segunda-feira, 29 de julho de 2024

PREFERÊNCIAS NÃO SÃO PRIVILÉGIOS - A CENSURA É UMA ARMA


 Tempos idos, ainda Presidente ou depois VP do motoclube que fundei, usávamos um ditado bastante popular no meio motociclístico: “o que acontece na estrada, fica na estrada”.

Sirvo-me de tais dizeres para fazer analogia com todos aqueles que souberam-se, em algum momento, homossexuais e seguiram suas vidas sem maiores problemas. E por quê faço isso?

Em primeiro lugar é preciso deixar claro que tenho amigos gays, trans, negros, amarelos, herbívoros e alguns até, suspeito, extra-terrestres. Sempre tive relações excelentes com os mais próximos e cordiais com os mais afastados e pouco se me dá o que fazem nas intimidades de seus quartos – do mesmo modo que creio ser um abuso intrusivo especularem sobre meus próprios hábitos sexuais, até porque Caetano Veloso já dizia que “de perto, ninguém é normal”.

O problema não é o que fazemos na cama: o problema é quando nos deixamos levar como massa de manobra de alpinistas políticos, oportunistas demagogos, que rotulam escolhas sexuais como “bandeiras de luta” e as transformam, de simples preferências, em “luta por direitos” – como se o fato do sujeito gostar de um boy magia o transformasse, automaticamente, em membro de uma minoria perseguida e morta – antes mesmo do café da manhã – por “nazistas, fascistas, direitistas” e etc.

Usar características pessoais como bandeiras ideológicas é golpe sujo, estelionato político, má-fé eleitoreira mas que, com o amparo da grande mídia – sempre ela, a eterna criminosa – arrebanha defensores até mesmo fora do espectro sexual abrangido. 

A mãe do falecido humorista Paulo Gustavo, que tornou-se famoso com personagens femininos ou que satirizavam gays, é uma dessas pessoas que condenam héteros satirizando homossexuais mas esquecem-se, convenientemente, que seu próprio filho beneficiou-se deste mesmo tipo de humor. Um negro pode chamar a si próprio de "crioulo" (tal como aquele cantor) e tudo estará ok. Gays podem chamarem-se "bichas", em referências entre si, e igualmente não haverá problemas. Mas se eu apontar o dedo para um crioulo bicha na rua, serei eletrocutado na cadeira elétrica, é isso?

Infelizmente, tais idiossincrasias são uma das razões do linchamento moral que o nosso grande Emílio Surita (Pânico na TV, Jovem Pan) enfrenta.

Jamais vivemos tempos tão liberais em termos de sexualidade mas, paradoxalmente, pudicos em relação a quaisquer comentários ou, principalmente, piadas sobre ela. A verdadeira peste negra do pensamento, o “politicamente correto”, manietou a liberdade de fazermos simples comentários e matou – a sangue frio – o humor no mundo. Tudo é “discriminação”, tudo é “racismo”, “homofobia” e, segundo tais histéricos, o ser humano não tem o direito de comentar, ter opiniões ou mesmo fazer piadas.

O caso se deu pelo fato do excelente Surita ter imitado, de maneira humorística e em um programa misto de informativo e humor, alguém conhecido do público e que é homossexual. A atual direção da Jovem Pan – vendida e submissa à nossa ditadura – entendeu como verdadeira “blasfêmia” contra os “sacrossantos” e supostos “direitos” dos gays e isso bastou para dar o início a uma chuva de comentários, irados e raivosos, contra o pobre Emílio – que só fez uma piada.

Pergunto: um conhecido Foucault, que gastava-se em hipóteses filosóficas vãs e depois ia a clubes gays para deixar-se chibatear por garotões, deveria ter direitos diferenciados por isso? Um sujeito que apaixonou-se por outro cara deve ter algum privilégio legal, tal como leis específicas para ele? Ou mesmo meu falecido amigo Sergei – padroeiro do Rock and Roll – que transava com samambaias, mereceria leis que o “protegessem”?

Por óbvio que existe preconceito contra gays. Mas também existe contra nordestinos, negros, japoneses e até contra motociclistas (“são todos uns bandidos”) ou gente que usa óculos, os eternos “quatro-olhos”. Mas vale notar que o preconceito – no referente da palavra – só se dá quando o gay, negro ou seja quem for, é literalmente prejudicado, preterido ou discriminado por isso, tal como em uma seleção de emprego ou na utilização de um elevador – e exemplifico com elevadores propositalmente, pois remete diretamente aos banheiros masculinos e femininos.

A biologia não muda, e só existem dois sexos. Um trans terá de usar o banheiro masculino e pronto, pois a transexualidade – mais que uma homossexualidade de nascença – é uma escolha pessoal e o fato de alguém “sentir-se uma mulher”, árvore ou cachorro não cambiará seus cromossomos ou teores de testosterona. Isso não é preconceito, é fato.

Por outro lado, ao encontrar um amigo trans e o mesmo exibir o real aspecto de uma mulher – e conheço alguns assim – eu o chamarei de “ela” e cumprimentarei com um par de beijos no rosto, pois é o que meus olhos veem e pouco se me dá se utilizará o banheiro masculino. Já um Pablo Vittar, por exemplo, para mim é “ele” – pois é o que meus olhos veem – e fim de papo. Como me definiriam agora? “Nazista, fascista, direitista, taxista, onanista” ou “bicha enrustida”?

Quando alguém é ofendido por sua cor ou escolhas pessoais – sejam sexuais ou mesmo políticas – tal fato merece a execração do círculo de pessoas, o repúdio da sociedade contra aquele que assim age, mas nunca o longo braço do Estado onipresente punindo, por vias legais, um simples imbecil. E este é o risco que Emílio Surita corre, atualmente.

Quando uma ideologia castra-nos o riso, o sagrado direito de fazer piadas sobre os outros, tal fato apenas espelha uma conjuntura doente e que regrediu o povo aquém de uma das principais características da vida em sociedade, impondo um cotidiano sisudo, soturno, que nos ameaça até mesmo pela eventualidade de nossos pensamentos ou espontaneidade de opiniões – e isso é doença, causada por um Estado mau e opressor.

Nada tenho contra gays ou trans, mas abomino os “movimentos gays”, siglas com quase um alfabeto inteiro que as defina – pois que para cada gosto criou-se uma nova “espécie” sexual – ou quaisquer e óbvios instrumentos de utilização das pessoas como simples massa de manobra política.

Tal pensamento também se estende aos negros, nordestinos, gordos ou seja lá quais forem as novas categorias de “minorias discriminadas” que, diariamente, a mídia inventa.

O que fazem com Emílio Surita é pura catarse, expectoração de ódios e recalques pessoais – muitos de nascença e outros impostos pela mídia – e todo o escândalo nos mostra, na justa medida, as enormes dimensões de uma máquina política criada para arrebanhar e cevar grande e inocente massa de manobra, nutrindo-os com a clara fúria divisionista esquerdista.

Um gay que deseje casar não mudará os dogmas e a Verdade Revelada.

Um trans que precise ir ao banheiro – por linda que seja – usará o banheiro masculino, pois o DNA não converteu-se.

Um homem qualquer continuará fazendo piadas sobre magricelos, gente de óculos, gays, mulheres dirigindo, negros ou até macumbeiros, pois ideologias só transformam a psique quando aquele que a adota sucumbe ao poder patológico de seu doutrinador, e torna-se um doente – não um idealista.

Que Emílio Surita largue a pútrida Jovem Pan em boa hora, pois tanto ele quanto seus associados no Pânico serão muito bem vindos ao nosso “suposto Gabinete do Ódio” conservador, que contamina a internet com as verdades que ninguém quer ouvir.


Walter Biancardine


domingo, 28 de julho de 2024

QUANDO PASSAMOS DO LIMITE - BACANAL OLÍMPICO


Basta ver a ilustração acima: tal como escrevi em meu artigo de ontem, "talvez estejamos em um raro momento da humanidade em que reina o assombro mútuo, tanto por parte dos agressores quanto dos agredidos, ambos pasmos com a enormidade do ato.

Os agressores sentem, neste momento, que ultrapassaram – em escala bíblica – todos os limites da ignomínia, baixeza e depravação em sua ânsia iconoclasta, revelando-se verdadeiramente surpresos com as dimensões inauditas das enormidades cometidas."

