vista em uma sociedade, adquirindo o papel de verdadeira e poderosa força motriz da nação e pouco disposta a abrir mão de suas conquistas em prol de “um mundo melhor” – eles já vivem em “um mundo melhor” e, por isso, conseguem detectar as artimanhas esquerdistas à milhas de distância.

Embora os países europeus igualmente possuam maioria populacional pertencente a citada classe, a mesma não exerce tão claramente seu poder motor da economia e, pior, um ambiente muito mais “acadêmico” que o norte americano os impele, com a força das justificativas intelectuais, a caírem nas tentações oferecidas pela esquerda e seu ninho universitário.

Mas se os desgostos impostos por economias decadentes não tiveram força suficiente para animar os “acadêmicos” europeus, os horrores da imigração muçulmana – verdadeira invasão de um país por outro, em contingente jamais visto – está, forçosamente, fazendo com que abram os olhos.

Podemos observar uma coordenação explícita nestes movimentos migratórios ao redor do mundo: líderes cripto-comunistas fazem vistas grossas – ou alegam razões humanitárias – e relaxam com suas fronteiras. Assim está sendo nos EUA, acolhendo milhares de latinos – maioria masculina e com antecedentes criminais – bem como em todos os países, outrora prósperos, da Comunidade Europeia, inundado por verdadeiro tsunami islâmico o qual impõe seus hábitos, leis, costumes e até idioma. Tal como nos EUA, estes muçulmanos são, em maioria absoluta, homens e os protagonistas únicos da onda de crimes (esfaqueamentos, assaltos, estupros) que se abateu em todas estas nações.

Somente a ameaça clara às suas vidas e de seus familiares impeliu os europeus à reação, fazendo com que a farsa da instituição “União Europeia” fosse percebida, verdadeiro conto do vigário que retirou a soberania dos países e entregou o poder à uma cúpula comuno-globalista que visa, apenas, o tão sonhado “governo único global”, juntamente com a ONU.

No Brasil, infelizmente, toda a repulsa ao PT deve-se ao fato de ter sido explicitado – através da Operação Lava Jato – que o mesmo não passava de uma quadrilha de ladrões. O brasileiro médio jamais compreendeu toda a ameaça representada pelo Foro de São Paulo e, muito menos, faz ideia do poder destrutivo contra seus valores e costumes que invade sua própria casa, todos os dias, pela TV e pelo rádio.

Se há algo em comum entre todos os exemplos citados acima é o fato da grande massa do povo só reagir – ainda que pesadamente dopado pela grande mídia – quando suas próprias vidas estão em jogo, seja pelo crime ou por uma miséria tão atroz que os expulse de suas próprias casas.

O século XX foi pesadamente dominado pela grande mídia, que sufocou toda e qualquer lembrança de valores, princípios ou ideais. Certamente ainda levará muito tempo – e sempre capitaneados pela internet – até que todos nós, pobres mortais comuns, nos vejamos defendendo valores e não, desesperados, a própria vida.

Se não calarem as redes sociais, este dia chegará.



Walter Biancardine





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