sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

SR. PREFEITO, EU NÃO ENTENDI -


Lendo o exemplar desta semana no jornal Folha dos Lagos, me deparei com a notícia que o Prefeito eleito de Cabo Frio, Dr. Serginho, nomeou Carlos Ernesto Lopes – popular Carlão – para o cargo de futuro Secretário de Cultura do município.

Confesso que tal escolha me surpreendeu, não só pelo personagem envolvido – que, entre outras atitudes condenáveis, fundou a ridícula “Secretaria Paralela de Cultura de Cabo Frio por conta de suas contrariedades com o titular da pasta, José Luís Facury, e danou a incluir pessoas das redes sociais na página da mesma (eu, inclusive, que trabalhava na Secretaria oficial e não o autorizei a isso), bem como desferia pesadas e críticas contra a gestão da Cultura, resvalando até mesmo no então Prefeito, Alair Corrêa – o qual só não foi diretamente atingido por conta do medo.

Sem esmiuçar detalhes de suas desavenças com Facury, restrinjo meu constrangimento somente ao fato de ver uma pessoa com atitudes explicitamente subversivas – tentar depor um Secretário e fundar um órgão administrativo municipal em paralelo – ser nomeado, agora e como quase “prêmio”, para o cargo que tanto almejava.

Minto: meu constrangimento vai mais além.

Imagino a surpresa de Alair Corrêa, apoiador da candidatura do hoje quase Prefeito (questão de dias), ao saber que tal tipo de pessoa – que caluniou seus secretários, tentou mandar nas escolhas de Alair como Prefeito e ainda adotou as atitudes condenáveis descritas acima – será o novo Secretário de Cultura.

Do mesmo modo, sinto um inevitável temor que o querido Dr. Serginho – votei nele e suas convicções ideológicas são bastante semelhantes às minhas – esteja enveredando por um caminho sobejamente conhecido de nós, mais velhos, e que foi adotado pelos governos do regime militar: entregar a Cultura para a esquerda, como “válvula de escape” (busquem as teorias do Gen. Golbery do Couto e Silva, que desgraçaram nosso país).

Quero crer que nos anos das misérias realizadas pelo sr. Carlão (2013 - 2016) nosso Prefeito estivesse pouco ou nada envolvido com as miudezas da política cabofriense e, por isso, talvez não conheça este fato – mas basta perguntar ao ex-Prefeito Alair Corrêa e ele contará.

Igualmente, jovem e cheio de forças, nosso Prefeito provavelmente não era nascido nos anos mais pesados do regime militar e, certamente, desconhece o verdadeiro suicídio patriótico que generais medrosos e positivistas infligiram ao Brasil, ao entregar o ensino, as artes e a cultura nas mãos de comunistas impiedosos – e que resultaram no Brasil lacrador de hoje.

Tenho certeza das boas intenções de Serginho e não o deixarei de apoiar por isso. Apenas desejo expressar meu pasmo por tal e desavisada decisão, que em nada contribuirá para nossa cultura além de promover alguns batuques, oficinas de capoeira e doutrinação esquerdista.

Mais que isso: como prova de meu desejo sincero de novos tempos para Cabo Frio, deixo aqui a sugestão que crie uma PPP – Parceria Público-Privada – instituindo uma espécie de “Conservatório Municipal de Cultura”, destinado aos alunos da rede pública e privada de ensino médio e que fomente o ensino filosófico, teológico, cidadania, economia doméstica e as muito necessárias aulas de apoio aos aspirantes ao ENEM.

Tal conservatório pode e deve ter o apoio da Igreja Católica e evangélica, bem como daqueles empresários que tenham o desprendimento de deixar mais que um mundo melhor para seus filhos: é para aqueles que desejem deixar filhos melhores para o mundo.

Reconsidere suas escolhas, estimado Prefeito. Votei e votarei novamente no senhor, enquanto se mantiver fiel aos ideais conservadores – jamais esquecerei o senhor e Bolsonaro juntos – e tudo o que escrevi acima é o pouco que posso fazer em nome de dias melhores.

É impossível agradar a todos, tal como é impossível servir a dois senhores.

E é motivo de orgulho para mim, hoje, saber que Cabo Frio tem um Prefeito conservador, com um caminho já apontado para destinos muito mais altos.


Walter Biancardine



Nenhum comentário: