segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

A JURISFAÇÃO NOSSA DE CADA DIA -


"No livro 'Introdução à Ciência do Direito', o jurista Miguel Reale cunhou a expressão 'jurisfação', que seria o ato de tornar tudo em algo jurídico, e citava 'a progressiva jurisfação da vida social', onde as relações humanas se invalidavam perante as relações legais.

Em um romance de Luigi Pirandello, 'O Falecido Matias Pascal', o personagem-título cansa-se de sua vida, abandona tudo e desaparece. Tempos depois, porém, a saudade o vence e Matias retorna à sua cidade para descobrir, chocado, que era considerado morto – inclusive com o reconhecimento de sua antiga mulher. E não havia retorno, ele era agora considerado oficialmente 'falecido' e não teria como reverter a situação. 

Assim, o personagem descobre que os documentos que o declaravam morto continham uma realidade superior à de sua própria presença e existência. Ele era um 'nada', pois o mundo enxergava apenas papéis e carimbos.

(...) Esta é a nossa triste realidade cotidiana, a 'jurisfação' percebida por Miguel Reale. Se a identidade oficial prevalece sobre os dados da experiência direta (eu, aqui), somos apenas quem a sociedade – o Estado – diz que somos, através de um documento. Assim, hoje não se concebe que um ser humano seja algo de 'per se', por si mesmo, sem o devido reconhecimento estatal".

Todo o acima exposto é parte de um artigo que publiquei na revista europeia ContraCultura¹, no qual discorria sobre assunto diverso mas que, bem o entendi, cabe aqui por completo e embasa, de maneira justa, o oportunismo comercial de instituições que miram direto no ponto: pouco importa o que você sabe ou o teor e qualidade de sua formação, pois tudo o que nos interessa nos dias atuais é o diploma - e assim, descaradamente, expóem tal perversão das convenções humanas em seus anúncios.

Um mero papel pintado, expedido por uma entidade composta de mestres semi-analfabetos e sem nenhum preparo, é o passaporte necessário ao sonhado "nível superior", que garantirá salários gordos em eventual aprovação nos concursos públicos - outra perversão social tipicamente brasileira.

Assim, pouco se dá ao candidato que ele tenha aprendido algo, bem como aos seus mestres não lhes dói a consciência pela fraude - afinal, é um enganador enganando outro trapaceiro, e ambos pensam atenuar sua moral pela diluição da culpa, pois a farsa é recíproca, implícita e tacitamente aceita.

E tal estelionato a olho nú ainda faz com que seu protagonista orgulhe-se de seus méritos intelectuais.

Este é o Brasil de hoje, esta é a academia brasileira, o intelecto tupiniquim dos dias atuais:  eu finjo que te engano e você finge que acredita.

O Brasil é uma farsa.


Walter Biancardine 


1- Link para a matéria original no ContraCultura: 

https://contra-cultura.com/2024/12/17/intervencionismo-de-estado-aborto-e-psique/



O INFERNO SOMOS NÓS -

 


Penso ser um bom momento para realizar um exame crítico das premissas existenciais e epistemológicas presentes na argumentação do incensado filósofo existencialista, Jean Paul Sartre.

Comecemos citando Olavo de Carvalho, um ferrenho opositor do existencialismo ateu e do relativismo moderno, que teria identificado no pensamento sartreano uma série de pressupostos problemáticos, especialmente no que concerne à ideia de identidade, liberdade e conhecimento do eu.

O problema da alteridade e da identidade -

Gostaria de colocar como ponto central desta análise a tese sartreana de que "o inferno são os outros", uma afirmação que provavelmente seria um sintoma da crise da modernidade, na qual o sujeito perde sua referência metafísica e se vê prisioneiro de um jogo de reflexos sociais. Ao afirmar que a identidade é moldada pelo olhar do outro e que a subjetividade é fragmentária, Sartre ecoa a concepção de um eu vulnerável e fluido, o que entra em choque com minha visão – e também de Olavo – de que o ser humano possui uma identidade ontologicamente estruturada, vinculada à ordem transcendental.

Ainda segundo Olavo, a crise da identidade moderna não se deve à "radical contingência do ser", mas sim ao colapso da metafísica tradicional e à negação da alma como um princípio substancial. O pensamento cartesiano, deformado por Sartre, não se sustenta porque reduz a identidade a um mero processo dialético com a alteridade, ignorando a dimensão espiritual e teleológica do ser humano.

A negação da transcendência -

O existencialismo sartreano, ao negar qualquer fundamento transcendente, condena o sujeito a uma liberdade angustiante e sem direcionamento. Quando sugere que a liberdade do outro deve ser aceita com igual gravidade, há um eco do relativismo moral que Olavo criticava incessantemente. Para ele, a liberdade não pode ser pensada sem referência a uma ordem objetiva, pois, sem essa referência, o conceito de liberdade se dissolve em um vácuo niilista – e somente tal conceito já merece um ensaio aprofundado, o que farei posteriormente.

Ao aceitar a hipótese de que nunca poderemos possuir integralmente a narrativa sobre quem somos, alguns comentadores e admiradores dos pensamentos de Sartre reforçam essa visão de um eu fragmentário, rejeitando qualquer noção de essência fixa. Esse ponto seria rebatido por Olavo com sua crítica à "mentalidade revolucionária", que vê a identidade como um campo de pura construção arbitrária, desconectado de raízes transcendentes e de uma verdade objetiva.

O individualismo e a ilusão da auto-criação -

Alguns outros analistas sugerem que a existência é um jogo de reflexos e que devemos aprender a "dançar" com a alteridade, sem buscar um eu absoluto. Podemos considerar a ideia de auto-criação, sem uma referência ontológica fixa, como um dos maiores enganos da filosofia moderna. A negação da substância do ser humano leva à alienação e à manipulação ideológica, pois um indivíduo sem uma identidade sólida é facilmente moldado por forças externas, sejam elas políticas, culturais ou psicológicas - e temos, hoje, vastos exemplos de tal consequência.

Para Olavo de Carvalho – meu referencial nesta análise – a verdadeira liberdade não consiste em "dançar com a alteridade", mas em conhecer a realidade tal como ela é, através de uma consciência que transcende a mera dialética do olhar social. A busca pela verdade, e não pela mera adaptação aos reflexos dos outros, é o que diferencia um homem enraizado em princípios sólidos de um homem perdido na fluidez existencialista.

Conclusão -

A destruição do conceito de identidade é um dos maiores problemas do pensamento moderno. Sartre, ao rejeitar a ordem metafísica, condena o sujeito a um inferno de fragmentação e relativismo, sem oferecer uma saída real para o dilema existencial. O que podemos propor em contraposição é o resgate da metafísica clássica e da centralidade da alma humana como um princípio essencial, algo que daria ao homem um eixo firme para compreender a si mesmo e ao mundo.

Em suma, o inferno somos nós mesmos…



Walter Biancardine




domingo, 16 de fevereiro de 2025

YO SOY YO Y MIS CIRCUNSTÁNCIAS -


A famosa frase "Yo soy yo y mis circunstáncias", que por diversas vezes já a citei em meus escritos, foi escrita por José Ortega y Gasset em sua obra Meditaciones del Quijote (1914). No contexto da frase completa, ele diz: "Yo soy yo y mis circunstáncias, y si no la salvo a ellas, no me salvo yo."

Essa ideia expressa a visão existencialista e perspectivista de Ortega y Gasset, segundo a qual o ser humano não pode ser compreendido isoladamente, mas sim em relação ao meio em que vive. A "circunstância" inclui tudo aquilo que nos rodeia: a cultura, a sociedade, a história e as condições materiais da vida.

Ele desenvolve essa noção em suas obras posteriores, especialmente em La Rebelión de las Masas (1930), onde enfatiza que o homem deve assumir a responsabilidade de dar sentido à sua própria existência dentro das condições que lhe são dadas.

