sexta-feira, 26 de abril de 2024

OVO PRESIDENTE ou PAX ALEXANDRINA

 


Muito se discute sobre os desaforos constitucionais e a audácia infinita de um dos personagens mais sinistros da atual República Ditatorial do Brasil, com tempo precioso sendo utilizado em especulações sobre possibilidades de retaliações, punições ou outros itens da extensa prateleira de vinganças pessoais disponíveis no mercado.

Aparentemente o foco é castigar o líder do Soviet Judiciário Supremo, com poucas – ou melhor, inexistentes – preocupações sobre o que está por trás de tamanho atrevimento desta cínica e negra toga, verdadeiro símbolo de um impensável – para os incautos – totalitarismo verde e amarelo. E, dada a cegueira juvenil que grassa entre analistas políticos das redes sociais e mesmo em alguns poucos e corajosos jornais, creio ser conveniente considerar algumas hipóteses que exporei abaixo, para que todo o sofrimento atual não se resuma a um simplório desejo de vingança o qual, uma vez satisfeito, concederá ao vigente e perverso sistema, a permissão de manter-se no poder.

Audace, audace...toujour l'audace...

Antes de mais nada não podemos esquecer que um projeto de poder dirige o Brasil. A esquerda jamais elaborou ou mesmo preocupou-se, verdadeiramente, com qualquer coisa que lembre um projeto de governo. O que a motiva não é o "governar", e sim "o poder" puro e simples.

Por mais que malabarismos filosóficos e ideológicos se esforçem em divorciar o socialismo, a centro-esquerda ou o progressismo do carnívoro comunismo marxista, todas as vertentes tem em comum os genes da revolução e do exercício arbitrário do poder. Ainda que existam bibliotecas colossais de obras redigidas com o fim de impor a crença em tal divórcio - como fossem ideologias diferentes - a simples constatação sobre sua origem em comum e de assumirem classificações como "ideologias" já serão suficientes para que os mais avisados enxerguem o verdadeiro valhacouto de sociopatas, que são tais pensamentos¹.

"Ganhar eleições é uma coisa, ter o poder é outra", disse recentemente um dos membros da Junta Ditatorial, que hoje nos governa.

Tal poder não foi obtido nas urnas, por mais obedientes que as mesmas sejam. O mesmo é oriundo de uma longa preparação, de anos intermináveis de aparelhamento ideológico estatal, institucional, religioso e do sistema de ensino, sempre amparados pela então única voz da verdade, a grande mídia: "se deu no jornal, então realmente aconteceu" - este foi o pensamento dominante do povo de qualquer país até o advento da internet, que extinguiu tal monopólio.

Ainda assim, temos diante de nós o assustador - e sempre ignorado - quadro de um sistema de opressão verdadeiramente escravocrata, composto por personagens terríveis e poderosos, alguns deles enumerados abaixo:

1 - Sistema de ensino;

2 - ONG's;

3 - Movimentos sociais;

4 - Instituições (governamentais, igrejas, etc.);

5 - Crime organizado internacional;

6 - Metacapitalistas (George Soros, Klaus Schwab, Bill Gates, etc.);

7 - Grande mídia, indústria cultural e do entretenimento;

8 - Obediência a "blocos de poder" (Globalismo, Eurasianismo, Califado Mundial Muçulmano).

Discorrer sobre o aparelhamento do sistema de ensino, das instituições, ou mesmo a respeito das interferências da grande mídia e dos metacapitalistas em nossa realidade nacional seria chover no molhado, já que muita gente boa já denuncia tais ações e personagens - sem jamais, entretanto, ligá-los diretamente à um sistema de poder, composto aqui no Brasil por partidos políticos, traficantes de drogas e um descapilarizado e atrevido cidadão togado, que ora ocupa o centro de nossas atenções. E isso é preocupante, sempre me fazendo questionar as razões de não unirem os pontos. Medo? Prudência? Ou simplória ignorância?

Posso, entretanto, comentar sobre outros atores - sempre esquecidos ou subestimados - do horroroso cozido citado, e cito aquilo que a blandícia jornalística costuma chamar - apoiada por políticos - de "sociedade civil organizada": as ONG's e os movimentos sociais, colocando-os juntos por serem, ao fim e ao cabo, apenas seis e meia dúzia - ou seja, a mesma coisa.

Ligando os pontos

Ambos adotaram com sucesso o princípio criado por Karl Marx e sua fantástica droga sintética chamada Ditadura do Proletariado: a tese é levar os proletários, o povo, ao poder. Entretanto, evidentemente seria uma temeridade convocar toda uma população para decidir sobre os mais comezinhos atos administrativos e, por isso, seriam instituídos os "Comissários", que representariam toda essa choldra de gente chamada "povo", e decidiria por eles - até aí, nada diferente de uma Câmara de Deputados, com exceção do fato de que os mesmos seriam escolhidos pelo "chefe dos Comissários" - sim, pois haveria de ter alguém que coordenasse tudo! - e que tanto o chefe quanto seus subordinados jamais seriam substituídos, afinal, eles eram "o povo no poder"!