Acertei em cheio. Não apenas os patrocinadores correm em debandada como até mesmo inusitado "apagão" tomou conta das ruas de Paris, restando iluminada apenas a Basílica católica...

Surpresos com a própria podridão, agora tentam se desculpar...

sábado, 27 de julho de 2024

A BABILÔNIA FESTIVA DE MACRON: VITÓRIA DA AGENDA WOKE 2030?

 


Um misto dos mais alucinados filmes de Fellini com toques do pavoroso “Pink Flamingos” (Divine/ John Waters) e toneladas de pornografia, deboches e deformações dos mais simbólicos e caros elementos do cristianismo: assim podemos resumir, de modo bastante breve e comedido, a abertura das Olimpíadas 2024 em Paris, França.

Em verdadeiro acesso de vômito, uma hemoptise cultural, expuseram ao mundo um show de péssimo gosto, envolvendo drag queens caricatas e demônios – sim, pois o mesmo lá esteve como anfitrião e representado por incontáveis símbolos, que esbofetearam não somente a cara de Jesus Cristo como, também, de toda a sociedade judaico-cristã ocidental – mera exibição e promoção de rituais satânicos, práticas anormais e psicopáticas.

Exultante, o auxiliar corcunda de Belzebú – mais conhecido como Macron – exclamou: “Conseguimos!”, e talvez semelhante besta apocalíptica não esteja, de todo, errada. Com sua aprovação, na capital de seu país (que foi, outrora, referência em cultura, civilização e mesmo finesse para o mundo), o Primeiro Ministro Quasímodo exibiu ao mundo estupefato não uma simples festa de abertura de Jogos Olímpicos, mas uma real missa satânica.

Um atleta brasileiro, que competirá no surf, não pode representar o Cristo Redentor na sua prancha mas travestis puderam escarnecer Jesus na abertura, profanando descaradamente a Santa Ceia na cerimônia – sim, o surfista “Chumbinho” foi obrigado a remover a pintura do Cristo Redentor em suas pranchas porque “os jogos tem regras focadas na neutralidade religiosa”… Certamente tal “neutralidade” foi deixada bem clara nos deboches aos valores cristãos – sempre representados por deformidades humanas no palco – enquanto a religião de Maomé sequer foi lembrada por nenhum dos marginais hereges envolvidos.

Curioso comportamento de isenção, em um país que teve um jornal dizimado e jornalistas mortos à bomba – Charlie Hebdo – apenas por terem feito uma charge de Maomé. Talvez o segredo para os cristãos obterem um mínimo de respeito seja esse: para cada deboche, dez almas.

Donald Trump disse: “A cerimônia das Olimpíadas foi um show de drag satânico. Eles estavam zombando de Deus, dos cristãos e do cristianismo. Vou parar com esse satanismo doentio já no primeiro dia”, afirmou. E não é preciso ser um estudioso do simbolismo religioso para identificar, de pronto, todas as ofensas que foram atiradas às faces cristãs, tais como bezerros de ouro, cavaleiros do apocalipse, entre outros.

Tal festa bacante – bacanal – exibiu sobejamente o colapso da civilização e da cultura cristã na Europa Ocidental, com travestis retratando a Última Ceia, mas os organizadores das Olimpíadas declararam, candidamente, que a imagem é apenas “interpretação do deus grego Dionísio, para nos tornar conscientes do absurdo da violência entre os seres humanos" – e talvez estejamos presenciando o ápice da hipocrisia que um satanista confesso possa alcançar, confiante em nossa passividade quase apóstata.

Uma criança – sim, elas não podem faltar em tais tipos de bacanais – em meio a drag queens, representava o papel de discípula enquanto uma mulher, obesa ao limiar da explosão, aparecia no centro fazendo às vezes de Jesus, em clara escatologia (uso o termo como sinônimo de cropologia) e nos remetendo à Santa Ceia – pura profanação – e dando a chocante percepção que todos os telespectadores tiveram, ao assistir semelhante e bizarra cena.

A conhecida Karina Michelin escreveu, no X-Twitter, que “não é a França somente que fala, mas sim uma minoria da esquerda radical, progressista, filhos do globalismo prontos para qualquer provocação e degradação da humanidade.”, e a mesma está certíssima.

Também acrescentou que a Conferência Episcopal Francesa repudiou as cenas de zombaria do cristianismo, e constatou – tal como todos que assistiram o bacanal olímpico – que “os satanistas sequer tentaram esconder seu desdém pelo sagrado, vergonhosamente abordando todas as questões sociais que eles próprios criaram para fomentar o caos na humanidade”.

Segundo Karina, “está tudo bem para a religião satânica do Woke (pós-modernismo neo-marxista) zombar e debochar do cristianismo, afinal qual religião está dominando a França mesmo?”, pergunta. E eu respondo: a França – tal como Inglaterra e Alemanha – já é, de fato, um califado muçulmano e, por isso, nenhuma menção a quaisquer outras religiões foi feita.

Por óbvio a enormidade, mundialmente assistida, provocou revolta e fúria em milhões de pessoas (não as fazendo, entretanto, levantar do sofá para quebrar a cara dos apóstatas) e a reação dos procuradores de Belzebú não poderia ser outra: igual ao Brasil do STF, a censura.

Usando como pretexto a violação de “copyright” os procuradores de Satanás tentam, agora, controlar os danos causados pelo impacto negativo das ofensas, cometidas na cerimônia de abertura – melhor dizendo, bacanal – de ontem.

O conhecido Lorenzo Ridolfi diz que “praticamente todos os usuários da plataforma X receberam notificações de DMCA dos Jogos Olímpicos hoje. Mesmo que todos os clipes postados estivessem na diretriz de ‘20 segundos’ para eventos esportivos (a maioria dos clipes tinha menos de 10 segundos), os Jogos Olímpicos estão forçando a remoção desses vídeos”. E acrescenta: “eles estão tentando apagar e controlar a cobertura da cerimônia de abertura da noite passada. Não é difícil imaginar o motivo por trás dessa tentativa de censura, mas fica claro que há uma preocupação em suprimir as críticas e os comentários negativos que surgiram após o evento”.

Talvez estejamos em um raro momento da humanidade em que reina o assombro mútuo, tanto por parte dos agressores quanto dos agredidos, ambos pasmos com a enormidade do ato.

Os agressores sentem, neste momento, que ultrapassaram – em escala bíblica – todos os limites da ignomínia, baixeza e depravação em sua ânsia iconoclasta, revelando-se verdadeiramente surpresos com as dimensões inauditas das enormidades cometidas. Reagem censurando, buscando apoio em mitologias da era do bronze e, de alguma maneira, esperando emprestar um caráter não tão profano e belicoso ao bacanal que Macron – o Quasímodo de Paris – aplaudiu.

Os agredidos por sua vez – toda a civilização judaico-cristã ocidental – apavora-se e refugia-se em “prenúncios do fim do mundo”, para não ser obrigada a fazer o que verdadeiramente deveria ser feito; como seja, tirar dos armários as velhas espadas e roupas de “Cruzados”, Cavaleiros de Cristo, e empreender verdadeira e furiosa cruzada contra não apenas os inimigos da fé como, também, igualmente destruidores de nossa civilização e que, brevemente, nos escravizarão sem dó ou piedade.

Momento tristemente marcante na história do homem, a bacanal de abertura dos Jogos Olímpicos foi, na verdade, uma cerimônia de encerramento da humanidade por sobre a terra.

Bergoglio? Esqueça-o. E que a consciência dos eternos omissos seja-lhes leve.


Walter Biancardine








quarta-feira, 24 de julho de 2024

OS SÍMBOLOS EM TRUMP E O SONHO AMERICANO -

 


Recentemente comentei em meu perfil, no Facebook: “em Michigan, todos aguardando a chegada de Trump para seu comício de hoje. Enquanto isso, nos alto falantes, uma deliciosa ‘Dancing Queen’ ecoa pelo estádio. (...) PS: agora toca um bom e americaníssimo Elvis Presley. Um dia discorrerei sobre todos estes simbolismos evidentes.

Pois chegou a hora de falar sobre Trump e seus símbolos – o “sonho americano”.