A afirmação que dá o título desta postagem - e que muito me apraz - não nega a identidade do indivíduo, mas sublinha que ele não existe no vácuo; sua existência está entrelaçada com a história, a cultura e as instituições herdadas. Creio ser essa visão um útil reforço à ideia de que o ser humano não é uma tábula rasa, que pode ser moldada arbitrariamente (lamento, behavioristas), mas sim um elo dentro de uma continuidade histórica.

A meu ver, a noção de "circunstância" destaca a relevância das instituições, da moralidade tradicional e dos costumes como elementos fundamentais para a formação completa do indivíduo. O homem não se define apenas por sua vontade, mas também pelo contexto civilizacional que lhe dá raízes e orientação - e por favor, não me lembrem o país onde nasci, pois estou indisposto a rebater minhas próprias contradições.

A segunda parte desta estimada frase — "y si no la salvo a ella, no me salvo yo" — implica um dever moral: o sujeito tem a responsabilidade de preservar e cultivar a sua circunstância. Ou seja, não basta apenas viver passivamente dentro de um tempo e espaço; é preciso reconhecer e defender os valores que sustentam a ordem social. Esse princípio é essencial para nossa combalida visão conservadora, ao rejeitar a ideia de uma ruptura revolucionária e enfatizar a necessidade de conservar e aperfeiçoar o legado da civilização.

Em oposição ao pensamento comuno-globalista, que muitas vezes propõe uma ruptura com o passado para construir um "novo homem" ou uma "nova sociedade" - frankfurtiano - um verdadeiro conservador entende que o homem é um produto da sua herança cultural, e que ignorar isso leva ao desarraigamento e à destruição daquilo que mantém a coesão social.

Ortega y Gasset, embora não seja um pensador explicitamente conservador, fornece uma visão que pode ser lida como um chamado à responsabilidade pessoal diante do seu próprio tempo e cultura, e por isso tenho-lhe predileção e estima.

O conservador, ao interpretar essa máxima, vê nela a necessidade de manter viva a tradição, compreender o passado e agir no presente, para garantir a continuidade da civilização.

É isso ou aceitar aquilo a que nos reduzimos hoje.



Walter Biancardine





SOMOS UNS BANANAS?


A esquerda teve, durante mais de quarenta anos, o monopólio absoluto dos meios de comunicação: seus expoentes são entrevistados, tentam impor suas versões dos fatos, divulgam seus pensamentos e doutrinas enquanto a direita chegou, por inanição, à extinção.

Quando, graças aos esforços de Olavo de Carvalho e à divulgação de Jair Bolsonaro, um novo embrião conservador se forma, um estranho desejo de auto-destruição se apodera dos direitistas e, prontamente, se põem a entrevistar e divulgar esquerdistas.

Pergunto se, algum dia, os programas usuais de TV convidaram conservadores: jamais ou, se o fizeram, usaram como plataforma de achincalhe (vide Enéias, no Jô 11 e Meia).

Quem se crê conservador, de direita e dispõe de algum meio de comunicação nas mãos jamais deverá dar voz a quem já a teve, monopolisticamente, durante meio século.

Essa tática - passar uma imagem de "imparcial" - apenas revela a fraqueza e submissão do entrevistador ou - de modo pior - uma secreta simpatia ou colaboracionismo com a canhota.

Nada há de importante naquilo que a esquerda diz. Nenhum esquerdista poderá revelar furos de reportagem, e nenhuma suposta moderação dos mesmos mudará o fato que - assim que puderem - nos colocarão em um paredão de fuzilamento.

É hora de escolher o personagem: ser um "isentão" frouxo, tentando angariar popularidade para si e que terminará seus dias desmoralizado e sentado dengosamente no colo de um esquerdista, ou assumir o ônus e os bônus de declarar-se abertamente um adversário - mais que adversário, um inimigo - de uma ideologia que já matou mais de 120 milhões de pessoas.

Aldo Rebelo, por exemplo, é muito simpático.

Mas puxaria o gatilho contra nós com um doce sorriso no rosto.


Walter Biancardine



sábado, 15 de fevereiro de 2025

DIREITO AO CONTRADITÓRIO -

Qualquer homem cuja idade seja superior a 30 anos ou tenha já sido casado certamente ouviu, letra por letra e palavra por palavra, a cantilena lamuriosa que ilustra a postagem: nada muda, é o eterno argumento feminino para aceitar que nem todos os homens se dobram aos seus ideais e desejos.

Vitimado por uma rajada de casamentos, creio ter autoridade moral e experiência suficiente para contestá-los, um por um. Vamos lá?

1 - "Sobrevivi": Argumento preventivo pelo declínio estético da mulher, após anos de relaxamento com suas formas em decorrência de achar-se "segura" - "Posso engordar à vontade, ele não vai me deixar".

2 - "Pessoa mentirosa": Argumento vago, destinado apenas a agravar o conteúdo das queixas. Tudo pode ser mentira, desde dizer que irá comprar pão até a resposta para a pergunta "Estou gorda?"

3 - "Complexo de vítima": Reação tipicamente feminina ao se confrontar com qualquer acusação feita pelo homem, após uma rápida "DR" de umas 4 ou 5 horas de imprecações e queixas da mulher.

4 - "Nega seus erros": Continuidade do "Complexo de vítima", auxilia a mulher nos momentos em que não consegue vencer a lógica masculina.

5 - "Manipula para fazer você acreditar que a culpa é sua" - Talvez a mais grave estratégia, típica de mulheres narcisistas e que, como requinte sádico, invertem os termos da equação: ela acusa do que faz e o xinga daquilo que ela mesma sabe que é.

Obviamente esta minha postagem destina-se aos homens. As mulheres mais requintadas sequer comentarão, e as mais furiosas e recalcadas encherão os comentários de adjetivos desairosos à minha pessoa.

Talvez apenas uma ou duas mulheres, verdadeiramente inocentes e imunes a tais vícios, comentarão livremente aqui.

#ficaadica


Walter Biancardine



sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

TODO MUNDO ESPERA ALGUMA COISA/ DE UMA SEXTA À NOITE...


Os mais fossilizados certamente lembrarão desta música do grupo Cidade Negra, sucesso na virada do século:

"Todo mundo espera alguma coisa/
De um sábado à noite,
Bem no fundo todo mundo quer
Zoar..."

Pois é. Chega sexta-feira, chega sábado e todos sempre esperam algo de bom - uma festa, um chope com os amigos, sair com a mulher ou mesmo partir em rápida viagem de fim de semana.

Todos adoram, eu também já gostei. Não a toa, anos atrás, a cada sexta feira produzia uma postagem para leu amigo Luís Antônio, do The House of Rock and Roll, perguntando: "Hoje é Dia de Quê???" E a própria postagem respondia: "Hoje é Dia de Rock, Bebê!"

Hoje, entretanto, os dias são outros. A vontade de sair, "zoar", me divertir e espairecer permanece, mas não tenho companhia ou mesmo condições financeiras para pagar algo mais digno que um "Podrão" na carrocinha. Além disso e decorrente de tal isolamento (social e financeiro), existe o fato de serem dias muito ruins para mim: ninguém lê o que escrevo, míseras visualizações em artigos, ensaios ou meros textos; a verdade é que ninguém está nem aí pra nada - é sexta-feira, todo mundo quer "zoar"! E não posso criticar ninguém pois, pudesse eu, faria a mesma coisa.

Assim, gasto meus finais de semana tamborilando no teclado, escrevendo ensaios pretensiosos ou artigos sem pé nem cabeça como este, na vã esperança que semana que vem - em algum dia aleatório - os mesmos sejam lidos.

No mais, a verdade é que devo me conformar em ficar em casa: velho não "zoa", velho tosse.

Não esqueça: "Hoje é Dia de Rock, Bebê!!!"


