Quem chama de “teatro” os recentes acontecimentos envolvendo a ordem ilegal de prisão expedida contra Roberto Jefferson não passa de um rematado imbecil.
Acusam-no de seu passado, do que fez e com quem se aliou, transformando a questão em um personalismo retardado, de um Bolsonaro contra Bob Jeff, e embaçam o cerne da questão: quem não defende valores e princípios como a liberdade – liberdade de não ser preso por quem não detém esta prerrogativa – não merece a mesma.
Esta mesma cegueira não enxerga as declarações de Bolsonaro como a única atitude esperada de um Chefe de Estado – o que queriam? Que o Presidente apoiasse a reação? Que convocasse o povo ás ruas? Que suicidasse não só sua candidatura mas, igualmente, seu cargo? Não, os imbecis se valem disso para achincalhar e desmerecer a luta por valores e princípios – quase afirmando que o Presidente não os defende também, pois “condenou” o acontecido.
A imbecilidade de quem sorri, debochado, de tais acontecimentos, também não os permite enxergar a função didática de todo acontecimento de grande repercussão: se reações similares a de Roberto Jefferson houvessem sido praticadas desde o início da sanha ditatorial do STF, se o povo houvesse ido às ruas em fúria contra o atual estado de exceção, tais togados teriam entendido claramente os limites que não poderiam ultrapassar, sob pena de um destino trágico.
É covardia desertar da luta por estes valores, alegando o passado criminoso de Roberto Jefferson, sua reação violenta ou que isso poderia prejudicar a campanha eleitoral de Jair Bolsonaro: o que está em questão são os princípios fundamentais, não o Bezerro de Ouro personalista ao qual se aferram. Esta guerra civil que o Brasil atravessa – sim, a enfrentamos realmente – não foi por nós iniciada: não é nossa a origem do divisionismo, do “nós” contra “eles”, das calúnias absurdas, dos assassinatos de reputações e do torpe e sujo ativismo judicial descarado que nos subjuga.
Ao fim e ao cabo ficou provado, sim, que armas podem nos defender – não apenas da cobiça de criminosos como, igualmente, da sanha de tiranos que almejam uma ditadura. Assim está, na Constituição norte-americana.
E aos que alegam que os policiais - cumprindo uma determinação ilegal desde suas origens - estavam "apenas cumprindo seu dever", ficam as alegações abaixo:
"Eu apenas obedeci ordens"
(Eichmann, Nuremberg, 1946)
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