Não há como explicar o feitiço carioca para quem, nestas terras, não nasceu.
Qual os melhores "rabos-de-galo" dos mais infectos e concorridos botequins da úmida e arbórea Copacabana, a mistura se dá quando adicionamos às paisagens - sempre fermentadas pelas belas mulheres em meio à calçadas apinhadas e trânsito caótico - generosas doses de Pão de Açúcar, bondinho e, para os mais calejados, Noites Cariocas.
Pitadas de Rodrigo de Freitas, seus pedalinhos e as irresistíveis casas da rua Vitória Régia trazem de imediato a lembrança de Gatto Pardo, Roxy Roller e até - warum nicht? - a boa e bela Biblos, de tantas madrugadas felizes.
Doses muito bem medidas de Arpoador, junto com toques de Posto 9, Caneco 70 e Baixo Leblon, que sempre pedirão o complemento dos quilométricos Cervantes pois, prestimosos, evitam ressacas desnecessárias.
E no voo de pássaro provocado por tal e embriagadora mistura, adentramos na perna do vento rente ao Cristo Redentor - braços abertos sobre a Guanabara - giramos base, roubamos o açúcar de nossas Noites Cariocas e encaixamos na final, para o delicioso glide que nos deixará, orgulhosos de nossa origem e do pouso de três pontos, no bom e velho Santos Dumont.
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro... que estas linhas capengas sejam uma nota de pé de página em nossa diária, enlouquecedora mas deliciosa Crônica da Cidade Amada.
Walter Biancardine
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https://youtu.be/WgXcHwnfGOs?si=sW1owD0CS6KPjy2n
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