O inexplicável
exige explicações e o imponderável, que se pondere.
É dever de quem se
propõe a buscar as causas primeiras das coisas manter um raciocínio
límpido, isento das emoções mais que naturais provocadas pelos
atos de um monstro, um desequilibrado que escolheu como vítimas de
seu limbo interior as indefesas e inocentes crianças de uma creche,
em Blumenau, SC.
Não vou remexer em
semelhante podridão – o autor dos assassinatos – por considerar
que legiões de “especialistas” povoarão em breve toda a grande
mídia, na tentativa de emprestar algum viés político ao ato e
sendo – eles próprios, os especialistas – portadores de
teratologias da alma tão graves quanto as do desequilibrado
criminoso, ao assim se comportarem diante da audiência de milhões
de espectadores, chocados e assustados.
Assisti hoje, no
bravo jornalismo da Jovem Pan Baurú comandado pelo excelente
Pitolli, declarações recorrentes do mesmo, no sentido de haver um
processo claro de “desumanização” das pessoas de Donald Trump e
Jair Bolsonaro, levado á efeito pela grande mídia internacional. E
qual intenção se esconde por trás de tais tentativas?
Em resumo: produzir
no público a nenhuma emoção ou piedade sentida ao matar uma
barata, pois estamos nos “livrando” de um inseto nocivo, que
apenas causa problemas. Assim, sequer o impulso de ponderações
primárias, em busca da certeza se condenações judiciais e morais
seriam justas para tal dupla de ex-presidentes, sentiremos.
Obedecendo ao nojo inspirado pela mídia, diremos sem dó:
“condene-se!”
Contudo não percebe
ainda, o insubstituível Pitolli, que idêntico processo já é
exercido perante a população mundial, adestrada principalmente
desde sua juventude, através de longas e permanentes “imersões”
de dessensibilização pela própria vida humana.
Desde sempre
soubemos que desgraças, tragédias, calamidades dão audiência. Não
cabe aqui ponderar sobre este traço sombrio da psique humana mas sim
lembrar de importante mudança neste processo dessensibilizador,
ocorrido nos mais recentes anos: de livros narrando tragédias e
guerras á filmes, obras de arte ou peças teatrais representando as
mesmas desgraças, o público é “espectador”, ou seja,
encontra-se em posição passiva com relação ao que se desenrola na
obra exibida.
Já na recente e
devastadora versão “games”, tal consumidor torna-se um agente
ativo – é ele quem explode uma casa, rouba um carro ou metralha,
impiedosamente, inimigos em sua própria decisão.
Por diversas vezes,
no passado, escutamos alguns raros protestos contra a violência
exibida pelos meios de comunicação de massas – cinema, TV e mesmo
teatro – portanto nos é lícito lançar os mesmos questionamentos
sobre tais “brinquedos”, ainda mais cientes de que o consumidor,
neste caso e como já disse, é um agente ativo de tal violência:
procura-a, diverte-se com ela e finaliza, normalmente
vangloriando-se, com as inúmeras mortes de “inimigos” obtidas.
Trata-se, portanto,
de um perfeito jovem “desumanizado”, o qual sequer necessita da
mídia para julgar Donald Trump ou Jair Bolsonaro merecedores de nada
mais que uma cadeira elétrica.
Falamos, entretanto,
de pessoas com uma psique sadia – ao menos até serem presenteadas
com tais artefatos. Cabe aqui ponderar, dentro do vasto elenco das
patologias da alma humana, os efeitos destes mesmos brinquedos sobre
psicopatas, exibicionistas, esquizofrênicos e tantos outros males
possíveis de habitarem em nós.
Na única foto que
tive em mãos, o assassino – já preso – ainda conserva ao redor
do pescoço os fones de ouvido indicativos da obviedade de seu
universo: celulares, redes sociais e, naturalmente, games. Sim,
trata-se de suposição mas alicerçada pela semelhança
impressionante de hábitos, exibida por toda uma geração de
pessoas. Buscam fama, notoriedade, e desconhecem – por doença ou
dessensibilização – quaisquer valores ou princípios que ainda
regem a combalida sociedade ocidental.
Importante observar
que tais atos de barbárie tem se tornado comuns entre os países
livres, mas curiosamente raros dentre os que exercem pesada repressão
nos meios de comunicação de massas e um completo controle cultural
– citemos como breve exemplo Rússia e China.
A sugestão do
admirável Pitolli – colocar detectores de metal nas escolas –
embora ofensiva e brutal, pode provocar inibições em um primeiro
momento mas exibe nossa rendição diante do poder da grande mídia e
da guerra cultural que vivemos. Deste modo e sem cairmos no extremo
censório oposto, concluímos que é urgente a necessidade de reação
popular mundial, contra a guerra cultural.
Certamente
interessados protestarão, acusando tal proposta de “censura”,
mas discutir tais queixumes neste artigo nos levaria, fatalmente, a
abordar a “censura seletiva” que estas mesmas pessoas já
exercem, sobre as redes sociais e meios de comunicação – assim,
não entrarei neste assunto.
Finalizando, deixo
clara a necessidade de discussões profundas sobre o tema, desde que
isentas de contaminações ideológicas ou políticas, ou o nosso
triste caminho para a barbárie não encontrará resistências:
seremos um mundo de trogloditas comandados por tecnocratas, felizes
em nossas trevas e estreiteza de horizontes.
Afinal, como
ambicionar o que desconhecemos?
E que Deus Pai, Todo Poderoso, acolha as almas destas criancinhas e console suas famílias e seus pais.
ERRATA: cometi engano quanto ao nome da cidade, o qual foi posteriormente corrigido. Obrigado pela compreensão.
Walter
Biancardine
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Esta é uma coletânea de contos, escritos entre 2007 e 2010, que reproduzem as histórias e causos que, invariavelmente, escutamos ao ambientarmo-nos em alguma cidade pequena e fazermos amigos.
Tais causos – a versão roceira das lendas urbanas – foram por mim escutados desde muito jovem, na então pequena e desconhecida cidade de Cabo Frio, Região dos Lagos, Rio de Janeiro.
Não ouso dizer que nenhuma delas seja verdadeira, contudo tantas e tão repetidas vezes as ouvi que resolvi publicá-las em livro, para que ganhem a notoriedade – ou infâmia – merecida.
Divirtam-se com elas.
Mas se me perguntarem se é tudo verdade, jurarei que só ouvi dizer.
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