terça-feira, 21 de janeiro de 2025

O RESGATE DO BELO - UM ENSAIO FILOSÓFICO



Em tais e raras horas me alegro em ser o porco-espinho rejeitado e criticado por todos: no momento em que Donald Trump, não por me ouvir mas por ser o lógico a fazer, adota a postura de Roger Scruton e resgata a beleza que nos cerca, influencia nosso estado de espírito e que pode nos elevar – ou deprimir – nas posturas e atitudes cotidianas, as quais desenham nosso destino.

Ao me deparar com a Executive Order que determina a promoção do uso da arquitetura tradicional e clássica em edifícios cívicos, assinada ontem pelo novo presidente dos Estados Unidos, visando “elevar e embelezar os espaços públicos e enobrecer os Estados Unidos”, não me contenho e vejo-me obrigado a escrever este breve ensaio – vá lá – filosófico sobre a arquitetura clássica. Senão vejamos:

A arquitetura clássica, com sua harmonia, proporção e beleza notadamente atemporal, exerce uma influência profunda no estado de espírito das pessoas, e isto é fato. Desde as antigas civilizações gregas e romanas até os renascimentos subsequentes, tal estilo tem sido associado à ordem, à racionalidade e à elevação espiritual. A predominância da arquitetura clássica em espaços públicos e privados – agora determinada por Trump – não apenas embeleza o ambiente, mas também promove um senso de bem-estar, transcendência e conexão com princípios universais.

A Harmonia como Reflexo da Ordem Universal

A arquitetura clássica é fundamentada em bases matemáticas e geométricas que refletem a busca pela perfeição e pela ordem universal. Proporções como a ‘seção áurea’ e simetrias cuidadosamente planejadas transmitem uma sensação de equilíbrio e estabilidade, que se irradia e nos contagia: essa harmonia visual é mais do que um deleite para os olhos; ela ressoa com a mente e o espírito humanos, evocando uma experiência de serenidade e conexão com o cosmos.

A percepção de ordem em um edifício clássico certamente inspira as pessoas a buscar a ordem interna em suas próprias vidas – uma catástrofe, segundo as intenções preconizadas pelo esquerdismo mundial. A simetria das colunas, o ritmo das arcadas e a perfeição das cúpulas não são meros aspectos técnicos; são manifestações de uma aspiração mais elevada pela harmonia entre o mundo material e o espiritual, este último fator solenemente ignorado pela funesta ideologia citada.

A Beleza e o Transcendente

A experiência do belo tem sido historicamente associada à experiência do divino, e não há como se escapar do mesmo, para quem ainda é humano e possui um mínimo de sensibilidade.

Filósofos como Platão e Aristóteles criam que a beleza é uma janela para a verdade e o bem. A arquitetura clássica, ao buscar o ideal do belo, transcende a função prática dos edifícios e os transforma em espaços de contemplação e elevação espiritual, explicando plenamente as intenções do novo presidente norte americano.

Catedrais, templos e outros edifícios clássicos muitas vezes incorporam elementos que direcionam o olhar e o pensamento para o alto (vide a arquitetura gótica) simbolizando a aspiração humana por algo maior do que a existência terrena. Mesmo em contextos seculares, a grandiosidade e a elegância de uma construção clássica podem suscitar sentimentos de admiração e reverência, promovendo uma experiência que transcende o cotidiano.

Espaços Clássicos e o Bem-Estar

Apelemos: mesmo estudos ‘modernosos’ em psicologia ambiental confirmam que ambientes bem projetados podem melhorar significativamente o humor, a produtividade e o bem-estar geral das pessoas. A arquitetura clássica, com seus espaços abertos, iluminação natural e materiais nobres, cria ambientes que favorecem a calma e a reflexão. Em contraste com o caos e a desordem que muitas vezes caracterizam as paisagens urbanas modernas, os espaços clássicos oferecem um refúgio de ordem e beleza.

O Aspecto Espiritual

A influência transcendental da arquitetura clássica não se limita ao plano estético ou funcional. Ela também desempenha um papel espiritual ao conectar as pessoas a princípios eternos e imutáveis. Em um mundo frequentemente marcado pela impermanência e pela incerteza – ideais comuno-globalistas – a presença de edifícios clássicos serve como um lembrete tangível de que existem valores e ideais que resistem ao teste do tempo e nos jogam, de corpo e alma, nos braços do conservadorismo.

Além disso, esses espaços muitas vezes são projetados para fomentar a comunidade e o senso de pertencimento, como é o caso de praças, anfiteatros e outros locais de reunião. Essa dimensão social reforça a conexão entre o indivíduo e o coletivo, criando uma experiência que é, ao mesmo tempo, profundamente pessoal e universal.

A predominância da arquitetura clássica tem um impacto positivo no estado de espírito das pessoas, oferecendo-lhes um senso de ordem, beleza e transcendência. Ao harmonizar o material com o espiritual, o temporal com o eterno, essa forma de arquitetura não apenas embeleza o mundo físico, mas também enriquece a experiência humana em níveis profundos. Em última análise, a arquitetura clássica não é apenas um testemunho do gênio humano, mas também uma ponte para o divino.

Donald Trump e Roger Scruton

Vamos então, para finalizar este ensaio que já vai longo, dividir o pensamento de Sir Roger Scruton em pílulas as quais, uma vez deglutidas, farão com que o leitor compreenda – sem nenhuma dúvida restante – as reais intenções de Donald Trump.

