Cleriston Pereira da Cunha, conhecido como “Clezão” e um dos presos do 08 de janeiro, faleceu hoje na Papuda por uma convulsão seguida de parada cardíaca. Cleriston sofria de diabetes e hipertensão e a PGR já havia se manifestado favoravelmente à sua liberdade. O caso não chegou a ser analisado pelo Ministro Relator do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Ele tinha 46 anos, era réu primário, sem individualização de conduta e o laudo médico atestava que havia risco de morte. Foi preso ainda em 8 de janeiro por estar dentro do prédio do Palácio, se protegendo dos ataques de bombas e tiros com balas de borracha, desferidos pelo "glorioso" e pérfido Alto Comando do Exército Brasileiro.
Segundo o analista político Flávio Gordon, “ele estava preso porque era preciso ‘proteger a democracia’. Afinal, não foi essa a desculpa vil usada para justificar TODOS os abusos de autoridade cometidos pelo Judiciário, desde a instauração do Inquérito do Fim do Mundo? Abusos que, finalmente, culminaram na morte desse preso político?”
Já eu, por outro lado, lembro a ilegalidade e incoerência filosófica do conceito de “crime político” pelo mesmo jamais dispor de leis que atendam os requisitos de “lex sempiterna, perennis et immutabili” – uma lei perene, imutável sob qualquer regime, pois o que é considerado “mal” não pode mudar conforme a ideologia vigente.
Deste modo, e servindo-me de um básico Direito do Consumidor – pago impostos para obter serviços – valho-me da prerrogativa de “inversão do ônus da prova” para acusar de assassinato premeditado, doloso e com requintes de crueldade, os senhores Rodrigo Pacheco, Alexandre de Moraes e demais titulares das cadeiras do Supremo Tribunal Federal.
Os mesmos, obedecida minha prerrogativa de inversão do ônus da prova, é que deverão apresentar refutações cabais de sua inocência diante desta absurda morte, deste assassinato cometido por uma junta governamental espúria e ditatorial, que exerce o governo da Nação à revelia da autorização popular.
Fatos trágicos como esse expõem, sem disfarces, a verdadeira face da ditadura judiciária imposta ao povo brasileiro. Não há como deixar de ver seus crimes, suas manipulações e estupros interpretativos das leis bem como o mais sórdido rancor e ódio, com o qual caçam – com ímpetos de extermínio – todos aqueles que não se curvam em obediência passiva aos seus desmandos.
Devemos lembrar, entretanto, que odiar uma ditadura é muito fácil e sem maiores consequências. Por isso, é preciso dar nomes – os nomes dos ditadores, os nomes dos estupradores de nossos direitos legais, os nomes dos ladrões do dinheiro público, os nomes dos assassinos do senhor Cleriston.
E os mesmos saem, todos os dias, nos noticiários – normalmente cobertos por elogios e enfeitados de louvores interpretativos, verdadeiramente lisérgicos, entoados por sua maior cúmplice e igualmente assassina de direitos e gentes: a grande mídia.
Tudo o que fizermos, de hoje em diante, não será “perturbação da ordem” ou mesmo, como tentam caracterizar, “atos de terror”: estaremos apenas exercendo nosso direito à legítima defesa.
Pois todo brasileiro de bem é, hoje, um alvo destes assassinos.
Walter Biancardine
Um comentário:
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
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