Pelo que vejo, a morte de Clerison está fazendo com que o brasileiro médio de direita, conservador, se torne um "anarco-niilista" - contra tudo e contra todos, condenando tudo e todos, apontando podres de tudo e de todos.
Tal reação desemboca, inevitavelmente, em um processo de desunião e autofagia do ainda ralo movimento de direita conservadora no Brasil. A ansiedade, a exigência por reações rápidas – que, por vezes, são inconvenientes politicamente – acabam por provocar posturas semelhantes à de populares em meio a grandes aglomerações: atitudes impensadas, bruscas, precipitadas e, no mais das vezes, que terminam por prejudicar os que estão juntos conosco, em nossas reivindicações.
Ninguém, nem Bolsonaro, escapa da fúria desiludida das virgens vestais que apenas reclamam, trancadas na segurança de seus lares e sempre temerosos de irem às ruas – única atitude que pode embasar atitudes de congressistas aliados.
Isso, entretanto, não exime Bolsonaro de explicar por que ainda não se pronunciou.
É o que se espera de um líder.
Walter Biancardine
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