Em sua cegueira de rinoceronte, tanto a mídia e analistas políticos "didireita" quanto conservadores rasgam-se em indignação pudica com a operação da Polícia Federal, que prendeu auxiliares e colaboradores de Bolsonaro e que – tudo indica – acabará por encarcerar o ex presidente, alvo primeiro e principal.
Mais que a prisão de tais colaboradores, a desmoralização que os togados imaginam produzir sobre suas reputações é o que interessa e, para tanto, não se curvam sequer em pisotear oficiais generais das Forças Armadas, pois muito bem sabem que a mesma encontra-se totalmente manietada por um Alto Comando positivista – verdadeiros irmãos de sangue filosóficos da Juristocracia tupiniquim.
Mas tais feitos são apenas o aperitivo do lauto banquete idealizado pela tirania narco-jurídica que tomou o poder: neste ponto unem-se aos narco-comunistas do Foro de São Paulo – PT, PDT e até um PSOL de contrapeso – para salivarem em sua ânsia de devorarem o peixe grande, Jair Messias, o Bolsonaro. É preciso eliminá-lo (como já tentaram fisicamente), tirá-lo de circulação, cortar sua língua e enterrá-la na mesma cova onde repousa Olavo de Carvalho – o pai do renascimento conservador no Brasil – para que nenhuns gemidos de insatisfação sejam jamais ouvidos novamente em nosso 1984, mais conhecido como Brasil.
No meio de tais arreganhos ditatoriais explícitos, ainda somos obrigados a ver que os tais analistas, novatos e citados acima, não percebem que se tal prisão acontecer, será a verdadeira proclamação oficial de uma autocracia ditatorial, suprema e absoluta, que o STF esfregará na cara da nação, ostentando publicamente ter sob seus sapatos dois presidentes da República reféns de suas constituições pessoais e imaginárias, sempre dependentes do bel-prazer dos juristocratas – puro arbítrio absolutista.
Cabe lembrar que cada um dos presidentes – o ladrão de nove dedos e Bolsonaro – representam lados opostos do espectro político, que serão submissos à uma quase divindade iluminista e à sua misericórdia togada – sublime, superior à questiúnculas ideológicas. Sim, porque o STF é superior às reles ideologias, superior aos ideais e valores populares, superior mesmo à Constituição, já que a mesma depende atualmente do humor e estado de espírito de cada um dos onze imortais entronizados no Panteão das Excrescências Morais.
Sequer Hitler ou Mussolini tiveram tal atrevimento – prender um ex presidente sem culpa ou, sequer, processo; pisotear a Constituição pelo simples capricho de não escrever nenhuma nova e fazer valer seus impulsos – mas tal é o resultado de nossa omissão: a audácia dos canalhas se alimenta da covardia dos fracos.
Que falta nos faz Olavo de Carvalho…
Walter Biancardine
Nenhum comentário:
Postar um comentário