O histórico brasileiro de adesão às propostas, temas e pautas
da esquerda sempre giraram em aproximadamente 30% do eleitorado, com
tais percentuais repetindo-se de maneira quase idêntica em todos os
níveis de eleições, sejam elas municipais, estaduais ou federais.
Desnecessário relembrar que a eleição de um esquerdista
gramsciano – Fernando Henrique Cardoso – foi consequência
direta do brilhante Plano Real, que consertou uma hiperinflação
crônica advinda do descontrole econômico e financeiro observado nos
últimos anos dos governos militares. Vale acrescentar que o
esquerdismo de FHC foi tacitamente “esquecido” pela mídia
e mesmo o próprio PT e diversos e ilustres representantes
progressistas o rotulavam como “direitista”, em
contraposição às propostas bem mais radicais do próprio Partido
dos Trabalhadores – que condenou o Plano Real e gastou os oito anos
da gestão Fernando Henrique criticando-o duramente e pedindo, por
diversas vezes, seu impeachment.
Na verdade, tudo não passava de estratégia – o hoje conhecido
“teatro das tesouras” denunciado pelo filósofo Olavo de
Carvalho – e, com um grande e feliz sorriso nos lábios, FHC passou
a faixa presidencial para Lula, que o sucedeu vestido de “Lulinha
Paz & Amor” e, hipoteticamente, comprometido em manter as
diretrizes econômicas – ainda que jamais houvesse, de maneira
explícita, citado isso em sua campanha.
O que pretendo dizer com todo o retrospecto acima é que tanto FHC
quanto Lula – sendo este último incluído apenas em sua primeira
vitória eleitoral para a Presidência – foram eleitos expressando
um real desejo dos eleitores, satisfeitos com o fim da inflação e
com a estabilidade da moeda, bem como com a chegada de um
(teoricamente) trabalhador ao cargo mais elevado da República.
Já o segundo mandato do petista deveu-se, primordialmente, aos
cofres públicos generosamente escancarados à grande mídia – que,
em troca, não economizavam elogios e escondiam escaramuças – e ao
advento do mais terrível e ditatorial instrumento de perpetuação
de grupos políticos no poder: as urnas eletrônicas.
Um poderoso e eficaz tripé de atuação foi formado, onde os
institutos de pesquisa apresentavam números segundo os desejos do
núcleo governante, a grande mídia os divulgava sem nenhum reparo –
afinal, tratava-se de institutos e empresas “sérias” e
“confiáveis” – e, por último, analistas políticos
(notoriamente militantes, mas o público não sabia) forneciam o
“aval técnico” necessário. O resultado das urnas era,
sempre, um fiel espelho do retrato eleitoral encomendado por seus
patrões, o governo de esquerda.
Vivíamos então uma época em que o único meio de se obter
informações sobre qualquer aspecto do país que nos interessasse –
política, economia, saúde, etc. – era a grande mídia e suas
TV’s, emissoras de rádio, jornais e revistas impressos. Eram
tempos em que bastava ler um jornal e já teríamos visto todos,
embora ainda sem o “copiar e colar” descarado dos dias
atuais, pois absolutamente todas as redações de notícias já
estavam devidamente aparelhadas por militantes esquerdistas desde os
anos 60.
Mas o surgimento da internet, das redes sociais e a popularização
dos “smartfones” mudou completamente o cenário tranquilo
da perpetuação de uma ideologia no poder: logo contestações
começaram a ser apresentadas, provas em vídeos, gravações de
áudios ou prints de documentos desmentiam cabalmente as
mentiras apresentadas pela mídia e algo precisava ser feito, pois a
credibilidade dos institutos de pesquisa – para nos atermos ao tema
deste artigo – foi destruída ao ponto do tradicionalíssimo IBOPE
precisar mudar de nome para sobreviver.
Na Europa e nos Estados Unidos as urnas já imprimiam um
comprovante de votação, que era transferido automaticamente para as
tradicionais urnas. Em caso de contestação, bastaria comparar os
números do sistema eletrônico com os comprovantes de papel. Mas, e
aqui no Brasil?
Nas terras tupiniquins o assunto foi tratado na base do baixo
nível, mesmo: nada de voto impresso – chegando às notórias
manobras no Congresso para impedirem esta medida – e, para resolver
de maneira definitiva, censura, prisões, processos e acordo de
manipulação com as grandes redes sociais. As que não se submeteram
foram, simplesmente, banidas do Brasil, tal como o Rumble. O que
antes era uma tranquila sucessão de “kamaradas” no poder
foi obrigada a revelar sua verdadeira face, e a ditadura –
comandada pelo Supremo Tribunal Federal – tornou-se pública e,
pior, temida.
Pois bem, isto foi no Brasil. E na Europa e Estados Unidos, onde
adotaram a impressão e depósito dos comprovantes de votação nas
urnas? Por quê a esquerda se perpetua nestes locais? Como conseguem?
“Do que se alimentam? Como se reproduzem?”, provocaria uma
chamada do conhecido programa Globo Repórter. Pois bem, vamos às
razões.
Comecemos pela Europa, cuja explicação é bem mais simples e
curta: o europeu, de modo geral, crê-se civilizado demais, evoluído
demais para desconfiar do que seja, por parte de seus
civilizadíssimos governos. Excetuando-se exceções extremas como
guerras, jamais sofreram governos que os extorquissem até a última
moeda sem nada dar em troca. Jamais tiveram líderes que deixaram
suas cidades apodrecerem, sem nenhuma manutenção ou mesmo
preocupações quanto a uma mínima decência em seu aspecto.
