Não à toa a fiz: muito mais que uma capacidade autoproclamada, era prece e esperança. E neste momento me vejo tal como ela, a renascer de minhas cinzas quase já frias, sentindo outra vez o calor do sol, aspirando o ar à minha volta, sentindo meus músculos novamente fortes - eu, redivivo, renascido e repaginado, com sangue nas veias e um homem novamente.
Bastou uma notícia, uma mão estendida - e seu autor não citarei, por não ter pedido autorização - para que, tal como Lázaro, me levantasse e caminhasse para fora da cova ao encontro dos vivos.
Confesso que jamais me senti assim. Todos sofremos altos e baixos, temos picos e vales mas, desta vez, há algo acima e além. Novamente compromissos, responsabilidades, tarefas, obrigações e a alegria de cumpri-las - mas o corpo não engana, há algo mais e melhor.
A alma volta e quer escrever - e voltarei, pois meus editores aceitaram que retornasse - e me descubro pleno de gasolina para queimar, nesta longa estrada que o Brasil sofre caminhar. A cabeça desperta e volta a trabalhar, com responsabilidades que breve assumirei. E o corpo volta a existir, me dando conta que o mesmo havia me abandonado há anos e sequer percebi.
Mas bastou um chamado.
Walter Biancardine
Walter Biancardine
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