domingo, 10 de setembro de 2023

COM QUEM VOCÊ SE CONFRONTA?

Somente a solidão pode nos proporcionar o confronto único e exclusivo com o que somos, a oportunidade de encontrarmos nossa essência. Se, por mais sozinhos que estejamos, conseguimos alguns poucos amigos - um pequeno círculo - nossa busca terminará por ser a adequação á esse grupo, ao consenso dominante.

Escrevi já algumas vezes que uso minha solidão como um silício, a penitência de alma que proporciona o postar-me diante do Único, o Onisciente do qual nenhuns pecados meus - e minha essência - poderei esconder. Quando adotamos tal parâmetro para a unidade de nosso próprio conhecimento (e, consequentemente, de nós mesmos), o universo de nossos pensamentos, valores e objetivos transcende o cotidiano que a busca do pão de cada dia nos limita e impinge. Ao fim e ao cabo, o perdão de Deus é a maior graça que podemos e devemos buscar.

Mas existem efeitos colaterais adversos, dentre eles - e muitos devem estar fartos de ver-me exibi-los - a depressão, auto crítica exacerbada e a adoção de um determinismo que beira o eclesiástico (do Eclesiastes) - fatalista, quase pessimista e cruel em conclusões.

Isto, entretanto, é um processo; sigo á meio caminho e somente Deus sabe se o concluirei.

As contingências de minha vida pessoal agravam tal quadro mas, paradoxalmente, são tais vicissitudes que me proporcionaram esta oportunidade - muito difícil recomendá-la a outros.




 

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