Devolver à América sua grandeza perdida é a palavra de ordem que norteia e transpira em todas as aparições, discursos, falas e atitudes deste senhor Donald, o Trump. Entretanto, para o cidadão comum tal grandeza não se resume, necessariamente, ao poderio militar norte-americano; mesmo a parte que diretamente o afeta – mais empregos, menos impostos e uma vida confortável – se resumiria a uma coleção de chavões, promessas e propostas se não fossem acompanhados de elementos que atingem, em cheio, o subconsciente emocional da grande maioria dos habitantes daquele país.

O que era a “grandeza” americana, outrora ostentada e hoje perdida? Apenas dinheiro, poder militar e conforto?

Não, era muito mais que isso. Um verdadeiro universo de elementos afetivos, emocionais, lembranças de infância, músicas, casas, carros e outros detalhes, que tornavam aquele país prontamente identificável em qualquer fotografia exibida aleatoriamente, mesmo sem legendas ou descrições.

Como seria um retrato dos USA em 1975 – ano em que o Abba lançou seu sucesso “Dancing Queen” – ou mesmo nos anos 60, relembrados pelas canções de Elvis nos “rallyies” de Trump?

Nos bastaria, para ficarmos nos anos 60, rever alguns episódios das antigas e populares séries de TV, tais como “Jeannie é um Gênio” (I Dream of Jeannie) ou “A Feiticeira” (Bewitched), onde a sua poderosa indústria cinematográfica, por mais antiamericana que fosse em seu íntimo, refletia obrigatoriamente a vida invejável desfrutada pela classe média nativa, com suas grandes casas sem muros, dois enormes carros na garagem, uma infinidade de eletrodomésticos inacreditáveis e as doces confraternizações no “Thanks Given” ou Natal.

Neste passado glorioso – à parte os feitos heroicos da conquista do oeste – o eleitor de Trump deseja novamente morar naquelas espaçosas casas sem muros e, após um café da manhã cheio de cereais Kellog’s, despedir-se de sua esposa com um beijo, entrar em seu enorme conversível e rumar para o trabalho. A feliz mulher, por sua vez, colocará as crianças dentro da gigantesca “Station Wagon” estacionada na garagem e as levará para a escola, sem esquecer de dar uma passada no mercado depois, para trazer os dois infalíveis sacos de papel com pequenas compras, repletas de enlatados e congelados.

Ao ouvir um antigo sucesso de Elvis ou do grupo Abba, o americano médio é automaticamente transportado, em emoções e sentimentos, a toda aquela saudosa felicidade pacata cotidiana e a incomensurável sensação de segurança familiar – algo que, em muitos cidadãos, permanece em forma de carência e arraigada em seu cruel “day by day” da vida atual e adulta.

O que Donald Trump oferece não são apenas empregos, impostos mais baixos ou segurança em suas fronteiras. No universo do homem laranja, o pagador de impostos voltará a ter à sua volta todo aquele fabuloso, farto e seguro “american way of life”, difundido mundialmente por seus filmes e séries.

Na verdade, o ser humano médio – e pouco importa em qual país habite – vive uma onda “retrô” mundial, e tal fato não é à toa: os dias presentes são abjetos, sequer um comercial de TV guarda alguma inocência ou oferece brinquedos para as crianças; as músicas são tambores de guerra hipnóticos e verdadeiros arautos de uma “landscape” pós apocalíptica. Cada minuto vivido nos remete ao pesar, às preocupações mais sinistras e tal atmosfera “noir” nos obriga a aceitar e conviver com tudo aquilo que o ser humano tem de mais podre e depravado, pois tais degenerações foram "normalizadas" e impostas como regra.

A mágica surgiu, entretanto, nos Estados Unidos da América do Norte: o homem laranja promete uma vida não apenas mais fácil mas sugere – em cada símbolo sutilmente exibido em seus comícios – a volta da inocência perdida, da tranquilidade diária, e oferece seus serviços tal como a mão segura de um pai é estendida ao filho, para conduzi-lo em segurança.

Todo o conteúdo exibido como exemplos neste artigo é apenas uma parte infinitesimal deste verdadeiro “mundo”, portador de tantas referências, sorrisos e boas lembranças: em confronto direto com a descarada e massiva propagação da cultura “woke”, o “deep state” norte americano encontra-se em real desespero, pois não apenas o que Trump oferece é aquilo que o eleitor mais deseja como – para mal dos pecados democratas – já o fez uma vez, quando Presidente, e o cidadão bem o sabe capaz de fazê-lo novamente.

Permitisse a legislação norte-americana que Trump passasse dez anos ininterruptos na Presidência e, talvez, víssemos novamente enormes Cadillacs nas ruas de Nova York e o rock and roll voltar às paradas de sucesso, ao lado de bons “westerns” no cinema.

O americano médio assiste, hoje, a maestria com que Donald Trump enfrenta e sai vitorioso sobre a grande mídia e cultura de massa, responsáveis diretos pelo fim da grandeza americana.

Se ele fez uma vez, poderá fazer de novo.

Que Deus abençoe e proteja este homem.



Walter Biancardine





terça-feira, 23 de julho de 2024

UMA EXCELENTE NOTÍCIA -

 



Estréia nesta sexta feira (26) o primeiro canal de TV aberta, de viés conservador e de direita, no Brasil. O nome é TVD, canal 581, transmitido gratuitamente para os 12 milhões de antenas parabólicas espalhadas pelo país. 

A iniciativa transmitirá, diretamente de Belo Horizonte, uma grade completa de programação, incluindo canais consagrados como Revista Oeste, Rádio Auriverde, Fator Político BR, Didi Red Pill e muitos outros.

Inicialmente não haverá transmissão aos sábados e domingos, mas é apenas uma questão de tempo: a grade de programação, que abrange as 24 horas do dia, em breve incluirá o final de semana com facilidade.

Você que é conservador mas não usa as redes sociais com frequência ou mesmo não está disposto a pagar as mensalidades de um provedor de internet, basta sintonizar sua parabólica no canal 581, TVD!


Walter Biancardine



segunda-feira, 22 de julho de 2024

DEFORMA TRIBUTÁRIA: A CONSOLIDAÇÃO DA DITADURA -

 


Assistia agora pouco a deputada Júlia Zanatta (PL/SC) via YouTube, na Rádio Auriverde, sendo entrevistada pelo excelente Alexandre Pitolli e discorrendo sobre a infeliz reforma – deforma, diria um realista – tributária, empurrada goela abaixo pelo Governo Federal.

Descontado o avanço vampiresco sobre as jugulares de nossos bolsos, o ponto que considerei realmente preocupante é a proposta de criação de um organismo Federal de regulação, com poderes superiores ao Congresso e, mesmo, aos poderes dos Governadores dos Estados, para “regulamentar” – leia-se “decidir” – a distribuição dos dinheiros públicos aos Estados da Federação.

A onipotência de um pequeno comitê gestor, responsável por este organismo, nos remete diretamente aos piores tempos dos governos militares, onde os Governadores viam-se obrigados a praticar a “política do pires na mão”, mendigando ao Governo Federal as verbas necessárias e, inclusive, aquelas arrecadadas por seus próprios Estados.

O objetivo é claro: governadores de oposição morrerão à míngua, seus Estados apodrecerão por falta de dinheiro e – política é assim – os mesmos jamais serão reeleitos; o povo obviamente preferirá escolher candidatos “alinhados” com o Governo Federal – leia-se “ditadura” – para que os serviços básicos, essenciais, voltem a funcionar em suas cidades.

Isso nos mostra claramente que a ditadura do Ludibriário já sente segurança o suficiente para, após consolidar o controle sobre o povo, começar a controlar os Estados.

Até o momento devo confessar minha enorme preocupação com os comentários e críticas que ouvi, de parlamentares e analistas políticos, sobre tal “deforma tributária”. Todos, sem exceção, concentram seus cuidados sobre o real e desenfreado avanço do Governo sobre nossos bolsos, mas nenhum deles – NENHUM – em momento algum, parou para alertar o povo sobre esta verdadeira “reorganização administrativa da ditadura” que, além de abarrotar seus cofres, garantirá que todos os Estados da Federação sejam submissos e cordatos, suplicantes por verbas e dispostos a dar em troca toda a obediência necessária, exigida pelos ditadores.