Este ambiente – quase asséptico – aliado à massiva
propaganda gramscista de suas rádios, TV’s, jornais,
cinemas e teatros os emasculou a ponto de que, mesmo habitando uma
pulga atrás de suas limpíssimas orelhas, jamais pensariam em
cometer a deseducação de protestar, esbravejar e demonstrar tal
descontentamento nas ruas – a lição veio rápido pois hoje, por
questões de sobrevivência, urram contra os estupros, vandalismos e
assassinatos cometidos pela horda bárbara de imigrantes, todos eles
– à princípio – uns coitados, que mereceriam suas altivas
ajudas. Des élections truquées ? Non, pas question !
Já com os americanos a coisa não foi
tão fácil, principalmente ao tratarem com sua “maioria
silenciosa” (lembram-se de Reagan?) composta por espertissimos
e calejados “Rednecks”, que não caem em qualquer conversa
fácil recheada de palavras difíceis.
Para tal empreitada os Democratas – a
(cada vez mais) esquerda deles, lá – valeu-se de buracos
inacreditáveis na legislação eleitoral que, para início de
conversa, é determinada por cada Estado e resulta em unidades
diferentes da federação possuírem leis diversas para o mesmo
pleito. Acrescente-se a isso a inaceitável possibilidade de votar
pelos Correios, somada a explícita fraude de acrescentarem milhares
– ou milhões, não ficou determinado – de votos, que chegaram
nas juntas de apuração e foram devidamente registradas em vídeo, e
temos a explicação de um senil Joe Biden estar, hoje, na
Presidência da nação mais poderosa do mundo.
A grande mídia norte americana – as
mídias são sempre “amigas” de qualquer governo –
procurou abafar a fraude com os mesmos argumentos da ditadura
brasileira, além de seu acumpliciamento no vergonhoso caso da
invasão do Capitólio – claramente coordenada pela esquerda e com
a participação de funcionários, policiais e agentes do FBI – que
depois foi descaradamente copiada em Brasília, no 8 de janeiro, o
qual muitos caíram feito trouxas e custou-lhes as masmorras da atual
ditadura, de onde não podem sair nem seus advogados fazerem qualquer
coisa. E tudo isso, para finalizar, com a grande mídia de ambos os
países acusando o povo de praticar exatamente o que seus donos – a
esquerda – ostensivamente fazia.
O fato é que, caso alguém ainda não
tenha se dado conta, desde o advento do sistema eletrônico de
votação – e pouco importa se imprime os mesmos ou não – as
esquerdas não perdem mais. O mesmo fenômeno se observa nos mais
diversos países do mundo e, em todos eles, a grande mídia cumpre o
mesmo papel de conduzir, enganar e doutrinar aqueles que, por
ignorância ou falta de condições, ainda insistem em utilizá-la.
Importante observar que, pela
verdadeira lenda em que a ciência se transformou (o Iluminismo,
sempre ele), uma apuração resultante de contagem computadorizada de
votos causa uma impressão muito mais profunda e confiável que
qualquer contagem manual. Creem, tais coitados, que homens sempre são
corrompíveis e que um resultado emitido por um computador estará
imune destas ameaças – apenas esquece-se o infeliz que alguém,
corruptível, precisa programar tais computadores, mas uma boa
manchete sensacionalista na TV, falando sobre o último escândalo
sexual de Hollywood, o fará esquecer isso.
Somente votações absurdas e massivas,
não previstas pelos piores pessimistas da esquerda, podem escapar ao
poder manipulatório das urnas e da grande mídia, e estes foram os
casos de Bolsonaro no Brasil, Georgia Meloni na Itália e do
recentemente presente no CPAC, Javier Millei, da Argentina.
Para finalizar, podemos argumentar de
maneira realista que – independentemente do sistema ser através de
urnas eletrônicas ou votos manuais – qualquer eleição pode ser
fraudada. Sim, é fato, e principalmente se dispomos de cúmplices
tão poderosos e hipnotizantes quanto a grande mídia, os institutos
de pesquisa e a cultura de massa em geral.
Podemos, entretanto, pressionar
legisladores para que a feitura e divulgação de pesquisas de
intenção de votos – ou quaisquer outras que induzam a demonstrar
posição ideológica popular – sejam proibidas, principalmente em
épocas de campanha eleitoral. Em um país como o Brasil, onde o
eleitor – quase sempre uma besta primária e interesseira – torce
pelo time que está ganhando, compra a roupa que todos compram, usa o
carro que todos admiram e vota somente em quem lidera as pesquisas
(pois tem vergonha de perder) isto causaria um impacto brutal nos
resultados.
Do mesmo modo as análises políticas
presentes nos programas de rádio e TV, bem como nos jornais e
revistas, deveriam ser acompanhadas obrigatoriamente de um grande
aviso que “trata-se de uma opinião pessoal do analista e não
reflete, necessariamente, a realidade dos fatos”.
Aqui no Brasil reclamamos muito, e com
razão, de nossas urnas botocudas mas cometemos o grave erro de não
exigirmos uma ação parlamentar contra a atuação descarada da
grande mídia, talvez culpada em grau idêntico às urnas e ao
próprio TSE, pelos descalabros que sofremos diariamente. Esta
atuação no Congresso deve, obrigatoriamente, atingir de maneira
contundente os institutos de pesquisa, seus divulgadores e, mesmo, os
analistas que as avalizam e as tornam críveis.
Não temos o poder de tomarmos tais
atitudes nos outros países mas, em nosso Brasil, falta-nos apenas
testosterona e vergonha na cara.
Walter Biancardine