quinta-feira, 31 de julho de 2025

QUANDO O ALÍVIO OFENDE -


Considerando o quanto este assunto é delicado não falarei sobre outras pessoas, apenas sobre mim e algumas resoluções que as circunstâncias me obrigam a tomar.

Ao longo de anos - décadas, para ser mais preciso - observei como a sucessão de acontecimentos se dá de maneira quase automática, com a infalibilidade (e consequente previsibilidade) de uma máquina: eventualmente desfruto de bons momentos, pequenos espaços de tempo onde sinto-me feliz e tranquilo, desfrutando boas companhias, bons lugares e imbuído da sensação de ser uma pessoa normal - a hoje tão comentada "sensação de pertencimento": sim, sinto-me um sujeito como outro qualquer, com seus problemas mas também com suas pequenas vitórias e prêmios, usuais a quaisquer indivíduos.

Pois, infalível e previsível como anunciei acima, após tais momentos é inevitável que alguma catástrofe - seja financeira, pessoal, emocional, sentimental, qualquer coisa - se abata sobre mim. E tal "revide" (assim mais parece) se dá de maneira imediata, segundos, minutos ou pouquíssimas horas após haver eu sentido alguma felicidade.

Vamos ao ponto: tive uma boa segunda-feira em Armação dos Búzios, na companhia da estimada pós-PhD Miss Jay - para a qual ministro toscas aulas de filosofia - que visitou a Região dos Lagos em momento de férias. Passeamos pela cidade, almoçamos em excelente restaurante (sou assim, só frequento lugares chiquérrimos - ainda mais quando pago por terceiros) e conversamos prazeirosamente. 

Mas isso meu destino vira-lata não me deixaria impune, pois horas depois tive notícia de um imprevisto que causou verdadeira hemorragia financeira ao meu já eviscerado saldo bancário, condenando-me à pesadas e intermináveis prestações de penitência, pelo atrevimento de ter sido feliz.

Não falha: para cada minuto de felicidade, devo arcar com meses de imolação. E assim, novamente, se deu.

Já alcançando o nível da revolta desesperada contra o destino, atrevo-me a postar uma das fotos que a gentil senhorita tirou de minha pessoa, em pleno e rebelde ato de ser atrevidamente feliz. Mas esta é a última.

Doravante, seguirei a lição que os acontecimentos insistem em me dar, recolhendo-me ao meu devido lugar e jamais tendo, novamente, a ousadia de sentir-me feliz.

Existência de árvore: plantado imóvel em meu lugar, apenas observando calado, sem interagir ou esboçar sorrisos.

Os passarinhos, talvez, agradeçam.


Walter Biancardine 



quarta-feira, 30 de julho de 2025

UM DIA MAGNITSKY -


Pois: eis que o psicopata togado lascou-se e hoje é um pária financeiro e comercial internacional, cuja sentença de morte foi expedida através da imposição da Lei Magnisky contra ele.

Entretanto, pensemos: o quê Alexandre Imorais foi fazer em Roma, junto com o gracioso Ministro Raboso? De Roma para a Suíça é um pulo e, voando nas asas do dinheiro, da Suíça para a China, Rússia ou Oriente Médio é, igualmente, uma curta viagem para se abrigar cordilheiras monetárias.

Outra: a imoralidade campeia no Brasil, a tal ponto que logo construirão uma narrativa de manter Imorais no STF - com todos os seus poderes - como "uma forma de resistência aos abusos imperialistas norte-americano contra nós e nossa soberania". E seu arbítrio continuará impune, pois a Lei Magnitsky não o impede de praticar nenhuma atividade em solo tupiniquim. Ah, sim: e a vergonha na cara nunca foi nosso forte.

E resta a última e sombria questão: por quê Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo vieram a público defender que não se aplicasse a lei a Gilmar Mendes e Barroso?

Gilmar é dono de faculdades e instituições de ensino em Portugal, pais que - coincidentemente - está sendo invadido pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) outrora defendido em juízo por Imorais. E Raboso destaca-se por arrogar-se como um "expoente iluminista" dentro da Corte, pilar filosófico dos arbítrios ditatoriais do STF e ideologicamente íntimo do Foro de São Paulo e seus cartéis "cabulosos".

Se a Magnitsky parar por aí, veremos um claro limite entre expor um bode expiatório à guisa de "calmante" e a satisfação por um bom acordo, exalada pelo fedorento e invencível capiroto das drogas.

Já fomos por demais surrados e nenhuns motivos temos para entender tal defesa de ambos como "estratégica" ou mesmo conveniente.

Parabéns quanto ao Ovo mas, quanto ao Gilmar e Raboso, é imperativo: convençam-nos.


Walter Biancardine



MAIS UMA CENSURA DO FACEBOOK -

A nova propaganda da American Eagle está sendo atacada e chamada de “ Fascista” e acusaram de promover "eugenia" por apresentar uma mulher branca e loira.

Pois reparem os símbolos: carro antigo (feito para homens), mulher bela, magra e feminina e estrondosa "borrachada" no asfalto.

Isso fez com que este vídeo se tornasse impossível de ser postado na plataforma Facebook.

É isso aí!

Se isso é "eugenia", então sou "eugênico"!


Então quer dizer que a  Beyoncé pode posar com jeans Levi e isso é arte…
Uma mulher preta que alisa o cabelo e pinta de loiro…
Mas quando uma mulher branca faz isso, é uma crise nacional?



Walter Biancardine


sábado, 26 de julho de 2025

VOU CHAMAR UM NEGÃO -

 


Não há aquele que, em um momento difícil da vida e sentindo-se injustiçado, não tenha rosnado a imprecação “vou chamar um negão pra dar um jeito nisso”.

Fazendo parte do imaginário popular e já integrado na categoria de “lenda urbana”, recorrer ao auxílio de um negão para seu desforço sequer necessita maiores explicações – excetuando-se o fato que a espécie (negão mesmo, preto retinto, dois metros de altura por um de largura) encontra-se em franca extinção, vítima do alastramento dos pardos, que tomaram conta do país mas jamais conseguiram se igualar aos seus avós em termos de amizade, simpatia, fidelidade e – por que não – força física.

Um dos raros e últimos exemplares manifestou-se ontem, na Praça dos Três Poderes em Brasília – também alcunhada de “Praça das Três Perfídias” – na pessoa do sr. Hélio Negão, deputado Federal e possuidor de fidelidade quase canina a Bolsonaro e aos ideais do povo brasileiro.

Nada falou. Não fez discursos inflamados, não hasteou bandeiras ou soltou fogos, sequer cogitou o auxílio de carros de som ou convocação partidária. Era ele, sua boca amordaçada por esparadrapos e, cobrindo seus dois metros de altura e (imagino) uns cem quilos, vestia significativa e definidora camisa com a bandeira de Israel. E a eloquência de seu silêncio superou os gritos mais altos de quaisquer alto-falantes que pusessem à sua disposição.