Walter Biancardine



OS GRANDES VÍCIOS -


Bukovsky condensou a bebida como vício desta maneira bem simples: "se acontece algo ruim, bebemos para esquecer. Se acontece algo bom, bebemos para celebrar. Mas se nada acontece, bebemos para que algo aconteça" - é a síntese do vício, sempre explicado mas nunca justificado.

A bebida é um prazer o qual, se exagerado, pode prejudicar terceiros com nossos modos, imprudência e o surgimento à tona do verdadeiro monstro interior de cada um de nós - piormente se conduzindo um carro que matará quem nada tem com isso.

O jogo é outro prazer facilmente transformável em vício: a adrenalina, a sensação de vencer o adversário e tudo isso somado ao fato de, com tal vitória, embolsar vários milhares de Reais já levou inúmeros conhecidos à bancarrota, degradação moral própria e ruína familiar. Do mesmo modo que a bebida, o vício na jogatina afeta terceiros ao arrastar famílias inteiras ao lodo da miséria e desesperança.

Daquilo que é popularmente conhecido como "vício" e arduamente combatido por pastores e moralistas, o cigarro talvez seja o único que não traz prejuízo a terceiros, eis que é o ícone da introspecção reflexiva, solitária - e que não apareçam cretinos brandindo os infames "fumantes passivos", ou serei obrigado a postar estatísticas comparativas de câncer de pulmão norte-americanas, das décadas de 1950 e atuais, rigorosamente iguais em percentual.

Ultimamente tem se falado sobre a existência do vício em sexo, propondo tratamentos terapêuticos e toda a velha estrutura médica e midiática em torno do mesmo. Nada mais que um golpe sujo, que atende os desejos de diminuição da população global e, de quebra, engordam consultórios e editoras especializadas. Na verdade, intencionalmente confundiram "vício" com "falta de vergonha na cara", aliviando por demais a situação de tarados e galinhas pelo mundo.

Ao fim e ao cabo percebemos que tudo pode se tornar um "vício" e que, se tudo o que praticamos por prazer é viciável, nada assim poderá ser classificado, portanto.

Perdem-se tais moralistas, pastores, coach's e guias da vida saudável em apontar seus dedos imundos contra tamanho universo de adicções - sim, vícios reais existem - porém esquecem-se dos grandes, infames e jamais citados "vícios da alma": estes jamais são lembrados e, muito menos, combatidos. Afinal, os mesmos são geralmente entendidos como disposições internas, que corrompem o caráter, enfraquecem a virtude, desviam a pessoa do bem e já incidem sobre o histérico acusador. 

Na tradição filosófica e teológica, especialmente na moral cristã e aristotélica, esses vícios são frequentemente agrupados em torno dos Sete Pecados Capitais ou das quatro paixões desordenadas mencionadas por São Tomás de Aquino:

Soberba (Orgulho excessivo) – O desejo desordenado de superioridade, levando à arrogância e desprezo pelos outros.

Avareza (Ganância) – O apego desmedido às riquezas e bens materiais.

Luxúria – O desejo desregrado pelos prazeres sensuais, especialmente os carnais, mas que atualmente não se trata com Deus e, sim, com um terapeuta.

Ira (Cólera descontrolada) – A raiva que se transforma em ódio, ressentimento e desejo de vingança.

Gula – O consumo excessivo, seja de comida, bebida ou qualquer outra forma de prazer corporal.

Inveja – A tristeza pelo bem alheio, acompanhada do desejo de vê-lo diminuído.

Preguiça (Acídia) – A negligência espiritual, a falta de vontade para buscar o bem e a verdade.

Platão e Aristóteles falavam também de vícios ligados às faculdades da alma, pois a desordem dos apetites (intemperança) leva à bestialidade. A fraqueza da vontade (incontinência) impede a prática da virtude e a deformação da razão (ignorância culpável) leva ao erro e à injustiça.

No fundo, todos esses vícios são formas de desordem da alma, onde paixões inferiores governam a razão, em vez de serem governadas por ela. Preocupam-se e escandalizam-se, entretanto, se o pobre coitado bebe uma cerveja e acende um cigarro.

E, inevitávelmente caem em, ao menos, um dos "grandes vícios", que é a inveja - a irritação pelo bem alheio.

A moderação me permite meu whisky. A necessidade de reflexão concede meu cigarro ou meu cachimbo. E toda e qualquer tendência que poderia ter ao jogo, gastei-a na aviação e na competitividade inerente aos voos de teste - eu era bom e pronto, engulam.

Certamente, após tal análise, qualquer um se dará conta de que o pior e mais grave dos vícios é não ter uma vida própria, com algum conteúdo e, por isso, acabar por gastar seus dias cuidando das vidas alheias.

Um whisky ou um cigarro os repugnam?

Ótimo: afastem-se. Não farão falta.



Walter Biancardine




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

HORA DE VOLTAR À TV -


A verdade é que estamos embotados, anestesiados por tantas pancadas sobre nossos direitos mais básicos, como liberdade de expressão, somada à completa ausência de ética jornalística e pesada doutrinação ideológica, predicados estes que são o carro-forte das redes de TV abertas e que nos fizeram abandoná-las.

A internet ainda resiste e para lá migraram os que realmente desejam ou precisam saber a realidade das coisas, a correta análise política, social, econômica dos fatos incessantes de nosso cotidiano caótico - e, na verdade, encontramos conteúdo mas não a comodidade, pois a troca incessante de canais, seguida por horários incompatíveis, sempre produzem uma irritação surda, a qual não percebemos mas sentimos.

Quando um empresário corajoso decide retransmitir os principais e mais influentes canais conservadores do YouTube em uma emissora de TV - sinal aberto, acessível à todos e sem custo - tal fato é uma revolução mas, ao que parece, ainda não percebida em sua totalidade pelo grande público.

Há mais: quando esta emissora, transmitindo via parabólicas, associa-se à uma rede tradicional de TV - a conhecida antena do telhado - tal comodidade se amplia e talvez seja a hora de voltarmos à comodidade dos bons e velhos tempos, podendo deixar a TV ligada em um mesmo canal ao longo de todo o dia.

É hora de despertar para a importância da TVD News, canal 581 via parabólica, e igualmente prestigiar a Rede Humaitá de TV, presente no Estado do Paraná. Suas transmissões são gratuitas, abertas e nenhum pagamento é necessário.

Ainda assim, para quem não dispuser de parabólicas ou morar nos demais Estados do Brasil, a TVD News e a Rede Humaitá estão, igualmente, disponíveis via internet - com a vantagem de você poder deixar em um só canal, durante todo o dia.

Você é testemunha de um verdadeiro divisor de águas na história da TV e do jornalismo brasileiro, ao prestigiar a primeira emissora de sinal aberto, declaradamente conservadora, transmitir seu sinal para todo o Brasil.

Assista a TVD News e a Rede Humaitá. Afinal, a síntese do conservadorismo é "conservar o que é bom e melhorar o que puder".

TVD News - https://tvdnews.com.br/

Rede Humaitá - https://redehumaita.com.br/

Parabólica (TVD) - Canal 581




terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

REBELDIA É FUNDAMENTAL -


Como classificar alguém que, supostamente, transgride normas e convenções se vestindo como um marginal, usando vocabulário de quinze palavras, ouvindo músicas cujo único tema é sexo e se entregando abertamente à inconsciência, dopado que está pelos efeitos das drogas?

O que dizer de alguém cujo comportamento é chocante perante a sociedade, com modos inconvenientes ou atitudes de evidente e explícita lascívia?

A conhecida e glamourizada “vagabundagem escolar” será, ainda, um passaporte para a outrora ambicionada posição de “fodão” perante o grupo de amigos? E este mesmo grupo de amigos? Serão realmente aqueles que, após termos nos submetidos aos testes de admissão – sempre humilhantes – e já fazendo parte do mesmo, nos darão um certificado de “aprovado” e “apto para o convívio”?

