A primeira hipótese se justifica pela tendência humana em imitar aqueles a quem achamos superiores ou mais poderosos, e exemplos não faltam – basta rápida olhada nos próprios integrantes do Judiciário, juízes de instâncias mais baixas, a replicar o autoritarismo absolutista da mais alta Corte de Justiça do país. Já vimos isso desde os tempos do ditador Getúlio Vargas; tivemos uma reprise nos anos do regime militar e, agora e novamente, nestes tempos de “regime de excreção” imposto por Moraes e docemente engolido por todos.
Mas a possibilidade do surgimento de pequeno e ridículo “ditador via proxy” é, igualmente, bastante razoável: Imoraes acompanha as articulações da oposição, viu o povo nas ruas neste fim de semana e sabe que tal configuração de coisas pode começar a minar seu império – e resolveu agir, sempre sanguíneo e impulsivo: para não acrescentar mais esta nódoa ao seu já imundo currículo, mandou que o passivo Motta “ordenasse” o fechamento da Câmara, já sob o conhecido “recesso parlamentar”, proibindo toda e qualquer movimentação na mesma.
Ora, o recesso é uma concessão feita aos parlamentares, não é um ato previsto no regimento e, além do mais, existe a norma de que o mesmo não será feito se a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – não houver sido votada, coisa que não foi.
A solução para isso é muito simples: sob a alegação da não-votação da LDO (e consequente impedimento das “férias de julho” dos deputados), a oposição pode, de fato – e à revelia de Hugo Motta – reabrir as sessões, nomear um novo Presidente “ad hoc” e dar solene e regimental banana aos arreganhos de Imoraes e à submissão passiva do menino Huguinho, votando e aprovando tudo aquilo que considerarem de urgência.
Sabemos que o psicopático Imoraes tem o costume de “dobrar a aposta” a cada vez que é contrariado – bom garoto birrento que é. Estamos vendo isso no presente momento, com suas absurdas e ilegais retaliações (incluindo até, se os norte-americanos assim entenderem, uma declaração de guerra aos EUA, por chamá-los de “inimigo internacional”) e será muito bom ver se o mesmo terá a coragem de assumir o que tentou fazer, via seu moleque de recados, Motta: decretar, “ex oficio” o fechamento do Congresso brasileiro.
As cartas estão na mesa.
Vá em frente, Xandão. Mostre-nos o tamanho de seus culhões.
É hora da Babilônia queimar.


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