Hélio Negão sabe que não é um gênio, tampouco um erudito. Certamente jamais leu Olavo de Carvalho, Suma Teológica ou qualquer livro com mais de trinta páginas – mas ele traz em si, em seu DNA genuinamente brasileiro, a herança genética da liberdade e a revolta contra o arbítrio, abusos e injustiças – e não é preciso ser nenhum intelectual para sentir tal força brotando dentro de si, quando se testemunha descalabros como os ultimamente acontecidos.

Apenas o Negão tem coragem, e isso fez toda a diferença: a soma de sua disposição com a consciência meritória de não apelar para argumentos ideológicos, metafísicos, filosóficos – nada, apenas um mudo e ensurdecedor “QUERO SER LIVRE, PORRA!”

Hélio Negão é a prova que “chamar um negão” dá certo. Escondido em Roma (estranhamente na Embaixada do Brasil), Alexandre de Moraes intimidou-se diante do gigante moral que o afrontava, restando-lhe apenas passar mais um explícito recibo de sua covardia e totalitarismo.

Apoiando-se nas muletas do inquérito do fim do mundo para justificar seu “frisson” diante do negão impassível e mudo, Alexandre ordenou, lá da cidade das sete colinas e protegido por hordas de seguranças, todo o oceano atlântico e mais o mar Mediterrâneo, através de tosco e errático bilhete, mais uma proibição. O quê proibia? Tanto faz. Proibia qualquer coisa que o desagrade ou, como fez Hélio Negão, que provoque novo descontrole do esfíncter e o faça borrar as calças novamente.

Moral da história: Cabeça de Ovo quis quebrar Bolsonaro para sempre, mas o que conseguiu foi fazer o maior líder político do Brasil chamar um negão, seu amigo, para dar um jeito nele.

E conseguiu.

Deus salve os negões do Brasil.


Walter Biancardine



O JUIZ QUE TEME A LUZ -

 


Em apenas uma semana o Ministro Alexandre de Moraes proibiu o funcionamento de comissões do Congresso Nacional, cerceou manifestações pacíficas diante da Praça dos Três Poderes e, como se tudo isso fosse pouco, exilou-se discretamente na Embaixada do Brasil em Roma – longe dos holofotes, dos hotéis luxuosos que sempre frequentou, e, ao que tudo indica, também da própria consciência.

Não há exagero algum aqui. Trata-se de uma sucessão de atos que, se cometidos por um presidente ou um general, renderiam manchetes internacionais sobre um golpe em andamento. Mas quando o protagonista é um Ministro do Supremo, a narrativa vira "cautela institucional".

Ora, sejamos sérios. Há algo profundamente errado – não apenas no plano jurídico ou político, mas psicológico. O Brasil assiste hoje à consolidação de um modelo de magistrado que já não julga, mas reage. Que não interpreta a Constituição, mas a molda ao sabor de seus afetos. Que não defende a lei, mas defende-se do povo.

O medo como critério de governo -

Hospedar-se na Embaixada – e não num hotel, como sempre fez – seria apenas um detalhe protocolar se não fosse um sintoma claro de evasão emocional. Um juiz que foge da rua, das câmeras, das pessoas e da vida real já não é juiz: é refém da própria paranoia.

E essa paranoia tem nome: perda de controle. O veto às manifestações populares, a censura preventiva, o silenciamento de parlamentares, tudo isso é uma tentativa desesperada de manter o verniz de ordem sobre uma alma em colapso.

Quem tudo teme, tudo proíbe.

O império da vaidade -

Mas a cereja podre desse bolo autoritário foi outro detalhe revelador: Moraes adulterou um despacho jurídico após publicá-lo, apenas para corrigir mais um de seus últimos e constantes erros de português. O que se vê aí não é zelo técnico, mas orgulho ferido. Não foi a clareza que o motivou, foi a vaidade e o desejo de encobrir sintomas preocupantes.

E é justamente isso que transborda no comportamento do Ministro: a vaidade do demiurgo ferido, do pequeno deus de toga que já não quer apenas ser respeitado, mas adorado. Quando os atos de um juiz são movidos não pela razão, mas pela aflição de parecer ignorante, estamos diante de uma figura que perdeu o senso da própria missão. Já não se senta na cadeira da Justiça, mas no trono do Ego.

Sintomas observáveis (hipotéticos, mas fundamentados em comportamento público):

  • Delírios de infalibilidade: A correção extemporânea de erros grotescos de português, não por humildade, mas para preservar a aura de infalibilidade, aponta para um ego em colapso que precisa constantemente remendar a realidade para sustentar sua própria mitologia.

  • Comportamento evasivo: A escolha de se instalar na Embaixada do Brasil em Roma – e não num hotel, como sempre fez – revela um estado de alerta constante, quase persecutório. Ele teme ser filmado, seguido, gravado, até mesmo ridicularizado. Não se trata de segurança institucional, mas de autoproteção emocional.

  • Hostilidade prévia contra o povo: O veto às manifestações pacíficas indica uma profunda desconfiança da população. Não apenas não a tolera: teme o contato direto com a pulsação popular. O povo, para ele, é uma entidade perigosa e volúvel, incapaz de entender a "complexidade jurídica" da Nova República Judiciária.

  • Excesso de controle compensatório: O bloqueio ao funcionamento de um poder autônomo (o Congresso) é ato típico de quem perdeu o controle interno de si mesmo. Ele precisa – desesperadamente – controlar o mundo externo. A perda da própria bússola moral se compensa com autoritarismo explícito.

Juiz ou César?

O problema, portanto, já não é apenas institucional. É clínico. O comportamento atual de Alexandre de Moraes denuncia sinais de um transtorno de grandiosidade com traços persecutórios. Ele não apenas se vê como o único capaz de salvar a democracia – ele acredita que todos os demais são excessivamente perigosos ou fracos para exercer o poder que lhes foi conferido.

Ao corrigir seus próprios erros de português num despacho oficial – não por clareza, mas para não parecer ignorante – o Ministro revela tudo. Não é mais a Constituição o que ele protege, mas a imagem no espelho. A correção do erro gramatical é o detalhe tragicômico de um personagem que passou a adulterar até mesmo o passado, para manter intacto o mito de si mesmo.

E quando um homem se torna prisioneiro de sua própria imagem, ele está inabilitado para qualquer cargo que exija discernimento, humildade e senso de limite.

A toga virou manto - 

Está claro: Alexandre de Moraes já não está em condições emocionais e psicológicas de exercer seu cargo. Sua permanência no Supremo Tribunal Federal compromete a credibilidade da instituição, alimenta o ressentimento social e sufoca as vias naturais da democracia. Ele age como quem julga o Brasil, mas já não escuta mais ninguém – nem a própria razão.