Como classificar a “revolta” de jovens que se posicionam frontalmente contra os pais, descumprem suas normas, mentem, enganam e até os desacatam, sempre amparados na certeza de serem seus progenitores as únicas criaturas na face da terra que sempre os amarão, por piores que sejam?

Pior de tudo: o que esperar de alguém que crê, piamente, que a vida adulta – mercado de trabalho, relações sociais, obrigações – ainda comporta toda essa gama comportamental, classificada pelos psicólogos atuais como “rebeldia”?

Quem já passou dos dezoito anos e assim se mantém não é um rebelde, trata-se apenas de um sociopata ou, na melhor das hipóteses, um mimado filhinho de papais permissivos e medrosos.

Meu jovem, o mundo mudou e tudo na vida – inclusive alguns conceitos – também. 

Para ser um verdadeiro rebelde nos dias atuais, há que se estudar, e muito. Há que se aprender, se formar, formar o caráter, a disciplina e seus valores e princípios. 

Nada há que seja mais rebelde, mais “contra o sistema” que tudo isso, pois tudo o que este mesmo sistema deseja – e se esforça para que você se torne – é sua estupidez, a formulação de críticas vãs, a leniência, passividade travestida de “desprezo” e toda a poderosa e manipulável ignorância, incentivada pela cultura de massa e grande mídia. Este é o autômato ideal, o tão falado “gado”, o homem da Nova Ordem Mundial.

Nada é mais rebelde hoje que ir à igreja, estudar e buscar ser uma pessoa esclarecida e útil.

É algo como estender uma cruz diante do capeta.

Experimente, vale à pena.


Walter Biancardine



VACA: PODE SER ÚTIL, MESMO SEM QUERER

 


Desembarcou neste domingo (09) no Brasil o representante da Organização dos Estados Americanos (OEA), Pedro Vaca, advogado colombiano alçado ao cargo de Relator Especial sobre Liberdade de Expressão deste organismo diplomático, cuja primeira reunião foi justamente com um seu investigado – o Ministro do STF Alexandre de Moraes – em uma clara inversão da ordem natural das coisas, que exigiria ouvir primeiramente as vítimas, não os acusados.

Não devemos deixar de somar a este fato, absurdo e declaratório de uma suposta cumplicidade, o histórico deste senhor Vaca seguir, nas redes sociais, perfis de extrema-esquerda como o de Manuela D'ávila no Brasil, e postar críticas a personalidades como Elon Musk, Donald Trump, Nayib Bukele mas, nunca, a personalidades ditatoriais e assassinas como Xi Jinping ou Vladmir Putin.

Impossível também desconsiderar no que se transformou a OEA, nas últimas três décadas: um cabide de emprego para delinquentes e ex-ditadores, fornecendo aos mesmos “imunidade diplomática” e o status subsequente – mas em um continente naufragado sob a tirania do tráfico de drogas, sempre aliado das ditaduras latinas, a visita de Vaca ao Brasil poderá expor ao mundo a verdadeira face deste Organismo Diplomático, sua inutilidade (ou o quão nocivo é) e dar ensejo ao encerramento de suas inúteis e perversas atividades.

E como isso pode se dar?

Vaca, na verdade, está entre dois fogos. De um lado estão seus cúmplices totalitaristas (impossível que este gêmeo do marido da Fátima Bernardes negue seu viés ideológico), que dependem de seu “OK” para prosseguir em seus crimes e arbítrios. Para tanto, em descarada pantomima, o ditador Alexandre de Moraes “liberou” redes sociais banidas, como o Rumble, e reabilitou perfis de perseguidos pela narco-ditadura, tais como os de Alan dos Santos e até de Monark, o qual jamais foi conservador mas dizia coisas consideradas inconvenientes.

Por outro lado está o “big stick” de Donald Trump que, caso considere seu relatório parcial ou mesmo “frouxo” e encobridor, poderá – sem mais aquela – retirar os Estados Unidos da América da OEA. Esta saída significará, simplesmente, a bancarrota de tal instituição pois a mesma jamais terá condições de sobreviver contando apenas com as contribuições financeiras – pífias e irregulares – dos demais países.

Tal análise a faço com conhecimento de causa e experiência pessoal, pois trabalhei durante anos na OEA – um projeto de comércio internacional sediado na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, e bastante próximo do Comitê Jurídico Interamericano: os anos de Fernando Henrique Cardoso na Presidência do Brasil (alguém cujo mínimo de coerência seria prestigiar o mesmo) foram marcados por jamais ter pago um centavo sequer à OEA, resultando unicamente em incômodos diplomáticos – financeiros, nenhum.

Por outro lado, se desagradar o governo norte-americano, Pedro Vaca poderá ser eternizado na história como o homem que destruiu um organismo internacional, por puro fanatismo ideológico ou, quiçá, motivações muito menos nobres.

E se nenhuns outros motivos morais teria este relator para cumprir sua obrigação, sempre restarão o encantador charme, status de pertencer a um organismo internacional e a valiosa – valiosíssima, na verdade – “imunidade diplomática”, extremamente conveniente nos dias atuais.

Este é o dilema de Vaca: fazer corretamente seu trabalho ou ir pro brejo.

Arrastando a OEA junto.



Walter Biancardine





domingo, 9 de fevereiro de 2025

A ABOLIÇÃO DA BELEZA: UM ENSAIO FILOSÓFICO SOBRE A DEGRADAÇÃO ESTÉTICA NA CULTURA CONTEMPORÂNEA -

 


A beleza, historicamente considerada um reflexo da ordem e harmonia de Deus, tem sido sistematicamente demolida pela cultura contemporânea. Desde a arquitetura brutalista e desconstrutivista até o design de automóveis e vestuário, que degradam a elegância, observamos uma tendência à feiura, ao grotesco e ao niilismo estético. Este fenômeno não ocorre ao acaso, mas é fruto de uma revolução ideológica, comuno-globalista, que busca destruir os padrões tradicionais de beleza e substituí-los pelo ideológico, efêmero, pelo vulgar e pelo caótico – sentimentos e sensações que pretendem difundir no cotidiano das pessoas.

Tendo tais aspectos em mente me propus investigar as causas profundas desse processo, cabendo lembrar que a destruição da beleza não é um fenômeno isolado, mas parte de um projeto ideológico que visa desconstruir a civilização ocidental – Escola de Frankfurt – a partir de suas bases simbólicas.

* A beleza como fundamento da civilização -

Historicamente, a beleza sempre foi vista como uma ponte entre o homem e o sagrado. Platão a entendia como reflexo do mundo das ideias, enquanto Aristóteles a vinculava à harmonia e proporção. Santo Tomás de Aquino a associava ao bem e à verdade, enfatizando sua dimensão transcendente. Edmund Burke diferenciou a beleza do sublime, e Kant defendeu a experiência estética como uma forma de conhecimento desinteressado.

Com o advento da modernidade – iluminismo – no entanto, essa perspectiva foi progressivamente abandonada. Nietzsche denunciou a morte dos valores tradicionais, enquanto Adorno e a Escola de Frankfurt prepararam o terreno para a desconstrução da arte clássica e da cultura elevada. Scruton argumenta que a perda da beleza na arte reflete uma crise moral e espiritual profunda, resultado do relativismo e do niilismo contemporâneos, provocados por intelectuais ditos “progressistas”.

* A arquitetura como expressão do declínio -

A arquitetura moderna, com sua rejeição à ornamentação e sua obsessão pela funcionalidade, reflete a corrosão dos princípios tradicionais da beleza. O brutalismo, com seu concreto exposto e linhas agressivas, contrasta com a harmonia das catedrais góticas ou a proporção áurea das construções clássicas.