Roger Scruton defendia a volta da beleza por acreditar que ela desempenha um papel essencial na experiência humana, na formação cultural e na elevação espiritual. Ele via a beleza como algo que transcende o utilitarismo e o materialismo atuais, sendo capaz de inspirar, conectar e dar sentido à vida. Sua defesa da beleza se baseava em várias premissas:

1. A Beleza como Necessidade Humana

Scruton argumentava que a beleza não é um luxo, mas uma necessidade espiritual. Ela proporciona consolo, ordem e sentido em um mundo muitas vezes caótico e fragmentado. Ele acreditava que a busca pelo belo era inerente à condição humana, ligando-nos ao transcendente e ao sagrado.

2. Crítica à Feiura e à Alienação Modernista

Ele criticava a arte e a arquitetura modernistas por priorizarem a funcionalidade ou o choque em detrimento da beleza. Para Scruton, a rejeição do belo resultava em espaços e obras que alienavam as pessoas, destruindo o vínculo entre o indivíduo e o ambiente.

3. A Beleza como Expressão de Valores Duradouros

Scruton via a beleza como uma expressão de valores universais e permanentes, como harmonia, proporção e ordem. Esses valores, segundo ele, são cruciais para a cultura e a civilização, pois ajudam a cultivar a virtude e a sabedoria.

4. A Beleza e o Sentido de Comunidade

Ele acreditava que a beleza tem um papel social, pois cria espaços e obras que inspiram o pertencimento e o respeito mútuo. A beleza na arquitetura, por exemplo, pode fomentar comunidades mais coesas e humanas.

5. O Belo e a Contemplação

Scruton defendia que a beleza convida à contemplação e à reflexão, em contraste com a cultura contemporânea de consumo rápido e descartável. Ela nos tira do imediatismo e nos conecta com algo maior e mais duradouro.

Em resumo, Roger Scruton via a beleza como um antídoto contra o niilismo e a fragmentação da modernidade, defendendo sua centralidade para a construção de uma vida significativa e de uma cultura rica e elevada. Ele considerava a restauração da beleza como uma missão cultural e moral.

Ao fim e ao cabo, eis acima uma amostra de como uma simples – e quiçá polêmica – Executive Order de um presidente recém-eleito pode esconder, em si, toneladas de bondades e graças salvadoras para seu povo, ato de nobreza o qual a classe política brasileira ainda se encontra a léguas de, sequer, cogitar, quanto mais ter a coragem de praticar. 

Caberá ao amigo leitor encher-se de brios e elevar seu nível de exigências quanto a seus representantes na política, para que os mesmos não se atenham a tratar – mal e porcamente, como sói acontecer – apenas questões financeiras ou constitucionais mas, também e sob idêntica importância e prioridade, todo um aspecto humano que foi jogado no lixo – e até mesmo louvado – como na inóspita e inaceitável Brasília, capital de uma República com iguais e pouco louváveis predicados.



Walter Biancardine






domingo, 19 de janeiro de 2025

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL, A MULHER PERFEITA E UMA GERAÇÃO DE ASSEXUALIZADOS -


Os recentes progressos na geração de imagens e vídeos por Inteligência Artificial atingiu níveis tão fantásticos que hoje podemos assistir um Elvis Presley cantando samba, se assim programarmos: rosto, corpo, voz, trejeitos e manias serão criados à imagem e semelhança do saudoso finado, gerando inclusive um turbilhão de processos, relativos a direitos de imagem e o que mais puderem acrescentar.

Notem que, por enquanto, restrinjo-me ao mero entretenimento - a coisa pode tomar proporções dramáticas quando consideramos a criação, por jovens entusiastas da AI, de mulheres lindas e possuidoras de corpos esculturais, prontas para dialogar com este espinhudo garoto, se valendo da milenar linguagem da obscenidade - "talk dirty to me".

A beleza, antes atributo relativamente raro, se tornará comum e seu valor decairá ao nível de tudo o que é trivial. Corpos esculturais pouco ou nada valerão - ainda que recheados da mais obscena putaria - já que se tornarão usuais.

O resultado disto será a assexualização dos jovens, um fenômeno já observado nas mais recentes gerações, que preferem a vida segura, protegida e caseira em torno de seus vídeo games a arriscarem-se no verdadeiro e cruel mundo de amigos e mulheres de carne e osso.

Desta vez, entretanto, será pior.

É por demais conhecido que a insinuação é muito mais excitante que a mostra descarada - uma silhueta de coxas desperta o lobo dentro de um homem, ao passo que a aparição de uma mulher completamente pelada causará, antes, choque e susto.

O que dizer de garotos, treinados e habituados desde a mais tenra idade das espinhas na cara, a conviverem e entenderem como fáceis, comuns e disponíveis mulheres deslumbrantes e em eterno e insaciável cio?

Tais garotos simplesmente esquecerão o sexo. Sequer entro em considerações morais - se tal atividade se restringe à reprodução ou o mais descarado lazer - me atendo simplesmente ao por demais conhecido fato de que "o fácil não atrai".

A ameaça que paira sobre o ocidente é que este é um fenômeno tipicamente restrito aos países de cultura judaico-cristã, sendo quase impossível encontrar árabes viciados em pornografia, ao ponto de chegarem ao enfado.

Aos poucos, o sexo masculino ocidental emascula-se, acovarda-se perante a realidade comum e escolhe a fantasia - quase como se José Américo Mota Peçanha, o entusiasta que inoculou o vírus epicurista no Brasil, houvesse rogado pragas.