O juiz virou censor, a toga tornou-se manto sacerdotal e o tribunal, um púlpito de exorcismo contra a liberdade.

De tudo isso, resta uma constatação amarga, porém necessária: quando um magistrado começa a temer a própria sombra, é porque já perdeu o direito à luz.



Walter Biancardine



sexta-feira, 25 de julho de 2025

O EFEITO MAGNITSKY: UMA ANÁLISE FRIA -

 


O COLAPSO DIRIGIDO: COMO O SISTEMA DE PODER NO BRASIL ESTÁ SENDO CERCADO POR SANÇÕES, OCUPAÇÃO E CONTRAGOLPE ESTRANGEIRO
Um ensaio sobre o destino da elite brasileira diante da Lei Magnitsky e do xadrez geopolítico global


I. SANÇÃO COMO DECLARAÇÃO DE INVIABILIDADE

A imposição da Lei Magnitsky contra membros do Supremo Tribunal Federal ou seus coligados não é um gesto simbólico. É uma sentença internacional de ilegitimidade, aplicada não a um país inteiro, mas a um núcleo de poder específico – e tóxico.

Ao ser sancionado, o indivíduo perde a capacidade de operar financeiramente no sistema global, viajar, manter vínculos com bancos internacionais e, principalmente, perde o direito de ser levado a sério por qualquer ator relevante do cenário diplomático ou comercial ocidental.

No momento em que os EUA acendem esse sinal vermelho sobre o Brasil, o que se inicia não é uma crise – é uma contagem regressiva.


II. A BUSCA PELA TÁBUA DE SALVAÇÃO E O ENCONTRO COM O TUBARÃO

A elite brasileira sancionada busca, naturalmente, uma válvula de escape. Olha para o leste e sussurra “China”, “Rússia”, “Oriente Médio”, “multipolaridade”.

Mas o que encontra não são braços estendidos – são predadores, colonizadores esperando a hora certa.

A China - 

Ao mesmo tempo que reforça acordos comerciais com o Brasil, a China negocia com os EUA para suavizar as tarifas que Trump promete reimpor. Não irá arriscar sua economia por causa de um punhado de ministros brasileiros, marcados como párias. O que oferece ao Brasil é crédito seletivo, compra de commodities, facilitação logística – desde que o país aceite vender terras, cadeias produtivas e ceder, silenciosamente, sua soberania.

A Rússia

Mestre da retórica antiocidental, a Rússia também vem sinalizando disposição para moderar conflitos com os EUA, mesmo em meio à guerra. Viu na Venezuela um campo experimental: ali financiou fábricas de armamento leve e firmou parcerias militares camufladas. No Brasil, fará o mesmo – se a desorganização institucional atingir um ponto em que ninguém possa mais dizer “não”.

As Potências Islâmicas

Capital sem pátria e sem moral, financiariam projetos, ONGs, mesquitas, obras “filantrópicas” em regiões periféricas e reforçarão sua imigração. Não trariam apoio estratégico, mas cravariam bandeiras discretas em territórios esquecidos pelo Estado brasileiro.


III. O QUADRO MUDA: QUEM VINHA SALVAR, VEM OCUPAR -

Não haverá salvação, mas ocupação predatória, camuflada de parceria estratégica.
O que antes era “tábua de salvação” se tornará “alavanca de domínio”.

A China colonizará o agro, a Rússia infiltrará armamento e presença militar leve. Já os islâmicos exercerão sua influência no subsolo social.

E tudo isso com consentimento tácito de um sistema desesperado para sobreviver – mesmo que ao custo da entrega silenciosa do país.


IV. A REAÇÃO AMERICANA -

Os EUA observam mas não dormem, pois o Brasil não é irrelevante: é a peça-chave da América Latina. Se cair sob influência eurasiana, o efeito dominó se espalhará até o Panamá.

Por isso, a reação americana será em camadas – precisa, silenciosa, mas provavelmente brutal:

1. Contrainteligência e desestabilização interna

Agentes da CIA e da NSA desmontarão o sistema por dentro: cooptação de parlamentares, ativação de vazamentos, manipulação de mídia e empresários “arrependidos”.

2. Pressão econômica e reputacional

Agronegócio cortado do mercado americano. Crédito internacional bloqueado.
Empresários passam a ver o sistema como risco de vida – e saltam fora.

3. Blindagem geográfica

Bases aliadas reativadas nos vizinhos. Monitoramento militar do entorno.
O Brasil vira um “caso de contenção estratégica”, como a Ucrânia de 2014.

4. Ruptura institucional disfarçada de transição

Não haverá golpe militar. Haverá implosão política controlada.
O sistema cai, mas com narrativa: “contra a corrupção, pela democracia”.
Quem substitui? Um consórcio tecnocrático, limpinho, internacionalmente aprovado.


V. O DESFECHO: COLAPSO DIRIGIDO

O sistema sancionado desmorona sem glória, sem guerra, sem mártires.
Primeiro é ignorado pelos bancos. Depois pelos empresários. Depois pelos aliados.
Finalmente, é oferecido como
sacrifício político necessário – e descartado.

A nova ordem será montada com apoio do empresariado, endosso de Washington e retórica de “refundação da República”.

Mas o país, nesse meio tempo, já terá sido loteado:

  • Terras sob controle chinês.

  • Instalações técnicas sob presença russa.

  • Regiões periféricas sob influência árabe.

Uma soberania esvaziada de dentro para fora.


VI. CONCLUSÃO FINAL: A ÚLTIMA MORTE É SEM SOM -

A elite brasileira acreditava ser inatingível, buscou apoio onde só havia interesse e, por fim, não foi derrubada – foi abandonada.

Ao fim e ao cabo, não será o inimigo que a destruirá mas o aliado oriental, que virou dono.
E o povo, como sempre, assistirá calado.

A história não será épica, apenas real.
E terminal.

Resumindo: após a passagem da esquerda pelo poder, nada mais será como antes.

Aliás, sequer o Brasil será mais nosso.

E sobre como resolver o dilema de um país tutelado pelos EUA mas sangrado em sua infra-estrutura por China, Rússia e ditaduras muçulmanas, já é um assunto para um novo artigo.


Walter Biancardine




quarta-feira, 23 de julho de 2025

O EXTRATIVISMO GENÉTICO DO BRASILEIRO -


Deformada pela falta de cultura e por uma religiosidade enviesada, imposta por interesseiros de todos os matizes, a noção do brasileiro médio sobre o que é, na realidade, o ato de trabalhar soa como uma miséria que mais se assemelha às penas do inferno que a um meio de se sustentar.