Anotem o que estou dizendo: este “Comitê Gestor”, que decidirá quanto cada Estado receberá, será evidentemente composto pelos eternos apaniguados da ditadura – e pouco interessam seus cargos e ocupações: que sejam políticos, empresários, padres ou até “personal trainers”, não importa. Todos estarão ali para fechar as torneiras aos Estados governados pela oposição e regar, com fartura, aqueles cujos Governadores sejam aliados. Cabe observar que esta rega farta irá diretamente para os bolsos de tais elementos, não para as necessidades do povo, como por hábito acontece no sistema petista.

Aquilo que escrevo tem tanta repercussão quanto o furto de um bujão de gás em Xambiobá, e por isso peço aos leitores – caso algum seja bem relacionado com pessoas influentes – que ajude a espalhar este alerta, pois tal Comitê nada mais é que a consolidação da ditadura do Ludibriário, no Brasil.

E lembro: há que se impedir tal barbárie já, imediatamente, pois a proposta segue lépida e fagueira em nosso omisso Legislativo.

O aviso está dado, depois não reclamem.


Walter Biancardine



sábado, 20 de julho de 2024

NADA ALÉM DE UM “PARABÉNS” -

 


Outros países, outras culturas, outros costumes.

Nos Estados Unidos e em países da Europa ocidental, o apoio das pessoas a causas que representem seus interesses, gostos ou mesmo pretensões diversas se traduz em contribuições financeiras para os promotores ou instituições que as promovam.

A tal ponto esta mentalidade é arraigada em seus hábitos e costumes que nos Estados Unidos, por exemplo, uma pequena parte dos rendimentos da maioria das pessoas já é previamente separada e destinada a tais finalidades. O raciocínio é simples e civilizado: se alguém tomou a iniciativa – e assumiu os encargos e consequências – de divulgar, alertar, promover ou mesmo advertir, ensinar ou, em última análise, entreter o público, tais pessoas ou organizações devem ser remuneradas e receber o apoio financeiro daqueles que se beneficiam com isto.

Existem, entretanto, povos que são notórias exceções e cito todos os países da antiga “Cortina de Ferro” – Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Ucrânia e tantos outros – que, em decorrência da vida miserável imposta por governos comunistas, não só jamais dispuseram de tais pequenos valores para doações como, de modo pior, estas contribuições eram vigiadas pelas autoridades e poderiam representar, no mínimo, um “Gulag”. Para piorar, a mentalidade que “o Estado tudo provê, de tudo cuida e tudo resolve” terminou por levar seus cidadãos a um imobilismo atávico, fronteiriço ao comodismo puro e simples.

Já nosso Brasil, a nação de taipa, é uma cruza entre este mesmo Estado provedor – originado desde uma escravidão tardiamente extinta como, também, das sequelas civilizacionais impostas pela ditadura Vargas, a qual inaugurou o torpe assistencialismo que nos contamina até os dias de hoje: sim, não há necessidade de doar aos que tomam quaisquer iniciativas pois o Estado “tem a obrigação de resolver” e, ao fim e ao cabo, “esses caras só querem mesmo é aparecer e, depois, se candidatarem a vereador”.

O fundamento psíquico do brasileiro médio é indígena, extrativista: não há por que remunerar uma goiaba que pegamos no pé, e dele nos serviremos até que acabem. Quando acabarem, encontraremos outro. E isso descambou em uma desavergonhada preguiça de agir, vergonha em tomar iniciativas, omissão perpétua e, para piorar, uma suja desconfiança – e inveja – daqueles que ousam subir em um caixote para gritar por algo que creem. Não à toa, o Brasil é uma terra que abomina heróis e, quando os temos, tratamos logo de descobrir algum podre de seu passado, para desmerecê-lo; lamentar que “nada tem jeito e tudo é impossível” é a melhor maneira de justificar a própria preguiça, travestida de impossibilidades opressoras.

Nossa mente torpe de tudo desconfia: não se contribui para uma Santa Casa da Misericórdia, para uma APAE, ABBR, campanhas arrecadatórias para desabrigados e, muito menos, para campanhas políticas de candidatos em que votaremos – “eles que se virem, o Fundo Partidário está aí para isso”, alegamos. E tudo insistimos em medir pela nossa própria régua, que evidencia apenas a absoluta falta de valores e princípios morais, que vem sendo varridos impiedosamente pela cultura de massa e grande mídia.

Sempre haverão os que alegam “doar o dízimo” para a igreja de sua predileção mas, infelizmente, em maioria absoluta dos casos não se trata de um ato de fé e, sim, de um pitecantropus “fazendo negócios” com Deus: pagamos o milagre ou graça que, em breve, esperamos receber.

Tal niilismo moral se reflete diretamente naqueles que, ainda e sob todos os riscos, insistem em expor suas opiniões ou denunciarem arbitrariedades e falcatruas de nossa ditadura, nas redes sociais. Descontados os vigaristas – sempre existentes em quaisquer ramos da atividade humana – tais abnegados gastam seus dias, suas horas, suas inteligências e esforços analisando e estudando todo o panorama de nossa conjuntura para levar um grito de alerta aos seus ouvintes ansiosos – que tudo querem saber, mas nada darão em troca.

Em culturas ainda não sequeladas pelas mazelas acima expostas, os ganhos advindos das próprias redes pouco representam – ou mesmo “nada” representam, pois em sua maioria são desmonetizados – mas uma assistência consciente e sabedora do valor de tais informações (bem como dos esforços de seus autores) jamais se recusa a contribuir com tais corajosos e os garante, ao menos, uma justa remuneração por seu trabalho e asseguram um mínimo de dignidade em suas vidas e, óbvio, seus ideais.

Ney Matogrosso cantava, orgulhoso, que “não existe pecado no lado debaixo do equador”. Sim, nem pecado nem empatia, comiseração, solidariedade, nada. Por aqui assistimos o YouTube como quem vê uma TV – grátis – lemos livros somente se pudermos baixar um PDF gratuito e jamais, em hipótese alguma, doaremos mais que dois ou três minutos de nossa atenção à páginas de artigos escritos. Remunerar o autor de algo que li? Nunca!

Para o brasileiro médio, um analista político do YouTube ou mesmo de páginas pessoais é um diletante, um milionário com a vida resolvida e que, por passatempo, resolveu exibir-se escrevendo ou aparecendo nas telas.

Em um país que ostenta tamanho e notório desprezo pela cultura, o pesado fardo de estudar, aprender, desenvolver ao máximo todo seu horizonte intelectual não passa de lenda – tudo mentira, estudar é só sentar, ler e decorar!, dirão os “realistas” – e assim temos em nossos olhos, a cada vez que assistimos canais favoritos nas redes, os eternos “pedidos de pix”, rifas e toda a sorte de atrativos, para que alguém se digne a coçar o bolso e – ainda que em troca de algo material, pois informação “não se guarda na gaveta” – contribua para o sustento do abnegado.

Certamente alguém dirá – cheio das mais ferinas razões – que escrevo tal artigo em causa própria, pois a desmonetização me afastou do YouTube e ninguém contribui com um só centavo em minha página pessoal de artigos, mas não sou apenas um miserável egoísta: escrevo, também, em prol de pessoas sérias em canais que acredito, tais como Brasil Paralelo, PH Vox, Sr. Sepúlveda, Didi Red Pill, Olavo de Carvalho, Padre Paulo Ricardo e tantos outros, que gastam suas aparições a mendigar trocados de uma assistência que apenas recebe, mas em nada retribui.

Sei que estou “chovendo no molhado” e que a mentalidade de um povo não se muda com meia dúzia de linhas escritas ou vídeos postados, mas que este artigo produza, ao menos, uma reflexão por parte do leitor e que ele passe a incluir – na ordenação de suas despesas mensais – as necessárias, patrióticas e humanas doações para homens e entidades que acredite.

Ninguém nos entregará um Brasil melhor batendo à porta de nossa casa.

Não há felicidade “delivery”.



Walter Biancardine



quinta-feira, 18 de julho de 2024

MEMES E CULTURA -

 


Em momentos de soberba, sempre ostentei a facilidade que disponho em transitar dos livros de Sertillanges, Jacques Maritain ou Olavo de Carvalho até o volante de um FNM e suas duas alavancas de câmbio. Ainda embalado por tal soberba, igualmente passeio com gosto entre análises políticas, hipóteses filosóficas ou questionamentos teológicos para depois, sem cerimônias, descambar para o mais descarado pastelão e posts de humor em nível 5ª série.