Não mais teremos garotos tarados, correndo atrás das empregadas domésticas.

Todos eles foram castrados pela internet.



Walter Biancardine





domingo, 12 de janeiro de 2025

SURPRESAS DE DOMINGO -


Já esperava que meu artigo "Religião não é autoajuda e pastores não são coaches" fosse incomodar algumas pessoas, e foi o que realmente aconteceu.

Para minha surpresa entretanto, o primeiro incomodado a se manifestar foi um padre - sim, um padre da Igreja Católica - que expressou seu desagrado no X-Twitter.

Isso mostra que, mesmo entre padres que supostamente não aderiram à Teologia da Libertação, o sutil veneno da cobra Leonardo Boff se faz sentir, agravado pelo ecumenismo cínico de Bergoglio.

Temo pelo futuro da Igreja, a verdadeira Igreja, e temo mais ainda que as palavras do professor Olavo de Carvalho estejam certas: "O maior inimigo que a Igreja enfrenta não são os que a combatem, mas os que a falsificam".

É um mal interno.



Walter Biancardine



sábado, 11 de janeiro de 2025

RELIGIÃO NÃO É AUTOAJUDA E PASTORES NÃO SÃO “COACHS” -

 


Estou ciente de, neste artigo, mexer com um vespeiro de suscetibilidades e até com os mais primários e furiosos fundamentalismos, mas é algo que – se cremos verdadeiramente na alma imortal e que deve ser salva – precisa ser evidenciado, alertando contra a tentação contida na mesma.

O alerta acima cabe especialmente a brasileiros, já que o cristianismo evangélico predomina no país e se diferencia sobremaneira do conceito “protestante” de Calvino e Lutero, que deu origem às denominações Batista, Luterana, Calvinista, Metodista e outras.

Fácil é perceber que, mesmo sob a denominação “evangélica” existem ramificações – e não falo das inúmeras igrejas, cada uma com sua Razão Social (Bola de Neve, Lagoinha, Assembleia de Deus, etc.) e que mais se parecem pequenas empresas, fruto da iniciativa de “pastores” que desejam ter seu próprio negócio ou culto, como chamam. As ramificações a que me refiro são muito mais relativas às condições econômicas e sociais de seus adeptos do que interpretações significativamente diferenciadas da Palavra de Deus, resultando na existência de uma religião para cada faixa do Imposto de Renda.

Explico: no Brasil, devido ao sincretismo ocorrido entre as religiões africanas trazidas pelos escravos e o cristianismo, a ala evangélica que se dedica às classes mais baixas e com menor ou nenhum preparo intelectual, se mistura e utiliza, de maneira evidente, conceitos e práticas do Candomblé e outras, anunciando em cartazes a “Noite de expulsão dos Exus (demônios)”, “Libertação dos encostos (espíritos obsessores)” e outros, chegando ao ponto de benzer peças de roupas femininas “para amarrar maridos” – tudo isso sendo parte do universo das religiões africanas, fortemente enraizadas nas classes mais baixas, como dito acima. É uma macumba em trajes finos, “cristianizada” e socialmente aceitável nos dias de hoje, por aqui.

Para a classe média – englobando a “média-baixa” – o tratamento é diferente. Aqui o foco é “recivilizar” o fiel, libertando-o do alcoolismo e da infidelidade (no que obtém grande e meritório sucesso) e focando na “mentalidade de sinagoga”, onde “um irmão ajuda o outro” através de ofertas de emprego, serviços e integração social – patrão evangélico só contrata evangélicos, evangélicos só compram em lojas de evangélicos, escolhem amigos evangélicos, ouvem apenas músicas de louvores e fecham-se em seu mundo próprio, fortemente marcado por um moralismo exacerbado, já que os sacramentos não existem para eles.

O exemplo acima é a vertente dominante no Brasil, dada a maioria populacional contida nesta faixa. Esta verdadeira e voluntária segregação poderia ser dramática, não fossem os instintos de sobrevivência dos comércios locais e a notória e conhecida tolerância do brasileiro – tolerância essa evidenciada através de políticos, que se dedicam a esta ala e criaram a “Bancada Evangélica” no Congresso Nacional.

Já para as classes mais altas, todo o exemplificado anteriormente é cuidadosamente suavizado pois os pastores concentram-se no indivíduo – sim, na pessoa, não em sua alma. Os cultos quase transformam-se em palestras motivacionais, emitindo conceitos de superação de deficiências, vitórias, foco e consecução de objetivos profissionais e materiais, e este é o eixo central sobre o qual as igrejas evangélicas, no Brasil, alcançaram seu esmagador sucesso, sempre “decodificados” para cada faixa social (público-alvo) objetivado.

Todo este conceito de autoajuda (para os mais abastados) e recivilização com integração social (para os mais humildes, e que desembocará inevitavelmente na autoajuda, uma vez atingidos os objetivos) é a tônica de um movimento que transformou a introspecção salvadora de almas do catolicismo em verdadeiras seitas de obtenção de progresso material e aceitação social.

Se, por um lado, tal movimento conseguiu melhorias notáveis na conduta moral, social e profissional do brasileiro médio, por outro abandonou por completo o espiritualismo místico, deixando enorme lacuna que poderá, um dia, ser preenchida por um fanatismo xiita – já presente atualmente na proibição hipócrita da bebida alcoólica, por exemplo. O próprio Cristo bebia vinho mas o ato, se por nós praticado, é execrado por tais fiéis.

