terça-feira, 11 de junho de 2024

OS USUÁRIOS DAS REDES SOCIAIS E SUA CEGUEIRA SELETIVA -


Nem os próprios encastelados no poder conseguem disfarçar o incômodo e a inconveniência causada pelas redes sociais que, aliadas à simples celulares, retirou o monopólio da verdade das mãos de seus eternos cúmplices, a grande mídia e a cultura de massa.

Redes honestas, sem algoritmos censores e “políticas de uso”, tem até hoje o condão de desmentir as falácias empurradas por governos e jornais, e por isso – nada é a toa – o Rumble foi banido do Brasil, estando o X-Twitter por um fio de seguir o mesmo destino.

Existe, entretanto, o lado negro da força e ele se encontra em nós mesmos, em nossa infinita infantilidade ao preferirmos a alienação de “não nos aborrecermos com estes assuntos”. Sim, “de aborrecida já basta a vida” e as alegações são sempre iguais: “Para quê? Não vai adiantar mesmo, e ainda posso ser preso ou prejudicado em meu trabalho!”

Aliado a tal tendência bovina e passiva, os algoritmos trabalham furiosos em redes de maior relevância, como Facebook e YouTube – mas cabe ressaltar que esta última plataforma, de vídeos, ainda exibe alguns teimosos combatentes, na resistência por nossa liberdade e dignidade humana. Já o Facebook é o verdadeiro paraíso dos narco-ditadores e lacradores de plantão: se não censuradas e excluídas, as postagens de cunho social ou político – que não sejam lacradoras – são solenemente ignoradas pelos usuários, pouco importando se quem a postou possui uma rede de 5 mil “amigos” adicionados ao seu perfil: não merecem um único e mísero “like”.

As pessoas que assim se comportam, alegando que as redes sociais são “apenas um passatempo”, recusam-se a enxergar a poderosa arma que tem nas mãos, desprezam a única chance que temos – miraculosamente ainda a nossa disposição – de combater na verdadeira guerra cultural e social que atravessamos. Temos, nas mãos, poderoso canhão mas nos recusamos a usar.

“Guerra? Que guerra?”, perguntarão eles, alegando não existirem tanques e soldados nas ruas e travestindo a omissão covarde em algo que beira a demência. Se tais pessoas não aprenderam – e não sabem, ou se recusam a saber – o que é uma “guerra cultural”, é certo que tal ignorância é filha de sua fecunda covardia, pródiga em parir desculpas sem pé nem cabeça, desde que ele “não se aborreça”.

O resultado disso foi o surgimento de algumas “regras” – chamemos assim – para que uma postagem no Facebook seja bem sucedida, obtenha muitos “likes” e, até quem sabe, compartilhamentos. São elas:

1 – Nunca poste coisas sobre política, a menos que sejam “ações sociais maravilhosas do governo” ou atos políticos como a “Marcha da Maconha” ou “Orgulho Gay”.

2 – Publique fotografias suas, junto ao seu par e em poses bem românticas, com paisagens bem bonitas que vocês desfrutaram, em suas férias.

3 – Bom humor? Poste uma foto de seu prato, sempre bem cheio de comida.

4 – Receita de sucesso imediato: selfies ou – para mulheres – fotos onde, “por acaso”, a bunda apareça. Seguirão centenas de “likes” e os indefectíveis “lindo(a)”, “maravilhoso(a)”, “gato(a)” e até, quem sabe, um “demais”!, pouco importando se sua cara está em ruínas ou seu corpo seja um atentado a luxúria.

5 – Fotografe suas conquistas: um carro, moto ou, principalmente, a casa nova.

6 – Publique displays contendo frases de auto-ajuda ou imagens de santos.

7 – Fotos suas no trabalho ou academia também conseguem resultados muito bons, mostrando o quanto você é esforçado(a) e digno(a) de admiração.

8 – Eventualmente – mas muito eventualmente – publique fotos de um buraco na rua ou filme uma mendiga pedindo esmola nos semáforos. Isso emprestará a você a imagem de uma pessoa que tem “consciência social”.

Já há muitos anos firmei a convicção de que o melhor – ou o pior – de um país é seu povo e, a julgar pelo que vejo no Facebook ou Instagram, prefiro usar tais redes apenas como uma espécie de diário, para registrar o que vejo. É como a boa lição que aprendi na solidão: falar sozinho é uma poderosa terapia (tal qual escrever um diário) e por isso, diversas vezes edito o que postei para corrigir erros de digitação ou frases que não saíram claras o suficiente. Escrevo, escrevo, escrevo e, nesse ínterim, penso.

Não tenho mais motivos para usar o Facebook para nenhum outro objetivo que não seja um “copidesque” digital, pois a repercussão é nula. Já o YouTube, dei-me conta que ninguém quer saber o que digo e sim se o que falo é a opinião deles, saindo de outra boca – e, portanto, sem maiores consequências para o telespectador. 

Considerando toda a barbaridade que a plataforma acima fez comigo, ao desmonetizar-me e excluir 27 vídeos meus – proporcionando à UOL boa chance de me caluniar em suas matérias – decidi só utilizá-lo em casos de extrema emergência, pois não quero perder um local onde divulgo minhas ideias desde 2009 e que já obteve grande sucesso, ao denunciar a tentativa de assassinato contra Jair Bolsonaro, com quase 190 mil visualizações. 

O mesmo possui um grande valor sentimental para mim, também e principalmente pelo fato de meu professor - o filósofo Olavo de Carvalho - ter postado vídeos meus em seu próprio canal.

Hoje, a única rede que mantenho plenamente ativa é o X-Twitter, encontrando interatividade – sejam a favor ou contra – e obtendo seguidores como o Sr. Sepúlveda (PHVox), Cissa Bailey, Renato Barros, Tradutor de Direita, Fábio Talhari, Hermes Magnus (que denunciou o Mensalão), Contra Cultura, o jornalista português Sérgio Tavares, Cláudio Lessa, Folha Política, Prof. Borto, Canal da Belinha Nogueira e mais alguns outros, que admiro e me honram com sua adesão.

Para finalizar, acrescento que a consequência inevitável do acima exposto é fazer uso da vocação dada por Deus e escrever livros – sim, livros, pois toda a internet mundial pode sucumbir a uma simples falta de energia. E os livros podem ser lidos à luz de velas e deixados para filhos e netos.

Tenho minha página pessoal, minha conta (a terceira) no X-Twitter, um YouTube censurado e faço meus rascunhos no Facebook.

Feci quod potui. Faciant meliorem potentis.

(Fiz o que pude. Quem puder, faça melhor)



Walter Biancardine




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