Para o tupiniquim raiz, trabalhar é sofrer. Aliás, mais que sofrer: é se humilhar, rastejar (sim, pois obedecer ordens é a suprema degradação) e, para piorar, se sua ocupação não render uma hérnia de disco, problema de coluna ou o famosíssimo "pobrema de nêuvo, ele é neuvoso", tudo será considerado vagabundagem - tal qual os "vagabundos" que "passam o dia sentados, com ar-condicionado, cafezinho e água, e ainda ganham salário"!

É tradição brasileira: trabalhar é sofrer, é condenação, é castigo físico. Toda e qualquer ocupação que não produza sequelas no corpo ou humilhações públicas próximas a chibatadas nas costas é vista como "vagabundagem de quem não sabe da dureza da vida".

Toda essa longa introdução serve como desagravo aos que trabalham dez ou doze horas por dia em escritórios - sim, com café, água, ar-condicionado - mas com o peso de três elefantes nas costas, como parte de suas responsabilidades. Acredite, botocudo: isto também é trabalho.

Também vale como explicação para o sertão intelectual que se abate sobre o pitecantropo médio brasileiro o qual, se vê o trabalho em escritórios como pura vagabundagem, imagine o que pensará sobre aqueles que se dedicam ao ofício do intelecto, da cultura e do saber - estes, certamente, serão taxados como algo abaixo de "parasitas", que sequer merecem um bom dia, quanto mais, dinheiro.

"Pagar para ler um livro que desempoeirou e esclareceu suas ideias? Contribuir com um pix para o autor do vídeo que acabou de ver e aplaudir? Ser membro de um canal que acessa diariamente e de lá tira as informações mais importantes para sua vida?

Jamais! Em hipótese alguma!


Essa gente é um bando de vagabundos, passam o dia em casa, coçando o saco e, eventualmente (evitando dizer "diariamente") escrevem alguma coisa ou gravam um videozinho, falando besteira!

Pagar para ver um zé mané falar? Ler um artigo em uma página e retribuir com um pix? Gastar o sacrossanto dinheirinho da cerveja de domingo, só pra comprar um livro? Tá maluco? O que as periguetes vão pensar de mim, se eu aparecer no bar com um livro? Vão me chamar de 'otário'!"

Pois é, este é o "extrativismo intelectual" típico do brasileiro médio, onde cultura e conhecimento são uma obrigação daqueles que gastaram uma vida aprendendo e agora devem dar tudo isso, gratuitamente, para quem fizer o grande favor de prestar atenção neles - cultura não serve pra nada e é obrigação do Estado.

E, para completar: "tá achando ruim? Vá descarregar um caminhão de cimento, pra você ver o que é trabalhar de verdade!"

Por isso meu canal no YouTube, após ser desmonetizado, não valeu mais à pena. Por isso os livros que escrevo, não mais os publico - os guardo para mim, apenas como válvula de escape para a compulsão intelectual.

E é por isso que talvez, em breve, sequer continue publicando artigos como esse.

Ninguém acredita ser trabalho, não merecem remuneração - são só devaneios de um ocioso diletante, nada mais. E arremata-se, com a velha frase:

"Esse tá com a vida ganha..."


Walter Biancardine



A GUERRA HÍBRIDA DE QUINTA GERAÇÃO -

 


Você sabia que vivemos em guerra? Que o Brasil está, já há décadas, sofrendo ferozes ataques de inimigos e está ao ponto de ser derrotado? Sim, creia: estamos em guerra e sob fogo diário.

A verdade é que a guerra mudou, mas o sangue continua vermelho e as ruínas fedem à fumaça e desespero. A diferença é que, na guerra de Quinta Geração, você não vê o tanque, não ouve o tiro, não sabe quem matou – e, pior, não sabe que está sendo atacado. É guerra sem quartel, sem bandeira, sem honra, e o Brasil está nela até o pescoço – mergulhado na ignorância, sem saber que é atacado, sem reconhecer o inimigo e com um riso idiota estampado na cara.

Vamos, pois, dissecar essa criatura invisível.

I. O QUE É?

Definição curta e seca:

É a forma mais sofisticada de guerra não-declarada. Nela, o objetivo não é conquistar território, mas subjugar a consciência, corromper a cultura, paralisar a vontade coletiva e controlar instituições sem dar um tiro. É a guerra da desinformação, da manipulação psicológica, da infiltração institucional, do caos planejado.

Evolução até aqui:

  1. 1ª geração: guerra de linhas e mosquetes.

  2. 2ª geração: trincheiras, guerra industrial (1ª Guerra Mundial).

  3. 3ª geração: blitzkrieg, guerra de manobra (2ª Guerra).

  4. 4ª geração: insurgências, terror, atores não-estatais (Al-Qaeda, FARC, etc.).

  5. 5ª geração: tudo é arma – memes, leis, educação, saúde pública, big tech, fake news, ONGs, redes sociais, Hollywood, e até a linguagem (ex: “todes”).

II. ESTRATÉGIAS FUNDAMENTAIS

1. Infiltração ideológica (Marxismo cultural 2.0)

  • Entram em escolas, universidades, ONGs, mídia e até igrejas.

  • Moldam gerações inteiras para detestar sua nação, odiar seus pais e amar um abstrato “mundo melhor”.

  • Estratégia Gramsciana: "ocupação do imaginário" – cultura antes da política.

2. Desinformação e manipulação cognitiva

  • Fake news institucionalizadas (ex: “democracia em risco” enquanto se censura).

  • Gaslighting de massas: fazem o povo duvidar da própria percepção (ex: “homens podem menstruar”).

  • Tecnopolítica: Big Techs regulam o que é “verdade” e “ódio” com algoritmos ideológicos.

3. Lei como arma (Lawfare)

  • Judiciário transformado em exército: prende, cala, arruína e anula adversários.

  • Legislação maleável como chicote para silenciar oposição sob verniz de “legalidade”.

4. Caos dirigido (engineered crisis)

  • Crise sanitária, crise climática, crise racial, crise de gênero – tudo serve para justificar emergência, exceção, censura, gasto público e aumento do controle. Lembram da COVID?

5. Mimetismo institucional

  • Criam estruturas que imitam democracia, mas são simulacros.

  • Ex: tribunais constitucionais que rasgam a Constituição em nome de “defendê-la”.

III. ORIGENS HISTÓRICAS E INTELECTUAIS

  1. Sun Tzu já dizia: "a suprema excelência consiste em quebrar a resistência do inimigo sem lutar."

  2. KGB, Lênin e a subversão cultural

    • Yuri Bezmenov (ex-agente soviético): descreveu o processo em quatro etapas – desmoralização, desestabilização, crise, normalização.

  3. Frankfurt e Gramsci: o veneno entra pelas universidades.

  4. CIA e deep state americano: embora haja luta interna, partes do establishment global também usam guerra híbrida para moldar regimes periféricos.