A "sociedade civil organizada", seja em ONG's ou em movimentos sociais, funciona exatamente da mesma maneira: exibe-se uma cenoura diante do burro (oferece-se uma proposta ou ideia tentadora, que represente vantagens financeiras ou atenda a idiossincrasias pessoais) e recruta-se, deste modo, milhares de pessoas - agora finalmente chamadas de "povo" - para, através de seus altos níveis de adesão, conferirem à proposta um peso numérico, uma "expressão da vontade popular" agora já recheada de peso político, peso este representado unicamente pela quantidade - nunca qualidade - de pessoas apoiadoras.

E então caímos no mesmo problema dos marxistas primatas - perdoem, primitivos - sobre quem, afinal, coordenará tudo isso.

Ao fim de todo o engôdo, entidades representantes da "sociedade civil organizada" acabam por ser pura e simples massa numérica de manobra, nas mãos de um indivíduo ou pequeno grupo, que as utiliza para a obtenção de seus propósitos pessoais ou corporativos sob a capa de "vontade do povo" e que, tal qual os antigos comissários, jamais sairão de seus postos de comando.

Tal e qual são as ONG's, com pequeno e perigoso diferencial substanciado pela possibilidade de apoio financeiro de governos, grupos privados e a concessão - obtida destes mesmos governos financiadores - de atuação monopolística e verdadeiramente feudal sobre áreas cada vez maiores e mais importantes do território nacional.

Ora, tanto o governo quanto os grupos econômicos (mal distinguem-se uns dos outros, em nosso capitalismo verdadeiramente fascista²) são a última instância diretiva de tais organismos, e os utilizam para a consecução de seus objetivos - a instituição ou consolidação de um sistema ditatorial de poder, por exemplo. A grande mídia, por fim, encarrega-se de transformar tal teatro de marionetes em "apoio popular" às mais abstrusas formas e métodos de governo, sempre escoradas em "pesquisas de opinião pública" ou na cobertura descaradamente favorável a eventos, "protestos" ou manifestações de tais grupos. E se você não consegue enxergar pontos de contato com sua realidade cotidiana, lembre-se da "associação de bairro" de onde você mora (e seus apoios ou repúdios velados a determinados entes políticos) ou das ONG's sempre assíduas em frequentar matérias do Jornal Nacional (por vezes até com o cantor Sting visitando indígenas em uma área onde brasileiros não tem permissão de acesso e que, por coincidência, são riquíssimas em minérios ou biodiversidade) e descaradamente louvadas por emissoras de TV, políticos esquerdistas e até levando índios para protagonizarem danças rituais com nosso conhecido Ovo Togado.

Seria demais especular se alguns indígenas (humanos, demasiadamente humanos, diria Nietzsche), de algum modo favorecidos, impusessem uma contrapartida na dificuldade de atuação da Polícia Federal em suas reservas? Afinal, nem só de aviões vive o tráfico de drogas e o mesmo - basta ver no site do Foro de São Paulo - é figura atuante e poderosa na geopolítica da América Latina.

Descendo um pouco o nível, não apenas na geopolítica da América do Sul, mas igualmente em nossos desejos eleitorais verde-amarelos - afinal, não só financiam partidos políticos brasileiros como - verdadeiro troféu - podem exibir conhecido careca como um de seus (ex?) advogados, e estou falando do PCC.

Nosso buraco é mais embaixo

Parece que agora sim, temos finalmente um ponto de contato entre tanto palavrório intelectualóide e nossas desgraças cotidianas, e se o leitor viu sentido nisso tudo, será forçado a admitir que as verdadeiras forças por detrás da tirania suprema que nos aflige é o tráfico de drogas, o Foro de São Paulo, e tudo isso secundado e comandado - acirrada disputa - por globalistas e eurasianistas, ampla parceria que vai de Vladmir Vladmirovicht Putin até George Soros e Bill Gates, dando antes uma passadinha na mansão de Pablo Escobar e do Cartel de Los Soles.

Pergunta pornográfica: e onde entra o Ovo, nisso tudo?

É pública e notória a clamorosa perda de poder da esquerda no Brasil, iniciada por Olavo de Carvalho e endossada por Jair Bolsonaro - não há como contestar ou combater, dentro dos limites da razão. E isso desagradou (leia-se "deu um baita prejuízo, perderam bilhões de dólares") aos grupos que sempre ocuparam o poder em nosso país. Tais grupos lá estão desde a instauração desta infeliz República e não seriam quatro míseros anos de Bolsonaro - ainda que fortemente amparados por, ao menos, dez anos de um Olavo de Carvalho furioso, tentando abrir os olhos tupiniquins - que os removeriam de lá.

