Confesso que ler meus artigos traduzidos para outro idioma é decepcionante.
Reconheço não possuir nenhum domínio de linguagens estrangeiras e, portanto, sinto-me amputado da segurança da palavra exata ou da sutileza sugestiva - exaspera-me ao ponto de desejar que o interlocutor estivesse à minha frente, a compreender mímicas e olhares.
Quando as palavras são nossa ferramenta de trabalho, a exatidão ou sugestão que deixamos escapar podem provocar erros fatais - que conhecimento tenho do francês para pretender ler Sertillanges ou Jacques Maritain no original? Insuficiente, portanto terei de confiar as buscas nas mãos do tradutor de suas obras.
E quem traduzirá as minhas buscas, certezas ou agonias, se mesmo em português - de tão aleijado e disforme que está, no uso corrente - mal ou nada compreendem?
Não tenho respostas para isso.
Resta-me apenas continuar os estudos, exibir certezas, lamentar amores e confessar tantas perguntas, sem ambicionar entendimento ou mesmo discordâncias portadoras de alguma substância.
Está nas mãos de Deus.
Walter Biancardine
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