Minha vocação é a escrita: jornalismo, teses, ensaios, livros, análises políticas, romances e até versinhos de pernas tortas, quando em agonia sentimental.
Muitos, porém, não entendem e creem ser estratégia de disfarce de um caráter duvidoso o fato de nenhuns pudores eu sentir em expor o que tenho de pior.
Acreditem: o que carrego de decrépito, mostro. E, se entre tantos deméritos um caráter vago, mau ou ausente existir, o mesmo poderá ser facilmente identificado no que escrevo.
E qual a razão de mostrar meu mais abominável?
Simples, pois tais desabonos são publicados entre diversos artigos que produzo e, assim, o leitor poderá ter a certeza de minhas linhas serem plenas de sinceridade - desejos de glória, reconhecimento ou elogios são, tais como os citados, inexistentes.
Se não há reconhecimento no que faço, igualmente não o procuro.
Minha ambição está quilômetros acima, objetivando que as pessoas raciocinem por si mesmas, que não sejam mais marionetes da grande mídia e que enxerguem versões censuradas de vergonhas públicas e explícitas.
E quem me lê saberá que nada ganho com tais atividades, que o desinteresse pessoal é absoluto - afinal, o quê um bosta como eu, já velho e acabado, poderia desfrutar disso?
O Brasil pede socorro, a inteligência humana envia seu S.O.S. e eu sou apenas a garrafa que carrega a mensagem.
Walter Biancardine
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