São terríveis as coisas que fazemos pela última vez e disso não nos damos conta.
Sim, houve uma última vez que fui ao The House of Rock and Roll ver e ouvir meu amigo, quase irmão e rei do rock nas horas vagas, Luís Antônio.
Um último "oh, yeah!" no momento em que cheguei e ele estava no palco. Um último Creedence Clearwater cantado para mim, pois ele sabia que eu gostava. Uma última vez em que ligou o motor de sua Harley Davidson no meio da música. Uma última vez em que sentou à minha mesa no intervalo, para saber das novas.
E houve um último abraço na hora de ir embora - certamente mal percebi, de bêbado que estava - e um último "vai pela sombra, bonitão", sabendo que eu estava em minha moto estradeira.
Jurei nunca mais voltar após sua partida deste mundo, mas voltei.
Jurei nunca mais respirar aquele ar, rescendendo a tantas memórias; dias e gentes que se foram, amores que se suicidaram por incúria, noites que amanheceram em terríveis dias de tempestades.
Mas de que servem as juras, se não podemos quebrá-las?
Luís Antônio, meu brôu, fui à sua casa hoje, bonitão.
E quase achei que você estava lá.
Walter Biancardine
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