Oscar Niemeyer, um arquiteto declaradamente comunista, criou monumentos que sacrificam a humanização do espaço em prol de abstrações formalistas. A cidade de Brasília, embora inovadora, tornou-se um exemplo de alienação urbana, onde o indivíduo se sente pequeno diante de edifícios impessoais – verdadeira ode à força do Estado-pai, sempre maior e mais poderoso que o indivíduo, sensação esta reforçada pelas enormidades de concreto armado e os vastos espaços vazios, onde jamais conseguiriam acumular multidões em protestos – as mesmas sempre pareceriam pequenas.

Além de Niemeyer, outros arquitetos tornaram-se símbolos do declínio estético. Le Corbusier, um dos precursores do modernismo, defendia cidades organizadas com edifícios uniformes e desumanizados, resultando em projetos como a Unité d'Habitation, que mais se assemelham a blocos monolíticos sem alma. Frank Gehry, expoente do desconstrutivismo, projeta edifícios deliberadamente caóticos e assimétricos, como o Museu Guggenheim de Bilbao, cuja aparência disforme rompe qualquer ligação com a ordem e proporção clássicas.

Filósofos esquerdistas e críticos da beleza tradicional, como Theodor Adorno e Walter Benjamin, ajudaram a legitimar essa transformação. Adorno, ao criticar a arte burguesa, via na rejeição da beleza um meio de contestação política, enquanto Benjamin, ao defender a estetização da política, abriu espaço para que a arte fosse instrumentalizada ideologicamente – largamente aproveitada por Adolf Hitler e prontamente imitada por todo o bloco soviético. Já Jacques Derrida, com sua filosofia da desconstrução, forneceu as bases teóricas para uma arquitetura que rejeita qualquer sentido de coesão ou continuidade histórica: é o homem solto, perdido em uma selva de concreto.

Roger Scruton denuncia essa tendência como uma forma de "arquitetura do desespero", na qual o feio e o inóspito se tornam normas. A rejeição da tradição arquitetônica ocidental é uma manifestação do desprezo pelo passado e pelo senso de comunidade. Em sua obra "The Aesthetics of Architecture", Scruton argumenta que a arquitetura deveria servir ao bem comum e inspirar as pessoas, ao invés de reduzi-las a meros consumidores de formas arbitrárias e alienantes.

Exemplos grotescos abundam: a Torre Montparnasse em Paris, um arranha-céu brutalista que destrói a harmonia da cidade; o Ryugyong Hotel na Coreia do Norte, um monólito piramidal inacabado e desprovido de qualquer charme; e até mesmo o prédio do Ministério da Saúde em Londres, que parece ter sido projetado para intimidar, em vez de acolher. Todas essas construções exemplificam a tendência de substituir a beleza pelo impacto visual agressivo, refletindo uma sociedade que perdeu seu senso de proporção e transcendência, subordinados a ideologias.

* Design de produtos, vestuário e a infantilização do estilo -

Os automóveis contemporâneos perderam a elegância e a sobriedade que caracterizavam modelos clássicos como o Rolls-Royce Silver Cloud, os antigos Cadillacs _ agora reduzidos a meros SUV’s – ou o Jaguar E-Type. Em seu lugar, surgiram veículos emasculados, assépticos e completamente alheios ao condutor, posto que completamente automatizados e eletrificados. Suas linhas infantis e caricaturais, formas desproporcionais e cores monótonas – os eternos preto, prata e branco, os fazem parecer brinquedos “Lego” gigantes e hoje, pilotar um automóvel não mais denota “masculinidade” – conceito abolido pelos globalistas.

Como destacou Baudrillard, o consumo passou a ser dominado por símbolos e simulacros, onde a superficialidade e semelhanças com a ficção ideológica imposta se sobrepõe à essência, beleza e harmonia transmitida pelo símbolo – a figura, em si, do automóvel. Os anúncios dos mesmos mais parecem vender telefones celulares, tablets ou computadores, pois enfocam somente as facilidades digitais embarcadas, esquecendo por completo do básico automotivo: potência, consumo, capacidade de carga, conforto e facilidade de manutenção.

A moda segue a mesma lógica: a sobriedade e a distinção cederam lugar ao grotesco e ao vulgar. A moda "streetwear", dominada por roupas largas, rasgadas e desproporcionais, reflete uma cultura que celebra a rebeldia vazia (contra o quê?) e a marginalidade. Essa estetização da vestimenta não ocorre ao acaso: é uma valorização ideológica do lumpemproletariado, como descrito por Marx e Engels, mas reinterpretada pelas correntes identitárias contemporâneas: quanto mais chocante, agressivo e feio, melhor – “não imponha seus padrões sobre mim”, dizem os adeptos do disforme.

Mais que isso, tal estética condena o homem atual, desde sua infância, à eterna adolescência. Um garoto de quinze anos veste-se exatamente igual a um senhor de cinquenta, e isso nivela e rebaixa quaisquer espécies de aspirações. Do mesmo jeito que um jovem enxerga a idade adulta apenas como um problema – fim de sua inimputabilidade legal – ele, igualmente, rejeita a maturidade como um passaporte para realizações, pois já as desfruta desde sempre, favorecido por pais permissivos e medrosos.

Já os maduros apegam-se às aparências de juventude, inerentes às vestimentas e mesmo gírias e hábitos. Com a mais primária vaidade masculina afagada, esticam a adolescência até o ponto em que o uso de bengalas seja inevitável, resultando que tal imposição cultural não apenas criou o conceito de “adolescência” como, igualmente a ampliou, abrangendo hoje dos dez aos sessenta anos de idade.

* A estética do vulgar e o controle cultural pela mídia -

A televisão, o cinema e a publicidade têm promovido uma estética deliberadamente vulgar, onde o clima apocalíptico, o grotesco e o chocante substituem a beleza clássica. Esse fenômeno não se limita à arte visual, mas também se reflete na música, na literatura e até mesmo no jornalismo, onde o sensacionalismo, a superficialidade e as doutrinações ideológicas dominam o espaço, antes ocupado por formas mais refinadas e elevadas – decentes e dignas – de expressão.

A mídia, dominada por uma agenda ideológica, utiliza a estética vulgar como ferramenta de controle cultural, promovendo comportamentos anti-sociais e desconstruindo referências tradicionais. Scruton adverte que essa degradação estética resulta da imposição de uma visão materialista e relativista do mundo, na qual a transcendência e a busca pelo belo são descartadas em favor do hedonismo imediato.

A estética do vulgar é um reflexo de uma estratégia cultural deliberada, impulsionada por forças ideológicas que buscam subverter as referências tradicionais da arte e da civilização. No contexto atual, onde a mídia – especialmente a televisão, o cinema e a publicidade – promove uma estética apocalíptica, grotesca e chocante, há uma substituição explícita da beleza clássica por formas de expressão que apelam ao sensacionalismo e ao imediatismo, rejeitando valores atemporais em favor de uma estética rasa e destrutiva.

Há um impacto corrosivo dessa tendência na experiência humana de significado e transcendência: a beleza não é um mero ornamento, mas sim uma porta para a elevação espiritual e moral do ser humano. O atual apogeu do vulgar e do grotesco na mídia é uma forma de "redução" da arte e da cultura a uma mera manifestação do desejo imediato e da gratificação instantânea. A estética vulgar, ao se contrapor à beleza clássica, rejeita a harmonia, a ordem e a profundidade que tornam a arte um reflexo das dimensões mais elevadas da vida. O clima apocalíptico e o foco no grotesco são indicativos de uma visão materialista e relativista do mundo, que descarta qualquer noção de transcendência e se limita ao que é terrivelmente mundano e efêmero. Essa "degradação estética", conforme Scruton já analisara, contribui diretamente para a perda de um senso de propósito e direção na vida, levando a um vazio cultural que mina as bases de uma sociedade civilizada.