IV. O CASO BRASILEIRO: AUTÓPSIA DO PACIENTE AINDA VIVO

O Brasil é laboratório e cobaia ao mesmo tempo. Um dos maiores alvos – e talvez o mais vulnerável – da guerra de 5ª geração no Ocidente.

1. Destruição da identidade nacional

  • Escola sem ensino. Arte sem beleza. Cultura sem raízes. Igreja sem doutrina.

  • Povo é ensinado a odiar o Brasil – o país é mostrado como genocida, machista, racista, escravocrata, ecocida.

2. Aparelhamento institucional

  • STF como órgão censor, legislador e executor. Um leviatã togado.

  • Ministérios capturados por ONGs globalistas (ex: Clima, Igualdade Racial, Direitos Humanos).

  • Polícia e Receita Federal transformadas em instrumentos de perseguição.

3. Lawfare escancarado

  • Prisão de jornalistas, censura de redes, bloqueio de contas bancárias.

  • Exilados políticos (Alan dos Santos, Oswaldo Eustáquio, Ludmila Lins Grilo ou mesmo Eduardo Bolsonaro, por ex.).

  • Farsa judicial como método de controle: inquéritos ilegais, decisões monocráticas, abuso do “flagrante perpétuo”.

4. Controle de narrativas

  • Big Techs removem conteúdo que não siga a cartilha progressista.

  • Midia mainstream funcionando como Ministério da Verdade.

  • CPI’s midiáticas com função teatral, não investigativa.

5. Poder paralelo supranacional

  • ONGs financiadas por George Soros (Open Society), Ford Foundation, Rockefeller.

  • Inserção de diretrizes globais (Agenda 2030) como se fossem políticas públicas legítimas.

  • Cooperação com tribunais internacionais que ignoram a soberania nacional.

V. ATAQUES CONCRETOS: EXEMPLOS


VI. QUEM SÃO OS AGENTES?

Internos:

  • STF (em sua atual formação)

  • Ministério Público aparelhado

  • Grandes veículos de mídia (Globo, Folha, UOL)

  • Universidades públicas

  • ONGs progressistas brasileiras (ABGLT, Articulação dos Povos Indígenas, etc.)

Externos:

  • Open Society Foundation

  • Foro de São Paulo

  • ONU e seus satélites

  • Big Techs: Google, Meta, X (com reservas), TikTok (instrumento chinês)

VII. COMO UM CONSERVADOR DEVE REAGIR?

  1. Consciência é defesa: saber que está em guerra é o primeiro passo.

  2. Contra-informação inteligente: espalhar verdade, formar redes, usar humor e inteligência para quebrar narrativas.

  3. Fortalecimento local: escolas independentes, imprensa livre, negócios entre aliados.

  4. Apoio jurídico mútuo: resistência legal coordenada, com rede de advogados e juízes comprometidos.

  5. Desobediência civil pontual e moral: sem anarquia, mas com firmeza.

  6. Reconquista espiritual e moral: a guerra é também pela alma do povo – sem Deus, não se vence.

VIII. CONCLUSÃO

Estamos sendo atacados – e sorrimos para os atacantes como se fossem benfeitores. A guerra de Quinta Geração é sutil como um sussurro e destrutiva como bomba atômica.

Ela não visa seu corpo, mas sua alma. Não quer sua morte, mas sua rendição.

O Brasil, hoje, é um campo de batalha onde o inimigo veste toga, fala em direitos humanos e age com algoritmos.

Só resistirá quem tiver olhos para ver e coragem para entender, denunciar e reagir.



Segue abaixo um pequeno manifesto, podendo o mesmo ser copiado livremente pelos interessados:

MANIFESTO

GUERRA HÍBRIDA DE 5ª GERAÇÃO:

A GUERRA QUE VOCÊ NÃO VÊ, MAS QUE ESTÁ MATANDO SUA LIBERDADE

I. VOCÊ ESTÁ EM GUERRA – E AINDA NÃO SABE

Vivemos sob ataque. Mas não há tanques nas ruas, nem soldados estrangeiros invadindo o litoral. Há algo pior: uma guerra invisível, sorrateira, insidiosa. Uma guerra travada contra a sua mente, contra sua fé, contra sua pátria e contra a realidade em si.

É a Guerra Híbrida de 5ª Geração.

II. O QUE É ESSA GUERRA

Uma guerra não-declarada, sem bombas, sem quartéis, sem uniformes.
Mas com armas poderosas:
narrativas, censura, leis enviesadas, doutrinação, fake news, algoritmos, desmoralização cultural e destruição institucional.

Ela não visa conquistar território – ela visa colonizar sua consciência.

III. ESTRATÉGIAS DO INIMIGO

  • Infiltração ideológica: eles tomam escolas, universidades, igrejas, mídias e até o vocabulário.

  • Desinformação e censura: o que você pensa ser "notícia", é engenharia social.

  • Lawfare: a lei usada como arma para calar, prender, difamar e destruir reputações.

  • Caos dirigido: toda crise é uma oportunidade fabricada: pandemia, colapso climático, histerias coletivas.

  • Mimetismo institucional: usam a toga, o jaleco, a beca e o crachá – mas a alma já foi vendida.

IV. DE ONDE VEM ESSA GUERRA

  • Sun Tzu: "a suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar."

  • URSS / KGB: subversão cultural e psicológica.

  • Gramsci: destruição da cultura tradicional como pré-requisito para a revolução.

  • Deep State ocidental: corporações e burocratas supranacionais manipulando democracias por dentro.

V. O BRASIL ESTÁ SENDO ATACADO

Exemplos concretos:

  • 2020: pandemia usada para isolar, censurar, fechar igrejas, doutrinar crianças em casa.

  • 2022: censura judicial institucionalizada em nome da “democracia”.

  • 2023: prisões políticas em massa – sem julgamento, sem contraditório.

  • 2024: projetos de lei para criminalizar a opinião como "discurso de ódio".

Instituições aparelhadas:

  • STF, TSE, parte do MPF, mídia corporativa, ONGs estrangeiras, universidades públicas.

Infiltrações externas:

  • Open Society (Soros), ONU, UNESCO, OMS, Fundação Ford, Fórum Econômico Mundial.

VI. O QUE ELES QUEREM

  • Um povo sem identidade, sem religião, sem propriedade, sem pátria.

  • Cidadãos domesticados, distraídos, conectados e controlados.

  • Um Brasil submisso, tutelado, colonizado sob o pretexto de “modernidade”.