Os feitos notáveis obtidos por tais igrejas evangélicas tornaram-se um círculo vicioso/virtuoso, onde cada vez mais pessoas buscam os cultos na esperança de progresso material (vicioso), reprimindo às duras penas as tentações do adultério e esbórnia (virtuoso). A abolição dos sacramentos os impelem ao moralismo absurdo, resultando na inevitável segregação daqueles que não seguem seus preceitos – acenda um cigarro ou beba um whisky na frente de um fiel e a infalível e enorme catilinária de execrações contra “seus vícios” se seguirá, e tudo isso por não crerem no perdão, nos sacramentos e na largueza de vistas própria do católico, embasado por dois milênios de doutrinas e doutores santos. A moderação, como conceito e prática, inexiste para o evangélico médio, levando-os quase a incorporarem os “estultos”, de Horácio: para evitar um vício, mergulham no vício oposto - "Dum vitant stulti vitia, in contraria currunt."

Um vídeo tornou-se conhecido na internet, mostrando uma brasileira em Portugal se queixando do fato das (pouquíssimas) igrejas evangélicas do país serem “organizadas” (sic) apenas por brasileiros e somente uns 5% dos fiéis serem portugueses. A mesma encerra seu vídeo manifestando a esperança que ocorra um “avivamento” no país e que tudo mude. E tais declarações comprovam, de modo claro, todo o exposto acima.

Em primeiro lugar, pouco importa para ela que o país o qual visita – sim, ela é hóspede e não anfitriã – tenha milenar tradição católica: o que a preocupa é ver que não há portugueses seguindo as ramificações tipicamente brasileiras do protestantismo, que desembocou nos cultos evangélicos.

Em segundo lugar, a “segregação” mencionada parágrafos acima é notória, pois até seu vocabulário é próprio dos evangélicos – uma língua diferenciada, que chama homens de “varão”, mulheres de “varoa” e clama, como visto, por um “avivamento” no país. Quando um grupo atinge tal grau de coesão deliberada, resultando em sua autoexclusão dos circundantes e a criação de um linguajar próprio, isto se torna um fator social deveras preocupante.

Em terceiro lugar – plenamente justificável, desta vez – vem o desejo de que todos se convertam. Neste ponto não é possível criticá-la, pois o ecumenismo é a mais rasteira falácia destruidora da fé alheia. Quem verdadeiramente crê, não tolera outras crenças. Apenas perdoa e convive com o crente.

Em último lugar vem a observação de que a mesma mulher, bem jovem, provavelmente passeou em terras portuguesas sendo financiada por seus pais, ouso deduzir, evangélicos. E minha ousadia vai além: tão poderoso quanto o trabalho duro e sério que conduziu seus pais à prosperidade, certamente será a rede de influências (a “mentalidade de sinagoga” citada acima) da igreja frequentada, que providenciou oportunidades comerciais ou empregatícias aos mesmos – e neste ponto caímos na transformação de pastores em “coaches”, cultos em palestras de autoajuda e toda a congregação em uma “ação entre amigos”. Desnecessário lembrar que todo o "avivamento" ansiado pela jovem seria desnecessário, caso cressem nos sacramentos.

Mas… e as almas?

Estarão todas elas salvas por não beberem, não fumarem, não traírem seus cônjuges, frequentarem os cultos e se esgoelarem em gritos de “aleluia”? E todo o infindável resto de suas ações e práticas cotidianas, inclusive em seus empregos e comércios? Isto não seria um farisaísmo redivivo?

Onde está a penitência? Onde o confessionário, os pecados confessos e a contrição? Onde se dá a união com o Corpo de Cristo, se não há hóstia?

Não confesso meus pecados, não sou perdoado mas não fumo, não bebo e não traio meu cônjuge, portanto não peco”. Será esta a mentalidade? Ou a tranquilidade advém da suposta “certeza” de que todo o mal que eventualmente cometa foi por “obra do diabo” (o qual será “expulso” pelo pastor) mesmo que, para tanto, renuncie aos seus próprios méritos, quando diante do sucesso que somente o Senhor Jesus o deu, de presente?

E seus pastores? O que dizer quando um grupo deles se separa e cada um funda sua própria denominação, maior parte das vezes por questões financeiras? O que dizer de pastores que, literalmente, dão palestras motivacionais a convite de empresas? Algum padre – verdadeiramente padre – já fez isso, ou foi convidado e aceitou? Alguém arriscaria uma rápida comparação entre o número de pastores e padres que se candidatam a cargos políticos?

A transformação da Palavra de Cristo em reuniões motivacionais ou palestras de autoajuda é uma sórdida perversão – quase herética – dos ensinamentos de Nosso Senhor. Aqueles que tenham tempo, que o use para especular onde poderá terminar tal disfunção doutrinal da Verdade Revelada; asseguro que a conclusão não será boa.

Pois que tais descalabros sirvam para acordar a Igreja Católica da bebedeira apóstata de Bergoglio – este que se diz Papa – e não mais deixe seus templos sem ninguém a atender os fiéis. Sim, já que o estado atual é uma faca de dois gumes: eu, particularmente, quase não vou às missas e prefiro frequentar a Igreja em dias e horários normais – algo como uma terça-feira, três horas da tarde. Nestes momentos sei que estou só, eu e Deus, e isso me parece bom e necessário para a introspecção exigida pela fé.

Por outro lado, se alguém adentra um templo evangélico, logo é abordado – ainda na porta – por duas ou mais pessoas que perguntam como ele está, se precisa de algo e o convida para conhecer sua igreja e a Palavra. Isto catequiza, atrai, acolhe e, normalmente, convence. Como explicar a soberba católica em deixar seus fiéis sem, sequer, um padre de plantão na Igreja?

