Se as coincidências não existem, os desencontros também não.
Talvez tudo seja uma questão da hora certa para os que acreditam na mão do destino, a pastorear sua felicidade. E assim, deixamos os anos passarem, dando tempo ao tempo, como diriam nossos avós, e permanecemos numa expectativa de doença crônica, apenas aguardando que os anti-corpos da vida baixem a guarda. Poucas pessoas, poucas mulheres para ser mais exato, acreditam em nada que signifique longo prazo, com relação aos homens. Quantas oportunidades são perdidas, de se saberem amadas, ao longo de uma vida inteira! Nada de bombástico, nada de dramático, cinematográfico. Apenas o acaso absurdo de serem donas e alvo de um amor que se recusa a morrer.
Existem almas que são feitas juntas; Existem amores que se amam porque amam; Amores irracionais, ao sabor do vento; Amores que decidem uma vida e definem quem podemos ser; Existem amores que mostram, para sempre, quem queremos ter; Amores que não se explicam; Porque o amor é inexplicável, e só. Assombrações, fantasmas do passado para uns; Semente que espera nascer, para outros. Amor não se pensa, Amor não se analisa, Amor não se discute, Amor não se contesta, Amor não se recusa, Amor não se guarda, Amor apenas se sente. O resto é desculpa de quem tem medo da vida.
E depois de tantos anos, foi possível olhar para algo além do chão. E vi que fazia sol. E vi, de novo, o dia nascer. Comigo.
Walter Biancardine é jornalista e tem ficado de coração mole. Deve ser porque agora tem dois aniversários: um deles no 10 de novembro.
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