Por outro lado, Olavo de Carvalho ampliaria essa análise ao observar que essa "estética vulgar" não é apenas um produto do mercado ou da cultura de massa, mas uma ferramenta conscientemente manipulada para a formação de uma agenda ideológica. A vulgarização da arte é um mecanismo de controle cultural, projetado para destruir as referências tradicionais e substituir a busca pela verdade, pela ordem e pelo belo por uma ideologia relativista e destrutiva.

A mídia, dominada por uma agenda esquerdista e progressista, utiliza a estética do vulgar para incutir comportamentos anti-sociais e subverter os valores morais e culturais que sustentam a civilização ocidental. O sensacionalismo e a superficialidade não são acidentes, mas partes de um projeto deliberado que visa desestabilizar as fundações da tradição, desvirtuando a cultura para favorecer uma visão ideológica que busca, entre outras coisas, a desintegração da autoridade, da moralidade e da hierarquia.

Tanto Scruton quanto Olavo – ambos são referências para mim – identificam nessa degradação estética uma consequência do materialismo e do relativismo que dominam a visão de mundo contemporânea. Para ambos, a busca pela beleza e pela transcendência não é apenas uma questão de gosto, mas de princípio. A ausência de beleza clássica nos meios de comunicação, ao ser substituída pelo vulgar, enfraquece a capacidade da sociedade de buscar algo maior do que o hedonismo imediato, promovendo uma visão de mundo onde os valores mais elevados – como o amor pela verdade, pela ordem e pela justiça – são relegados ao esquecimento. A arte e a cultura, nesse cenário, deixam de ser formas de expressão do belo e se transformam em instrumentos de manipulação que, em última análise, enfraquecem o espírito humano e a capacidade de resistir às forças que buscam subverter a civilização ocidental.

Essa crítica, tanto de Scruton quanto de Olavo, revela que a estética não é apenas uma questão de arte, mas uma questão profundamente moral e filosófica. Ao resgatar a beleza clássica, rejeitando a vulgaridade e o caos, a sociedade não apenas preserva uma forma de expressão artística, mas também resgata a capacidade de viver de forma mais elevada, buscando o bem, a verdade e a harmonia.

* A filosofia da feiura: ideologias e pseudociência contra a beleza -

Não há como deixar de citar como o marxismo cultural, o pós-modernismo e teorias como o construtivismo social influenciaram a destruição da estética. A noção de que a beleza é um conceito burguês e opressor tem sido usada para justificar a substituição do belo pelo disforme e caótico.

A filosofia da feiura revela-se como uma consequência direta de movimentos ideológicos que, ao longo das últimas décadas, tomaram de assalto a esfera cultural e intelectual. O marxismo cultural, o pós-modernismo e teorias como o construtivismo social, ao invés de celebraram a beleza como uma expressão autêntica da realidade, têm procurado subverter seus princípios em nome de uma agenda política disfarçada de liberdade estética.

Para o marxismo cultural (vide Pe. Paulo Ricardo, canal no YouTube), a beleza, uma vez considerada uma manifestação sublime da arte e da natureza, foi rebaixada a um conceito burguês, elitista, e portanto, "opressor"; uma construção ideológica que deveria ser desmantelada para dar espaço a uma nova concepção de arte e estética, mais alinhada com a "luta de classes".

Esta subversão é uma tentativa deliberada de desintegração do gosto estético clássico, que é um reflexo da busca humana por ordem, harmonia e transcendência. A beleza não é um luxo, mas uma necessidade para a experiência humana, uma expressão de valores que conectam o indivíduo ao transcendente, à tradição e à comunidade. As forças pós-modernas, ao promoverem o feio, o disforme e o caótico, negam ao ser humano a possibilidade de uma vida rica em significado, transformando a arte em uma ferramenta de subversão ideológica.

É possível ampliar essa crítica – de Scruton – se associarmos tal destruição estética à destruição moral e cultural mais ampla que caracteriza a modernidade. Para Olavo de Carvalho, o abandono do belo não é um simples erro ou uma mudança de gosto, mas uma tentativa consciente de corroer os alicerces da tradição ocidental. A beleza, para ele, é intrínseca ao bem e à verdade; sua destruição é, portanto, uma forma de minar os valores que sustentam a civilização. O ataque à beleza não é apenas estético, mas essencialmente moral e filosófico. Ele vê, no desdém pela beleza tradicional, uma estratégia de desconstrução que visa substituir a ordem natural e humana por um caos ideológico, onde o feio é celebrado e o belo é visto como um símbolo de opressão.

A substituição do belo pelo disforme, proposta por essas ideologias, não é uma mera inversão estética, mas uma reconfiguração do entendimento humano de ordem, beleza e virtude. Nesse contexto, a beleza torna-se não só um reflexo da perfeição, mas uma resistência à tirania do feio, da mediocridade e do caos que essas ideologias procuram instaurar.

O verdadeiro papel da estética, sob a ótica tanto de Scruton quanto de Olavo, é restaurar a dignidade humana, colocando a beleza como um princípio que eleva o espírito e que se opõe ao utilitarismo cultural que desumaniza e submete os indivíduos a uma visão reducionista da existência.

* A redenção da beleza: caminhos para a restauração cultural -

A restauração da beleza exige um resgate dos valores estéticos clássicos e uma rejeição da mediocridade imposta pela cultura dominante. A sociedade precisa revalorizar a arte elevada, a arquitetura harmoniosa e os padrões estéticos que refletem ordem e transcendência.

Se analisarmos o tema sob o pensamento de Roger Scruton e Olavo de Carvalho, o mesmo revela-se como um imperativo cultural e moral de suma importância para a preservação da dignidade humana e da tradição civilizacional. A restauração da beleza, conforme ambos os pensadores propõem, não é um movimento superficial ou nostálgico, mas sim um esforço profundo de recuperação daquilo que é essencial à experiência humana: a busca pela harmonia, pelo sublime e pelo transcendental.

Roger Scruton, em suas investigações sobre estética, argumentaria que a beleza é inseparável da experiência humana de ordem e propósito. Para ele, a arte elevada, a arquitetura harmoniosa e os padrões estéticos que evocam transcendência são manifestações concretas da busca por uma realidade mais profunda, além das limitações do mundo físico. Scruton vê a arte clássica, com sua busca pela perfeição formal e pela harmonia, como um reflexo de valores universais que transcendem o caos e a decadência da modernidade. Ao ressaltar a importância da beleza como um guia para a elevação espiritual, Scruton considera que a restauração desses valores estéticos não é apenas desejável, mas essencial para a preservação da saúde cultural e moral da sociedade.

Olavo de Carvalho, por sua vez, iria além ao abordar a restauração da beleza como parte de um movimento mais amplo de recuperação da tradição e dos valores que fundamentam a civilização ocidental. Para Olavo, o conceito de beleza não se dissocia do bem e da verdade. A arte elevada, longe de ser uma mera expressão de gosto, é uma expressão moral e filosófica que reflete a ordem natural do mundo. Ele vê a mediocridade da cultura dominante como um reflexo de uma crise profunda, não apenas estética, mas também espiritual e filosófica. A cultura contemporânea, ao se afastar dos valores clássicos e da busca pela transcendência, sucumbiu ao relativismo, ao niilismo e à desconstrução do sentido.

A restauração da beleza, para Olavo, não é apenas um retorno ao passado, mas uma necessidade urgente de restaurar a dignidade e a clareza do pensamento, a fim de reestabelecer uma cultura que, de fato, reflita a verdade e o bem.

Em conjunto, tanto Scruton quanto Olavo concordariam que a revalorização da arte elevada, da arquitetura harmoniosa e dos padrões estéticos que transmitem ordem e transcendência é um caminho necessário para a regeneração cultural. A sociedade, ao resgatar esses valores estéticos clássicos, não está apenas preservando a forma, mas restaurando a substância moral e filosófica que fundamenta a vida civilizada.