Ao fim e ao cabo temos, diante de nós, um problema em plena evolução. As práticas evangélicas, que ainda não chegaram com real força ao resto do mundo, podem conduzir a contradições filosóficas, disparidades teológicas ainda piores e verdadeiro cisma social, e o alerta vai enquanto ainda há tempo para a reação, tanto da Igreja Católica quanto de intelectuais que estejam verdadeiramente dispostos a contribuir com a humanidade, e não com seus próprios egos.

A forte tendencia "motivacional" expressa por alguns pastores evangélicos tem se tornado preocupante, pois rebaixam perigosamente toda a transcendência contida na verdadeira fé, e isso pode causar uma ruptura teológico-filosófica.

Este artigo, embora longo, é oferecido de boa vontade como um “insight” para aqueles que tencionem desenvolver alguma tese filosófica a respeito, esforço e boa vontade os quais serei eu sempre muito grato.



Walter Biancardine





A FALTA DOS SACRAMENTOS LEVA AO EXCESSO MORALISTA? -


Essa é uma questão profunda, que toca na relação entre prática religiosa, sacramentos e a ética moral.

No catolicismo, os sacramentos são canais da graça divina que auxiliam o fiel na busca pela santidade e no fortalecimento espiritual. Eles proporcionam um meio tangível de reconciliação com Deus (como na Confissão) e de comunhão com Cristo (como na Eucaristia). Esse sistema sacramental tende a equilibrar a vida moral, reconhecendo a fragilidade humana e oferecendo meios concretos de perdão e renovação.

No contexto evangélico, onde os sacramentos não têm o mesmo papel central e frequentemente são reduzidos a símbolos, há uma ênfase maior na relação direta e pessoal com Deus, mediada pela Bíblia e pela fé. Essa abordagem, teoricamente rica em espiritualidade, pode levar a uma moralidade mais rígida e legalista porque, sem os meios sacramentais de reconciliação e renovação, há uma tendência de buscar segurança espiritual em normas morais claras e rigorosas.

O "excesso moralista" pode surgir como uma tentativa de assegurar a própria salvação ou, mais comumente, de se distinguir do "mundo" de forma visível. Sem os sacramentos, o pecado pode ser percebido como uma falha pessoal, que exige maior vigilância e esforço humano, em vez de uma eventualidade redimida pela graça sacramental.

Por outro lado, devo reconhecer que nem todos os evangélicos são moralistas ou excessivamente rígidos. Muitos encontram equilíbrio em uma espiritualidade centrada na graça e no amor de Deus. Contudo, a ausência dos sacramentos poderá sempre criar um terreno mais propício para o moralismo excessivo, em certos contextos.

Deixo a dica para os que desejarem a ampliação do tema sob forma de tese filosófico-teológica.



Walter Biancardine



segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

SÓ MAGDALA? E JOSÉ BONIFÁCIO?

 


Em decorrência da catástrofe financeira deixada pela administração esquerdista de José Bonifácio e Magdala Furtado em Cabo Frio, o Prefeito Dr. Serginho foi obrigado a tomar medidas corajosas e duras, contando com a compreensão do povo após um anúncio, divulgado hoje.

A decretação do estado de calamidade financeira, promulgado pelo atual Prefeito, é consequência direta dos cofres raspados, interesses escusos atendidos e dívidas infindáveis relegadas ao próximo administrador. A maior preocupação do atual chefe do Executivo de Cabo Frio é manter os serviços essenciais – saúde, educação e ordenamento público – ativos e funcionando, bem como pagar os salários atrasados do funcionalismo público e inativos, comprometendo-se a jamais atrasar a folha de pagamento.

Cabe lembrar que a estranha e extemporânea candidatura de José Bonifácio – já um doente terminal – atendeu a interesses do partido PDT, que comandou a drenagem de recursos do município para enviá-los à candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, alguém lembra? Bonifácio sempre foi um político honrado e ninguém jamais lançaria tal sombra de dúvidas sobre suas intenções, mas a força do partido se sobrepôs à Zezinho e sua doença, infelizmente.

Já a debutante política Magdala Furtado revelou-se uma completa despreparada, alçada ao cargo por conta do partido saber do pouco tempo de vida de José Bonifácio. O destino inevitável do então Prefeito e a assunção da vice ao cargo deixou a Câmara de Vereadores e seus chupins em festa, pois a mesma jamais teria força política e respaldo popular para confrontar os edis e seus interesses insaciáveis por portarias, cargos, verbas e outros “enfeites” políticos.

O que restou foram cofres arrombados, uma cordilheira de dívidas, serviços públicos entregues ao caos e povo abandonado.

Este é o preço que o cabofriense paga, em sua própria pele, por votar guiado apenas por interesses mesquinhos ou mesmo em troca de sacos de cimento e "portarias" na Prefeitura.

Que os esforços de nosso Prefeito sejam bem sucedidos, mercê de Deus.


Walter Biancardine





A FAVELIZAÇÃO MENTAL -

 


No Brasil o termo “favela” é utilizado para designar guetos, locais de construções precárias e sem nenhuma infraestrutura, com o Estado ausente e dominado por facções criminosas; habitados por pessoas de nível econômico baixo mas, ultimamente, transformado em locais de turismo para satisfazer visitantes estrangeiros, sempre em busca de animais falantes para tirar fotografias e mostrar aos amigos bem como, eventualmente, encontrarem uma “nativa” para sua cama.