Impossível ser unidimensional, um homem monolítico, um só e monótono bloco sólido, cujas facetas diversificantes são escondidas ou, como muitos desejam secretamente, inexistentes. Se tal tipo humano realmente existe, certamente será por conta de transtornos obsessivos e nunca devido a supostas e ostentadas “superioridades” a assuntos ditos “mundanos”, pois não há quem não goste de uma boa e eventual bagunça.

Se há um dom que não possuo mas gostaria de ter é desenvoltura no humor, não somente pelo bem evidente que faz à saúde mas, inclusive, por ser uma poderosa e letal arma contra pseudo-poderosos e opressores de plantão – e tal verdade vem se tornando cada vez mais evidente com o notório desconforto de nossa ditadura, sem saber como lidar com a enxurrada de memes apontados contra o Ministro Haddad.

A infantilidade primária, inerente a toda patologia megalomaníaca pelo poder, é demonstrada claramente se recordarmos alguns dos mais brilhantes humoristas brasileiros – cito Jô Soares, Agildo Ribeiro, entre outros – que eram todos esquerdistas e foram responsáveis por alguns dos momentos memoráveis no "show business" tupiniquim. Em outras palavras, a esquerda sabe muito bem como fazer humor, apenas é incapaz – pela patologia ditatorial citada – de sofrê-lo, sendo o alvo.

Tal incapacidade se espalha não apenas entre os destinatários mas, inclusive, em seus áulicos e aduladores de plantão – grande mídia e afins – que “rosnam ameaças” inócuas e vãs contra os milhões de brasileiros que, graças à internet, divulgam tais piadas. Sim, se os ditadores podem agir contra um grupo específico de humoristas – e cito o canal Hipócritas – nada podem fazer, por outro lado, para deter a enorme massa humana que viraliza o deboche contra tais sinistros personagens.

Não à toa as propostas de regulamentação das redes sociais vieram novamente à tona, exatamente no auge de esmagadora propagação de memes, citando o Ministro Haddad: ditaduras não suportam, não sabem lidar e podem mesmo implodir, se vitimadas pelo humor ácido, inteligente e, principalmente, unânime nas mais variadas redes sociais do país.

Volte aos tempos de criança e lembre-se o que sentia quando os colegas se reuniam e, rindo, apontavam o dedo para você: sim, extremamente incomodado e, desde então, sem saber o que fazer e como reagir.

Ora, provavelmente o leitor não é um ditador em potencial, tem uma vida normal e, mesmo assim, jamais aprendeu como reagir a tal situação. Imagine, por outro lado, uma pessoa que está plenamente convencida em ser alguém “superior”, cujos desejos não apenas devem, mas serão prontamente atendidos e que todos se curvam publicamente perante ele. E, em meio a toda essa pompa e circunstância, um gaiato te chama de “cabeça de ovo”.

E assim se dá o apocalipse pessoal da autoestima doentia de um ditador, e suas reações sempre serão figadais, irrazoáveis e desconexas.

O humor mata o mal, use-o sem moderação.

Não se restrinja, por comedimento ou vergonha, em repassar tais memes, temeroso do que tal atitude fará com sua imagem diante de seus amigos e colegas, pois aprendemos – o regime militar brasileiro nos ensinou – como a piada, o desdém e o deboche podem, verdadeiramente, desnortear aqueles que se atribuem o título de “proprietários” de um país e de um povo.

Quem é das antigas, lembrará: “Faça humor, não faça a guerra”.


Walter Biancardine





quarta-feira, 17 de julho de 2024

GASTANDO NEURÔNIOS -

 


O tédio é a raiz de todo o mal, a recusa desesperada em ser você mesmo.

Gênio é quem distingue o difícil do impossível.

Um problema insolúvel nada mais é que uma verdade a ser aceita.

A água fervente que amolece as batatas, também endurece o ovo.
A questão é do que você é feito, e não as circunstâncias.

Ninguém se cura no mesmo lugar onde ficou doente.

Amadurecemos com os danos, não com os anos.

A dúvida mata mais sonhos do que o fracasso jamais fará.

Não existe momento certo.
Somente o tempo, e o que decidimos fazer com ele.

Todos, em algum momento, sentam-se a um banquete de consequências.

Há mil lições nas derrotas, mas apenas uma nas vitórias.

Um navio está seguro no porto, mas não é para isso que ele foi feito.

É melhor acender um fósforo que amaldiçoar a escuridão.


Walter Biancardine



CONSTANTINO, O MILAGRE E O FIM DA CIVILIZAÇÃO -

 


Assistia eu, hoje pela manhã, ao excelente e necessário programa de Alexandre Pittoli na Rádio Auriverde, via YouTube, e tive a oportunidade de acompanhar a tristemente realista análise de nossa situação política brasileira, feita por Rodrigo Constantino.

Nela, o articulista discorre sobre as profundezas institucionais as quais descemos e a pesada parcela de responsabilidade dos Presidentes das casas legislativas – Câmara dos Deputados e Senado – os quais, por omissão, deixaram o caminho livre para os arreganhos ditatoriais da suposta mais alta Corte de Justiça do Brasil.

Constantino, entretanto, limitou-se a uma análise pragmática deste contexto e apontou – com justa razão – o evidente fato de uma maioria absoluta de parlamentares estar “nas mãos” do STF, sempre “pendurados” por alguns processos e pouco importando se os mesmos são por justa razão ou, simplesmente, “inventados” por aquela Corte apenas para controlá-los.

Nestas linhas de hoje ouso ir além e, deixando as chantagens institucionais de lado, creio ser extremamente necessário apontar uma outra razão – profunda e verdadeiramente civilizacional – que induz não apenas parlamentares como, igualmente, pessoas comuns em todas as ocupações profissionais e localizações geográficas, deste imenso país. Esta outra razão foi abordada “en passant” por Rodrigo Constantino ao citar – misto de alegoria retórica com uma infeliz constatação – que “somente ‘um milagre’ poderá salvar o Brasil dos destinos que aparenta estar apontado”.

Constantino, entretanto, clama por um milagre ancorado ainda na apatia inerme de congressistas – chantageados ou apenas oportunistas, pouco importa – que nada fazem para impor a necessária e constitucional separação entre os Três Poderes e deter a escalada ditatorial do Poder Judiciário. Eu, em minha humilde visão rogo por idêntica intervenção Divina, mas fruto de um entendimento, digamos, “latu sensu” da totalidade humana envolvida – parlamentares e povo.

Existe hoje a plena consciência que o comportamento humano é, em certa medida, “contagioso” em situações normais, onde um punhado de covardes tem o poder de contaminar todo um enorme círculo de pessoas, inclusive, em razoável distanciamento dos mesmos. Vale acrescentar que hoje, com a popularização das redes sociais, todos os padrões de comportamento podem ser facilmente difundidos, ao ponto de criarem uma espécie de “consenso” e se tornarem posicionamentos “acima de qualquer dúvida”, puro “bom senso” e “juízo”. E nesta dinâmica se encaixam tanto a covardia, por nós presenciada diariamente, quanto o aparentemente extinto heroísmo – clamado por Constantino em forma de “milagre”.

Indo direto ao ponto, para que esta análise não se torne uma tese: desnecessário dizer que existe uma condenação quase unânime daquilo que, oportunisticamente, classificaram como “masculinidade tóxica”. Do mesmo modo os valores morais, outrora difundidos pela Igreja Católica, foram vítimas de uma suicida “autofagia” clerical, derrubados por solerte “Teologia da Libertação” e enterrados por Padres, Bispos, Cardeais e até, quiçá, Papas.

Obviamente tal usurpação jamais poderia ser levada à efeito sem um solerte e contínuo processo de anestesia das consciências populares, e o mesmo foi obtido através do poderoso auxílio da grande mídia, da cultura de massa, das artes, do ensino acadêmico e de tudo o mais que nos cerca, a tal ponto que o simples ato de levantar da cama pela manhã já seja uma oportunidade para “nos conscientizarem”.

Tal massacrante processo – contínuo, imparável e inevitável – resultou na maior emasculação já vista na história humana, onde a testosterona é enxergada quase como um vírus letal e qualquer atitude tipicamente masculina é objeto de um bombardeio apocalíptico, por parte das “vozes falantes” da sociedade – leia-se rádios, TV’s, revistas, filmes, etc.