Estes grupos e seus sócios internacionais não podiam mais contar com um ex-presidiário, alcoólatra em fase terminal, cuja única arma era o apoio popular - ainda que metade do mesmo fosse fabricado pela mídia. Era preciso achar alguém que, diante da impossibilidade racional de vencer por argumentos, impusesse pela força e brutalidade os meios necessários para mantê-los no poder - e o senhor Michel Temer criara, em seu castelo na Transilvânia, o monstro necessário para tal tarefa, colocando-o no Supremo Tribunal Federal - local preparado adrede por pífia, confusa e marxista Constituição Federal, parida por cripto-comunistas contumazes como Ulisses Guimarães e Tancredo Neves, que impunha o parlamentarismo (soviete) em presidencialismo, sem sequer corar com isso.

Mais que corajoso, o Ovo é louco. Verdadeiro sociopata com delírios de grandeza, ostenta como pior de seus defeitos a pretensão absurda - gerada pela sempiterna bajulação do poder - de chegar à Presidência da República, mas nunca pelos meios tradicionais. Não, o Ovo é louco, quer o poder absoluto e metade de sua audácia temerária é o caminho que traçou para chegar ao trono via "estado de exceção", e lá permanecer ad nauseam.

De fato, temos um caminho já traçado para nos preocupar: ele controla o STF, controla o TSE e suas urnas mágicas, controla os meios de comunicação (agora o Judiciário premia a TV Globo com um troféu, pelo seu engôdo do 8 de setembro) e controla - via processos engavetados - políticos que vão de deputados até o Presidente da República, sem esquecer os presidentes do Senado e da Câmara.

Mas, como eu disse anteriormente, o Ovo é louco e passou dos limites.

O fato de ter um Bill Gates, um Mark Zuckerberg e seu Facebook, WhatsApp ou mesmo YouTube como parceiros de ditadura mexeu com seu frágil equilíbrio emocional, e passou a entender os mesmos como "submissos à sua autoridade". Daí a fazer tábula rasa e considerar Elon Musk como apenas um "rebelde birrento, merecedor de uns corretivos", foi um pulo.

Ainda é cedo para dizer se este pulo quebrará as pernas do Ovo e se o mesmo será defenestrado do STF, mas é importante lembrar antes do inevitável carnaval, subsequente à queda do descapilarizado, que ele é (ou foi?) apenas um mero instrumento - enlouquecido pela soberba e planos pessoais, é verdade - de um sistema infinitamente maior e sua queda, nem de longe, significará o fim desse sistema. Existem outros para ocupar seu lugar, alguns com apetite evidente - tal como Flávio Dino - e se o impeachment vier a acontecer, o máximo que veremos é uma guerra interna de quadrilhas: o calvo PCC sendo obrigado a dar a vez a um CV cada vez mais obeso.

Putin, Kin Jon Yun, George Soros, Bill Gates, Zuckerberg, Ford Foundation ou mesmo a Escola de Frankfurt se resumirão a assinar o cheque do FGTS do careca e vida que segue. Tudo como dantes, no quartel de um Abrantes positivista, carreirista e venal, cuja única função é pintar meio-fios.

O Brasil tem tudo o que o mundo inteiro precisa, desesperadamente. Existe todo um sistema poderosíssimo, enorme e podre, que precisa ser derrubado - e dificilmente faremos isso dentro das quatro malditas linhas da maldita Constituição.

Pense nisso, antes de comemorar o Ovo caído.



Walter Biancardine

(1) - Toda e qualquer ideologia apenas reflete os desejos e opiniões de uma pessoa ou grupo, sobre não apenas a forma de governo vigente como, inclusive, seus padrões morais e valores. Ora, aqueles que não se adaptam ao meio social vigente são catalogados pela medicina como sociopatas. Esta é a grande diferença do conservadorismo, pois não é nem nunca foi ideologia: é apenas o resultado de milênios de convivencia do homem, em sociedade. O que é bom, preserva-se. O que é ruim, modifica-se.

(2) - O capitalismo fascista é, infelizmente, o adotado no Brasil desde o advento da "redemocratização". Consiste no conluio entre governo e grandes grupos - até com troca de funcionários entre eles - e o recebimento de benesses e privilégios, em troca de financiamento de campanhas e etc, inclusive vedando o crescimento de novas empresas via impostos, excessos trabalhistas e outras armadilhas legais. Hitler o criou na Alemanha, mas é amplamente adotado em muitos países emergentes. Quem não se lembra, no Brasil, de Lula e seus "Campeões Nacionais"? (JBS, Friboi, Odebrecht e outros)







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