A grande mídia ensinou ao brasileiro que pobreza é bom, um universo de cultura própria, sorridente e única onde a promiscuidade e safadeza imperam – sempre disfarçadas de um comportamento “sem hipocrisias burguesas” – e dominado pelo lema “quanto pior, melhor”.

Embebedados por músicas completamente pornográficas – seriam vetadas mesmo no XVídeos – e garotas mal saídas da infância, mas destras na arte de acasalar; rapazes aqui apelidados de “nóias” – drogados de maconha, cocaína e outros, desde o momento em que acordam até a hora em que um tiroteio os leva à vala – nenhuma perspectiva de trabalho honesto, pois o tráfico paga bem melhor, a Justiça brasileira os protege e a grande mídia os glamouriza: tudo isso se reflete em suas roupas, modos, maneiras, comportamentos e valores, priorizando a educação de um búfalo furioso e as boas maneiras de um chimpanzé, aliadas a moral de um crupiê de cassino. E isto é um breve resumo do que podemos chamar de “favelização mental”, que alastrou-se por todo o Brasil e reduziu 210 milhões de habitantes a botocudos tribais.

Calejado e calcinado por tal experiência – a vivo desde o longínquo ano de 1979, quando os deportados comunistas foram anistiados, voltaram ao Brasil e promoveram sua triunfante guerra cultural, que nisto resultou – observo com extrema preocupação os sintomas explícitos da mesma doença social degenerativa na Europa, causada pela invasão muçulmana e de outros povos, a qual está conseguindo impor seu viver animalesco (por maioria que atualmente são) aos nativos do continente.

Vídeos que mostram estações do Metrô (subway) na Alemanha são um claro exemplo disso: nele, hordas islâmicas superlotam a estação, gritam e urram provocando o temor dos pobres e esparsos europeus e, quando o trem chega, invadem-no tal qual os piores comboios no Paquistão, Índia e outros rincões piores.

Vencem pelo número, pelo comportamento animal, pela barbárie exalada de suas bocas escancaradas e ávidas em devorarem a carne e a alma daqueles que consideram “infiéis” e que, segundo seus preceitos, “devem morrer” – ainda que sejam os hospedeiros e provedores de seu bem estar no país.

Mas, o que poderá o europeu fazer se, na tradicionalista Grã Bretanha, a maioria governante é de origem indiana ou islâmica? O que fazer se, na Alemanha, a maioria da população encolheu-se, atrofiada de testosterona e mostrando o traseiro passivo aos árabes insaciáveis? Como reagir, se a grande mídia – o eterno Quinto Cavaleiro do Apocalipse – insiste em lavar cérebros e almas, pintando a mais bem sucedida invasão já registrada (nenhum tiro disparado) como “acolhimento aos pobres necessitados” de outros países? Como ter esperanças se o europeu, na verdade, preferiu render-se a reagir?

O que ocorre hoje, na Europa, é um acelerado processo de “favelização mental”, tal qual o que vitimou o Brasil. Em breve veremos nórdicos, escandinavos, ensaiando passos de “funk” e cantando as pornográficas letras das mesmas; ou sisudos britânicos – até então “fleugmáticos” – esfregando-se nas esquinas com arrebitada “mestiça”, de peruca vermelha. E isto degenera um povo, reduz seus horizontes, mata sua alma.

Alguém já disse que “é com a moeda que se governam os povos” e, ao que parece, desde que os amigos do norte adotaram o Euro, apenas a baixaria, crimes e estupros conseguiram, em comum.

Fujam de teatros e cinemas, desliguem rádios e TV’s e, se puderem, desliguem também a União Europeia.

Todos, sem exceção, apenas antros dos comuno-globalistas que causaram tudo isso.




Walter Biancardine



sábado, 4 de janeiro de 2025

A PSIQUE CONSPIRA -


Tão inevitável quanto a morte ou o imposto de renda são os pensamentos sabotadores que, com frequência irritante, povoam minha cabeça. Aos meus olhos assim não os são, mas desta maneira os classifico para dar um ar de leveza e humor aos queixumes que insisto em redigir.

É algo compulsivo: e se eu tiver feito tudo errado? E se estou prejudicando quem nada tem a ver com isso? E se me vendi por um sonho? E se sou uma farsa?

Não há quem me critique com mais ferocidade do que eu mesmo, e se mais dúvidas desabonadoras aqui não posto, deve-se à simples vergonha da amplitude do mal que em mim encontro e que tanto prejudica a terceiros.

Nestes momentos o impulso covarde da fuga domina: não há melhor maneira de resolver dúvidas, aborrecimentos e decepções do que, simplesmente, abandonar tudo e sumir no mundo.

Pana mim não seria difícil, já que não guardo mais sonhos. Não tenho nenhum plano, nenhum projeto - mesmo meus livros inacabados os considero irrelevantes, dada a pífia vendagem daqueles publicados e nenhum benefício aos leitores. Possuo apenas uma única ambição, que seria aguardar meus dias finais com um teto sobre a cabeça, comida na geladeira e cigarros. Nada pretensioso, apenas que - em minha situação - é pedir demais.

Esta ambição é o que ainda me prende ao personagem que me tornei. Não fosse a mesma e talvez já estivesse de volta às estradas, caminhando sem rumo nos acostamentos e dormindo onde Deus permitisse - uma vida que conheço e não mais temo.