Pois tais “comportamentos tipicamente masculinos” foram, sempre, a tábua de salvação da civilização humana ao provocarem insurreições, revoltas e guerras justas contra as eternas forças que buscam – os megalomaníacos sempre existiram – o poder absoluto, domínio global, a escravização da humanidade. E quando não há mais “homens” – na acepção do termo – não há mais heróis, não há mais disposição ao sacrifício, não há mais esperanças.

Pois que sejam premiados o feminismo, os movimentos gay e todas as ferramentas de manipulação humana travestidos de “lutas por direitos”, que usaram milhões de pessoas apenas para extinguir quaisquer possibilidades de reações – másculas – às sinistras pretensões de reduzir a civilização humana a um simples e inofensivo galinheiro.

O milagre que Constantino espera chama-se “testosterona”, mas é feio dizer isso.

Vivi para ver o “homem” ser extinto.

Não merecíamos este destino.



L'audace, l'audace; toujours l'audace…” (Danton)



Walter Biancardine





terça-feira, 16 de julho de 2024

CAIO COPPOLA: NEM TUDO O QUE É LÍCITO, É MORAL -



Todos somos livres para escolhermos os caminhos de nossas vidas.

Existem, entretanto, decisões que podem colocar em xeque toda a coerência que buscamos, ao longo de nossa existência - e que, alguns, procuraram apenas 'aparentar' possuí-la.

Exemplificando de modo curto e grosso: ser comerciante é lícito, obedecendo as prerrogativas legais. Todavia um Padre - mesmo com seus alvarás, impostos e licenças em dia - se colocaria em uma posição inaceitável ao resolver abrir, por exemplo, um sex shop.

Do mesmo modo um jornalista, que alcançou repercussão nacional comentando sobre política e destacou-se por seu embasamento e inteligência, perde toda a 'moral' em seus julgamentos ao candidatar-se justamente para as funções as quais tantas e ferozes críticas dirigiu.

Falo sobre Caio Coppola, e acrescento que o rapaz nada faz de ilegal - apenas não é moral, ao candidatar-se nas próximas eleições.

Ele não foi o primeiro, não é o único e nem será o último; mas tão sabidamente constrangedora é tal decisão que todos eles, que se candidatam, alegam as mesmas justificativas: afirmam conhecer bem os meandros sujos da política e que pretendem, com sua argúcia, sanear as imundícies que criticaram no passado e que tanto nos afetam.

A confiança é como um copo de cristal que, ao quebrar-se, esfarela e não admite consertos - perde-se para sempre.

Não à toa, apesar de reconhecer seu talento, jamais consegui "comprar" a figura de Coppola como alguém sinceramente imbuído de verdadeira indignação em suas críticas. Mais parecia-me um produto, dono de boa embalagem para o consumo das donas de casa e pais de família, mas cujo efeito é nulo - bastou-me seu apoio à candidatura de Sérgio Moro, em passado recente.

Um antigo ditado romano dizia que, para a mulher de César, não basta ser honesta: tem de "parecer" honesta.

Caio Coppola "parece" honesto, mas não terá meu voto.

Ou será o mesmo que um policial dono de boca de fumo.


Walter Biancardine



segunda-feira, 15 de julho de 2024

O ALVO NÃO ERA TRUMP, E SIM VOCÊ -


Já previa o irritantemente infalível professor Olavo de Carvalho que Donald Trump e o “stablishment” globalista norte americano não ocupariam jamais o mesmo lugar, e assistimos ontem a tentativa de monopolizar esta posição.

Agride nossas inteligências a obviedade de toda a preparação para o atentado, que incluía a conveniente viagem da Primeira Dama, onde recursos do Serviço Secreto foram desviados do comício de Trump para um evento de campanha de Jill Biden, em Pittsburgh. Essa mudança resultou no ex-Presidente sendo protegido por agentes temporários, de vários escritórios de campo e, como diversos vídeos mostraram, sem nenhum treinamento ou mesmo aptidão para as funções.

A tropa de trapalhões – na melhor hipótese – incumbida desta segurança ignorou as pessoas apontando para o telhado de um prédio, estrategicamente localizado, vendo o atirador rastejar à procura do melhor ângulo. O telhado tem visada para o pódio do comício e – vejam bem – não estava ocupado pela segurança, que deixou um ponto vital desguarnecido. Após o primeiro tiro do agressor, passaram-se 40 segundos – 40 longos segundos – até que ele fosse alvejado e morto.

Tempo demais, segurança – se não dolosa – amadora, pois o “sniper” que abateu o atirador afirmou que “esperava a autorização de um superior”, e ainda deu uma olhadinha para o Trump. Essa falha terrível causou a morte de um pai de família, enquanto tentava proteger os seus. Cabe lembrar, entretanto, que o atirador de elite dos agentes governamentais não precisava de aprovação para atirar, dado o risco e a iminência da situação.

Mas não somos apenas nós – desconfiados por DNA – que achamos tudo muito esquisito: em entrevista à Fox News, o congressista norte americano Corey Mills “sugeriu” que a negligência do Serviço Secreto durante o comício pode ter sido intencional.

Para piorar, o atirador que tentou alvejar Trump – após a inacreditável “demora” de quase dois minutos após seu primeiro tiro – foi “convenientemente” morto pelos agentes de segurança. Sim, pois defuntos nada confessam. Deveria ter sido capturado antes que pudesse atirar, pois já tinha presença conhecida e fez uma aproximação amadora, notada por diversas pessoas.

Deve-se acrescentar, como nota adesiva, a todo este relato teratológico de um quase óbvio assassinato, premeditado pelo próprio governo, agências de segurança e informação norte americanas: Mathew Crooks, o atirador, está em um vídeo (agora viralmente divulgado) de propaganda comercial da Black Rock, uma das principais empresas de gestão de ativos e investimentos do mundo. Ela detém participações em “big techs” como Google, Apple, Meta (dona do Facebook, WhatsApp e Telegram), Amazon, além de potências farmacêuticas, empresas de “commodities” e de serviços financeiros ao redor do mundo.

E quem é o dono da Black Rock? Larry Fink, cofundador e CEO, é o maior acionista individual da companhia, que é uma empresa de capital aberto e exibe rixa pública com George Soros – o qual dispensa apresentações – muito embora, neste tipo de mundo metacapitalista, tais desavenças sejam mais como as antigas rivalidades entre Emilinha Borba e Marlene, na era de ouro do rádio brasileiro: apenas “para inglês ver”. Como dizia o professor Olavo, Trump e o stablishment globalista não poderão, jamais, coexistir e seus associados/cúmplices – o governo Democrata, somado ao FBI e CIA, pesadamente aparelhados por tal tipo de gente – providenciaram um “pistoleiro” para liquidar a fatura e, depois, ser jogado no lixo tal qual Lee Harvey Oswald o foi, por Jack Ruby, após matar Kennedy.

E não é de hoje que conservadores (de modo geral) vem sendo rigorosamente extirpados da vida pública norte americana: uma extensa lista de assassinatos, que pode ser vista na figura que ilustra este artigo, comprova o método empregado pelos que anseiam o poder global desde que tal ideia deu seus primeiros passos, ainda no início do século XIX. O conhecido apego e respeito que o povo americano nutre por suas instituições não permite quarteladas, golpes de estado e outras falcatruas tão empregadas em repúblicas mais, digamos, tropicais. O que resulta disso é o assassinato puro e simples, pois é notório que o povo choca-se muito mais com a violência do ato que com a motivação de seus autores/mandantes: execra-se um assassino e esquece-se a guinada política nacional, rumo aos objetivos desejados por tal sinistro grupo.

Por pouco Trump não juntou-se a nomes como Lincoln, Garfield, McKinley e Kennedy – um Democrata que governava como Republicano e, para “piorar”, era apático (ocupava-se mais em seu “affair” com Marilyn Monroe que, curiosamente, morreu pouco antes dele – um aviso?) e fez a máfia perder milhões de dólares em seus cassinos, expropriados pela revolução comunista cubana.

Temos ainda, em tão lamentável lista, nomes como os de Theodore Roosevelt, Gerald Ford e Ronald Reagan, o que esfrega em nossas caras que conceitos como Deus, pátria e família não são bem vindos nos planos comuno-globalistas e, por consequência, todos aqueles que os professam – famosos ou anônimos – tornaram-se inimigos do sistema.

