Em ousados sonhos, mesclam estilos e lembranças de um passado seguro, acolhedor, com elementos futuríscos exatamente ao estilo dos antigos filmes de ficção científica dos anos 50/60.
Como não notar os enormes automóveis rabos-de-peixe? Os eletrodomésticos e utensílios de cozinha que nós, os mais velhos, assistiamos nossas mães servirem-se? A maneira de se vestir nestes vídeos, tanto de homens quanto mulheres, nos chuta violentamente ao glamour de um passado em que sonhávamos ser logo adultos e poder, finalmente, adentrar aquele fantástico mundo dos adultos.
Tais filmes nos esfregam na cara o charme, a sofisticação e a sensação de segurança e acolhimento do passado - e isso não significa riqueza, mas hábitos e pessoas decentes.
Fácil é concluir que vivemos em uma sociedade esquizofrênica, onde a grande maioria de nós anseia retornar ao "way-of-life" de anos passados, mas a grande mídia e a cultura de massa nos violentam - diuturna e incansavelmente - à promiscuidade holocáustica, suja, escura, dos escombros de uma civilização que eles, e só eles, rejeitam.
Temo a reação do leitor ao afirmar que o mundo precisa, realmente, de uma guerra - uma grande, devastadora e apocalíptica guerra que nos faça reerguer, das sobras de um mundo podre e destruído por tais tarados ideológicos, como um novo e lindo lugar para se viver, com valores e princípios regendo a vida que realmente queremos.
O ambiente nos contamina, a grande mídia e a cultura de massa dão o toque final.
Havemos, pois, que impor o que, de fato, queremos.
Tenham um bom Natal ouvindo discos em suas vitrolas, tirando os presentes das crianças da mala de seus rabos-de-peixe e presenteando suas esposas com gracioso colar de pérolas, enquanto ela ajeita sua gravata e oferece-lhe um vinho.
Tal como um dia foi.
Feliz Natal e próspero 1957!
Walter Biancardine
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