Sinto que a vida deste personagem está com os dias contados e pouco ou nada posso fazer. Hoje, hesito entre a tentação de dormir sob um teto com comida à mesa - projeto a cada dia mais inviável - ou a saída fácil das estradas.

Se insisto em ter o teto, estarei me vendendo? Se optar em ser digno, estarei sendo covarde?

Este filme já vai muito longo, está chato, nada trouxe de bom a mim ou ao mundo e anseio logo por seu fim, que demora demais.

Se bem me conheço, creio já saber a resposta.

Eu tentei, juro que tentei.



Walter Biancardine





O QUE POSSO DAR EM TROCA?


Só nos saímos vitoriosos se combatemos algo que podemos substituir. O grande malefício de mentes como as de Karl Marx ou Auguste Comte foi criar o que chamamos de "ideologia", que combateu e venceu, substituindo, a nossa "vida que sempre tivemos".

Eles tinham algo a oferecer, ainda que fosse um sonho mentiroso e maquiado para esconder as perversidades embutidas. Nos acenaram com um novo mundo, toda uma nova geração repleta de paz, amor, justiça, compaixão com os pobres e uma liberdade de sonhos enquanto nós, “retrógrados reacionários”, nos agarrávamos à "vida que sempre tivemos".

Agora que conhecemos o engôdo, que percebemos se tratar apenas de mera vigarice para a imposição de ditaduras opressoras, como combatê-la? O que temos para oferecer, em seu lugar? Apenas "a vida que sempre tivemos"?

Sim, e deveria ser o suficiente – mas a psique humana não a aceita. A recusa deve-se ao fato de não possuir uma "embalagem" palpável, com promessas e sonhos futuros, um messianismo ideológico a empolgar multidões – não há como oferecer sonhos vindouros vivendo "a vida que sempre tivemos", tal proposta cheira a mediocridade e conformismo.

Este é o grande dilema e fator de dificuldade do conservadorismo: não ser uma ideologia, por mais que o grande filósofo brasileiro Olavo de Carvalho e outros assim o considerem. Se nada oferece, nada promete, não a será.

Pior: inúmeras gerações foram criadas no caldo de cultura ideológico – revolucionário, e tais formações de pensamento não serão apagadas pela simples substituição de uma conjuntura política por outra, elas persistirão e serão transmitidas às gerações vindouras por um prazo incalculável. Trocar conjunturas políticas não é a garantia de trocar pensamentos.

É fácil concluir que a criação das ideologias decretou o fim da sociedade humana, pelos demônios que despertou e por oferecer promessas que a obstinação em “viver como sempre” jamais trará.

Homens como Karl Marx e Auguste Comte prestaram-se ao papel de verdadeiros "emissários do diabo", ao plantarem as sementes da destruição do convívio humano saudável.

Havemos de aguardar o surgimento de um filósofo que formate o conservadorismo aos moldes de uma ideologia, oferecendo vantagens e promessas como as demais – e que me perdoem os puristas mas, sem uma boa embalagem, não chegaremos a lugar algum – para que tentemos uma cura.

Olavo de Carvalho, prudente, jamais aceitou tal tarefa.

Walter Biancardine



quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

RUMINANDO REMINISCÊNCIAS -


Embora a Região dos Lagos esteja completamente entupida de "vítimas da crise", resolvi dar uma volta a pé pela praia em frente à minha casa - sempre deserta já que é bravia e mortal, verdadeira devoradora de almas e, sequer, apropriada para descer ondas.

Tal caminhada é um hábito que aprendi ainda durante a vida de náufrago na roça, que impunha inacreditável solidão mas, em contrapartida, oferecia a liberdade de vagar falando sozinho, tal qual perfeito maluco, em derivações existenciais e filosóficas.

Neste passeio lembrei-me de um antigo sonho lamentoso, no qual imaginava eu que seria o que aconteceria no momento em que pudesse, finalmente, ir embora daqueles pastos e voltar a uma vida normal. Tal sonho - misto de lembrança e esperança - envolvia meu pai e minha mãe, somado a um enorme carro americano (típico dele) estacionado em uma picada no mato.

Em um fim de tarde, já cansados de caminhar, minha mãe seguraria-me pelas mãos e perguntaria ao meu pai se poderiamos ir embora. A resposta, bem ao tom de voz do velho: " - É, vamos embora. Vamos pra casa, tomar um café", dizia ele, já abrindo a porta do carro. E ao chegarmos em casa - sem nenhuma lógica, pois tratava-se apenas de um sonho - abriamos a porta e o cheiro de café, recém feito, invadia nossos narizes e nos dava a saudosa sensação de acolhimento e segurança.

Onde quero chegar, com tudo isso?

No dia em que finalmente pude deixar a casinha (minha eterna gratidão a Alair Corrêa), estacionei o carro na mesma picada de mato que, meses antes, derivava eu que estaria o automóvel de meu pai. Acendi um cigarro, abri a porta do carro e disse para mim mesmo: " - É, vamos embora. Vamos tomar um café."

Sim, foi premeditado. Sim, encarei como um sonho quase realizado. Não, não sou maluco, pois ao chegar em casa não havia o cheiro quente do café fresco. Aliás, nem café nem ninguém.

Mas agradeci a Deus do mesmo jeito, quase em lágrimas por ter Ele me concedido um sonho.

Pena não ter meus pais vivos para vê-lo.



Walter Biancardine



quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

FONTES, FONTES, FONTES...


