Os últimos atos da Suprema Corte brasileira demonstram, de maneira irrefutável, a usurpação de poderes praticada pelo Judiciário contra nosso Legislativo inerme, omisso e absolutamente chantageado pela toga.
Em velocidade estonteante para os padrões jurídicos, o Supremo Soviete Federal aprovou a volta do imposto sindical e já tocou a bola para o gol de placa da esquerda, que é a aprovação do aborto – inicialmente até a 12ª semana de gestação.
Desnecessário dizer que tais matérias são temas pertencentes ao Congresso, com representantes eleitos pelo povo e que, teoricamente, refletem os conceitos e valores de seus representados. Criou-se, entretanto, um mecanismo que nada mais é que um conto do vigário refinado pelo direito – que todos temos – de recorrer à Justiça, se nos sentimos prejudicados.
Assim, o Congresso aprova o fim da cobrança do imposto sindical, uma legítima expressão da vontade popular que, no entanto, desagrada á fábrica de militantes esquerdistas. O mesmo se dá quanto ao aborto, que contraria a pregação frankfurtiana da destruição dos valores cristãos de nossa sociedade. E qual é a grande jogada, que há tempos esfregam em nossas ventas?
Ora, representantes chorosos de ambas as causas procuram o Supremo Soviete Federal e lá apresentam suas petições em contrário, as quais são – de maneira inevitável e repetitiva em coincidências – prontamente atendidas, gerando assim uma anulação gritante dos desejos do povo (expressos pelo Congresso) em nome de suposta e recorrente “inconstitucionalidade”. A julgar pelo número de vezes que tal alegação foi usada, a Comissão de Constituição de Justiça do Legislativo é, supostamente, formada por mecânicos, pedreiros ou balconistas de loja, dada a “notória incompetência”: todas as leis que por lá passam são derrubadas pelo Soviete Supremo, o olimpo da sabedoria jurídica.
O que temos de fato, no momento, é que devemos nos preparar para a volta das intermináveis greves, passeatas com queimas de pneus e depredações do comércio e tudo isso financiado pelo dinheiro extorquido compulsoriamente do salário do trabalhador. Do mesmo modo, a liberação do aborto até a 12ª semana de gestação – sim, será aprovado, alguém duvida? - abre as portas necessárias para a ampliação desse prazo até o paroxismo de, em futuro não muito distante, ser necessário perguntar a mãe, após longo e doloroso trabalho de parto normal:
- Berçário ou aborto?
Walter Biancardine
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