sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Prolagos X Ampla

Repórter adora uma boca-livre e eu, sem destoar da tradição, compareci ao simpático café da manhã oferecido pela Prolagos nesta quinta-feira, 10, organizado com o objetivo de apresentar não só seu novo diretor-executivo, Felipe Marcondes Ferraz, como também oficializar diante da imprensa o início da gestão de seus novos controladores – o consórcio CIBE.
Não vou aqui desfiar todas as estatísticas, números, projeções e outros quetais perguntados, respondidos e apresentados durante o evento, pois sei que a eficiente Cristiane Zotich, assessora de imprensa da companhia, terá o maior cuidado em apresenta-los à mídia local.
O que me levou a escrever estas mal-traçadas foi a constatação de que o erro fica sempre mais tolerável quando percebemos que existe uma real intenção de acertar, e é o que a Prolagos aparenta estar tentando.
Todos conhecemos o lado ineficiente, irritante e por vezes incompetente mesmo, da concessionária da águas e esgotos que nos atende. E minha constatação veio à tona quando lembrei que tão grande quanto – ou talvez até maior que o da Prolagos – é este mesmo lado negro, apresentado pela concessionária Ampla. Ali sentado, ouvindo as explanações de seu novo diretor-executivo, me dei conta que ali havia ao menos a preocupação de dar satisfações, explicar e demonstrar as reais intenções de acerto. Nem levei em conta o lado maravilhoso e abnegado que o Sr. Ferraz apresentou, afinal este é seu papel, mas apreciei o gesto de consideração para com os consumidores que pagam pelos seus serviços.
Já com a Ampla, o buraco é mais embaixo, me perdoem a expressão. Aliás, nem sei se haverá buraco, eis que nem mesmo um escritório na cidade a companhia mantém, como se não fôssemos dignos de tanto.
Escondidos da indignação popular em um distante prédio em Niterói, seus chefes e executivos sentem-se à vontade para persistir na política que acredita sair mais barato para a companhia pagar eventuais indenizações à clientes irados do que investir na modernização da obsoleta rede da qual ela se serve.
Ignorando solenemente a imprensa, sem dar satisfações de seus atos – os quais só existem pela concessão outorgada pelo povo – e demonstrando um notório nojo daqueles que são seu sustentáculo, os consumidores, a Ampla passa ao largo disso tudo ancorada na crença da eterna tolerância do brasileiro e na passividade e conivência do poder público.
Para eles, uma boa imagem nada significa. É o conceito grosseiro que consideração e preocupação em bem atender não passa de rematada frescura – já que o importante é lucrar. E nesse rumo prossegue a Ampla, cada vez mais antipática aos olhos de seus clientes, sem opções diante do monopólio privado.
Entre um cafezinho e uma explicação do Sr. Ferraz, concluí que realmente ambas cometem erros às dúzias. Mas a Prolagos ao menos tenta melhorar.

E os salgadinhos estavam ótimos!

Walter Biancardine é jornalista e ameaçou pedir demissão se não fosse escalado para cobrir o evento e comer os salgadinhos.

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