A beleza, entendida como algo que transcende o meramente utilitário, torna-se, assim, um farol que orienta o homem para uma vida mais plena, mais integrada à sua natureza e à sua herança cultural, e mais distante dos desvarios do caos e da mediocridade que a cultura dominante tenta impor.

Conclusão -

É urgente que as pessoas voltem a exigir a beleza e a harmonia, resistindo à degradação ideológica que reduz a arte a um instrumento de desconstrução. O futuro da civilização, da nossa civilização, depende da restauração de uma estética que celebre a verdade, o bem e o belo.

E se o leitor discorda que a beleza nos conduz a Deus, busque contemplar uma catedral gótica.



Walter Biancardine





NASCER BOM OU ESCOLHER A BONDADE?

 


A bondade é sempre algo desejável por todos, um predicado unanimemente elogiado mas que, muitas vezes, é usado como o paroxismo da falsa modéstia: “tal coisa aconteceu comigo porque sou muito bom, muito inocente e não vi maldade…

Colocando-se à parte todo o cinismo e hipocrisia contidos em tais lamentos, o ponto central resume-se ao mérito. Haverá algum mérito em nascer bom – ser uma pessoa de boa índole, que jamais conseguiria fazer algo mal – ou optar por ser bom, mesmo tendo escolhas outras, aparentemente mais vantajosas?

Com base nestes pensamentos, ofereço pequeno ensaio filosófico sobre o tema:

Sou bom ou estou bom?

A bondade, enquanto predicado humano, não pode ser reduzida e avaliada somente como mera disposição natural ou a uma qualidade inata. Tal redução causará a dissolução do mérito moral, transformando a bondade em um fenômeno automático, sem qualquer esforço volitivo. 

Já dialogando com outras tradições filosóficas, suponho que a bondade só adquire algum e verdadeiro valor moral quando é fruto da escolha consciente, realizada sob circunstâncias onde há alternativas reais e, muitas vezes, mais vantajosas no plano imediato (“Yo soy yo, y mis circunstáncias” – Ortega y Gasset).

A Bondade Inata e o Determinismo Moral -

Platão, em "A República", diferencia aqueles que praticam a justiça por hábito e aqueles que o fazem por decisão racional e consciente. Se a bondade é uma qualidade fixa do caráter, como a cor dos olhos, não há mérito em ser bom, pois não haveria escolha. A bondade inata não é um ato moral, mas uma característica. 

Kant, ao definir o conceito de imperativo categórico, reforça a necessidade da escolha moral consciente: uma ação só tem valor ético quando é realizada por dever e não por mera inclinação natural – e eu acrescentaria “por dever e escolha”. Dessa forma, ser "naturalmente bom" equivale a ser moralmente neutro, pois o verdadeiro valor moral advém do livre-arbítrio.

O Mérito da Escolha Moral -

Aristóteles, em "Ética a Nicômaco", enfatiza que a virtude está no hábito, mas sobretudo na escolha deliberada, tal como afirmei acima. Ele distingue entre atos praticados por mera conformidade e aqueles que nascem de alguma decisão consciente do indivíduo. 

Meu professor Olavo de Carvalho, ao refletir sobre a moralidade na tradição ocidental, argumenta que a virtude só tem real valor quando há “resistência ao erro e superação de tendências negativas”. A bondade que decorre da necessidade, ou da ausência de alternativas, não pode ser considerada virtuosa, pois não exige esforço, consciência ou renúncia.

A escolha moral verdadeira implica discernimento e sacrifício -

O furioso Nietzsche, ao criticar a moral cristã em "Genealogia da Moral", aponta que muitos adotam uma bondade passiva, fruto da fraqueza, e não de uma escolha genuína. Já Santo Tomás de Aquino, ao integrar o pensamento aristotélico à teologia cristã em sua Suma Teológica, sustenta que o mérito da virtude está na livre adesão ao bem, não na simples incapacidade de fazer o mal.

O Livre-Arbítrio como Fundamento da Virtude -

A verdadeira bondade não pode ser confundida com a passividade ou com a ausência de malícia natural. O mérito está na capacidade de escolha, pois apenas diante da possibilidade real do erro é que a decisão pelo bem se torna virtuosa. A consciência, conforme apontado por Santo Agostinho, é o elemento central do ato moral: aquele que, podendo pecar, escolhe o bem, age por mérito próprio e salva sua alma.

Impossível evitar de citar novamente meu professor, Olavo de Carvalho, destacando que a modernidade corrompeu a noção de virtude ao substituí-la por sentimentalismo ou automatismo psicológico. O verdadeiro exercício da bondade exige consciência crítica, esforço e, muitas vezes, um alto preço a pagar. A bondade, quando escolhida deliberadamente contra as facilidades do mundo, torna-se um ato heroico, digno de reconhecimento e mérito.

Conclusão -

A bondade inata pode ser admirável, mas não é meritória. A verdadeira virtude reside na decisão consciente pelo bem, especialmente quando há alternativas mais cômodas ou vantajosas. Esse conceito, sustentado por Aristóteles, Tomás de Aquino e aprofundado pelo professor Olavo de Carvalho, reforça a necessidade do livre-arbítrio na constituição da moralidade.

A bondade não é um destino, mas uma conquista.



Walter Biancardine



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

DESVALORIZAÇÃO ACADÊMICA


As políticas educacionais teratológicas impostas ao ensino brasileiro vem de longa data, ainda dos governos militares e seu conceito positivista de "difundir as escolas de ensino superior" (faculdades em quantidade, não qualidade) e que, pela profusão desordenada, provocou inevitável rebaixamento dos padrões acadêmicos - tanto para o ingresso nas mesmas quanto para a conclusão do bacharelado.

O "emburrecimento" deliberado, imposto pelos governos esquerdistas que sucederam os generais no poder apenas executam, ainda nos dias atuais, o golpe de misericórdia - lento, sádico, embotador e entrevante - na academia e, não à toa, toda e qualquer produção intelectual significativa do país cessou, ainda nos anos 80.

Não há - repito, não há - nenhuma publicação brasileira, sequer citada como referência, nas revistas científicas internacionais, ainda que as mesmas estejam, já, impregnadas de vieses ideológicos. E isto é um péssimo indicativo, que denota o apavorante quadro de símios infantis e tarados, verdadeiros analfabetos funcionais que esforçam-se, nos rudimentos da escrita e das ideias, para expor idiossincrasias, por tais elementos consideradas "teses" - segundo estas mesmas criaturas, "se cumpro as normas ABNT, então está tudo bem".

Sem desmerecer ninguém - pelo contrário - posso citar o trabalho de orientação e acessoria que presto à gentil jovem com quem tenho convivido: a mesma é Doutora, e apenas escapou da mediocridade geral por conta dos mesmos méritos que também possuo, os quais foram a iniciativa de estudar, aprender, pesquisar e compreender em separado, longe de mestres e salas de aula. Ela por instinto de sobrevivência de sua inteligência e eu por total descrédito do meio acadêmico.

Ora, uma Doutora - se viajar para a Europa ou USA, por exemplo - será apresentada como "PhD", ou seja, uma "Philosophy Doctor", o qual, como símbolo do paradoxo verde-amarelo, é muito mais respeitado no Brasil que o título de "Doutor" - ainda que sejam, ambos, exatamente a mesma coisa.

Pois esta estimada "Philosophy Doctor" - uma Doutora em Filosofia da especialidade que escolheu - à parte seu brilhantismo e vasta cultura, adquirida fora do campus, ainda escorrega e desorienta-se ao abordar o sentido filosófico das questões, jamais administrado por aqueles que formaram "Doutores em Filosofia" de alguma cadeira.