Nós, anônimos, não fazemos comícios. Tampouco temos poderes para, em uma canetada, mudar radicalmente a orientação política de uma nação inteira mas, dada nossa atuação “incômoda” nas ruas e redes sociais, somos alvo da mais violenta e descarada repressão, discriminação, censura injustificada, processos ensandecidos e sem base legal e até – pior – prisões completamente arbitrárias e de duração infinita.

Recentemente, o Ministro Lewandowski - vergonhas inacreditáveis da grande mídia à parte - referiu-se ao atentado como "o resultado de quem defende as armas", permitindo-nos traçar uma analogia em que o estupro é o resultado das moças andarem de mini-saias - uma imbecilidade de calibre ímpar, onde a vítima torna-se o culpado de tudo.

Mas para o sistema aqui no Brasil, somos demasiado “ralé” para merecermos o preço de uma bala; pura e simples opressão, declarações ensandecidas de Ministros, mídia escandalosamente mentirosa (lá e cá), censura, prisões e pau no lombo saem bem mais em conta.

Ao fim e ao cabo, o sistema se alimenta e troca informações. Já circula, na mídia norte americana, que o atirador era apenas "um lobo solitário", vinculado inclusive ao Partido Republicano - o Adélio deles, lá.

Para mal dos pecados, os inimigos somos nós; Trump vai bem, obrigado.

E graças à Deus.



Walter Biancardine


BRUNA TORLAY E A IMITAÇÃO DA GROSSERIA -


Confesso que nem todo dia tenho paciência em aturá-la.

Ao comentar sobre alguns cursos oferecidos pelos filhos de Bolsonaro, a infeliz mete os pés pelas mãos e descamba para a grosseria, pura e simples.

Posso emitir com tranquilidade opiniões pessoais, as quais jamais escondi de meus leitores, no que tange aos inúmeros cursos sobre todos os temas do mundo, oferecidos na internet: tábula rasa, nada além de "click-baits", porcarias irretocáveis cujo único beneficiário é seu promotor. Mas limito-me aos cursos, não aponto os autores dos mesmos.

Quando Bruna Torlay comenta o que mostra a ilustração deste artigo, o problema não é achar os cursos medíocres mas, sim, incluir os irmãos Bolsonaro em um rol que direciona nosso pensamento, inevitavelmente, à conclusão que não passam de charlatães; agrava-se ainda o fato de - em sua ânsia pelo desacato olaviano - incluir toda a direita brasileira, seus simpatizantes e eleitores na categoria de energúmenos terminais. Em outras palavras, a sra. Torlay declara a direita brasileira "órfã" e irremediavelmente sem rumo - a menos que todos a escutem e estudem (esta é uma conclusão sarcástica minha, não compliquem o que já é ruim).

Fica patente, pois, o óbvio desejo (e inveja) de imitar o inimitável professor Olavo de Carvalho.

Bem sei da imbecilidade reinante, mas a vejo não apenas na direita e esquerda como, igualmente e de modo mais grave, na incipiente intelectualidade brasileira, que gasta-se em desejos de herdar a posição quase lendária de um Olavo de Carvalho - por parte da direita - como, igualmente, na fúria insana esquerdista e tucana de, sequer, considerá-lo filósofo e preferir chamá-lo "astrólogo".

Ambos se equivalem na inveja, despeito e carbonizam-se nas chamas da vaidade patológica, pouco importando se tentam imitá-lo ou denegri-lo.

Lamentável posição da moça, que ostenta grande conhecimento mas - que as feministas não ouçam - igualmente exibe a peculiar limitação feminina para a transcendência e profundidade especulativa filosófica.

Preferiu restringir-se à maledicência de comadres.


Walter Biancardine




domingo, 14 de julho de 2024

TUDO É VOCÊ -


Cada privilégio de políticos e burocratas, é você quem paga.
Cada escândalo de corrupção, é dinheiro de seu bolso.
Cada trapaça noticiada, você permitiu por ação ou omissão.
Cada rua imunda e cidade quebrada, é culpa sua.

Cada música pornográfica ou filme nojento, você financiou.
Cada poderoso do governo ou particular, vem de seu dinheiro.
Cada assalto ou arrastão, você fingiu que não viu e só reclamou.
Cada jornal, rádio ou TV mentindo, é você quem sustenta.

Cada crime, você paga a bala.
Cada assassinato, você morre um pouco.

Não cuide apenas de sua própria vida,
ela só existe escorada nas vidas alheias.

Walter Biancardine


OS SINOS DOBRAM POR TRUMP -

 


Por inúmeras vezes fui acusado de não ter nenhuma empatia com o próximo, de em nada me importar com a dor e sofrimento alheios e, confesso, por maior quantidade de vezes assim me esforcei em aparentar.

Não cabe aqui explicar as razões de assim me comportar; o que desejo significar é o que, há muito, já foi descrito magistralmente por John Donne:

Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo.

Se um torrão de terra for levado pelas águas até o mar, a Europa ficará diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse o solar de teus amigos ou o teu próprio; a morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte do gênero humano.

E por isso não pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.”

Bolsonaro teve as tripas rasgadas, viveu meses com uma bolsa de colostomia colada em sua barriga e, até hoje, sofre as consequências deste atentado. E senti o rasgo em minha própria barriga, senti a dor que ele sentiu e o frio da lâmina perfurante.

Trump estaria com um buraco na testa e morto, se tudo desse certo – mas não deu. Teve a orelha rasgada e a clara visão que o mal demoníaco, avassalador e imparável, de fato existe. E sinto minhas orelhas em fogo até agora, acompanhado pelo animal desejo de caçar – de arma em punho – não apenas os atiradores como, principalmente, seus mandantes. Eu senti sua dor também, acompanhado do gosto de sangue na boca.

Mesmo o amor de minha vida, que sofria por seus filhos, por mim e minha secura, apenas conseguia saber deste autor covardemente escondido, sofrendo por ela sofrer – mas disso ela não sabia, embora igualmente sentisse sua dor, piorada por minha impotência.

No momento em que escrevo estas linhas – prenhe de fúria e com o coração compassando tambores de guerra – pouco ou nada direi sobre a infâmia e o atentado em si. Apenas que tenh em mim, também, a mortal vergonha de ter a profissão que tenho; o embaraço incurável de ombrear-me à cínicos, mentirosos, canalhas enganadores que não coram em criar verdades particulares, as escrevendo em instrumentos que deveriam informar, prevenir e salvar pessoas, vitimadas pelos segredos sempre escondidos que todos os governos e elites possuem, mas enganando-as por sua vez – dopados por ideologias, fanatismos e idealismos que favorecem apenas seus vícios, jamais um ideal de vida melhor.

Sim, eu sinto a dor dos outros.

Sim, eu sinto a vergonha alheia.

Sim, nenhum homem é uma ilha, e os sinos dobram por ti.

Mereça-os.



Walter Biancardine



sábado, 13 de julho de 2024

PENSAMENTOS DE QUEM ACORDOU NO MEIO DA NOITE - INSÔNIA


"Para mim, ela era o livro.
Para ela, eu fui um capítulo. 
Não se dá sentimentos permanentes a pessoas temporárias."

"Se posso sobreviver aos meus próprios pensamentos, 
posso sobreviver a qualquer coisa."

"Tudo o que tenho é o hoje.
O resto são apenas lembranças ou planos."

"Minha dor vai passar, assim que acabar de me ensinar."

Walter Biancardine

sexta-feira, 12 de julho de 2024

INOCÊNCIA, MEDO OU COVARDIA? -

 


Reação natural no ser humano é buscar assuntos mais amenos quando o ambiente torna-se pesado demais, os sentimentos mais íntimos acendem o sinal de alerta e prenunciam nuvens negras na conjuntura ou, como diriam os mais jovens, a “vibe” fica “carregada” e desagradável.

Não à toa gastei os últimos dias escrevendo futilidades, divagando sobre whisky e jazz ou mesmo comentando histórias familiares mal contadas; tudo isso objetivando fugir de prenúncios e constatações sinistras que, por mais que eu finja não ver, pesam-me os ombros e a consciência.

