terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mantranal

O maior privilégio de ser eu mesmo é o fato de escrever o que quero.
Me exponho sem o menor pudor, numa bipolaridade literária que compreende os píncaros da falta de modéstia até a mais abjeta auto piedade. E quer saber? Quem espera uma linearidade confiável para ser servido sempre com o mesmo velho e bom texto, pode tirar o cavalo dessa chuva que não para desde que comprei a moto.
Do mesmo modo os terapêutas de plantão, que tentam traçar uma sintomatologia através das minhas linhas, se verão absolutamente com as calças arriadas já que - pasmem! - não atravesso nenhuma crise no casamento e nem acho que o mundo - sem exceções - me odeia.
O já referido mundo pode até bater tambores de inveja, mas aí é outro assunto.
O último texto postado foi um desabafo relativo às mesquinharias cotidianas, com aparentados ou aderentes via trabalho e a intensidade se deve ao meu saco, enormemente cheio e provocador de uma reação que - reconheço - pode ser desproporcional às picuinhas motivantes.
Abro aqui um parêntese para falar de minha amiga Beth Michel: ela foi a primeira a me alertar sobre eventuais bochichos provocados pelas minhas mal-traçadas, e somente a partir daí a ficha caiu. Já teve gente que pensou que meu carro havia sido jogado numa salina, outros se arrepiaram com quantidde considerada descabida de nomes feios, e por aí vai. Por isso vale a ressalva: ter amigos que nos alertem é muito bom, e à Bete devo o toque (no bom sentido) que me fez buscar a elevação espiritual das palavras de sabedoria da musa cantora que segue abaixo, em vídeo memorável de seu sermão da montanha de besteiras que me azucrinam.
O fato é que mesmo um entusiasta do cinismo como eu sempre pode aprender, e as lições ocasionalmente vêm das fontes as mais inesperadas - como a mesma internet.
A rede mundial de computadores, infernet (fica mais adequado assim), me proporcionou uma pérola da sabedoria a partir da qual tenho pautado minhas atitudes. Os benefícios foram imediatos e, tenho certeza, serão duradouros.
Um simples vídeo do "Entube", "Yuyutube", Urtumbe" ou seja lá o que o valha, abriu as portas de uma nova consciência e juventude para mim, tal como diria o sumido Belchior.
Na citada película, uma circuspecta e diáfana senhorinha entoava um doce cântico, introduzido por subido aconselhamento - o qual não resisto de reproduzir aqui o teor de seus ensinamentos. Diz ela: " - Quando você manda todos aqules que o aborrecem, atrasam sua vida, preocupam seu dia a dia e tornam pesado e nublado seu passadio tomarem no c(*), você retoma as rédeas de sua vida!"
E prossegue em seu mantra, cuja letra sugere o já citado ato, provocando a tão esperada catarse aliviatória do acoroçoado que a canta.
Esta, meus caros oito (já foram doze, mas essa é uma outra história) leitores, é a verdadeira sabedoria e o fundo de verdade por detrás do meu último acometimento.
Assim, para todos aqueles que me vêem com maus olhos ou guardam quaisquer resquícios de mágoas ou ressentimentos contra minha obra, pessoa ou simples existência, deixo aqui o meu espirtitualizado mantra:

Vão. Mas vão mesmo.
Saravá.

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