quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Sem medo de mudanças

A vitória de Barak Obama nas eleições norte-americanas reflete claramente que a mentalidade conservadora, direitista – a “maioria silenciosa” de Ronald Reagan – sucumbiu aos oito devastadores anos do governo mais bronco da história daquele país.

Levado ao poder pela fraude explícita, suspeito de incompetência conivente na catástrofe das Torres Gêmeas e promotor de uma estúpida fuzilaria nas areias do Oriente Médio e que só não se tornou um novo Vietnam por pressão do próprio povo americano, o governo Bush deixa como legado muito mais que uma depressão financeira mundial: sua maior herança será a quase destruição moral dos Estados Unidos.

O pais que, sob a tutela de Bush filho apenas colheu guerras, 11 de setembro, crises e a antipatia mundial, estará agora com seus destinos nas mãos do mais cotado alvo de atentados da história presidencialista mundial. É notória a mentalidade racista que predomina no meio-oeste, e mesmo com a maioria obtida devido também ao buraco cavado por Bush, não é improvável que um candidato a Lee Oswald resolva promover uma eugenia racista no Oval de Washington.

Seja como for, Barak Obama quer dizer mudança. É o grito de ‘basta’, dado pela nação do norte à uma política arrogante e ultrapassada. E Barak Obama, pelo que representa de oposto ao que o americano médio considera como o estereótipo do líder – branco, direitista, belicoso e com postura de xerife – é a versão made in USA de um Luis Inácio Lula da Silva.

Tanto lá como cá o desejo de mudanças refletiu-se nas urnas, mas a experiência brasileira servirá de base para que o primeiro negro na Casa Branca não repita os mesmos erros do primeiro retirante no Palácio do Planalto e descambe para o populismo continuísta.

Mas aí cabe a pergunta: e nós outros com isso? O que temos a ver é que o novo presidente chega cercado por uma aura de esperança, de desejo de renovação como poucas vezes se registrou no passado, e o mercado financeiro sabe muito bem como a simples troca do gestor de uma crise pode produzir saltos positivos em indicadores anteriormente desesperadores e aparentemente sem soluções viáveis.

Trocando em miúdos, um novo alento no mercado financeiro mundial – capitaneado pelo sangue novo – certamente refletirá nas bolsas também do Brasil, gerando o alívio tão desejado por todos, do ministro da Fazenda ao dono da padaria, que compra o trigo cotado em dólar para vender pãezinhos pagos em reais – pãezinhos que são comidos pelo ministro e também pelo pescador que mora na Figueira.

Que Deus, o FBI e a CIA dêem vida longa e saúde ao novo presidente da (novamente) mais influente nação do planeta.

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