O
COLAPSO DIRIGIDO: COMO O SISTEMA DE PODER NO BRASIL ESTÁ SENDO
CERCADO POR SANÇÕES, OCUPAÇÃO E CONTRAGOLPE ESTRANGEIRO
Um
ensaio sobre o destino da elite brasileira diante da Lei Magnitsky e
do xadrez geopolítico global
I. SANÇÃO COMO
DECLARAÇÃO DE INVIABILIDADE
A imposição da Lei
Magnitsky contra
membros do Supremo Tribunal Federal ou seus coligados não é um
gesto simbólico. É uma sentença internacional de ilegitimidade,
aplicada não a um país inteiro, mas a um núcleo
de poder
específico – e tóxico.
Ao ser sancionado, o
indivíduo perde a capacidade de operar financeiramente no sistema
global, viajar, manter vínculos com bancos internacionais e,
principalmente, perde o direito
de ser levado a sério por qualquer ator relevante do cenário
diplomático ou comercial ocidental.
No momento em que os EUA
acendem esse sinal vermelho sobre o Brasil, o que se inicia não é
uma crise – é uma contagem regressiva.
II. A BUSCA PELA
TÁBUA DE SALVAÇÃO E O ENCONTRO COM O TUBARÃO
A elite brasileira
sancionada busca, naturalmente, uma válvula de escape. Olha para o
leste e sussurra “China”, “Rússia”, “Oriente Médio”,
“multipolaridade”.
Mas o que encontra não são
braços estendidos – são predadores, colonizadores esperando a hora certa.
A
China -
Ao mesmo tempo que reforça
acordos comerciais com o Brasil, a China negocia
com os EUA para suavizar as tarifas que Trump promete reimpor.
Não irá arriscar sua economia por causa de um punhado de ministros
brasileiros, marcados como párias. O que oferece ao Brasil é
crédito seletivo, compra de commodities, facilitação logística –
desde que o
país aceite vender terras, cadeias produtivas e ceder, silenciosamente, sua soberania.
A
Rússia
Mestre da retórica
antiocidental, a Rússia também vem sinalizando disposição para
moderar
conflitos com os EUA,
mesmo em meio à guerra. Viu na Venezuela um campo experimental: ali
financiou fábricas de armamento leve e firmou parcerias militares
camufladas. No Brasil, fará o mesmo – se
a desorganização institucional atingir um ponto em que ninguém
possa mais dizer “não”.
As
Potências Islâmicas
Capital sem pátria e sem
moral, financiariam
projetos, ONGs, mesquitas, obras “filantrópicas” em regiões
periféricas e reforçarão sua imigração. Não trariam apoio estratégico, mas cravariam
bandeiras discretas em territórios esquecidos pelo Estado
brasileiro.
III. O QUADRO MUDA:
QUEM VINHA SALVAR, VEM OCUPAR -
Não haverá salvação, mas ocupação
predatória, camuflada de parceria estratégica.
O
que antes era “tábua de salvação” se tornará “alavanca de
domínio”.
A China colonizará o agro, a Rússia infiltrará armamento e presença
militar leve. Já os islâmicos exercerão sua influência no
subsolo social.
E tudo isso com
consentimento tácito de um sistema desesperado para sobreviver
– mesmo que ao custo da entrega silenciosa do país.
IV. A REAÇÃO AMERICANA -
Os EUA observam mas não
dormem, pois o Brasil não é irrelevante: é a peça-chave
da América Latina. Se
cair sob influência eurasiana, o
efeito dominó se espalhará até o Panamá.
Por isso, a reação
americana será em camadas – precisa, silenciosa, mas provavelmente brutal:
1.
Contrainteligência
e desestabilização interna
Agentes da CIA e da NSA
desmontarão o
sistema por dentro:
cooptação de parlamentares, ativação de vazamentos, manipulação
de mídia e empresários “arrependidos”.
2. Pressão
econômica e reputacional
Agronegócio cortado do
mercado americano. Crédito internacional bloqueado.
Empresários
passam a ver o sistema como risco de vida – e saltam fora.
3.
Blindagem
geográfica
Bases aliadas reativadas
nos vizinhos. Monitoramento militar do entorno.
O
Brasil vira um “caso de contenção estratégica”, como a Ucrânia
de 2014.
4. Ruptura
institucional disfarçada de transição
Não haverá golpe militar.
Haverá implosão
política controlada.
O
sistema cai, mas com narrativa: “contra a corrupção, pela
democracia”.
Quem substitui? Um consórcio tecnocrático,
limpinho, internacionalmente aprovado.
V. O DESFECHO:
COLAPSO DIRIGIDO
O sistema sancionado
desmorona sem
glória, sem guerra, sem mártires.
Primeiro
é ignorado pelos bancos. Depois pelos empresários. Depois pelos
aliados.
Finalmente, é oferecido como sacrifício
político necessário
– e descartado.
A nova ordem será montada
com apoio do empresariado, endosso de Washington e retórica de
“refundação da República”.
Mas o país, nesse meio
tempo, já terá sido loteado:
Terras sob controle
chinês.
Instalações técnicas
sob presença russa.
Regiões periféricas
sob influência árabe.
Uma soberania
esvaziada de dentro para fora.
VI. CONCLUSÃO
FINAL: A ÚLTIMA MORTE É SEM SOM -
A elite brasileira
acreditava ser inatingível, buscou apoio onde só havia
interesse e, por fim, não foi derrubada – foi abandonada.
Ao fim e ao cabo, não será o
inimigo que a destruirá mas o aliado oriental, que virou dono.
E
o povo, como sempre, assistirá calado.
A história não será
épica, apenas real.
E terminal.
Resumindo:
após a passagem da esquerda pelo poder, nada mais será como antes.
Aliás, sequer o Brasil
será mais nosso.
E sobre como resolver o
dilema de um país tutelado pelos EUA mas sangrado em sua
infra-estrutura por China, Rússia e ditaduras muçulmanas, já é um
assunto para um novo artigo.
Walter Biancardine