VII. COMO RESISTIR

  1. Consciência é defesa. Nomear o inimigo é o primeiro passo.

  2. Contra-informação inteligente. Use verdade, ironia e coragem.

  3. Fortaleça o local. Família, igreja, escola independente, rede de aliados.

  4. Apoio jurídico mútuo. Crie escudos legais.

  5. Reconquiste o espiritual. Sem fé, não há resistência que se sustente.

VIII. ÚLTIMA PALAVRA: ACORDE

Se você ainda acha que está tudo normal, você já foi vencido.
Se você sente que “algo está errado”, você ainda está vivo.
Se você sabe que estamos em guerra, é hora de
lutar – com a mente, com a palavra, com a verdade.

O Brasil não pode mais dormir.
O conservador não pode mais se calar.
Você não pode mais ser ingênuo.

DESPERTE.
RESISTA.
RECONSTRUA.



E que este artigo, juntamente com o manifesto, sirva de resposta aos que apenas suspeitam ter o Ministro Alexandre de Moraes algo ou alguém muito poderoso por trás.

Sim, ele tem. E é tudo isso, acima explicado.



Walter Biancardine



terça-feira, 22 de julho de 2025

EPIDEMIA DE DITADORES -


Os últimos acontecimentos mostram que estamos diante de duas hipóteses, ambas terríveis e vergonhosas: a primeira é que o paraibano Hugo Motta, deputado Federal e Presidente da Câmara dos Deputados, tenha se contaminado com o vírus do absolutismo e, por isso, resolveu ordenar o fechamento da Casa – para evitar a movimentação, articulação e reuniões de parlamentares da oposição diante dos arreganhos do STF – ou, igualmente plausível, que o próprio ditador Alexandre de Moraes tenha mandado fechar o Parlamento via procuração, através de tal e patético personagem.

A primeira hipótese se justifica pela tendência humana em imitar aqueles a quem achamos superiores ou mais poderosos, e exemplos não faltam – basta rápida olhada nos próprios integrantes do Judiciário, juízes de instâncias mais baixas, a replicar o autoritarismo absolutista da mais alta Corte de Justiça do país. Já vimos isso desde os tempos do ditador Getúlio Vargas; tivemos uma reprise nos anos do regime militar e, agora e novamente, nestes tempos de “regime de excreção” imposto por Moraes e docemente engolido por todos.

Mas a possibilidade do surgimento de pequeno e ridículo “ditador via proxy” é, igualmente, bastante razoável: Imoraes acompanha as articulações da oposição, viu o povo nas ruas neste fim de semana e sabe que tal configuração de coisas pode começar a minar seu império – e resolveu agir, sempre sanguíneo e impulsivo: para não acrescentar mais esta nódoa ao seu já imundo currículo, mandou que o passivo Motta “ordenasse” o fechamento da Câmara, já sob o conhecido “recesso parlamentar”, proibindo toda e qualquer movimentação na mesma.

Ora, o recesso é uma concessão feita aos parlamentares, não é um ato previsto no regimento e, além do mais, existe a norma de que o mesmo não será feito se a LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias – não houver sido votada, coisa que não foi.

A solução para isso é muito simples: sob a alegação da não-votação da LDO (e consequente impedimento das “férias de julho” dos deputados), a oposição pode, de fato – e à revelia de Hugo Motta – reabrir as sessões, nomear um novo Presidente “ad hoc” e dar solene e regimental banana aos arreganhos de Imoraes e à submissão passiva do menino Huguinho, votando e aprovando tudo aquilo que considerarem de urgência.

Sabemos que o psicopático Imoraes tem o costume de “dobrar a aposta” a cada vez que é contrariado – bom garoto birrento que é. Estamos vendo isso no presente momento, com suas absurdas e ilegais retaliações (incluindo até, se os norte-americanos assim entenderem, uma declaração de guerra aos EUA, por chamá-los de “inimigo internacional”) e será muito bom ver se o mesmo terá a coragem de assumir o que tentou fazer, via seu moleque de recados, Motta: decretar, “ex oficio” o fechamento do Congresso brasileiro.

As cartas estão na mesa.

Vá em frente, Xandão. Mostre-nos o tamanho de seus culhões.

É hora da Babilônia queimar.




Walter Biancardine



terça-feira, 15 de julho de 2025

O PADRÃO YAMASHITA E A FARSA DO 8 DE JANEIRO: QUANDO A HISTÓRIA É ESTUPRADA EM NOME DO PODER -

A lógica perversa da culpa por associação, da responsabilidade sem ato, da condenação sem autoria:

Em 1945, o general japonês Tomoyuki Yamashita foi julgado por um tribunal militar americano em Manila. Seu crime? Não ordenar, mas não impedir - ou, na linguagem jurídica deformada dos vencedores, não ter "controle efetivo" sobre os subordinados que cometeram atrocidades nas Filipinas. Mesmo sem provas de ordem direta, mesmo diante do caos de uma guerra em retirada, Yamashita - o "Tigre da Malásia" - foi enforcado. Nascia ali o “Padrão Yamashita”, um precedente jurídico onde o silêncio vira ordem, a ignorância vira cumplicidade, e o comando vira maldição.

Corta para 2023. Alexandre de Moraes, o oráculo iluminado do STF brasileiro, encarna com zelo de inquisidor esse mesmo padrão degenerado ao condenar Jair Bolsonaro e seus aliados pelos atos de vandalismo de 8 de janeiro. Não importa se Bolsonaro estava nos Estados Unidos. Não importa se condenou os atos. Não importa se não há ligação factual, nem estratégica, entre os investigados e os vândalos - aliás, cada vez mais evidenciados como infiltrados ou massas de manobra, convenientemente úteis ao teatro narrativo. A lógica é a mesma: culpado porque não impediu, culpado porque existe, culpado porque respira.

Yamashita foi derrotado em guerra. Bolsonaro perdeu uma eleição. Yamashita estava acuado num arquipélago em ruínas. Bolsonaro, num resort da Flórida. Mas a punição moral veio igual: ambos foram convertidos em totens sacrificial de um sistema que precisava de sangue para legitimar seu poder.

Não se trata aqui de defender cegamente líderes ou regimes. Trata-se de denunciar a deformação grotesca do conceito de justiça. A ideia de que um homem pode ser condenado não por atos, mas por clima, por ambiente, por insinuação, por "influência", é uma regressão ao direito medieval - ou pior: à feitiçaria de salão de Danton e Robespierre.

Alexandre de Moraes não está julgando crimes. Ele está moldando um paradigma de terror jurídico que, se consagrado, permite perseguir qualquer um que pense diferente, desde que um vândalo qualquer quebre uma vidraça em seu nome. E que sorte a dele: sempre haverá um vândalo à disposição, seja ele idiota útil ou agente provocador.

No tribunal que enforcou Yamashita, o argumento era o colapso das hierarquias. No Supremo de Moraes, o argumento é o colapso da democracia. E, nesse jogo, todos os caminhos levam à consagração do Leviatã estatal: aquele que manda, julga, interpreta, pune - e nunca erra.

