domingo, 26 de maio de 2024

FILOSOFIAS DE DOMINGO -

DIALÉTICA DA ESTUPIDEZ -
Toda síntese proveniente da dialética é, em si, uma tese - cabendo, portanto, uma nova antítese que resultará em outra síntese, em uma espiral aparentemente infinita.

Entretanto, este não é o conceito maiêutico aristotélico* e sim o criado pelo idealismo alemão (Kant, principalmente).

À parte o fato do próprio Aristóteles reconhecer que a mente humana funciona por contradições (hipóteses contrárias), o filósofo jamais se permitiu derivar ao nível metafísico dos pensadores germânicos - de grande valia por um lado mas germe de perniciosas teses políticas posteriores - vide a criação do "estado forte" de Hegel.

Indo direto ao ponto, esse germe é o elemento viciante de determinadas doutrinas políticas, aprisionando seus adeptos em um lúdico jogo de "cachorro correndo atrás do próprio rabo", vendo "verdades" por trás de cada acontecimento cotidiano, temperado por inevitável niilismo unilateral (usado apenas contra divergências).

Em suma, este é apenas mais um dos ingredientes que compõem a viciante seita progressista, e que sequela o cérebro de seus adeptos. 

* Afastando a doxa e buscando a episteme, ou seja, afastando a opinião e buscando o conhecimento. 


SOLTEIRICE - 

Plena tarde de sábado e eu aqui, escrevendo sobre dialética...nestas horas penso que preciso de uma namorada. 

Mas então lembro de minha idade e percebo que o número de arqueólogas solteiras, interessadas em fósseis pobres, é extremamente reduzido. 
Chances zero.

Melhor passear com o cachorro, no pasto.

VEXAME CONFESSO - 

Talvez o único sinal de lucidez que consegui expressar no dia de ontem foi a constatação de que preciso de uma namorada.

Não sei se por efeitos misteriosos deste celibato forçado ou por alguma senilidade pretendendo despontar, o caso é que transformei uma simples brincadeira filosófica em um vexame, trocando palavras - no sentido disléxico mesmo, ou seja, confundindo significados - e deixando fundamentações pela metade, já que - pasmem - o resto estava em meu cérebro!

Em lugar da maiêutica aristotélica, lasquei a palavra silogismo e por aí em diante.

O resultado foi uma série de correções posteriores no texto o qual, feito piada que esquecemos uma parte, perdeu completamente a graça e o propósito. Mas sou cara de pau: mesmo corrigido, não o apaguei. Está lá, para quem quiser ler e - se não leu antes - talvez esboçar um sorriso.

Acho que vou criar um perfil no Tinder.


Walter Biancardine


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