Este peso não diz respeito à minha situação particular precária ou mesmo ao estado pós-operatório que me encontro mas, sim, à clara percepção do que brevemente virá, ao observar o posicionamento dos jogadores em campo e nossa inocência e inação diante disso.

Conversava recentemente com um velho amigo, via WhatsApp, e o mesmo advertia-me sobre meus escritos, alertando que poderiam causar-me problemas e, até mesmo, processos e prisão. Ora, este amigo está longe de ser um ignorante, possui o terceiro grau completo e atua na profissão que escolheu mas, ainda assim, não consegue diferenciar uma reportagem, denunciando crimes, de um simples artigo opinatório. Mais: assume como “normal” alguém ser preso por algo que, no máximo, renderia processos de calúnia, injúria e difamação – caso provada a culpa. Pior: crê piamente na lisura do sistema, não admite como possível instituições como o TSE sofrerem influências externas e põe a mão no fogo sobre a impossibilidade de adulteração no registro e contagem eletrônica de votos, jogando todas as hipóteses na caixa cômoda e fácil da “teoria da conspiração” – posto que são hipóteses terríveis demais para sua humana capacidade de suportar.

Uma das pesadas constatações com que tenho de lidar é o fato que uma pessoa ostensivamente inteligente e de nível superior não sabe interpretar um texto e, de modo pior, claramente “deleta” partes essenciais do mesmo, as quais contrariam frontalmente suas alegações – um misto de mecanismo psicológico de fuga com simples desejo de “ganhar a discussão”, e não de compreender o que se passa, independente de suas convicções ideológicas.

Tal fato causa-me profundo abalo, pois trata-se de alguém que conheço há anos, amigo leal mas, mesmo assim, ainda orientado pelos noticiários de TV e pleno de ideias pré concebidas e preconceituosas contra quaisquer informações que não sejam oriundas dos “meios oficiais de comunicação”: TV Globo, Record, Band, SBT, etc. Se ele, do alto de sua inteligência e cultura pensa assim, o que se passará na cabeça de pessoas não tão privilegiadas quanto ele? O que pensarão milhões de eleitores, Brasil à fora?

Infelizmente meus temores não cessam por aí: toda a conjuntura geopolítica – planetária – leva-me quase ao pânico, ao perceber que as peças do jogo de xadrez estão sendo ostensivamente movimentadas e nada podemos fazer, independente de termos governantes gêmeos em pensamentos políticos ou oriundos de outras preferências.

Os países mais importantes da Europa, como Inglaterra, Alemanha e França estão sob governos de esquerda – e evitarei discorrer sobre as estranhas contabilidades de votos que levaram estas ideologias ao poder. Nos Estados Unidos não há como ser otimista com relação a Donald Trump, pois claro está que os Democratas – independentemente de seu candidato – “ganharão” as eleições; a mídia norte americana já aponta abertamente nesta direção e, como sempre, o ativismo judiciário (copiado de nós), somado à força do terror disseminado pela TV e jornais, provavelmente enterrarão Trump – e ele que se dê por satisfeito, se não terminar atrás das grades.

Já na Rússia, Vladmir Putin age como bem entende contra a Ucrânia (nem de longe defendo Zelenski, mas sim os ucranianos) e, pior, propõe uma “governança única” para os países que compõem o BRICS – leia-se uma só gestão política, um só judiciário e, obviamente, uma só força militar, policial, de inteligência e repressão. E nós outros, botocudos, estamos alinhados a tais canalhas pelas mãos imundas de Lula.

Por falar em América Latina, toda ela – com exceção provisória da Argentina e do Paraguai – está já nas mãos da esquerda globalista, bem como o principal país, híbrido entre as Américas do Norte e Central, México, igualmente assim se encontra.

O domínio mundial do discurso esquerdo-globalista (woke) é claro e jamais agiram de modo tão ostensivo e com tamanha fúria, em suas intervenções. A grande mídia – sempre aliada do mal – comporta-se de maneira quase inacreditável, apostando em uma “realidade paralela” baseada nas teorias nazistas de “repetir uma mentira até que ela se torne uma verdade”, e noticia fatos completamente distorcidos, rotula pretensões oposicionistas sob as pechas mais odiosas e embasa a indústria cultural em suas produções hipnotizantes, formadoras de uma juventude completamente dopada, em termos de realidade das coisas.

Todos os absurdos que assistimos aterrorizados no Brasil repetem-se, com ligeiras variações locais, por toda a Europa, pelas Américas, Ásia, Oriente Médio e até mesmo o impávido Japão não está imune a tal veneno.

A alienação – inocente ou covarde – observada no amigo citado ao início deste artigo, não se diferencia do comportamento médio do homem europeu ou norte americano de modo geral, e assim se fecha um círculo autofágico, incentivado e patrocinado por metacapitalistas como Soros, Schwab, Bill Gates, Rockfeller e Ford Foundation, bem como amparados pela inteligência russa e dinheiro chinês.

Confesso que, por vezes, a carga desta consciência que possuo – brutalmente resumida e amputada nas linhas acima – torna-se pesada demais para mim e, covardemente, fujo.

Tal como a orquestra do transatlântico Titanic, ponho-me a valsar em divagações familiares, musicais ou mesmo em anedotas particulares enquanto finjo não ver, desesperadamente, o naufrágio da civilização ocidental que ocorre sob as bênçãos e omissões de um Papa militante, o qual recusa-se, sequer, a amparar nossas almas.

Tremo ao pensar que, em breve, o conceito de “civilização” será apenas uma vaga e distante lembrança, parte de doces memórias de tempos que não mais voltarão.

E viveremos em um mundo de escravidão e escombros, cenário de vídeo game, cercados de zumbis drogados e ameaças depravadas, amparadas por alguma poderosa e planetária Gestapo.

O que será de meu filho?

O que fará meu amigo, quando isso acontecer?

O que farão as pessoas que pensam como ele? Se lamentarão? 

Será tarde demais.

De fato, é mais agradável especular se a vovó Condessa de Barral tinha ou não um chamego com o Imperador Dom Pedro.

Aproveite a vida civilizada, antes que acabe.

Boa sexta feira a todos.



Walter Biancardine





quinta-feira, 11 de julho de 2024

SURPRESAS AGRADÁVEIS -


Desfruto já há dois anos da gentileza e compaixão de meu amigo Alair Corrêa, que caridosamente cedeu-me um teto onde sarar os hematomas da existência.

Coisas da vida, dei-me conta hoje que jamais havia recebido ninguém nesta casa até que - para minha honra e alegria - visitou-me o Dr. Vitor Travassos Filho, que esteve no Riala para ultimar os preparativos de um evento de sua igreja, Lagoinha.

Pela primeira vez, desde que aqui estou, pude tomar um café com alguém - e devo acrescentar a excelência da companhia - e conversar aquilo que chamam "trivialidades", muito corriqueiras nas vidas de pessoas normais, não no cotidiano de exceções como eu.

Um privilégio, um conforto, um alento que fez crer-me quase alguém como todos, um sujeito comum, ocupando um lugar no espaço e na vida - e tenho certeza de que Dr. Vitor nem de longe imagina o bem que me causou.

Dentre os "causos" contados, comentamos sobre as lendas familiares em torno de uns e outros antepassados dele e, citando os meus, o Visconde de São Sebastião do Alto, que inventou um moedor de cana à vapor e ganhou o título de D. Pedro II, e a sugestivamente comentada Condessa de Barral, tutora dos filhos de Sua Alteza  - incluindo, é claro, a Princesa Isabel - cuja estreitíssima amizade com o Imperador originou inúmeros fuxicos e fofocas ao pé do ouvido.

Concluirá o leitor, com a lógica dos puros, que Dr. Vitor prestou-me grande favor, ao deixar fluir meus "causos" e lendas familiares que certamente usei, desesperadamente, para tentar diminuir os inúmeros e incontáveis rombos presentes em minha auto-estima - talvez até a empregada do Freud concluísse tal obviedade.

Pouco importa. O que vale é minha gratidão ao mesmo, pela paciência em acompanhar a aridez de um velho, na peregrinação por suas lembranças estéreis.

Muito obrigado Dr. Vitor, pela paciência.

Muito obrigado Alair Corrêa, pela generosa mão estendida.

Muito obrigado meu Deus, por saber o quão pequeno sou e perdoar-me acessos de soberba.

"Noblesse ruinée... dommage!"


Walter Biancardine