Por muitos anos escrevi no jornalismo político da cidade de Cabo Frio, me envolvendo diretamente em brigas - pois eu era o único articulista da cidade que assinava o nome nas matérias - denúncias e conflitos a tal ponto contundentes que um ex-prefeito tentou processar-me por (desespero dele) "desacatar o Judiciário".
Sabedor da imundície que contamina os meios políticos - seja o jornalismo ou o próprio exercício da atividade - tomei a precaução de jamais esconder nada, absolutamente nada de minha vida pessoal. Certamente o amigo leitor conhecerá jornalistas que, como por encanto, mudaram do vinho para a água (salobra) após serem vitimizados pela eterna chantagem deste meio. Como nada tinha eu a esconder e tudo publicava - até minhas dores de cotovelo e bebedeiras - jamais encontraram qualquer meio de me dobrar.
Agora, porém, são outros tempos.
Pouco ou nada mais me atrai ao jornalismo político; meus ideais permanecem mas, conscientemente, domesticados pela certeza de que a principal vítima dos desmandos atuais - o povo - nada fará. E não perderei mais tempo ajudando quem não quer ser ajudado.
Deste modo, cada vez mais tenho restringido os eventuais escritos onde abordava aspectos de minha vida pessoal. Ainda que os mesmos jamais tenham revelado todas as minhas inúmeras facetas - sim, pois todos somos como diamantes. O problema é exatamente o teor de nosso quilate - ainda assim tiveram o efeito colateral de banalizar-me como pessoa.
E isso acabou.
Permaneço aprofundando meus estudos filosóficos, teológicos e até - diletante que sou - antropológicos e arqueológicos, mas os anos de indiscrições pessoais acabaram, pois a guerra política (ao menos para mim) terminou.
Quem quiser saber o que penso, meus valores e princípios e o que estudo e cultivo, que leia meus escritos. E quem quiser me conhecer - verdadeiramente, não as lamúrias estrategicamente publicadas no passado - que venha ao meu encontro.
Perfis e páginas não passam sangue, suor e lágrimas.
Walter Biancardine
Nenhum comentário:
Postar um comentário