Um jornalista, quando em plena atividade, serve-se de "fontes" para coletar informações sobre os assuntos que eventualmente esteja tratando. Mesmo eu, afastado de redações há 20 anos, ainda tenho algumas e - acreditem - alguns respingos e fofocas sempre chegam.


Desta vez, infelizmente, o que me trouxeram não foi nada agradável, pois atingia-me pessoalmente. Enfim, era já informação um tanto antiga e que, amanhã, se completará uma semana do ocorrido.

Santa e bendita ignorância, que nos protege da tentação de julgar os mais próximos - dos quais poderia eu ter já sabido do fato quando se deu - principalmente pelos mesmos saberem das circunstâncias envolvidas e temerem mexer em um vespeiro. Não, não posso e nem devo julgá-los.

Infeliz profissão, que nos impele a saber de tudo mesmo que ninguém nos conte.

E tristes dias, onde a antiga e protetora floresta definha, deixando apenas a paisagem árida da velhice.

Aproveite tudo o que tem, enquanto tem.



Walter Biancardine



ANO NOVO, VIDA... NOVA?


Famílias desavisadas que assistiram a virada de ano pela Rede Globo de Televisão certamente tomaram um susto e, às carreiras, tiveram de tirar as crianças da sala e desligar os aparelhos de surdez (Centro Auditivo Telex, lembra?) dos avós - mas jamais mudar de canal ou desligar a TV. Isso não porque, no fundo, já se degeneraram também.

Nos maravilhosos aparelhos de 258 polegadas, pendurados em uma saleta de 2,50X2,50, assistiram a galinha Anitta cantar sua última música - verdadeira e parnasiana poesia - na qual exaltava a própria vida que diz levar: "sento numa p*ca 'desse tamanho', mando em todo mundo, sou tua chefe, faço o que quero". E isso era integralmente transmitido, ao vivo, pela maior rede de televisão do país, comandada pelos irmãos Marinho.

Após tão doce e suave poema, corte rápido para a queima de fogos em Copacabana: fumaça, fumaça e mais fumaça, tal e qual vexame ocorrido há alguns anos, enquanto comentaristas mentirosos - mas bem pagos - fingiam maravilhar-se "diante de tanta beleza". 

Hoje, no rescaldo do incêndio - digo, Reveillon - ainda é divulgada a notícia de ambulâncias, estacionadas no local da festividade, sendo rebocadas por servirem de "armazém" para guardar bebidas, vendidas pelos barraqueiros e ambulantes do local. Lindo.

Não foram divulgados os números de celulares, cordões, jóias, carteiras e relógios roubados, até por que a dízima periódica não é o forte do leitor de jornais no Brasil.

Finalizando, ainda ecoa por todo o país os tambores macumbeiros disfarçados de "batidão", na infinidade de funks ouvidos ad nauseam e com letras mais apropriadas para um XVídeos que para casas de gente sã.

Impossível assistir tudo isso e não lembrar da Missa Solene da Santa Mãe de Deus - Missa de Ano Novo para a macacada - onde, na mesma, era anunciado o Ano do Jubileu focado no perdão: "Peregrinos da Esperança", lascou Bergoglio.

Este mesmo portenho - antítese de Millei - ainda se vale da grande mídia mundial para fazer discursos contra o aborto. Louvável, mas sua fala é um remédio para a febre e não contra o mal que a causa.

E qual é a origem desta patologia social, que termina em abortos, promiscuidade, drogas, abandono e mortes? A grande mídia, a cultura de massa - esta mesma que Bergoglio se vale para divulgar suas intenções solertes de transformar a Santa Madre Igreja Católica em uma "religião universal e globalista", um chicote "divino" a manter o povo domesticado, passivo, no cabresto.

A grande mídia e a cultura de massa é o casal que gerou os filhos do inferno: músicas devassas, filmes promíscuos, livros aliciadores - um universo de bordel a nos rodear, 24 horas por dia, com suas mensagens de dissolução. E pariu galinhas como Anitta, também.

Tal dupla perfaz o Quinto Cavaleiro do Apocalipse, a destruir mentes e espíritos de toda a população global e terminando, em última análise, na gravidez indesejada e no aborto condenado por Bergoglio - que sequer uma vírgula usa para condená-la, já que dela depende para seus intentos apóstatas.

Da galinha Anitta a Bergoglio - que diz-se Papa - passando por funks "proibidões", cerveja ocupando o lugar de feridos em ambulâncias e espetáculos pífios que servem apenas ao crime e ao tráfico de drogas, tudo isso esteve presente em nossas telas nesta virada de ano.

O que poderia este autor dizer? Apenas desejo que a galinha Anitta encontre bilaus cada vez maiores, até que precise socorrer-se - de preferencia no SUS - para fazer "suturas", digamos. 

Também espero que Bergoglio termine por conseguir unicamente um novo cisma, onde ele e seus bispos/cardeais lacradores abençoem todas as abominações do mundo, enquanto os verdadeiros católicos sigam o preconizado por Santo Tomás de Aquino e dêem uma banana para tal cucaracha, servindo à verdadeira, Santa e única Igreja Católica.

E, para finalizar, faço votos que as emissoras de TV e suas coligadas - gravadoras de música e editoras de livros lacradores - decretem a inevitável falência, sequer sobrevivendo mesmo após prestarem o atual e humilhante papel de "subsidiárias estatais", fabricantes de "releases" governamentais - sem fibra, sem honra, sem culhões: que a paz dos pântanos os encubra.

Esta foi, ao meu ver, a virada do ano.

Um novo ano com nada de novo.



Walter Biancardine