A recente decisão do Supremo em extinguir a obrigatoriedade do diploma de jornalismo provocou uma enxurrada de comentários; muitos contra, poucos à favor, mas em sua maioria um amontoado de conceitos incoerentes, desconexos e – na melhor das hipóteses – pueris.
Por toda a imprensa é possível ler opiniões de leitores, supostamente uma boa parte deles jornalistas, indignados com a decisão. O próprio nível de argumentação e a quase nenhuma clareza na exposição das idéias já demonstram que as faculdades não tem realizado um bom trabalho.
Em seus arrazoados passionais, esses alguns transpiram muito mais a nítida intenção de queixa contra um rebaixamento em seu status profissional do que a real preocupação com a competência teoricamente proporcionada pela faculdade - mais questões de ego ferido do que real preocupação com mercado de trabalho, eis que nenhum patrão dará prioridade aos sem-diploma - só mesmo se tiverem muito talento - e é aí que reside o problema: medo do talento alheio.
Em sua maioria, bradam contra a extinção alegando a desproteção à que o profissional estará submetido, um empregado indefeso, à mercê dos caprichos de um patrão. É preciso lembrar que um diploma por si só não reivindica pisos salariais nem limites de horas trabalhadas. Para isso existem os sindicatos que, se tiverem juízo, sairão fortificados e com maior responsabilidade após a decisão judicial, já que se tornarão os catalisadores das reivindicações trabalhistas e – por que não? – da concessão ou não do registro profissional.
Um diploma, igualmente, não é um atestado de excelência profissional. Na febre acadêmica que varre o país desde a década de sessenta, o curso superior tornou-se o complemento natural do segundo grau. Carreiras técnicas, algumas muito bem pagas como a de soldador, foram esquecidas e desprestigiadas em favor da vulgarização de um nível que, atualmente, pouco tem de superior.
Milhares de recém formados saem das faculdades atualmente cometendo erros grotescos de português, incapazes de sequer concatenar um raciocínio e estes, tais como aqueles que aprenderam no dia a dia das redações, só crescerão profissionalmente na justa medida de seu talento – nem mais, nem menos. Quem não é humilde para aprender em uma redação – seja aluno de faculdade ou um simples foca – estará destinado à mediocridade, e todo seu extenso discurso de auto elogios, que certamente serão necessários, cairá no vazio de um profissional que não evolui pela antipatia que sua arrogância desperta. E isso vale para qualquer área.
O que se vê hoje nas redações se assemelha muito mais a um salão de cabeleireiros - palco de fofocas, intrigas e calúnias - onde se sobressai aquele (ou aquela, pela maioria feminina preponderante do ramo) que melhor orquestra sua panelinha e, de lá, lança suas infâmias contra os talentos que a ameaçam.
É preciso deixar bem claro que a decisão do Supremo não é contra as faculdades e sim contra a exigência do diploma. Bons alunos em boas faculdades continuarão fazendo o diferencial das empresas que os contratarem, da mesma maneira que aqueles agraciados apenas com talento e não com o grau, também continuarão a pesar no prato da balança.
É incoerência pretender que uma faculdade ensine talento ou instile o dom artístico, já que muito do jornalismo pode ser considerado como arte.
Mas o pior de todos os argumentos é crer ingenuamente que o bacharelado dará a ética, correção, honestidade e caráter, que é obrigação dos pais ministrar.
Mas nem todos os jornalistas - formados, veteranos ou mesmo estagiários - tem a sorte de terem mãe.
Por toda a imprensa é possível ler opiniões de leitores, supostamente uma boa parte deles jornalistas, indignados com a decisão. O próprio nível de argumentação e a quase nenhuma clareza na exposição das idéias já demonstram que as faculdades não tem realizado um bom trabalho.
Em seus arrazoados passionais, esses alguns transpiram muito mais a nítida intenção de queixa contra um rebaixamento em seu status profissional do que a real preocupação com a competência teoricamente proporcionada pela faculdade - mais questões de ego ferido do que real preocupação com mercado de trabalho, eis que nenhum patrão dará prioridade aos sem-diploma - só mesmo se tiverem muito talento - e é aí que reside o problema: medo do talento alheio.
Em sua maioria, bradam contra a extinção alegando a desproteção à que o profissional estará submetido, um empregado indefeso, à mercê dos caprichos de um patrão. É preciso lembrar que um diploma por si só não reivindica pisos salariais nem limites de horas trabalhadas. Para isso existem os sindicatos que, se tiverem juízo, sairão fortificados e com maior responsabilidade após a decisão judicial, já que se tornarão os catalisadores das reivindicações trabalhistas e – por que não? – da concessão ou não do registro profissional.
Um diploma, igualmente, não é um atestado de excelência profissional. Na febre acadêmica que varre o país desde a década de sessenta, o curso superior tornou-se o complemento natural do segundo grau. Carreiras técnicas, algumas muito bem pagas como a de soldador, foram esquecidas e desprestigiadas em favor da vulgarização de um nível que, atualmente, pouco tem de superior.
Milhares de recém formados saem das faculdades atualmente cometendo erros grotescos de português, incapazes de sequer concatenar um raciocínio e estes, tais como aqueles que aprenderam no dia a dia das redações, só crescerão profissionalmente na justa medida de seu talento – nem mais, nem menos. Quem não é humilde para aprender em uma redação – seja aluno de faculdade ou um simples foca – estará destinado à mediocridade, e todo seu extenso discurso de auto elogios, que certamente serão necessários, cairá no vazio de um profissional que não evolui pela antipatia que sua arrogância desperta. E isso vale para qualquer área.
O que se vê hoje nas redações se assemelha muito mais a um salão de cabeleireiros - palco de fofocas, intrigas e calúnias - onde se sobressai aquele (ou aquela, pela maioria feminina preponderante do ramo) que melhor orquestra sua panelinha e, de lá, lança suas infâmias contra os talentos que a ameaçam.
É preciso deixar bem claro que a decisão do Supremo não é contra as faculdades e sim contra a exigência do diploma. Bons alunos em boas faculdades continuarão fazendo o diferencial das empresas que os contratarem, da mesma maneira que aqueles agraciados apenas com talento e não com o grau, também continuarão a pesar no prato da balança.
É incoerência pretender que uma faculdade ensine talento ou instile o dom artístico, já que muito do jornalismo pode ser considerado como arte.
Mas o pior de todos os argumentos é crer ingenuamente que o bacharelado dará a ética, correção, honestidade e caráter, que é obrigação dos pais ministrar.
Mas nem todos os jornalistas - formados, veteranos ou mesmo estagiários - tem a sorte de terem mãe.