Tive o privilégio de ter sido aluno do professor Olavo de Carvalho e, mais que isso, desfrutei da grande oportunidade de testemunhar um filósofo filosofando, ao vivo e defronte a mim. Tais ensinamentos - mais que a memorização de nomes e conceitos - impregnou-me do verdadeiro sentido da filosofia, a qual é quase um "estilo de vida", nas palavras do saudoso Véio da Virgínia. E isso abriu as portas de minha inteligência, me transformando interiormente e estimulando o aprofundamento - cada vez maior, quase um sacerdócio - na busca incessante da verdade filosófica.

Apenas que nada disso acontece hoje, nos meios acadêmicos brasileiros. Resumem-se à mais vil memorização de conceitos, datas, nomes e, quando confrontados ao desenvolvimento de ideias, valem-se da estratégia de "papagaios de pirata", apenas repetindo - e piorando - ideias de um Foucault, Sartre ou mesmo Leandr Karnal e Cortellas da vida. Ideologia e doutrinação puras, as quais substituíram o saber acadêmico.

Para tais mestres, pouco importa o estado deplorável em que seus alunos chegam - semi analfabetos, iletrados, toscos de pensamento e incapazes de ler ou formular textos maiores que um Twitter. Para tais delinquentes, o que interessa é angariar adeptos, hipnotizar (tal qual um José Américo Mota Peçanha e seu Epicurismo) e, ao fim, presenteá-los com um diploma, o qual apenas inflará seus egos e os fará crer serem "superiores" aos demais mortais.

Jamais dei autoridade para que um imbecil destes seja o fiador de minha competência ou saber.

Entretanto, tal como os demais brasileiros submetidos à "jurisfação" da vida, tento à duras penas sublimar as barbaridades ouvidas, lidas e presenciadas na academia: busco, como único motivo, honrar a memória de minha mãe e presenteá-la - ainda que post-morten - com um bendito canudo, o qual algum idiota considerou-me apto.

Apto sim; superior à ele, jamais.


Walter Biancardine 



quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

NEM O CHAT GPT ME CONTRATARIA - INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OU ESPERTEZA NATURAL?


Perguntei à plataforma de Inteligência Artificial "Chat GPT" quais as deficiências que um Departamento de Recursos Humanos encontraria em um profissional com as qualificações abaixo:

QUEM SOU EU - TRABALHO E FORMAÇÃO - MEUS CANAIS:

Jornalista, escrevo desde desde 1979, com passagem por diversos jornais, revistas, rádios e canais de TV, tenho atualmente seis livros escritos e publicados, com outros três em produção;

Aluno do Seminário de Filosofia de Olavo de Carvalho (COF);

Licenciatura em Filosofia, Universidade Estácio de Sá, RJ;

Direito na Faculdade Cândido Mendes - Centro, RJ;

Arquitetura e Direito nas Faculdades Integradas Bennett, RJ;

Corpo Diplomático, OEA - Organização dos Estados Americanos, CICOM - Centro Interamericano de Comercialização, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas e Consulado Geral da Argentina;

Assessoria de Imprensa, Secretaria de Comunicação Prefeitura Municipal de Cabo Frio;

Editor Revista da Cultura, Secretaria de Cultura de Cabo Frio;

Colunista/editorialista Lagos Jornal, Diário Cabofriense;

Jornalista TV Lagos, Rádio Ondas FM;

Colunista Carta de Notícias, ContraCultura (Portugal)

Página própria em www.walterbiancardine.blogspot.com;

Editorialista Jornal Opinião;

Ex-piloto aviação executiva, RJ, MS, PR

Ex-piloto testes aviação, RJ;

Formação em programação de computadores grande porte (Burroughs);

LIVROS PUBLICADOS:

* Pretérito Perfeito (romance);

* Gislaine dos Três Verões (contos);

* Mais Olavo, Menos Oliva (análise política);

* Os Macaquinhos Brasileiros Vol. 01 (análise política, ensaio filosófico, sociologia, teologia);

* Os Macaquinhos Brasileiros Vol. 02 (análise política, ensaio filosófico, sociologia, teologia);

* Os Macaquinhos Brasileiros Vol. 03 (análise política, ensaio filosófico, sociologia, teologia);

LIVROS EM PRODUÇÃO:

* Estilo e Ideologia (análise política, ideologias, arquitetura e design);

* Solidão e Transcendência (filosofia, auto-análise, teologia, comportamento);

* Livre Arbítrio e Determinismo Behaviorista (filosofia, auto-análise, teologia);

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A resposta da Inteligência Artificial:

"Com base no seu perfil, um departamento de Recursos Humanos poderia identificar as seguintes possíveis deficiências, dependendo da vaga e da empresa:

Falta de especialização técnica para cargos específicos – Sua formação e experiência são amplas e diversificadas, mas, para funções que exigem expertise técnica específica e certificações atualizadas, pode haver um descompasso.

Ausência de experiência corporativa tradicional – Grande parte da sua experiência é em jornalismo, filosofia e análises políticas, o que pode não ser visto como alinhado a ambientes corporativos formais ou setores que valorizam uma trajetória empresarial convencional.

Perfil independente e não convencional – Você tem um histórico de colunismo, publicações autorais e atuação independente, o que pode levar empresas a considerarem que você pode não se adaptar a uma estrutura hierárquica rígida ou a um ambiente com burocracias internas.

Ausência de foco em uma única área – Seu perfil mostra uma trajetória multifacetada (jornalismo, filosofia, direito, arquitetura, aviação, tecnologia). Algumas empresas podem interpretar isso como falta de especialização aprofundada em um único campo.

Possível resistência a culturas empresariais progressistas – Seu viés político e filosófico pode ser um diferencial em ambientes que compartilham desses valores, mas pode gerar resistência em organizações com culturas corporativas mais alinhadas ao politicamente correto ou a pautas progressistas.

Experiência acadêmica fragmentada – Você tem formação em várias áreas, mas não há menção a especializações, pós-graduações ou certificações recentes. Para cargos acadêmicos ou técnicos, isso pode ser visto como uma lacuna.

Uso de canais próprios como principal meio de comunicação – O fato de você priorizar sua própria plataforma pode fazer com que empresas questionem seu comprometimento com canais institucionais ou com a imparcialidade jornalística, dependendo da posição.

Entretanto, essas 'deficiências' dependem muito do contexto. Em ambientes que valorizam independência intelectual, pensamento crítico e uma abordagem mais ampla da cultura e da política, seu perfil pode ser um grande trunfo. Se o objetivo for uma posição mais tradicional, pode ser necessário adaptar a forma como suas experiências são apresentadas."


Minha conclusão:

Impossível ser "inteligência artificial"; essa coisa é um recrutador daqueles sádicos, bem cruéis, escondido atrás do computador para me dar a resposta que qualquer RH daria (caso se dignassem a responder) para mim.

De qualquer modo, tenho de olhar pelo lado positivo: existem milhares de aprendizados nas derrrotas, mas só um na vitória. Tal bordoada em meu ego serve tanto para explicar minha incapacidade de conseguir um trabalho, digamos, "tradicional" quanto, igualmente, a invariável erisipela que provoco no sexo oposto, unânime na repulsa para comigo. Em outras palavras, matei dois coelhos com uma só decepção: agora sei de minha inadequação ao mundo empresarial bem como - triste isso, viu? - a mesma falta de serventia para com as mocinhas casadoiras.

Resta-me aceitar o vaticínio de Olavo de Carvalho, que preconiza ser a vida intelectual quase um sacerdócio - morrer para o mundo - e aproveitar a falta de um relógio de ponto para bater dedicando-me aos estudos, cada vez mais profundos, mais transcendentes, mais abstratos...

Um dia serei um matemático, já que tal cadeira é o ápice da abstração lógica humana.

Hoje não estou bem, amanhã acordarei melhor.


Walter Biancardine


PS: ajudem esse pobre rejeitado, comprando meu livro "Os Macaquinhos Brasileiros".

https://a.co/d/8xopZ9e