Prestando meus respeitos aos três anos de falecimento do homem que ensinou-me a raciocinar e – literalmente – “retirou as escamas dos olhos” de tantos, eu inclusive, publico aqui um artigo de sua autoria, no qual versa sobre o total desconhecimento popular sobre os malefícios do globalismo.
"Nós estamos atravessando uma fase em que uma elite, muito bem preparada e amparada política e financeiramente, criou do nada todo um novo conceito de civilização que está sendo implantado há mais de cinqüenta anos, mediante ações cujo sentido geralmente escapa à opinião pública. Eis é o dado fundamental da nossa época: hoje a implantação do governo global é o centro da história mundial.
Essa operação não é absolutamente secreta — seria impossível manter secreta algo desse tamanho —, mas ela escapa ao horizonte de consciência da população pela complexidade e pela enorme quantidade de informações existentes. Por exemplo, o livro básico sobre o assunto — o “abc” da nova ordem mundial, de Carrol Quigley, Tragedy and Hope — tem 1200 páginas (e que eu saiba, só existe em língua inglesa), e ele é apenas o começo. Quem não leu esse livro, não sabe o que está acontecendo.
Mas ele é só o começo, não está tudo aí: atualmente a bibliografia sobre o assunto é imensa. Por um lado é imensa, e por outro lado jamais chamou a atenção do grande público, ficando sempre restrita a um pequeno circulo de estudiosos, sejam aqueles que participam do próprio projeto, sejam aqueles que se opõem ao projeto. O tema da Nova Ordem Mundial, de fato, só é conhecido pelos adeptos e pelos inimigos — pelo vasto público, não. É como se fosse uma luta de boxe em um estádio vazio, onde só estão os dois lutadores e respectivos empresários: ninguém sabe que a luta está acontecendo, as arquibancadas todas vazias.
Chamar esse projeto de ‘governo mundial’ — às vezes as pessoas não entendem direito — é uma metonímia: eu estou designando o todo por seu aspecto puramente administrativo, mas quando se examina, por exemplo, o livro do Lee Penn, False Dawn (Falsa Aurora), sobre o projeto de unificação das religiões, de criação de uma nova religião globalista, vê-se que, na verdade, é um projeto até mais abrangente que o do governo mundial: mais abrangente, mais básico, mais fundamental e mais antigo — o pessoal está trabalhando nele há muitas décadas.
Quando se percebe o “tamanho” das pessoas envolvidas, constata-se que praticamente todos os presidentes americanos dos últimos 40 anos estiveram, de algum modo, metidos nisto; todos eles — Clinton, Bush, Ronald Reagan, e agora Obama — colaboraram de alguma maneira. O famoso Lucis Trust, que na verdade era Lucifer Trust(uma entidade evidentemente satanista) antes de mudar de nome, tinha como um de seus membros Edwin J. Feulner, o atual presidente da Heritage Foundation — ou seja, o representante do que seria o atual pensamento conservador cristão era um dos fundadores da nova religião global. Desse modo, tem-se a idéia de até aonde vai isso.
Praticamente todos os grupos bilionários que controlam o sistema bancário, a indústria farmacêutica, petróleo, etc., estão envolvidos com o projeto de, provavelmente, inventar um sincretismo e implantar uma nova religião mundial que seria a solução após um período de desespero causado pela voga ateística.
Primeiro espalham o ateísmo em todo lugar; na hora em que ninguém mais aguentar, eles dizem: ‘Não, vocês têm razão, nós precisamos pensar na salvação da alma, pensar no outro mundo’, e tome nova religião. Essa religião é uma monstruosidade, é espiritualmente abominável e intelectualmente desprezível, mas para massas, que ignoram tudo a respeito de religiões comparadas, etc., vai ser um projeto inteiramente aceitável, semelhante a um período de paz, em que todos nós iremos dar as mãos e veremos o padre oficiando missa junto com o monge budista, com o médium espírita, com o pajé índio: ‘Olha, que beleza! É a paz universal!’ É algo evidentemente farsesco.
Esse projeto é até mais importante do que o da Nova Ordem Mundial. Ele vem sendo implantado a toque de caixa. Uma de suas etapas é tornar proibitivo o exercício das religiões, especialmente o cristianismo, e favorecer a mudança das religiões dos países.
Por exemplo, se há uma maioria cristã em um local, tenta-se islamizar a todos; onde há maioria budista, praticamente se proíbe o budismo (como aconteceu no Tibete); após o período de opressão às religiões, haverá a substituição. Nietszche já dizia: ‘Você não vence completamente senão aquilo que você substitui’, ou seja, não basta derrubá-lo, é preciso tomar o lugar dele.
Esse projeto está em andamento e influencia todas as universidades do mundo, toda a rede de ensino (inclusive a educação infantil), toda a rede médica — as entidades de atendimento psiquiátrico, psicológico, etc. —, enfim, a vida dos lares e a alma de cada um. Atualmente muitas pessoas na faixa dos 20-30 anos tiveram a alma inteirinha formada à luz desses novos valores e símbolos, mas não têm consciência disso. Mesmo quando elas são contra tais coisas e conscientemente não gostam delas, se a alma está viciada não adianta gostar ou deixar de gostar, pois não conseguem conceber uma alternativa. Nosso projeto aqui é tentar retirar dessa nova cultura um certo número de pessoas dotadas, inteligentes e de boa índole, para que elas possam observar esses fatos desde fora e de cima e exercer sobre eles uma análise crítica.
Para analisar, a primeira atitude é se desidentificar da nova cultura; aqui há um trabalho não só de estudo, mas de autoconsciência, auto-análise, autocrítica (embora esta palavra tenha uma tradição abominável). Você terá de examinar a presença dessa cultura, não no entorno, nem no meio onde está, mas na sua própria psique, por onde você está sendo moldado para agir dessa maneira.
Olavo de Carvalho"
Segue, como complemento, pequena publicação postada na rede social X-Twitter por alguém denominado apenas como “Fabiano”, e que fecha perfeitamente o artigo acima.
“Muitos críticos como Leandro Karnal, Luiz Felipe Pondé, argumentam que o prof. Olavo frequentemente apresentava ideias baseadas em teorias conspiratórias sem evidências sólidas ou verificáveis. Para esses críticos, conceitos como ‘Lucifer Trust’ e a ‘implantação forçada de uma religião global’ são exageros que carecem de base factual. Pandemia de COVID-19, a Agenda 2030 da ONU e as discussões sobre governança global são eventos que confirmam suas análises. Prof. Olavo foi um grande pugilista” (sic).
Desnecessários quaisquer outros acréscimos, de minha parte.
Walter Biancardine
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