segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Da Redação


Eu vou beber pra esquecer "môs pobrema"

É com muita frustração, com o orgulho em cacos e com a baixa-estima latejante em agonia que temos de dar a mão à palmatória e concordar com Odacir Gagau: só bebendo, mesmo.

Imagine que o cidadão sai do Rio de Janeiro corrido, sob uma chuva de balas, crente que vai se livrar de todo aquele perrengue que perfaz a triste rotina das grandes cidades – tiros, seqüestros, roubos, furtos, e mais um monte de trambicagens que fazem a alegria dos vendedores de alarmes cariocas – e vem se abrigar em Cabo Frio, o oásis de paz, tranqüilidade, gente amiga, águas transparentes e vento nordeste constante a limpar os ares da cidade.

Pois é, e deu no que deu: já tem gente com saudades do Morro do Alemão.

É Jacaré na cabeça

Mais que um palpite para os corretores zoológicos, a frase acima quer dizer a figura de um imaginário bairro-crocodilo, à martelar nossos crânios com a insistente e irrespondível pergunta: e agora, José ?

- “E agora”, perguntou Odacir, “desce mais uma gelada aí”, gritou o empresário boteco-etílico-crocodilesco-jornalístico, que tem até medo de botar em seu jornal os boatos que correm por aí, dando conta que a chapa vai esquentar no bairro, neste fim de semana.

E assim foi: depois de descer umas cinco dúzias, a gente fica surdo mesmo, e nem ouve os tiros.

Ai de ti, Cabo Frio

Um só batalhão para tomar conta de sete cidades, que vão de Saquarema até Rio das Ostras. Engraçado como acharam por bem separar Arraial do Cabo de Cabo Frio, um município que se a gente gritar no Foguete, respondem lá da Prainha, mas ninguém tem a mesma agilidade pra separar a jurisdição do 25º BPM. Caberiam, com folga, uns 3 ou 4 batalhões novos.

Será que estão tão ocupados que nem pensaram nisso?

No hospício, eu era Napoleão Bonaparte

Todo doido tem essa mania, e nós não poderíamos deixar de ter as nossa, afinal somos completamente insanos.

Só um maluco pensaria que, na prática, apenas 3 rodovias conduzem tudo e todos à cidade e, portanto, bloqueando-as com fiscalização severa, muita arma e droga poderia ser apreendida.

Só um 22 de carteirinha imaginaria em mandar a Guarda Marítima dar uma incerta em tanto barco que entra e sai de nossas águas, afinal – bom maluco que somos – em nossa mania conspiratória, poderíamos achar que indivíduos poderiam estar introduzindo – no bom sentido, é claro – sub-repticiamente, armas e drogas nos porões das embarcações.

Só um completo demente teria a louca idéia de montar uma fiscalização braba no aeroporto, afinal, já dizia vovó: “Cautela e caldo de colega não fazem mal a ninguém”.

E é só por isso que nos conformamos deles não terem feito isso ainda, porque sabemos que eles têm o juízo em perfeitas condições, ao contrário de nós outros, cujos miolos cozinham nas mãos do palhaço já há tempos.