O nome disso não é democracia. É autoritarismo recoberto de toga. E a História, se ainda restar quem a escreva com honestidade, um dia colocará ambos - Yamashita e Bolsonaro - não no mesmo patamar moral, mas como vítimas de uma lógica perversa onde o poder não busca justiça, mas apenas a destruição de seus adversários.

E, como sempre, com palmas da imprensa, silêncio da oposição, e a covardia cúmplice dos que se dizem liberais.


Walter Biancardine



domingo, 13 de julho de 2025

1979, EU E UM ALFA ROMEO BRANCO -

Sim, pisei no barro molhado do dilúvio, mas estes dias fizeram parte de uma época toda especial.

Jovem, cheio de adrenalina e testosterona no sangue, e o melhor: sem o maldito córtex pré-frontal, que me obriga ao discernimento, juízo e ponderação. E meu pai, discretamente, liberava seu portentoso Alfa Romeo 2300 escondido, para que eu desse umas voltas e me deliciasse com sua estabilidade absurda, seus quatro freios à disco e suas cinco e intermináveis (para a época) marchas.

Exibido mas reconhecedor de minha falta de beleza, ostentava-o em visitas que minha família fazia ao então circunspecto bairro do Jardim Guanabara, na Ilha do Governador - era meu passe livre, minha credencial para arriscar sonhos impossíveis mas, naqueles dias, sofria eu de uma timidez demolidora.

O carro era lindo, e eu, feio. Sua "macchina" roncava, mas minha boca nada dizia. E seus bancos dianteiros, separados pela enorme alavanca de câmbio e largo console, impunham uma intransponível barreira entre eu e meus sonhos.

Meu desejo era branco e meu sonho, em tons mediterrâneos de verde.

Os anos se passaram, o Alfa se foi, toda a minha família também e - pior - o mesmo fim tiveram meus sonhos, que se perderam.

Sim, tal como postei abaixo, "Heaven must be missed an angel".

O tempo é impiedoso.

Walter Biancardine



sábado, 5 de julho de 2025

THE COUP NO ONE IS TALKING ABOUT: BRAZIL’S JUDICIARY HAS SEIZED POWER

 


A quiet yet devastating coup has taken place in Brazil – not by tanks or generals, but by unelected judges in robes, wielding censorship tools and backed by globalist structures.

At the center is Alexandre de Moraes, a Supreme Court justice who recently invalidated a lawful and democratically approved vote in Congress to repeal a tax hike. One judge, acting alone, overturned the will of hundreds of elected legislators. It was not judicial review – it was a direct attack on representative government.

This incident is part of a larger transformation: Brazil is rapidly becoming a narco-judicial regime, propped up by authoritarian alliances, domestic cartels, and international complicity.

The Robed Leviathan

The Brazilian Supreme Court, particularly under de Moraes, no longer interprets the law – it dictates policy. It censors dissent, arrests opposition figures without trial, rewrites tax codes, and supervises elections, all under vague pretexts like “digital militancy” or “anti-democratic speech.”

In 2022, Brazil’s presidential election was conducted entirely through non-auditable electronic voting, protected by the Court from external review. Parallel vote counts were banned. Forensic audits forbidden. Even questioning the system became a criminal offense.

Meanwhile, the 2018 stabbing of then-presidential candidate Jair Bolsonaro, likely a political assassination attempt, was quickly covered up. The attacker was declared mentally unfit, never faced trial, and the investigation remains sealed.

Terror, Cartels, and International Blindness

Brazil’s leftist government, under President Lula da Silva, has openly aligned with Venezuela, Russia, Iran, China, and even Hamas – while domestic narco-organizations like the PCC (Primeiro Comando da Capital) and Comando Vermelho operate with near impunity. These criminal syndicates extend their networks into Europe, especially Portugal, where Supreme Court Justice Gilmar Mendes hosts annual forums that launder Brazilian legal overreach through elite European academia – on taxpayer money – and the protection given by some Supreme Court Ministers to drug trafficking in Brazil is well known.

Brazil is a founding member of the Foro de São Paulo, a regional alliance of Marxist regimes and revolutionary parties that openly seeks to dismantle Western institutions and liberal democracy in Latin America.

And yet the West remains silent.

Silicon Valley and the American Left: Partners in Tyranny

Social media platforms – Twitter/X, Google, Facebook, Telegram, Instagram – have been coerced into obeying Brazil’s judicial decrees. Content is deleted, accounts suspended, user data seized – all without legal appeal or due process.

And here lies the deeper scandal: U.S.-based NGOs and progressive figures within the Democratic Party have embraced and supported this regime. These are the same networks now promoting Tarcísio de Freitas, a globalist-approved, “moderate technocrat” who is being groomed to neutralize the conservative movement and absorb it back into the system – a Brazilian version of Mitt Romney in military uniform.

This is the “managed democracy” model exported from Brussels and Davos to the developing world. It is being perfected in Brazil – and soon, it will be replicated elsewhere.

Brazil Is Gagged. Will the West Stay Silent?

As Americans celebrate Independence Day, and Europeans still can enjoy the luxuries of some free speech and liberal democracy, Brazilians live under judicial censorship. They are arrested for memes. Their votes are filtered by black-box machines. Their elected Congress is overruled by unelected judges.

And every day, they are invited to a civic masquerade – a “Tea Party,” but with no RSVP. The table is set. The orchestra plays. But the people are absent – afraid, silent, trained to obey.

This is not a domestic crisis. It is a blueprint for global technocratic tyranny, with Brazilian judges as its first vanguard.

The World Must Respond

We call on Western governments, human rights organizations, and conservative leaders across Europe and North America to:

  • Demand independent audits of Brazil’s electoral system.

  • Impose sanctions on institutions that empower or validate judicial overreach.

  • Provide support and platforms for Brazilian dissidents and whistleblowers exposing this judicial cartel.

If Brazil falls completely, it will not be the end – it will be the beginning of a new era of digital despotism, veiled in legal language and backed by cartel cash.


Walter Biancardine





quinta-feira, 3 de julho de 2025

BURROS MANSOS -


Vi neste exato momento, através da Auriverde Brasil, uma espécie de "ameaça psicológica" que o excelente Pitolli, secundado pelo não menos brilhante Borgo, tentam diariamente reforçar: que se o ex-Presidente Bolsonaro for preso, o caos se instalará no país, com revoltas se espalhando pelas ruas.

Emendando tal assunto, abordaram um fato: que o povo - o povão - ama, adora e venera o sensacionalismo escandaloso. Vídeos com dizeres "BOMBA", "URGENTE", "ACONTECEU AGORA" no YouTube obtém o triplo de visualizações que os demais, e traçaram suas origens citando a ignóbil preferência popular por músicas do tipo "Florentina", do abominável Tiririca, que se tornou um hit no Brasil.

