Relendo
comentários meus que o Facebook – para o melhor ou pior – não
nos deixa esquecer, acusando-nos de termos escrito aquilo naquela
data, encontrei alguns que podem ser interessantes se lidos já sob a
ótica dos dias atuais. Senão, vejamos:
Em 28 de fevereiro de 2019
* Não vejo a esquerda como nenhum sinal de inteligência
intrínseca. Apenas contam com um livro, uma ideologia que os une
muito mais em sentimentos, em enfermidades da psique do que em
crenças. A direita, por ser apenas o resultado natural da vida em
sociedade, jamais teve esta síntese. Falta-nos um livro.
* Por vezes penso que a direita só sabe impor seus conceitos via
mando pessoal, ditadura. Na falta de uma ideologia clara, sintetizada
em livro, catalisa-se os anseios na figura de um homem. Esta é a
obra que Olavo de Carvalho poderia fazer mas, sábio, recusa-se.
* Perambulando pelo YouTube, acessei o canal muito bom de Leda
Nagle e lá estava ela, entrevistando Mario Sérgio Cortella.
É o Lair Ribeiro das faculdades, embrulhado em papel de seda
tucano.
* Temo as possíveis semelhanças entre boa parte de nosso
generalato e o de Maduro.
* Chegará o momento em que o deslumbre da direita com o poder,
associado á sua "generosidade democrática" com arreganhos
da mídia e acolhimento de infiltrados em suas fileiras, acabará por
alijá-la desse breve e inglório instante de mando.
* Intervenção militar seria uma solução? Só se a mesma fosse
levada a frente por oficiais com graduação máxima de Coronéis. Os
generais, para serem assim designados, dependem da aprovação da
Presidência da República. Quais Bolsonaro promoveu?
* Passada a euforia, percebemos que o clamor dos brasileiros nada
adiantou, tudo permanece igual e os mesmos se arranjam em seus
lugares. Antes de condenar Bolsonaro, bom lembrar de condenar o
sistema, muito mais forte e auto-protetor. E contra o sistema, apenas
balas resolvem.
* "Analistas políticos" que criticam a exacerbação
dos partidários de Bolsonaro sofrem de miopia incurável: não
enxergam tais demonstrações de raiva como a legítima expressão do
clamor que elegeu o novo presidente, o desejo de que tudo mude já,
radicalmente, sem concessões, diálogos ou outros subterfúgios
infiltradores de comunistas. Condenar esta "fúria" nas
redes sociais é burrice. Preferem, estes analistas, o povo nas ruas
quebrando tudo?
* A direita precisa aprender a mandar.
Impor pontos de vista não se traduz em socos na cara nem tanques
na rua.
Ser democrático não significa ser um arregão, bunda mole
traidor.
* Nem a extrema-imprensa e muito menos o povo vê qualquer
problema em um governo de esquerda indicar apenas simpatizantes ou
militantes seus para compor os quadros.
Quando a direita assim igualmente procede, é acusada de
polarização, partidarismo e - pasmem - "ideologizar" a
administração!
* De apoiadores que confundem a justa crítica com um "romper
em definitivo" até o próprio governo, que supõe ser
"democrático" o ato de trair seus pontos de vista, temo
que a direita logo perderá o (pouco) poder, e Bolsonaro apenas
cumprirá tabela até o fim do jogo.
Não sabemos ganhar, muito menos exercer o poder.
28 de fevereiro de 2013
* Da institucionalização da ignorância, cafajestice,
absolutismo ditatorial e cleptomania implantados por Lulla, passando
pela insistência com que este patético déspota de oficina insiste
em permanecer nas manchetes - com a conivência da grande mídia -
tudo isso nos remete á constatação abismada de que não temos um
só homem que aglutine forças políticas em contrário. O quadro
sombrio se complementa com o verdadeiro golpe federativo sofrido
pelos estados do RJ e ES, os quais apenas esboçam reações
canhestras - obviamente sob o beneplácito do personagem Dilma. Da
encruzilhada de roubos ao erário, ditaduras ensaiadas, censura e
controle de mídia e assalto aos direitos dos Estados da Federação,
restam-nos aparentemente apenas dois caminhos sombrios: o separatismo
ou a força das armas. Falta apenas um líder.
Walter Biancardine
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Esta é uma coletânea de contos, escritos entre 2007 e 2010, que reproduzem as histórias e causos que, invariavelmente, escutamos ao ambientarmo-nos em alguma cidade pequena e fazermos amigos.
Tais causos – a versão roceira das lendas urbanas – foram por mim escutados desde muito jovem, na então pequena e desconhecida cidade de Cabo Frio, Região dos Lagos, Rio de Janeiro.
Não ouso dizer que nenhuma delas seja verdadeira, contudo tantas e tão repetidas vezes as ouvi que resolvi publicá-las em livro, para que ganhem a notoriedade – ou infâmia – merecida.
Divirtam-se com elas.
Mas se me perguntarem se é tudo verdade, jurarei que só ouvi dizer.
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