Tal sequência, em minha opinião, ostenta mentiras esperançosas e verdades lamentáveis, então vamos por partes: sussurrar em tons lúgubres e sinistros que um apocalipse social se instalará no país após a prisão de Bolsonaro é, infelizmente, pura mentira e não passa de tosca guerra psicológica.

Os mais antigos lembrarão da adolescência quando cito a atriz pornô Linda Lovelace e o filme que a elevou à fama, "Deep Throat" (Garganta Profunda) - e tal é a capacidade do brasileiro típico em engolir enormidades muito maiores que a prisão de um inocente, afinal já prenderam mais de 1.500 deles, de uma só vez e com perfídia, no 8 de janeiro, e nada fizemos.

O estupro de nossas liberdades e nossos direitos é contumaz, se repete diariamente e, igualmente, nada fazemos. Vivemos sob uma ditadura explícita que criou um narco-estado e também assistimos tudo isso impassíveis, imóveis.

Os pobres Pitolli e Borgo apostam em quê? No passional do brasileiro? Não funcionará, pois bem maior que o passional é a covardia, omissão e preguiça verde e amarela. Bolsonaro será preso e servirá apenas de assunto para os churrascos de pé de galinha, no domingão, ao som de uma boa sofrência tocada naquelas caixas de som com auto-falantes coloridos - uma alegria, para os botocudos.

E por falar nestas caixas de som de camelô, que igualmente empesteiam as portas dos comércios populares no Brasil e vomitam podridões musicais e vigarices em forma de ofertas, falemos do Tiririca, sua Florentina e a paixão atávica tupiniquim pelo "BOMBA", "URGENTE" e o "ACABOU DE ACONTECER" que tornam plataformas digitais inabitáveis.

O povo quer ver sangue, esta que é a verdade. Quer, entretanto, apenas ver, pois jamais participará de nada que arrisque ter o seu próprio derramado. Botocudos amam sangue alheio, deliram ao saber das podridões das celebridades - artísticas principalmente, mas podem ser políticos, empresários ou qualquer um que aparente ser mais feliz que o telespectador.

Títulos como "BOMBA" e os demais citados, igualmente são infalíveis pois despertam o lado "Candinha", o lado fofoqueiro e intriguento do brasileiro - quase uma característica genética - que por anos esteve restrita às vizinhas na janela de casa mas que agora, graças á internet, democratizou-se e abunda nacionalmente, sendo o mesmo servido com alegria em quaisquer ocasiões sociais, tais como churrascos, pagodes, feiras livres e outros "happenings" descolados.

Tal patologia é oriunda do absoluto analfabetismo e completa ignorância do brasileiro médio, criatura que - em média - jamais leu um único livro na vida (o que é lógico, pois quem não sabe ler, não lê) e, graças á grande mídia, passou a condenar tudo o que cheire a cultura como um vergonhoso defeito de nascença ou prova de que aquele que a isso se dedica é apenas um "otário", que não sabe "aproveitar a vida" e mesmo, em casos limite, deveria "arrumar um serviço e parar com essa perda de tempo".

Temos assim, para concluir, a conjuntura atual do povo brasileiro: pitecantropus que sequer inventaram a roda, a dançar tribalmente em torno de fogueiras como Anitta ou MC Poze e que se orgulham de sua omissão e covardia, elevadas ao status de "sabedoria": "não me meto no que não é da minha conta porque, no final, a corda sempre arrebenta no lado do mais fraco".

É esse ajuntamento de mamíferos que o excelente Pitolli e o inoxidável Borgo espera que reajam furiosamente à prisão de Bolsonaro?

É essa horda de gafanhotos bípedes que abandonará seus voos predatórios e hábitos parasitas para estudar, se aprimorar e poder, finalmente, compreender a situação em que vive?

Não, não será. E afirmar que somente a educação poderá nos libertar ao longo de décadas de ensinamentos também é, infelizmente, uma meia-verdade: sim, a educação liberta, mas é preciso igualmente redefinir as bases de nossa sociedade - valores, hábitos, costumes, princípios.

Mas, para isso, será preciso re-fundar o Brasil.

Vivemos uma crise civilizacional, e ninguém fala sobre isso.


Walter Biancardine



terça-feira, 1 de julho de 2025

POR ONDE A POBREZA PASSA, NEM GRAMA NASCE -



O ciclo se repete: a outrora "Cidade Maravilhosa", saudosa capital do Brasil e pólo cultural do país, atraiu muita gente em busca de oportunidades. Mas também atraiu os vermes, predadores, parasitas e sanguessugas que a transformaram na terra de ninguém atual, não apenas enfeiando-a, sujando-a mas, principalmente, votando em crápulas que endossaram e apadrinharam tais bactérias sociais.

Na cidade onde provisoriamente ainda vivo, Cabo Frio RJ, aconteceu o mesmo: um surto de prosperidade, embelezamento da cidade, progresso econômico e financeiro. Mas uma leva de prefeitos, ao longo do tempo, abriu os braços para os parasitas e bandidos iguais aos que destruíram o Rio de Janeiro. E hoje, a cidade está um lixo, com uma recuperação que levará anos.

Agora, as criaturas das trevas miram no estado de Santa Catarina - sim, aquele mesmo que tanto criticaram recentemente, lembram de Balneário Camboriú? - e já correm levas de migrantes para lá, sem dinheiro, preparo, formação, nada.

Logo começaremos a ver a imundície nas ruas, surgimento de favelas, criminalidade aumentando exponencialmente e, com isso, dando uma excelente plataforma eleitoral para criminosos travestidos de deputados e vereadores. Estes, abafarão os crimes, instituirão inúmeros programas assistencialistas às custas do dinheiro do povo honesto e logo a bela e Santa Catarina será um lixão, um destroço apocalíptico e social tal qual o Rio de Janeiro e Cabo Frio.

Tal doença se repete em todo o Brasil, há mais de 40 anos, e nada é feito para mudar, pois os políticos vivem, se nutrem e engordam suas barrigas e contas em paraísos fiscais graças à tais parasitas - verdadeiros sustentáculos de seu poder.

É lamentável ver isso acontecendo em um estado tão belo, com pessoas bonitas, decentes e trabalhadoras. Logo, o tom cinza abundará nos ônibus, nas calçadas e nas inúmeras filas que se formarão: vale-gás, vale-transporte, vale-refeição, vale-tudo. E nada será feito, sob o sacrossanto nome da demagogia, travestida de "justiça social".

Sim, tudo isso acontecerá, nada será feito e tal constatação apenas reforça minha convicção que jamais verei o Brasil ser um local decente para se viver.

Triste isso, mas já me conformei.

Adeus, bela e Santa Catarina!


Walter Biancardine